A morte em Veneza & Tonio Kröger

A morte em Veneza & Tonio Kröger Thomas Mann




Resenhas - Morte em Veneza & Tonio Kröger


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Biblioteca Álvaro Guerra 10/02/2022

O volume traz duas novelas magistrais do jovem Thomas Mann, complementadas por ensaios do crítico Anatol Rosenfeld. A morte em Veneza (1912), aqui na tradução de Herbert Caro, é uma das novelas exemplares da moderna literatura ocidental. A história do escritor Gustav von Aschenbach, que viaja a Veneza para descansar e lá se vê hipnotizado pela beleza do jovem polonês Tadzio, mais tarde daria origem ao notável filme homônimo do diretor italiano Luchino Visconti, de 1971. O volume traz ainda Tonio Kröger, narrativa de 1903 que Thomas Mann declarava ser uma de suas favoritas. A novela tem diversos traços autobiográficos e está centrada na relação entre artista e sociedade, um tema muito caro à obra de ficção do escritor, sobretudo nos primeiros trabalhos. A nova tradução é de Mario Luiz Frungillo.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788520910542
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Kleinert 29/12/2023

Amor e Vida
"(...) porquanto o que nos eleva é a paixão, e nossa aspiração será sempre o amor."

"Pois se há algo capaz de fazer de um literato um poeta, é este meu amor burguês pelo que é humano, vivo e comum."
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djoni moraes 10/06/2022

Terminei de ler A Morte em Veneza e fiquei alguns dias sem ler nada, pois fiquei extremamente incomodado com o que acabei de ler. Sobre Tonio Kröger não vou falar aqui, pois mesmo entendendo por que os editores decidiram colocar ambas novelas na mesma edição, é de certa forma covarde deixá-las lado a lado para inevitavelmente serem comparadas.

A Morte em Veneza é uma breve novela de aproximadamente 90 páginas que acompanha a travessia de um autor muito renomado, Gustav von Aschenbach, em busca de renovação literária. No meio de sua travessia (que em alguns momentos flerta com elementos do sobrenatural), este homem se depara com o pueril Tádzio, um jovem/adolescente pelo qual Aschenbach desenvolve uma obsessão doentia. A linguagem usada por Mann aqui é, no início, um pouco truncada. Com certeza não é a forma mais fácil de iniciar uma leitura crítica de Mann como muitos dizem por aí (para isso acho que ler a história do Toninho é melhor), mas depois de algumas páginas Mann, com aquele gingado estético na escolha de suas palavras que só ele é capaz de ter, te ganha. Confesso que muitas vezes me incomodei (e muito) com toda essa adoração à figura do belo jovem, principalmente porque é impossível não nos remeter àquela obsessão "à Lolita" do Nabokov. No entanto, Aschenbach utiliza do jovem Tadzio para deixar fluir suas ideias acerca de beleza, estética, linguística, arte e, claro, dar belas alfinetadas à cultura burguesa alemã da época. E que tratado, que maestria, para falar de beleza e estética, assim como sobre desejos reprimidos, proibições e algemas sociais.

Com certeza um livro que vale a pena ler não só porque faz parte do cânone, mas também pelas muitas coisas (desagradáveis) que ele nos faz sentir. Certamente, uma das coisas que mais gosto da literatura é a capacidade desta me fazer sentir. E é sobre sentir e ponto, independente de que sejam coisas prazerosas ou não.
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JanaAna90 19/09/2022

O Conquistador de Corações
Mais um livro de Thomas Mann concluído e mais uma vez impactada com a grandeza da obra.
Desde quando ouvi falar em Mann foi com a descrição: é um grande escritor, porém suas obras são difíceis; não é para qualquer um, porém são obras maravilhosas e riquíssimas e muito belas. Então resolvi encarar o autor subindo por degraus (Rsrs) e eis que estou em minha segunda leitura, duas novelas de grande peso, segundo a crítica.
Antes de iniciar as leituras procurei informações sobre as mesmas, fiz leituras e assistir vídeos que retratavam sobre as obras de forma breve e sem spoiler. Ao final das leituras busquei informações de estudiosos sobre as obras e percebi, aqui fica a dica, que teria sido melhor se tivesse visto antes de ler, porque mesmo com spoiler teria aproveitado melhor a leitura (isso é minha opinião). Percebi o quanto perdi quanto ao aproveitamento da leitura. Uma professora salienta que, as releituras dessas obras vão descortinando camadas e nos possibilitando olhares e interpretações de leitura. Mas vamos lá, finalmente, para meu primeiro olhar para as novelas.
A primeira A Morte em Veneza, nessa conta a história de um escritor que em crise com sua arte viaja em busca de repouso e sem perceber se lança em uma busca por si mesmo, pelo belo e pela vida, não necessariamente nessa ordem, mas que nos faz mergulhar em nossa consciência sobre vida, morte, o bem e o mal. Aqui, encontrei o maior desafio e perdi vergonhosamente (só depois vi isso), desafio que seria transpor a minha ignorância, do preconceito, das ideias preconcebidas, de temas que julgava saber e conhecer, ao fazer a leitura dessa obra, cheguei nela com minhas ideias e meu suposto conhecimento sair dela extasiada, mesmo sendo desnudada a minha ruina (kkk). O que Mann faz nessa obra é magistral, utilizando recortes de mitologia, filosofia e usando de sua própria vivencia com elementos autobiográficos ele vai tecendo sua história. Buscando na arte e no belo, com um humor ácido falar de coisas sérias e profundas. Enfim, começo a entender que Mann vale a pena encarar.
Com a história de Tonio Kroger, também um escritor, que viaja para Dinamarca para descansar e aqui, mais uma vez, mergulhamos nas reflexões do personagem em busca de si mesmo e de solucionar questões sobre a vida e morte e, mais uma vez as angustias do artista, que no final das contas é de todos nós, diante da vida e das vicissitudes da mesma. As duas obras nos coloca a pensar sobre nós mesmos. Várias vezes reli trechos do livro, não por incompreensão, mas pelo prazer de reler.
O que posso dizer, Thomas Mann vem ocupando um lugar especial nas minhas leituras e aos poucos vou caminhando e me preparando para subir a Montanha Mágica, mais preparada, aberta e disposta. Que venha mais Thomas Mann na minha, na sua, na nossa VIDA.
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Toni Nando 20/01/2022

Paixão platônica
LIVRO: A Morte em Veneza / Tonio Krönger
AUTOR: Thomas Mann
PUBLICAÇÃO: São Paulo - 2015
EDITORA: Companhia das letras
TRADUÇÃO: Herbert Caro / Mário Luiz Frungillo
ONDE SE PASSA: Europa
DATA: 26/11/2021
NOTA: 7

A morte em Veneza é um clássico da literatura universal, sendo adaptado para o cinema e aclamado pela critica literária de diversos países. Essa novela é ousada, por se tratar da paixão de um homem de meia idade por um adolesceste. Na segunda novela, Tonio Krönger, temos uma ?paixonite" de Tonio por seu amigo, ambos também adolescentes. A historia se encaminha então pelo amor à arte. As duas novelas são envolvidas pela elegante escrita de Thomas Mann, porém não espere grandes acontecimentos: o autor sustenta o tom morno em ambas as novelas. Recomendo para quem gosta de romances tranquilos e bem escritos.
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Fayetsho 24/09/2019

Um autor incrível
Esta foi minha segunda obra do Thomas Mann lida, e já digo - com um pouco de arrogância - que é um dos meu autores favoritos.
O livro tem duas novelas: A Morte em Veneza (1912) e Tonio Kroger(1903). A primeira é A Morte em Veneza e tive muita dificuldade. Nela, Mann vai usar bastante sua habilidade de prosador, até parecendo que a história do autor Gustav von Aschenbach fica "meio" de lado. Essa novela, esse autor renomado decide ir para Veneza pra renovar os ares, e se apaixona por um outro turista. Ainda, muito dos elementos narrativos vão das pistas do que vai acontecer no livro, além de Mann fazer um ótimo retrato de Veneza.
Já Tonio Kröger temos uma parte da vida do poeta Tonio Kröger. Em muito as duas novelas dialogam-se, e nessa segunda até senti um toque de "Os Buddenbrook". Nessa segunda já senti mais facilidade, então para quem é iniciante na obra, diria pra começar primeiro por Tonio Kröger.
E claro, não podia deixar de falar da excelente edição da companhia das letras, com um texto de apoio incrível, mas que tem alguns spoilers de outros livros do autor.
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Silvinha 13/05/2022

Dois em um
Este é o primeiro livro de Thomas Mann que eu leio na vida. São duas estórias diferentes compiladas em um único volume e confesso que muitas vezes eu confundi os dois protagonistas na minha cabeça. Lendo Tonio Kröger, me lembrava de passagens de A morte em Veneza e me parecia que o personagem era o mesmo. Ambos possuem essa característica melancólica, de observar de longe o que acontece no mundo ao redor deles.
Não sei bem ainda como me sinto em relação a estes livros
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joaopbrigido 08/08/2021

"A poesia é uma suave vingança contra a vida."
A Morte em Veneza: 3,5/5

O defeito do primeiro romance da coletânea - uma escrita levemente prolixa, por vezes truncada e excessivamente parnasiana - pode ser perdoado pelo fato de que quem fala é o protagonista - um escritor com esse estilo. Os méritos, por sua vez, são muitos: a descrição precisa e profunda do que é a beleza e do que ela provoca; o desenho da contradição entre o conhecimento e a arte; as definições arrebatadoras de Veneza - o lugar mais lindo e inverossímil do mundo -; e, por fim, as reflexões sobre a relação das autoridades com epidemias que calharam de ser super atuais.

Tonio Kroger: 4,5/5

O início do romance é um soco na cara de humanidade: experimentando falar sobre sua antissocialidade, sobre sua distância e sobre sua dificuldade em conciliar o viver com o interpretar da vida, o autor acaba descrevendo, de um jeito bonito e sincero, o drama existencial por que todos nós - esses "burgueses desencaminhados" - passamos. A pancada inicial é tão forte e completa que, parece, até o escritor a sentiu, finalizando a obra com uma narrativa um tanto quanto apática e preguiçosa; quer dizer: bem burguesa mesmo.
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Vinder 04/02/2022

As 2 novelas são curtas, mas densas, por vezes complexas, mas muito boas. Primeira vez que li Thomas Mann.
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Qlucas 20/06/2022

Leia primeiro Tonio Kroger, depois Morte em Veneza.
''O Resultado foi esse um burguês que se desencaminhou na arte (...) Estou entre dois mundos, em nenhum dos dois estou em casa (...)''

Na leitura de Tonio Kroger é observado eixos de sentimentos de deslocamento do indivíduo: primeiro de origem étnica, onde o protagonista mestiço almeja a origem pureza e beleza nórdica; em segundo, o isolamento intelectual causado por fatores relativos a profissão de ser escritor, ao seu singular entendimento da arte profunda em relação aos demais; em terceiro, ao sentimento amoroso não correspondido. Embora a personalidade de Tonio ameace ser intragável, a maneira com que o escritor expõe abertamente os pensamentos tormentosos do personagem sobre si e o mundo é suficientemente boa para que o leitor crie uma simpatia ou, no mínimo, curiosidade sobre ele.

Sobre A Morte em Veneza, vou ser breve não gostei e não foi uma literatura empolgante.
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Paula.Fernandes 28/08/2020

Ótima obra do Mann
Com suas descrições rebuscadas e o enredo de novel alemã o autor mostra a relação entre o artista e o belo, fazendo referências a outros textos e trazendo filosofia á obra. Em suas poucas páginas é possível mergulhar na complexidade das obras do Mann.Leitura certamente recomendada.
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Cesinha 30/07/2016

Aschenbach é um artista,mas como mestre da forma está preso a ela. O homem moderno,cativo no mundo que ele próprio construiu e mantém, é apolíneo.O rompimento da forma pela arte moderna é sintomático. A busca de liberdade se dá de maneira conservadora. Aschenbach é um ser não-comportamental sublimado. O artista sublima esteticamente sua existência negada na realidade social. Realiza-se em sua obra.

Aschenbach representa a ambigüidade do homem moderno,no qual a aparência de disciplina e produtividade esconde um interior minado pela insatisfação .O escritor amava seu ofício,mas estava cansado e preocupado em não deixar que isso transparecesse em sua obra. Jamais conhecera a ociosidade,vivera uma vidaregrada e previsível.

A previsibilidade da vida moderna e sua imperfeição o ferem. Acostumara-se a se alegrar com a meia perfeição de sua obra,mas, repentinamente,não conseguia mais.

A viagem, o distanciar-se de tudo que é conhecido e previsível é a única saída frente à resignação da vida cotidiana. Caminhos conhecidos não levam a lugar algum.Assim, a viagem é uma procura de um sentido próprio e inclassificável para a vida, o qual denominaremos destino.

Aschenbach buscava o estranho e o sem relação; a viagem que o leva a Veneza também é uma viagem interior. Sua alma desperta para questões sobre a validade da obra artística ou de qualquer outra obra. Mann sugere que a satisfação humana não pode derivar da atividade artística, nem de qualquer outra atividade que resulte em um produto.

Aschenbach, como artista que ousa querer viver, está propenso ao indefinido. A solidão que lhe proporciona a inspiração criativa também o seduz para o absurdo e o proibido.

Seu desejo de descansar observando o mar despreocupadamente significa a aceitação da ociosidade e do nada-uma forma do perfeito-tão opostos à sua tarefa, mas por isso mesmo sedutores. A insatisfação para com a mercantilização da vida é explicitada por Mann de modo acontrapô-la a um encantamento que estava tornando-se nostalgia.
Douglas 14/10/2020minha estante
Excelente resenha. Obrigado


Cesinha 14/10/2020minha estante
Obrigado ! =)




Junia.Maria 19/07/2017

A Morte em Veneza - Thomas Mann
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 200
Publicação: 2015

A Morte em Veneza e Tonio Kröger são duas histórias independentes do escritor alemão Thomas Mann. Elas foram compiladas nessa edição da Companhia das Letras que está republicando suas obras em uma coleção que leva o seu nome. Por tanto, essa resenha será dividida para cada uma das obras apresentadas.

A Morte em Veneza traz a história do escritor Gustav von Aschenbach, que vai à Veneza em busca de repouso em uma espécie de férias para buscar inspiração para seu novo livro. De lá, ele partiria para outra cidade, porém em seu hotel encontra-se hospedado um jovem chamado Tadzio, por quem Gustav logo se encanta. Ao longo e sua estadia, Gustav e Tadzio não trocam sequer uma palavra, pelo contrário, o escritor o admira o tempo todo, à distância, com medo de lhe proferir algo. O máximo que conseguem é uma troca de olhares aqui e acolá.

Porém, as mudanças repentinas do tempo fazem com que Gustav fique com a saúde abalada. Mesmo assim, sua paixão por Tadzio faz com que ele não queira deixar Veneza de jeito algum. Posteriormente, isso lhe trará um custo alto.

Essa história é um clássico da narrativa de Mann. Nela veremos como o autor gosta de abordar os seus personagens, gosta de nuances na escrita e de trabalhar os vários significados que o texto possa ter através da vasta gama de possibilidades de leitura que o leitor possa fazer sobre ele.

Uma questão que se faz presente é a polêmica relação dos protagonistas da história. Uma vez que Tadzio é descrito como ainda um adolescente recém-saído da fase infantil e Gustav um adulto já experiente, teremos aí uma relação que tende para a pedofilia, o que faz com que o livro seja sempre citado em listas que abordam essa temática na literatura. Mesmo estando com narrativa em primeira pessoa, o leitor atento percebe que toda a situação do romance só ocorre na cabeça de Gustav e Tadzio, em nenhum momento, lhe dá esperanças de que isso vá acontecer. Trata-se quase que de uma obsessão doentia por parte do escritor por sobre o jovem. É um texto polêmico, que daria margem para muitos debates.

Já em Tonio Kröger teremos a história do personagem homônimo, um escritor que, ao longo de sua vida, lida com a contradição de conhecer o seu eu e de se dedicar à arte. O livro aborda muito a relação arte-artista, trazendo o ponto de vista do escritor por sobre a sua existência e o mundo à sua volta. É interessante como Mann, nesse caso, é bastante sucinto e objetivo em situar o leitor na vida de Kröger, fazendo essas passagens brevemente e focando em suas reflexões. Percebe-se que, sendo o protagonista também um escritor, Mann usa-o para desvelar e trabalhar em cima de fatos autobiográficos, abordando seus sentimentos e sua própria profusão de ideias.

No geral, esses textos são ótimas formas de começar a ler o autor, uma vez que são curtos mas pungentes no que tange à sua narrativa. Vários traços das características conhecidas de Mann podem ser encontrados neles. Vale destacar também a edição maravilhosa que a Companhia das Letras fez, com capa dura e diagramação bem trabalhada. Sem dúvidas já quero essa coleção inteira na minha estante.
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karlinismo 29/03/2021

O dever de uma realização extraordinária
O homem possui um talento curioso: põe fardos que não lhe pertence sobre si.

Motivados pela cobiça, pela vanglória, pelo exemplo de outros, pelas circunstâncias, pelo desespero e desamparo, nas formas mais complexas e inusitadas, como só um ser humano é capaz de experimentar, somos inevitavelmente levados ao erro.
Nosso desejo de transcendência, nossa necessidade de preenchimento e nossa aspiração a posse do bem, natureza que nada pode fazer calar por completo, em vias desordenadas nos encaminham para um vazio existencial do tamanho de nós mesmos, e por isso insuportável. Com ébrio ou doentio entusiasmo, desejamos o mundo inteiro para saciarmo-nos nele. O sentido e o valor de nossas vidas é depositado em nossas obras e bens, proporcionando uma sensação de segurança e satisfação tão falsas e frágeis que, a menor contrariedade, nos empurra ao terror e desmedido sofrimento.

Tonio Kroger confessa, em sua devastada melancolia: "não encontro o que procuro". E, seu semelhante, Gustav Ashenbach, responde, atormentado pelos próprios nervos: "pois não conseguimos elevar-nos, apenas exerceder-nos".

E sim, execede-se continuamente a pobre humanidade pela crença utilitarista e destrutiva no dever de realizar coisas extraordinárias.

Engrandecer-se pelas obras e pelos bens. Você consegue se lembrar a primeira vez que ouviu que deveria "ser alguém na vida"?
O nosso valor passa a ser calculado pelo que fazemos e possuímos.

A causa e o fim pelo qual cada pessoa existe é desprezado e o valor inato e irredutível de cada alma é ignorado. E assim, vários vão perdendo-se, pretendendo forjar com as próprias mãos um sentido para as suas vidas.

O homem simples, anônimo, dócil ao presente, despretensioso, e que assim abraça-se a mais genuína felicidade é o maior mistério para uma geração calculista e cobiçosa.

Esta obra de Thomas Mann é abundante em camadas, trazendo inúmeras reflexões filosóficas e morais, além das ricas referências literárias. Para isso usa o estado do artista, apresentando sua posição na sociedade e sua conduta mordaz quando coloca altas exigências e ideais para a perfeição acima de tudo e todos. No entanto, isso é uma realidade amplamente humana, vivida por condições, objetivos e interesses múltiplos.

E essa perseguição a felicidade, a plenitude, a realização pessoal, nas coisas temporais e quebradiças é ferir-se. Ferida de morte!

Falando diretamente sobre os personagens, ambos sentiram a falta de algo no coração, sentiram aquele espaço inóspito que protesta por zelo e habitação, mas foram incapazes de dar nome às suas moções mais íntimas, interpretando, levianamente, como uma 'vontade de viajar'. E foram buscar fora o que estava dentro, e, sem nenhum espanto de minha parte, terminaram sem nada, divagando em ilusões.

Penso muitas coisas a respeito dessas histórias, e, infelizmente não concebo minhas impressões como gostaria, mas termino com a máxima bíblica: "Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo??. (LC 9, 25)
karlinismo 30/03/2021minha estante
Correção ortográfica para 'exceder-nos' e 'excede-se'! :)




Ronan 22/01/2023

NOTA GERAL: ⭐⭐⭐⭐½

~ A morte em Veneza (1912) - ⭐⭐⭐⭐⭐

Gostei demais dessa leitura, no início tive um pouco de dificuldade pra me ambientar na narrativa, mas assim que me acostumei foi uma leitura maravilhosa, amei como foi tratada a obsessão do Aschenbach pelo jovem Tadzio e como toda a história se desenvolveu até o chegarmos ao ápice da história.

~Tonio Kröger (1903) - ⭐⭐⭐⭐
"Dói demais sentir agitarem-se dentro de si maravilhosas forças lúdicas e melancólicas e saber que aqueles por quem você anseia mantêm diante delas uma serena inacessibilidade. Mas embora estivesse sozinho, excluído e sem esperança diante de uma persiana fechada e cheio de mágoa, fingisse poder ver através dela, ele, no entanto, era feliz."


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