eumariaa 31/05/2021a redoma de vidro, sylvia plath."respirei fundo e escutei o velho e orgulhoso som do meu coração.
eu sou, eu sou, eu sou."
é muito difícil falar de A redoma de vidro sem se impactar ou sentir os efeitos dessa narrativa poderosa e poética.
de uma delicadeza sem igual, o livro narra a história da jovem Esther, que de repente se depara na redoma e não consegue encontrar saída.
Esther Greenwood, uma jovem inteligente e ingênua mas também cheia visões e questionamentos vivendo em meio a uma geração da pré-revolução sexual, tem a oportunidade de entrar para a Universidade com uma bolsa e um estágio em Nova York, deseja se tornar uma escritora, mas não deixa de se questionar e preocupar a respeito da questão das mulheres no século XX, o dilema entre se casar e ter uma família, cuidar de filhos ou seguir o seu coração e almejar o sucesso acadêmico e profissional.
narrado em primeira pessoa e com uma narrativa profundamente reflexiva e pesada vamos aos poucos sendo consumidos juntos com os pensamentos de Esther, que de uma maneira extremamente sutil, vai definhando em uma depressão, sem causa aparente. com delicadeza e melancolia Sylvia plath nos conduz numa escrita dolorosa e assim vamos acompanhando Esther entre tentivas de suicídio, internações em clínica psiquiatra, vemos a vida passar sem defesas.
o que posso dizer depois dessa leitura densa é que esse livro foi um divisor de águas em minha vida, não é uma leitura fácil, precisa estar atento aos gatilhos que para alguns pode ser mais ainda doloroso.