Deghety 17/10/2018Tônio Kroeger / A Morte em VenezaTônio Kroeger
Tônio Kroeger é um personagem muito parecido com o Roquentin de A Náusea de Sartre, mas com um pouco de boa vontade para relações interpessoais.
Na primeira metade do livro, infância e adolescência, Tônio é arrebatado por paixões quase que obsessivas.
Já na segunda parte, o Tônio adulto se torna um artista e se sente a marginal do homem comum, como se a vida fosse um espetáculo e ele fosse uma plateia apática e desdenhosa.
O personagem é do tipo que pensa que a ignorância é uma dádiva, que o saber aflige o ser humano, por isso o desdenho pelas pessoas, principalmente no tocante a arte, então ele meio que inveja a vida sem preocupações das relações, quaisquer que sejam, fúteis e despreza os que ele chama, em outras palavras, artistas medíocres.
A leitura bem agradável e dinâmica, com um intimismo não tão profundo, mas que desperta reflexões interessantes.
A Morte em Veneza
Achei esse livro um tanto estranho.
Começa com o protagonista quase como objeto de cenário, que é, diga-se de passagem, bem descritivo.
Em seguida o personagem toma vida numa paixão platônica, obsessiva e pedófila, maquiando com comparações mitológicas e odes a beleza física como arte, mas o que eu vi foi um velho safado.
Eu achei a história bem fraca, destaca-se, no entanto, a descrição cenográfica.