Alydia 27/05/2020
PESADO
Para quem começou a leitura achando que era apenas mais um romance adolescente, não poderia estar mais enganada.
No início, temos o relato de uma garota, aparentemente comum, mas no meio para o fim do livro, o ar começa a ficar pesado. Pelo menos dois temas nós conseguimos discutir a respeito do romance: feminismo e depressão. Acho que o ponto da depressão se sobressai.
Ela publica o seu livro como um pseudônimo e também se suicida na mesma época.
A redoma de vidro é muito atual porque ela lida com problemas que temos de encarar ainda hoje. Como: o que fazer da vida, devo me casar? ter filhos? se eu me casar e tiver filhos eu ainda posso trabalhar?(ai entra a questão do feminismo). São inúmeros pensamentos que os jovens e até os mais adultos precisam enfrentar. Porém, eu acho que, na fase adolescente é bem pior. Há uma pressão interna e externa para respondermos a esses questionamentos. Porém, a solução que a Esther encontra em A redoma de vidro é o suicídio, assim como a Silvia, na vida real. Não estou dizendo que foi apenas isso que motivou os atos suicidas da personagem e o suicídio da escritora. E é aqui, também, que as duas faces se encontram, a vida e a arte, já que o livro é um romance autobiográfico. Não saberemos ao certo. Talvez em seu diário tenhamos mais respostas para os porquês. De qualquer forma, eu não indicaria o livro para jovens que passam por esse tipo de problemas mentais. Seria, ao meu ver, uma espécie de gatilho para realizar aquilo que já se tinha em mente. Mas recomendo para que, quem sabe, tenhamos mais empatia e busquemos entender as pessoas ao nosso redor.
Sobre escrita:
Achei bem fluída. Não foi o que mais me agradou no livro, mas eu achei boa para ler. Em algumas partes não era muito compreendida. Ela sempre separava partes em asteriscos (*) e isso cortava a estória na metade. Inclusive, em partes que eu achava que não deveriam acabar. Quando aparecia esse asterisco eu sempre imaginava a autora tendo um de seus ataques e largando o escrito do romance. Quando estava melhor ela retornava a escrever. Assim como ela descreveu Esther, a protagonista do livro. Também ocorria de aparecer personagens que eu não sabia quem era. Ou não me atentei, ou então ela não esclareceu isso no livro.
No geral, um bom e pesado livro. Devemos ler com calma, até porque a própria temática nos pede para ler e dar pausas para reflexão.