A morte em Veneza & Tonio Kröger

A morte em Veneza & Tonio Kröger Thomas Mann




Resenhas - Morte em Veneza & Tonio Kröger


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Adonai 19/07/2020

Mais um livro brilhante
Como é possível, em um texto curto, tantas reflexões, referências e camadas de leitura? Foi talvez uma das primeiras questões que me fiz ao finalizar esse livro e especificamente a primeira novela A morte em Veneza. Não foi o meu primeiro contato com o autor, já li A montanha mágica e o meu amor pelo autor apenas cresce.

Um texto denso, com um ritmo próprio (quase um concerto de música erudita) e que carrega inúmeras referências de outras obras literárias e filosóficas, essa primeira novela é um constante questionar sobre a razão, o sentir, o que é escrever, o que é fazer arte, o que é o belo. A segunda novela não fica longe disso, porém percebo um tom mais inicial, como se Mann tivesse amadurecido sua expressão entre a produção dessas duas textualidades. Com certeza é aquele livro que vale ser (re)lido mais vezes.
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Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

A morte em Veneza, Thomas Mann – Nota 8,5/10
Leitura de fevereiro para o #desafiobookster2018 (livro publicado na década de 1910) e minha primeira obra de Thomas Mann, um clássico da literatura alemã e mundial. Já nas primeiras páginas pude perceber a complexidade e prolixidade da escrita do autor, mas que não compromete a fluidez da leitura. Gustav von Aschenbach, um escritor decepcionado com a receptividade de suas obras mais recentes, decide “mudar de ares”, deixando a sua cidade Munique em direção à Veneza. Na época, a cidade, quente e fétida, estava sofrendo uma epidemia de cólera. E é nesse cenário que tem início o seu fascínio por Tadzio, um jovem polonês, a personificação da beleza pura. É uma obsessão completamente platônica, que acaba deixando um velho escritor em um profundo conflito interno, sem saber quais passos tomar. A trama é simples e não é o que chama atenção na obra. O talento de Thomas Mann está na construção de um dilema interno muito profundo e, ao mesmo tempo, sútil. Tamanha a complexidade de seus pensamentos, que senti dificuldade de absorver mais da obra, até mesmo pelas diversas referências a filósofos como Platão e Nietzsche, que conheço pouco. Ou seja, não se deixe enganar pelas poucas páginas do livro e pela simplicidade da narrativa: a escrita é profunda, filosófica e excepcional. Um livro para ser relido.

Além de A morte em Veneza, essa edição também contempla Tonio Kröger. Li e gostei ainda mais do que a primeira novela. Kröger é filho de um burguês e uma mãe brasileira (o que denota um cunho autobiográfico, já que a mãe do autor também tinha origem brasileira). É um jovem que difere das crianças com quem convive. Com sua origem brasileira, Kroger foge do padrão caucasiano de pele, cabelos e olhos claros. E é na arte, escrevendo poemas, que protagonista consegue demonstrar a sua beleza. É também uma narrativa envolvendo o conflito interno do ser humano e o conceito de beleza. .

site: https://www.instagram.com/book.ster
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Rayssa 29/05/2021

Arte, beleza, amor.
A morte em Veneza 5/5

Thomas Mann realmente foi um gênio. Essa foi minha primeira leitura do autor e fiquei encantada com o nível de sua prosa. Em "A morte em Veneza" vamos acompanhar a história de Aschenbach, um nobre escritor decadente vai para Veneza em busca de novos ares e novas inspirações. Ao chegar lá, apaixona-se por um menino de beleza ímpar e passa a persegui-lo pela cidade que, imprevisivelmente, começa a passar por uma epidemia de peste. Utilizando-se desse centro narrativo simples, o autor nos apresenta diversas elucidações filosóficas por meio de uma escrita rebuscada, irônica e repleta de camadas.

Confesso que no começo não foi fácil captar tudo o que estava lendo, tive que retomar várias vezes o texto e reler para tentar entender, pois o texto realmente é mais complicado. Porém, com o tempo me acostumei ao jeito de narrar de Mann e a leitura passou a ser mais tranquila. Só a premissa básica da história já foi extremamente envolvente para mim. Temos um escritor super respeitado e sério perdendo toda a sua sanidade e se deixando levar por uma obsessão inconsequente. Mas, além disso, o autor realmente constrói essa obra monumental ao nos colocar diante de questões interessantíssimas em suas essências, como por exemplo, a posição do artista na sociedade e os dilemas que envolvem a própria criação da arte.  A luta entre razão e emoção também é um tema presente em toda a obra, bem como a contemplação e importância da beleza para o artista e para a filosofia, na medida em que o personagem garoto é a personificação da beleza em seu estado puro, e é exatamente isso que encanta o artista/escritor Aschenbach. A fascinação crescente pelo belo o preenche de formas inesperadas e se torna uma obsessão que o levará a um fim triste, eu diria.

Enfim, são diversas elucidações que se esmiúçam na narrativa e me deixaram impressionada de verdade com a genialidade de suas palavras e ideias. Infelizmente, nenhum texto que eu pudesse escrever poderia passar a imensidão que traz esse livro. O importante é que seja lido. É uma leitura que requer muita atenção e paciência, porém, totalmente recompensadora! 

Tonio Kröger 5/5

A segunda novela do livro nos conta a história de Tonio Kröger, escritor e poeta, bissexual que faz uma viagem em busca de si mesmo.

Novamente o autor toca no tema do papel do artista na sociedade, porém, aqui o escritor, de pele morena, ainda que burguês, tenta encontrar seu lugar no meio de pessoas brancas, do olho azul, loiras, etc. Além disso, ele aborda a questão da estigmatização do artista na sociedade, bem como a dualidade da vida que busca a paz espiritual e ao mesmo tempo deseja se entregar à devassidão.

Não tem a mesma força de Morte em Veneza, mas não deixa de ser excelente.
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yas 12/11/2020

(...) eu enrubesço ao pensar o quanto aquela pessoa íntegra ficaria desiludida se pudesse um dia lançar um olhar por trás dos bastidores, se sua inocência viesse a compreender que uma pessoa de bem, sadia e decente absolutamente não escreve, não representa, não compõe...
(Mann, Thomas - Tonio Kröger)

Além dessa mais algumas passagens me marcaram durante esta leitura e eu não poderia estar mais embevecida com as profundas mas ainda sim singelas críticas e reflexões aos artistas e à sociedade feitas por Mann.

O autor é claramente um homem de sua época (século XIX) e sua obra não poderia deixar de apresentar características literárias da sociedade vigente, todavia Thomas possui uma especificidade e visão tão únicas do mundo intelectual e da vida como artista.

Para além das críticas, há também um sentimento e ponderação acerca de questões íntimas do ser humano e especialmente do cidadão intelectual alemão do século XIX.
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João 07/12/2020

Como começar (ou não)... Thomas Mann
A morte em Veneza

Já ouvi falar que este era um bom livro pra começar a ler a obra do Thomas Mann, mas, depois de começá-la por ele, devo discordar. Pelo menos uma discórdia pela metade. À metade que concerne A Morte em Veneza devo dizer que existem muitas camadas camufladas na pele de suas setenta páginas.
À parte de seu enredo perturbador ? um escritor quadragenário se acha obcecado pela beleza de um jovem adolescente polonês em uma Veneza assolada por uma epidemia misteriosa ao interlocultor ? encontramos as reflexões profundas e encantadoras de Mann sobre temas como a arte, a literatura e a beleza. Valendo-se de símbolos da mitologia grega e conversando com obras de Nietzche e Platão, Mann constroi o curiosíssimo personagem do escritor Gustav von Aschenbach (cuja impressão inicial é de ser um reflexo do próprio Thomas Mann).
É precisamente por essa razão que eu não a consideraria um começo interessante para a obra do Mann. Apesar de ser uma novela muito boa e muitíssimo bem escrita, a carga simbólica e filosófica pode assustar o leitor no primeiro olhar. O meu primeiro impulso ao finalizar sua leitura foi o de retormar da primeira página com caneta na mão e decifrar todos esses símbolos que minha pobreza intelectual me privou de reconhecer.
Sou grato à Mann por me apresentar ao mito de Eros, às conversas de Sócrates com Fedro e às suas reflexões próprias sobre o objetivo da arte e a nossa relação com a beleza. Como todo bom clássico, é um livro que merecia notas bibliográficas e releituras em diferentes etapas da vida para tentar esgotar todos os seus significados.
Como a editora não fez a gentileza de colocar notas bibliográficas, com o tempo e com releituras pretendo construir as minhas.

Tonio Kröger

?(...) a história de um escritor moreno que se sente melancolicamente isolado entre os outros, os loiros, e que anseia pela vida simples dos normais, mas que ao mesmo tempo se sente eleito e não pode esconder o seu ligeiro desdém pela normalidade confortável da multidão? Anatol Rosenfeld, Thomas Mann (São Paulo: Perspectiva, 1994. Coleção Debates)
Indo de encontro ao que falei lá n?A Morte em Veneza, Tonio Kröger já seria a novela ideal para conhecer o Thomas Mann. Talvez até a novela perfeita.
Isto por que o Tonio guarda algumas características do próprio Thomas Mann, como o fato de ter um pai europeu e uma mãe brasileira, a sua capacidade de se apaixonar tanto por homens quanto por mulheres, um certo deslocamento dos demais burgueses contemporâneos e um elogio máximo à literatura.
Em pouco mais de 60 páginas passeamos por uma história que consegue ser profunda e divertidade; densa e, ainda assim, fluida.
Tá esperando o quê pra se apaixonar pela escrita do Thomas Mann também?
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Juliana (Ju/Jubs) 10/07/2021

Este é provavelmente o livro mais difícil que já li na vida. Desde pequena eu sempre tive interesse em "A Morte em Veneza" pura e simplesmente pelo título; mas ninguém me avisou da dificuldade. Na primeira novela, no começo, eu tive que ler cada parágrafo três vezes para conseguir o mínimo de entendimento, mas depois a leitura começou a fluir.

Mesmo não entendendo tudo, "A Morte em Veneza" me surpreendeu muito e me deixou intrigada pela quantidade esmagadora de simbologia e referências, o pouco que consegui extrair me deixou muito animada, pois parece um enigma a ser desvendado.

Na segunda novela, "Tonio Kröger" eu me preparei psicologicamente para a mesma dificuldade, mas foi extremamente mais fácil de entender e eu adorei o primeiro capítulo. Esta novela não me pareceu ter muito mistério, mas deu para aprender bastante sobre o autor, o que foi muito interessante.

Gostaria de deixar um destaque ao fato de os protagonistas das duas novelas serem bissexuais, isso em textos escritos por volta de 1900. Eu fiquei muito feliz e surpresa, fico pensando no surto que não foi na época e isso me alegra muito mais. Bissexuais existem e estes textos são uma amostra de que não são uma "invenção da modernidade".
Antonio.Junior 27/07/2021minha estante
Imagine então a surpresa do mundo ao Freud afirmar em 1905 que: "Todos temos uma predisposição natural para a bissexualidade".




Cintia295 05/08/2021

Li somente A Morte em Veneza e desculpem quem gostou, eu não curti foi meu primeiro contato com o autor e não foi kkkkkk.
Não pretendo ler por agora Tonio Kroger
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Carolina.Gomes 14/02/2021

Histórias entrelaçadas
Nesse livro estão duas novelas que tratam da jornada de dois escritores.
O primeiro, Aschenbach, vive para o trabalho e desconhece o prazer.
Em busca de uma experiência nova que possa inspirá-lo a escrever uma nova obra, ele parte para Veneza e lá se apaixona platonicamente por um jovem de beleza indizível.
Ignorando os riscos de uma epidemia de cólera, na cidade, Aschenbach segue obsessivamente, o jovem Tadzio, colocando sua própria vida em risco em uma obsessão pela beleza e perfeição.
Nessa novela, há muitos elementos de mitologia grega e eu acredito q o Aschenbach persegue Tadzio como um autor q persegue a musa inspiradora.

Na novela Tonio Kroger, o personagem é um autor em busca de si mesmo, tentando encontrar sua própria identidade como escritor e o equilíbrio entre a arte e os prazeres da vida. Tonio ama a vida e os seres humanos e mergulha no universo contemplativo de sua inspiração.

Há pontos de similitude entre os dois personagens embora ambos sejam bem diferentes.

Thomas Mann domina a narrativa com maestria. Fiquei bastante impressionada e já quero ler outras obras.
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ricardo marçal 27/01/2021

Estas são duas novelas que Thomas Mann produziu entre Os Buddenbrooks e A Montanha Mágica. Ambas representam artistas em crise existencial, tema que talvez forneça a motivação para maiores experimentos com a frase - no que se afasta da simplicidade precisa de Os Buddenbrook, mas preservando com habilidade o conforto da leitura. Em Morte em Veneza, todos os elementos das diversas camadas do texto participam da construção do personagem principal e de seu destino; não há desperdício. Tonio Kröger, de tons autobiográficos, entrega a ambientação psicológica, filosófica e artística da obra de Mann.
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Felipe Augusto 26/03/2023

Duas ótimas novelas do Thomas Mann, A morte em Veneza & Tonio Kröger. Confesso que é bom ter uma carga literária maior para ler esses 2 clássicos, mas com consultas, esforço e concentração da para fazer a leitura e entender o quão profundo é essas duas obras que mergulha no fundo da nossa humanidade, reflexões de sociedade como um todo. Tem todo um contexto Artísitico e poético nas obras com muitas divagações e pensamentos.
Essas obras com certeza tem que ser lidas com muita atenção e zelo para seu entendimento.
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Dri Viana 15/08/2020

As duas novelas são simplesmente incríveis! As histórias carregas de ironia e as personagens sanguíneas, geralmente a marca de autores latinos, são herdadas por Mann pela sua mãe brasileira.
Entretanto, a novela de Tonio Kruger me cativou muito mais do que a famosa ?A Morte em Veneza?, talvez por me identificar um pouco com a personagem (bissexual, inseguro, deslocado), Tonio realmente me cativou, ao mesmo tempo que sentia muita raiva dele por ser tão mimado. Apesar disso, ?A morte em Veneza? é uma história que realmente te prende, Mann constrói a história de maneira frenética, onde o desenrolar das coisas vai ser tornando cada vez mais desesperador e claustrofóbico.
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Reader Za 04/03/2024

? A beleza é o caminho que conduz o homem sensível??
A morte em Veneza ?

Gustav von Aschenbach é um escritor, com alguma fama e requinte, que após um inusitado e assustador encontro com uma ?entidade? em um cemitério, resolve sair de férias. ?

Entediado com a rotina auto imposta de trabalho, e sem grandes planos para o futuro, o já idoso escritor sai para longas férias em Veneza; chegando no destino tem uma assustadora travessia de gôndola e logo em seguida descobre que a cidade está passando por um surto de alguma doença grave.

Ele resolve não ir embora pois está completamente e irreversivelmente apaixonado por Tadzio, um rapaz de uns 14 anos e de imensa beleza.

Gustav segue os passos do menino, vira seu admirador e se transforma em um homem diferente de tudo que era anteriormente. A paixão segue platônica e o final é previsível devido ao nome da novela.

?Tonio Kröger

Novela quase autobiográfica, nos conta a história do poeta Tonio, desde seu primeiro amor na infância até a decadente vida adulta.
O ápice da novela ocorre na viagem a Dinamarca onde o personagem tem um encontro com 2 personagens do seu passado e a antiga casa paterna.
Leitura menos complicada é mais lírica ?

?
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mairesse 13/02/2022

A morte em Veneza & Tonio Kröger
Esse livro foi bem difícil pra mim, mas eu gostei. Foi meu primeiro do Thomas mann, e achei interessante a escrita dele. Quero ler mais obras deste autor.
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