_mvtl_ 06/03/2024
Vida Roubada
Em 1991, Jaycee Dugard, uma menina de 11 anos, caminhava em direção à espera de um ônibus que a levaria à escola. Contudo, antes que isso acontecesse, ela foi sequestrada por Phillip Garrido, um pedófilo, junto à namorada dele, Nancy. Jaycee foi colocada dentro do carro e levada até a casa dele
Assim, dava-se início aos 18 anos em que Jaycee seria mantida em cativeiro, sendo violentada por Phillip e obrigada a suportar tudo o que ele fazia contra ela
Escrito pela própria Jaycee, "Vida Roubada" são os relatos dela a respeito do que enfrentou ao longo dos anos em que foi mantida prisioneira. Os estupros, as duas gravidez, o medo, a solidão... É um livro que mostra um caso que pode ser chamado de pesadelo ou inferno, ou os dois juntos
Diferentemente de uma obra ficcional, que até pode causar reações similares, ler um livro que fala, de fato, algo real - e assustador, doloroso, horrível... - é completamente diferente; e mesmo com notícias 24h que falam de tudo quanto é merda que acontece no mundo, é impossível não se sensibilizar, ainda mais quando é contra crianças
Mesmo com as descrições postas no papel, ao ler e imaginar o que ela, ainda uma inocente criança, sofreu... Senti como se um abismo fosse me engolir. Pensar na dor, no desespero, na angústia, na agonia, na confusão, em tudo o que Jaycee sentiu e foi obrigada a lidar, ainda sendo uma garotinha... Particularmente, me fez continuar a pensar e ter certeza do quão bosta esse mundo é, e o quanto de lixos imundos habitam este planeta
Ela foi libertada em 2009, e os dois vermes que a roubaram da família e dos amigos dela; que a roubaram da própria vida dela, foram presos.
Jayce, apesar de tudo, por amor às filhas, mantinha-se forte, pois sabia que precisava estar com elas. Outro aspecto que a ajudou foi ter alguns pets (gatos, e até uma ave). Isso a confortava em meio ao caos
Após ser salva, Jaycee narra os eventos posteriores à libertação. O reencontro com a mãe e irmã; com as amigas... A possibildade de, enfim, ter a liberdade para viver a própria vida. Ela também conta, ainda, das dificuldades de voltar à vida, mas é gratificante ler que ela, aos poucos, foi conseguindo suportar tudo o que enfrentou