O mundo se despedaça

O mundo se despedaça Chinua Achebe
Chinua Achebe
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Resenhas - O Mundo se Despedaça


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Luci 17/02/2023

"O mundo se despedaça" é um livro riquíssimo de detalhes, que nos apresenta à cultura da etnia ibo, situada às margens do rio Níger, na Nigéria. Foi escrito por Chinua Achebe, um escritor nigeriano, daí a sua preocupação em escrever uma história despida de preconceitos e romantizações. Esse é um livro excelente para se praticar a alteridade, deixar de lado o etnocentrismo e aprender mais sobre as práticas e sistemas culturais desse povo.

O livro é dividido em três partes, a primeira nos ajuda a criar familiaridade com os personagens e suas motivações, mas também nos apresenta aos seus modos de vida, seus sistemas de organização política, religiosa e social. Nele, o autor traz de forma muito envolvente alguns dos principais eventos que regem a vida cotidiana da sociedade deles. Há lógica e organização, ainda que nós, com nosso olhar Outro, possamos estranhar.

Um detalhe que gostei muito de conhecer foi a valorização do discursos eloquentes e dos provérbios entre os ibos. Isso está muito presente no livro e tornou a leitura diferente.

Já a segunda e terceira partes tratam do processo de colonização e assimilação dos europeus na África. Essa é a parte em que o "mundo se despedaça", uma vez que os personagens assistem ao seu sistema de organização social se desfacelar em prol daquele que os homens brancos trouxeram.

O autor não romantiza as relações que se dão dentro das etnias africanas, mostrando também a violência e as disputas existentes dentro delas. Isso é extremamente válido, pois é a natureza do ser humano. O protagonista era um homem que viveu atormentado por uma sombra, algemado pelo seu orgulho. Mas foi a farsa da colonização que o destruiu.

Recomendo muitíssimo a leitura, que me acrescentou demais enquanto pessoa.
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Rafa 30/04/2020

Diálogo com a história
? A obra é uma daquelas literaturas autoexplicativas. Seu conteúdo e a narrativa ela mesma (recorrendo aos ditados, interrupções e outras formas de amarrar o texto) ? coisas inseparáveis aqui ? delineiam algo como uma teoria etnográfica: o conteúdo não pode ser descrito a não ser por meio de seus próprios termos. Não recorrerei a nenhuma teoria para explicar o livro, mas gostaria de apontar uma questão a ser pensada futuramente: quanto o mundo apresentado por Chinua Achebe ajuda-nos a pensar nesses outros mundos minoritários e suas ontologias que, até hoje, entram em choque e tencionam com a máquina colonizadora. ?
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Ingrid Bays 21/05/2020

Me senti acolhida por outra cultura. Como é bom ampliar nossos horizontes, nossas concepções! Uma frase define muito a leitura desta obra: "para quem está tudo bem, para quem está tudo bem? não há ninguém para quem tudo esteja bem" (p. 155).
@lendoedestacando
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Val Alves 27/05/2020

"Mas, apesar dessas desvantagens, começara, ainda em vida do pai, a estabelecer a fundações de um futuro próspero. Fora um processo lento e penoso. Okonkwo, porém, se atirara a ele como um possesso. E, na verdade, estava possuído pelo medo da vida desprezível de seu pai e de sua vergonhosa morte."

Okonkwo é o personagem principal de uma tribo africana chamada Umuófia. Na infância ele desenvolveu um completo horror ao pai que, diante dos olhos da aldeia e de acordo com a construção dos papéis sociais dos habitantes daquele povo, era considerado um homem indigno. Sua obsessão era tornar-se o oposto ao que o pai representava para todos. Assim, ele se tornou um dos mais bravos guerreiros; era violento, próspero e influente.
Para quem vem da cultura ocidental muitos dos costumes e crenças do povo africano parecem assustadores, desumanos e pouco civilizados. Mas aí entra o branco colonizador com seus ideais de exploração travestidos pela "missão evangelizadora libertadora" e não se sabe mais quem são os verdadeiros bárbaros...
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Tatiana Patrícia 30/05/2020

Interessante para conhecer uma outra cultura. Coisas que para nós parecem surreais, em outros lugares são normais.
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Malu 06/06/2020

O livro é uma mistura de ficção com pesquisa antropológica. Quem se interessa em saber valores, comportamentos de outras culturas, se interessará por esse livro.
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debroua 11/06/2020

Maravilhoso!
Precisei ler esse livro para um trabalho da faculdade e, sinceramente, foi maravilhoso.
O livro traz a perspectiva do colonizado. A visão dos aldeões acerca do período pré-colonial no continente africano e depois os desdobramentos do processo colonizador. Okonkwo é um personagem profundo e muito bem construído.
Chinua Achebe foi um autor grandioso!
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Jivago 21/06/2020

Acerto de contas com a história
Se Chinua Achebe tivesse parado de escrever por volta da página 25 já seria suficiente para que adentrasse o cânone da literatura mundial. O que o autor conquista nessas páginas iniciais e desenvolve em todo o livro é evidente: humaniza seus ancestrais. Tarefa não tão simples vez que para prosperar deveria encarar séculos de uma escrita branca que operou de forma contrária e onde o relato do colonizador tinha precisamente a função oposta. Achebe, com elegância e leveza, faz um relato abrangente da cultura geral dos povos originários daquele continente e, nesse caso, possivelmente valendo-se da história de seu país, Nigéria. Através do personagem Okonkwo é dado ao leitor a oportunidade de descobrir como um povo pode bastar a si mesmo (não confundir aqui com a ideia inócua de nacionalismo exacerbado): testemunhamos a dinâmica de valores, os cultos religiosos, as relações humanas, a sabedoria ancestral através dos ditados, as celebrações, sua forma de se relacionar entre tribos, de fazer comércio, educar e cultivar a terra. Achebe não procede dessa maneira de forma gratuita. Como bem enfatizou Alfredo Bosi a dialética da colonização carrega uma violência intrínseca que incide justamente sobre esses três pilares: o culto (visando apagar a conexão com os antepassados), o cultivo da terra (expropriando o povo de sua relação com o próprio local onde vive) e a cultura (minando as possibilidades de futuro/continuidade desse povo já que passam a ser educados segundo valores do colonizador). Em suma, "Things fall apart" é a um só tempo resgate da cultura e tentativa de humanização, e relato da destruição predatória e da presença destruidora do colonizador; como tal, vale cada homenagem prestada já que constitui talvez as bases de um esforço crítico que mais tarde se irradiaria e daria forças para que novos escritores continuassem o processo.
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Guilherme Ambrosio 08/07/2020

#03 O Mundo se Despedaça
#03 O Mundo se Despedaça
Autor: Chinua Achebe
Término: 13/01/2020
Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Categoria: TAG

Livro de estreia do autor nigeriano Chinua Achebe (1958), considerado o fundador da literatura nigeriana moderna. Segue a história de Okonkwo da etnia Ibo, famoso lutador, possuidor de rica plantação e pai de família. Escrito em inglês, porém mantém termos originais Ibo.

Nas primeiras partes do livro, cultura e tradição da tribo são mostrados de forma clara e sem prejulgamentos, mesmo que ela envolva a cultura de matar um gêmeo (um espírito dividido). Afinal, para aquela sociedade, patriarcal e espiritualista, tais valores se mantinham.

O mundo começa se despedaça quando os brancos chegam a aldeia, com o objetivo de colonizar e espalhar o cristianismo, fazendo o equilíbrio de costumes da etnia se desfacelar frente às instituições do homem branco, a própria tribo passa a aderir aos novos costumes.

Por mais bárbaro que pareça para nós, o autor busca mostrar o valor das tradições de maneira afetuosa. Compete ao leitor, o julgamento do certo ou errado e o de se manter uma cultura muitas vezes macabra ou se submeter aos desígnios de um povo colonizador que destruirá toda ela.

Citações:

“O homem branco é muito esperto. Chegou calma e pacificamente com sua religião. [...] Agora, ele conquistou até nossos irmãos, e o nosso clã já não pode atuar como tal. Ele cortou com uma faca o que nos mantinha unidos, e nós nos despedaçamos.”

site: https://twitter.com/ambrosionifuji/status/1280901419193729025?s=20
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Rachelz 23/01/2021

Primeira leitura concluída de 2021
"O mundo se despedaça" é o livro sobre a cultura nigeriana com seus rituais, crenças e costumes. E tudo isso foi um choque cultural enorme pra mim, adorei a experiência e me deu uma vontade maior de ler livros sobre culturas diferentes.
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Carla1468 18/01/2024

Resenha: O mundo se despedaça
O enredo apresenta a história da desintegração do povo Igbo pelos colonizadores ingleses,apresentando assim uma diversificação de narrativas: inserindo a verdadeira África e jogando por terra os esteriótipos sobre os africanos e sua terra.

Mostra também como a visão eurocêntrica muda a imagem de um povo,sua cultura,seus costumes, e como a imposição a uma vida aos modos europeus, enfraquecia a valorização das ancentralidades.

Esse livro apresenta inúmeras reflexões sobre a condição humana. Lembrando que uma história sempre tem 2 ou mais lados e suas visões devem ser respeitadas.

Com uma escrita fluida e bela, o autor nos faz participante de cada momento,festa e ocorrido da aldeia e cultura apresentada. Uma viagem a África de uma maneira e uma visão bem diferente da que foi apresentada a nós...

Boa leitura ?
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João 27/07/2020

Forte.
O mundo se despeçada retrata a história de vida de Okonkwo, um dos maiores opositores dos missionários brancos que começam a chegar às aldeias para converter/catequizar e até mesmo ditar um novo estilo de vida nas tribos nigerianas.

O livro tem uma narrativa marca pelo poder e pela cultura. A maneira como Chinua represente a desintegração cultural da tribo de Okonkwo é visceral. É sempre muito bom ter a oportunidade conhecer um pouco mais sobre a cultura da Nigéria. Por mais que seja uma cultura fortemente machista, os elementos femininos dela tornam a situação muito interessante.

O que me incomodou mesmo na leitura foram as 100 primeiras páginas, por mais que elas tenham o propósito de apresentar a cultura e os familiares, a história fica um tanto estagnada. Ao fim da primeira parte da história as coisas mudam, e aí você realmente não quer parar de ler.
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Mari Pereira 13/08/2020

Compreendendo a cultura Igbo
O livro nos apresenta de forma magistral a cultura Igbo e seu desmantelamento a partir da colonização inglesa.
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TatianaTati 21/04/2021

Retrato melancólico de destruição cultural
Fiquei um pouco desanimada com a lentidão da primeira metade do livro, mas insisti. Realmente, é um retrato bastante interessante da sociedade nigeriana em uma época na qual só se conhecia a visão do colonizador. Impressiona também o choque cultural com as tradições de outro país, outro povo, e a deterioração da identidade desse povo com a colonização. Como não haver confronto diante das tentativas de dominação e anulação de seus valores, seus rituais, suas tradições?
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@leitoradassombras 13/02/2020

Muito bom!
No começo achei um pouco arrastado mas depois pegou ritmo e não consegui mais parar. Muito bom ler e conhecer outras culturas. Super recomendo!
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