A redoma de vidro

A redoma de vidro Sylvia Plath




Resenhas - A Redoma de Vidro


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bianca81 29/01/2023

Sylvia Plath tem uma escrita minimalista, sabe contar suas histórias, porém não se expõe tanto sentimentalmente. É apática e indiferente, um retrato ideal do que ela propõe a escrever. Existe um iceberg de vulnerabilidade que não é revelado ou aprofundado. O livro funciona bem como um diário da progressão de uma pessoa suicida. Termina no momento certo e toma ainda mais peso quando o leitor descobre como, quando e o que aconteceu depois que ela terminou de escrever o livro.
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viiholiveiiraa_ 23/05/2023

A depressão é uma 'Redoma de Vidro'
Poucos escritores, talvez, tenham tido uma obra tão curta e venerada como a produção de Sylvia Plath. A romancista e poetisa teve a vida curta assim como as suas produções. Morreu com apenas 30 anos de idade após se suicidar-se depois de viver anos em uma depressão silenciosa e um casamento fracassado. Hoje em dia, a escritora é uma das mais reverenciadas na literatura norte-americana e literatura inglesa. Seu único romance, A Redoma de Vidro, foi publicado semanas antes de sua morte, em 1963.
Em seu livro, Sylvia utiliza de suas próprias experiências vividas para traçar uma obra semiautobiográfica. A narrativa foi inspirada em episódios que aconteceram no verão de 1952, onde Plath, uma universitária com notas excelentes, consegue um estágio em umas das revistas de moda mais famosas de Nova Iorque, a Mademoiselle.
Enredo
Esther Greenwood, protagonista do romance, aos 19 anos é uma mulher extremamente dedicada aos estudos. Como mérito dos seus esforços, a jovem conquista uma bolsa de estudos em uma universidade conceituada dos Estados Unidos. Fascinada pela escrita e literatura, Esther é destaque em sua turma obtendo diversas premiações. Ainda na faculdade, a protagonista recebe uma oportunidade única: o estágio de um mês em uma revista de moda, uma das mais ilustres de Nova Iorque. A vida parecia correr perfeitamente bem para uma menina que saiu dos subúrbios de Boston para viver os luxos da cidade grande, mas para Esther, os sonhos estão longe de serem perfeitos. A jovem se sente vazia e vive uma depressão agravante, ao ponto de ter pensamentos suicidas constantemente e o seu ponto de vista nas relações amorosas, familiares e amizades começam a ser questionados.
Com a narração em 1° pessoa, a autora nos convida a imergir nos pensamentos angustiantes da protagonista e perceber que, às vezes, a depressão não precisa de grandes alardes ou tragédias traumatizantes. Apesar de ser um tema sensível, a narrativa é fluida e o fluxo de consciência interrompe o tempo linear, permitindo aos leitores ler momentos do presente com fatos do passado. Embora o livro seja considerado um clássico da literatura mundial, a linguagem não é rebuscada, tirando aquele preceito de que os clássicos são difíceis de serem lidos.
Em meio ao glamour da cidade que nunca dorme, Esther começa a questionar-se qual o sentido da vida. A jovem percebe que interesses que antes lhe encantava, já não tem tanto encanto como antes. Ao voltar para a casa, a menina começa a se aprofundar em um mar sentimentos sem esperança, deixando de fazer a suas atividades corriqueiras e até mesmo o básico da higiene pessoal. Em um trecho, a personagem expõe que a vida passava diante de seus olhos como caixas brancas. “Eu via os dias do ano se estendendo diante de mim como uma série de caixas brancas e brilhantes, separadas uma da outra pela sombra escura do sono. Só que agora a longa perspectiva das sombras, que distinguia uma caixa da outra, tinha subitamente desaparecido, e eu via os dias cintilando à minha frente como uma avenida clara, larga, desolada até o infinito.” (pág. 144).
O livro também traz um posicionamento feminista, já que a personagem em vários momentos se questiona a respeito do papel da mulher na sociedade. Lembrando que, o tempo do enredo se passa ainda na década de 50, anos em que a revolução feminista ainda se consolidava no país norte-americano. Problemáticas como igualdade de gênero, ideia do casamento, filhos e a castidade imposta de forma diferente entre homens e mulheres são alguns temas discutidos no livro. Esther constantemente se questionava sobre a sociedade patriarcal que vivia e desejava viver uma vida diferente dos padrões que eram impostos.
Depressão
Se hoje a depressão ainda é vista por mal olhos por muitos, imaginam na década de 50? Fora que, nessa época ainda se tinham poucos estudos sobre a doença nas áreas da psicologia e psiquiatria. Muitos médicos, inclusive, achavam que o melhor tratamento era a base de choques elétricos. O estigma de que essas pessoas deveriam viver fora do convívio da sociedade levavam muitas a ficarem meses trancadas dentro de uma clínica psiquiátrica. O relato do seu tratamento dentro do sanatório a base de eletrochoque é difícil de ler, especialmente quando descobrimos que a própria escritora, Sylvia, passou pelas mesmas coisas. Apesar de ser uma história sofrida, Plath consegue narrar os acontecimentos de forma poética e com uma delicadeza louvável. Com a história de Esther e até mesmo da própria autora, somos capazes de sentirmos empatia e até mesmo uma revolta com todos os acontecimentos.
A Redoma de vidro, é utilizado pela escritora com uma metáfora para a depressão. Em alguns trechos podemos ver a personagem falar que é como se ela estivesse confinada e sufocada dentro de uma redoma vendo sua vida passar diante dos seus olhos e os seus sonhos perderem o sentido. “Não teria feito a menor diferença se ela tivesse me dado uma passagem para a Europa ou um cruzeiro a redor do mundo, porque onde quer que eu estivesse – se fosse o convés de um navio, um café parisiense ou Bangcoc -, estaria sempre sob a mesma redoma de vidro, sendo lentamente cozida em meu próprio ar viciado.” (pág. 182)
Em muitos momentos do livro pude me identificar com a personagem. Grande parte dos pensamentos angustiantes de Esther é o fato de não saber o que fazer com a própria vida, um problema muito recorrente na vida dos jovens assim como eu. Devo me casar ou priorizar minha carreira? Poderia viver somente de minha escrita? Devo viver os padrões impostos pela sociedade ou viver de forma com que eu me alegro? Quais são os meus valores? Propósitos? Muitas vezes nos sentimos perdidos sem conseguir enxergar um sentido para a nossa vida, mas é aí que está a graça da vida: não há um único sentido para todos. A vida nos dá escolhas infinitas todos os dias.
Não sabemos como a história de Esther termina, mas infelizmente sabemos que Sylvia foi comprimida pela redoma de vidro até ficar completamente sem ar. No tempo em que essas duas mulheres viveram as formas de tratamento para as doenças mentais não eram tão eficazes, mas hoje, graças aos muitos estudos, há abordagens mais efetivas sem sofrimento físico. Caso você esteja passando por isso, saiba que não estás sozinho. Procurar por ajuda profissional - psicólogo ou um psiquiatra - não significa que você falhou, mas que você deu o primeiro passo para vencer os sentimentos angustiantes. Não há nada de errado em pedir ajuda!
Apesar de ser uma leitura triste, há lições importantes que nos faz refletir sobres questões pertinentes do nosso dia a dia. É uma obra que, nas entrelinhas, tiramos ensinamentos essenciais que levaremos para o resto da vida. Indico a leitura para aqueles que estejam com o emocional bom, pois há gatilhos que para alguns possam ser difíceis de serem lidos. Mas, para aqueles que se interessar, Sylvia Plath, através de uma escrita impecável, é capaz de nos sensibilizar por um assunto tão triste.
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Bruna.Bandeira 19/03/2023

Mais ou menos...
O início é bem parado e as personagens chatas, mas após uns 25% a história finalmente começa a prender. A partir da crise que a personagem principal passa, a narrativa fica bem mais interessante, mas não imperdível.
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Nyla.Dias 05/09/2022

o fluxo de consciência imparavel
muitas vezes eu me perdia da leitura, por ser um fluxo de consciência bem extenso, mas esse livro mexeu comigo de uma forma arrebatadora, me identifiquei com bastante dos sentimentos relatados pela personagem.
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Larissa Tavares 17/04/2023

?Me sentia muito calma e muito vazia, do jeito que o olho de um tornado deve se sentir, movendo-se pacatamente em meio ao turbilhão que o rodeia.?
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Karen 20/01/2024

Ter depressão não é um morango
Acho que todo livro aclamado gera um medinho no leitor. Especialmente nesse caso. É difícil encarar com distanciamento, quando a gente sabe que o final aberto da obra encontrou a sua conclusão de forma tão triste no mundo real.
Sylvia escreve bem, mas por muitas vezes é enfadonha. E, na minha opinião, é a parte mais relacionavel da história. Ter o mundo inteiro à disposição e não conseguir ser funcional é desesperador. Vamos pouco a pouco nos sentindo sufocados pela redoma de vidro de Esther.
Eu gostei menos do achei que fosse gostar, mas é uma leitura obrigatória para nós, mulheres sob a figueira. Olhar no espelho pode ser desconfortável.
Luana.Khetley 20/01/2024minha estante
Estou há anos desejando fazer a leitura desse livro, mas constantemente alguém me aconselha a lê-lo quando estiver numa fase boa por conter temas delicados. (Isso já tem uns dez ano)


Luana.Khetley 20/01/2024minha estante
Mas essa fase 100% boa nunca chegou e eu nunca li




Liz 02/03/2022

Escrita leve e muito envolvente. A história de Esther vai pairar nas minhas lembranças como uma das melhores experiências literárias que já vivi. É muito mais que um livro. É um relato vivo da verdadeira solidão; é exatamente como estar no olho de um tornado - sob uma redoma de vidro.
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Quel 22/01/2024

Leitura Real
Sylvia Plath consegue colocar no papel emoções que transbordam para o leitor que passeia por suas palavras. O livro é Real. Paupável para além das folhas que passamos. É uma história comovente de uma jovem nos seus 20 e poucos, em busca do seu próprio caminho na sociedade patriarcal, e enfrentando uma dose de processos e doenças mentais que na época eram tratados de forma muito bruta.
Tinha visto que seria intressante ler com meus 20 e poucos justamente por conta dos processos que a personagem passa e narra, e de fato as palavras me atingiram em cheio. Os questionamentos sobre os caminhos da vida. A sensação de ter perdido e desperdiçado muito do que poderiamos ser. O que os outros vêem em nós e o que realmente sentimos que somos, e como tudo isso desagua dentro de nós e faz nosso caminho.
Arrebatador.
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Elitoria 02/06/2021

4 anos...
Vamos dizer que minha jornada com esse livro começou 4 anos atrás, não me
lembro de uma época da minha vida em que eu não estava tentando ler ele.
Então hoje eu terminei ele sem mais nem menos (depois de ter recomeçado ele 4 vezes), e eu não sei como seguir com minha vida, tipo é um livro incrível e pesadíssimo e que devia vir com alerta de "esse livro contém gatilhos".
Só vou dizer uma coisa se você quer ler esse livro esteja preparado e preste muita, muita, MUITA atenção. Ele é narrado em primeira pessoa então a gente tá ali com ela no momento, mas logo ela pula para o passado, e fica tendo umas brisa(eu tô pegando leve ela realmente é muito brisada e poética) cada parágrafo tem uma mudança gigantesca, as marcações de diálogo são diferente do que na maioria dos livros. Eu tava lendo e tinha que voltar umas cinco páginas, porque eu não estava entendendo nada. Talvez seja eu, mas tive que ter muita persistência para ler ele, e valeu muitíssimo a pena.

Não é nada menos que brilhante, me identifiquei muitíssimo com a personagem ( talvez isso seja preocupante), mas duvido que alguém leia e não se identifique. Você fica bem e mal com ele em vários momentos e às vezes tem que dar uma parada, mas cada linha é um petardo.
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Maju 02/12/2020

GATILHO
Mano, simplesmente angustiante. Tô chorando tem meia hora numa crise fodida de ansiedade.
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naoomi 30/05/2020

minha opinião envelheceu feito leite
no meu primeiro histórico eu tava encantada com a história e abordagem, e é possível ficar assim até o final caso decidam ignorar o racismo no livro. o que me parece que fazem de bom grado, já que entre todas as recomendações, elogios que vi, nunca vi uma crítica sobre. MAS como se trata de uma obra e autora de referência feminista, não é de se espantar como ignoram isso
Marina 30/05/2020minha estante
AMEI a crítica. Como não tô afim de passar raiva, até tirei da minha lista.


naoomi 30/05/2020minha estante
agora que você viu meu comentário sobre, acho que vale a pena ler sim. o que me fez passar mais raiva foi estar amando MESMO e me deparar com algumas insinuações e algo muito mais escancarado, o choque estragou minha experiência kkkk




Ju Nancy 31/05/2020

A redoma
"Eu não tinha certeza de nada. Como eu poderia saber se um dia a redoma de vidro não desceria novamente sobre mim, com suas distorções sufocantes?"
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Teusssx 01/07/2021

A redoma de vidro conta sobre uma mulher presa a sua vida sempre se comparando com outras pessoas. Apesar de sua escrita incrível e de suas comparações brilhantes, fazendo o leitor perder o folego, Sylvia põe um racismo gigante em algumas passagens, alem de gordofobia, isso pode ser atribuido a epoca em q ela escreveu esse livro. Esse com certeza é um livro forte e importante q eu n pensaria duas vezes a indicar para alguem.
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stephvms 17/07/2021

esperava mais...
Eu criei altas expectativas pra esse livro, achei que entraria nos meus favoritos, mas não aconteceu.
A escrita é realmente magnífica e foi a parte que mais me agradou no livro. A história é intensa, ainda mais quando você para pra pensar que é inspirada em alguns acontecimentos reais da vida de Sylvia, mas a todo momento eu fiquei esperando ser surpreendida e não fui.
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