Beleza e tristeza

Beleza e tristeza Yasunari Kawabata




Resenhas - Beleza e Tristeza


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Julio.Argibay 12/02/2018

Shibumi
Uma estória diferente, com uma pegada bem oriental contendo um tema existencialista de um modo bem japonês, contido. Conforme o posfácio, os personagens principais ficam na esquiva, na surdina, enquanto os coadjuvantes agem destemidamente: ciúme, vingança e paixao dão o tom do romance, sentimentos estes acompanhados de um ambiente dotado de um vazio e um silêncio monasticos. Vale a pena acompanhar.
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saorjean.filho. 30/05/2017

Beleza e Tragédia
Em seu romance "Beleza e Tristeza", Kawabata surpreende os leitores, mais uma vez, com seu talento na arte da descrição e com sua sensibilidade.

Ao descrever os cenários do Japão Clássico que persistem no século XIX, o autor pinta ,com sua esctrita, em nossas mentes essas paisagens de maneira quase pictórica, no modelo clássico da pintura japonesa.

Nessa obra, os sentimentos das personagens são os verdadeiros protagonistas, como é o caso do Amor entre Otoko e Oki.

Esse amor trágico, porém belo, carrega em si o título da obra. Embora essencialmente bonito, esse sentimento carregado pelos antigos amantes não deixa de propagar a tristeza da separação e as dores de Fumiko, Taichi e Keiko.

Ao ler esse curto romance, podemos aprender que os sentimentos e as memórias são similares ao amor entre Oki e Otoko, belos, porém revestidos de tragicidade.

Sem esse final, porém, temo que a obra ficaria incompleta e inconclusiva.

Favorito, sem dúvida!
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VanessadeOliveira 09/05/2017

Choque cultural
Diferente de qualquer livro que eu tenha lido na vida, obviamente porque nunca tinha lido nada do outro lado do mundo. A cultura diferente do autor muda completamente a perspectiva que a gente possa ter sobre o que é um romance, que motivos levaram a isso, porque terminou, porque começou...e eu acostumada a ler obras que se explicam acabei essa sem saber se tinha acabado mesmo. Foi um choque desconfortável chegar a última página e me dar conta que era o fim...fiquei procurando mais paginas em vão. Era isso mesmo que Kawabata queria. Eu o admiro por isso. Frequentemente me senti parte da paisagem descrita, estava no japão, tomei chá amargo, vesti um kimono...mas não sofri com a história, talvez ainda leve um tempo para digerir, absorver o que eu li...senti como se não entendesse nada de amor, e me vi achando meios de resolver os problemas dos protagonistas. Quase um crime. Eles são orientais, os pensamentos são outros, não há essa falsa simplicidade do ocidente. As coisas são tratadas com sentimento,intensidade...beleza e tristeza. Uma dualidade que jamais vi, uma delicadeza perfurante...só lendo pra entender,ou não.
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glhrmdias 13/04/2017

4,0
Impressiona a sutileza com a qual Kawabata narra a história repleta de elementos tensos, afastando de seus personagens qualquer espécie de julgamento enquanto conduz suavemente suas ações, numa costura de situações do passado e do presente que acabam por tornar compreensíveis as vias de fato alcançadas pelo enredo. A ausência de espetacularização dos sentimentos, ainda assim conseguindo expressá-los essencialmente de maneira impressionista, é o que faz do autor um grande autor. Em igual força à do conteúdo, a forma faz explicar o título e fica cada vez mais difícil separar beleza e tristeza.
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José Cláudio 19/12/2015

Kawabata em seu estado puro, uma escrita leve, como que se escrita no "papel de arroz", mas ao mesmo tempo com grande minúcia em suas descrições, principalmente em relação aos templos de Kyoto. Um erotismo que se mistura com diversas situações passadas marca a narrativa desse livro. Recomendo a leitura, apesar de ter gostado mais de Nuvem de Pássaros Brancos.
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Israel145 17/03/2015

Beleza e tristeza é um livro espetacular. A composição da história e dos personagens dá ao título algo que vai muito além dos dois substantivos que o batizam. A intrigante história do escritor Oki passa por uma reviravolta quando ele decide reencontrar 20 anos depois, Otoko, ex-amante cuja vida ele desgraçou. A história da vida dos dois se transformou no maior best seller de Oki, depois dele escrever a versão romanceada do seu caso. Assim como o amor por Otoko se recusava a se dissipar, antigos rancores também e velhas feridas permaneceram abertas.
Otoko deixou de ser a jovem adolescente seduzida pelo escritor sedutor e mulherengo e se tornou uma mulher forte e decidida, cuja vida de pintora fez com que Keiko, sua pupila e eventual amante num sórdido caso de amor lébico, cruzasse seu caminho, tornando-se o verdadeiro amor de sua vida. Acontece que Keiko, conhecedora da versão romanceada da vida de sua mestra e amante, decide empreitar uma bem articulada vingança que fará com que Oki pague pelos seus atos passados e ao mesmo tempo elimine o maior empecilho de felicidade das duas: Oki.
É nessa instigante trama que Kawabata desenvolve seus dois temas, fugindo da simplicidade e caprichando numa ambientação que não se encaixa exatamente no termo “belo” por conta da sordidez e amargura contidas nas páginas do romance. Mas é aí que entra a impressionante capacidade do autor de produzir algo realmente belo sem recorrer aos clichês narrativos que se conhece. Kawabata expõe também o lado psicológico de cada personagem, onde cada qual convive com suas melancolias decorrentes de suas perdas. Otoko perdeu sua felicidade, Oki sua amante, Keiko teme perder Otoko e por aí vai. É essa melancolia e medo do futuro que conduz a ação dos personagens na trama e os alinha num único sentido: o caminho da autodestruição.
É um ótimo livro para quem gosta de narrativas intensas e tem uma admiração pela cultura oriental. Altamente recomendado.
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Kleber 12/11/2013

Vingança e estética sublime
Como diz o prefácio do livro, em Beleza e Tristeza, o que os personagens não falam e não fazem têm tanta importância quanto as falas e as ações propriamente ditas. Longe de ser um livro convencional e totalmente "desrecomendável" para quem está acostumado com fórmulas prontas, livros pré-mastigados, narrativas comuns.

Kawabata se deu a liberdade de escrever o livro como quem pinta um quadro, à vontade, sem a necessidade de dar alguma grande importância para cada pincelada, para cada linha traçada, enfim, vai pintando livremente. Por isso mesmo é difícil definir quem é o protagonista, há uma alternância da importância dos personagens na trama. Eu me arriscaria a dizer que é Keiko, uma das personagens mais fascinantes que já conheci.

Vingança, arrependimento, obsessão, sensualidade, beleza e tristeza. De uma melancolia intensa, intimidadora, e de um final dos mais desconcertantes.
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anabnas 27/10/2012

Tão belo quanto triste
"Beleza e Tristeza" nos entrega uma história envolvente, amarga, delicada, artística, bela e triste, fazendo jus ao título. Kawabata revela uma obra honesta e direta, destacando aspectos inerentes à cultura japonesa, como a delicadeza, beleza, restrição e sofrimento presentes em uma garota vestida com um kimono, o que, na verdade, é refletido em toda sua obra: o que é belo - ou que já foi - passou por etapas de sofrimento e dor, o que diminui e/ou ausenta sua beleza.

Um aspecto marcante da sua obra é a passividade dos personagens que, a primeira vista, tomamos como protagonistas. Quem cria e desenvolve a trama que é tratada no livro são, na verdade, coadjuvantes. É importante ressaltar a personalidade marcante e consistente de todos os personagens envolvidos na trama, sendo que nenhum se mostra menos importante ou menos intenso. Todos possuem seus sentimentos - destaque para o ciúme -, à flor da pele, compatíveis para cada personagem.

Kawabata nos entrega um livro repleto de reflexão. Indico a todas as pessoas que estão dispostas a ler um romance livre das amarras convencionais e, também, que estejam com a mente aberta para absorver e compreender um pouco dos costumes japoneses.
Agora, a pergunta que permeia todo o livro, presente no prefácio do livro (por Teixeira Coelho):
"Mas um romance tem de ser necessariamente uma coisa bela?"
Ju Ribeiro 18/09/2013minha estante
Excelente sua resenha. Certamente irei ler esse livro.




Bete Lima 01/10/2012

que delícia ler Kawabata, é incrível seu dom de descrever os sentimentos humanos!!!!
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ClaudiaOSimoes 17/09/2012

Beleza e Tristeza
“Beleza e Tristeza” é um livro envolvente. O autor Yasunari Kawabata foi vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1968, o primeiro japonês a receber o prestigiado prémio. O autor escreve esta história de forma poética, com diálogos maravilhosos. Os personagens são absolutamente interessantes, com características que me agarram à partida. A Otoko é uma artista de pintura abstracta, Oki o homem por quem teve uma paixão quando tinha dezasseis anos. Ao longo da história vamos perceber que eles ainda estão ligados apesar de manterem relações distintas. Muito acontece, muito fica por dizer.


O autor capta um pouco da cultura japonesa, da pintura abstracta, da beleza na arte de escrever. Unindo de forma impecável as diferentes áreas despertando o leitor para o conhecimento.
Pretendo ler mais do autor, gostei imenso.
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Rafael Stefano 17/08/2012

Melhor livro que já li na minha vida.
É o romance mais lindo que já li. As personagens, são, tipo, fascinantes, sem palavras.
OSMAR 18/10/2014minha estante
Estou quase terminando o livro. É tocante, poético e profundo. Vale a pena ser lido. Fez-me lembrar de outro clássico da literatura japonesa: Naufrágios de Akira Yoshimura que também é maravilhoso.




Puri 27/06/2012

Shibumi
Qualquer comentário meu seria insuficiente face ao belíssimo posfácio de Roberto Kazuo Yokota. "Insuficiência", porém, não é uma deficiência. Tem a ver com o tal "shibumi" mencionado por ele e que perpassa esta obra de Kawabata, cujo significado é difícil de se definir e natural de se sentir. Como toda filosofia oriental.

A insuficiência deste romance se plantou em mim com a força de sua beleza. A falta dolorosa(ou o "vazio"), o esticar a mão até quase romper os tendões... Só para tatear o nada. Descobrir que alimentamos em nosso interior mundos inexistentes, impossibilidades, e que criamos dentro deles nossos romances e pinturas da ausência. Concluir que desenlaces são inviáveis nesta vida tecida por novos enlaces... Foi isso que esta última obra de Kawabata me deixou.

"[...] Que à sua beleza e delicadeza aparentes sejam reconhecidas a restrição e a dureza que as tornou possíveis. Mais, ainda. Que, depois de tanto esforço, de tanta dor, se saiba que tanta beleza se desvaneça, ou já se desvaneceu. Em vão.
Caligrafias da ausência: escrever, pintar o vazio.
É belo. É triste.
Shibumi." (Roberto Kazuo Yokota)
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Ricardo Rocha 21/07/2011

Limite
Há qualquer coisa infantil e terna na escrita de Kawabata. Há tempo não lia num romance a palavra “desvirginada” e seguida de um silêncio tal, que quase se pode ouvir. E isso é verdadeiro mesmo quando entra em cena a estranha Keiko, veículo de sentimentos complexos, perturbadores. A cena da mordida é emblemática: ela morde e não assopra, ele suporta e replica com um carinho.

Kawabata já ensaia uma escrita que vai aos limites do homem, e signifique “limite” exatamente isso.

“Você é o tipo do homem que se pergunta o que os outros pensam, devia ser mais ousado” – o livro gira em torno dessa afirmação, em todos os sentidos, inclusive do da criação literária do protagonista-escritor – é ele um instrumento, como a maquina de escrever, a gráfica e a secretária? Ler literatura japonesa, para nós ocidentais, pode ser muito perigoso.

Pensando bem, infantis somos nós....

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Fábio Valeta 30/06/2011

Terminei ontem e ainda não sei bem o que pensar do livro. A história vai e vem no tempo narrando o romance de um homem casado de 30 anos com uma adolescente de 16, e anos depois, quando ele virou um escritor famoso e ela uma pintora.
A escrita do autor é bem agradável, mas o livro, apesar de pequeno, caminha devagar e o final em aberto só contribui para dar a impressão que faltou alguma coisa.
Mas o título é muito bem acertado. É um livro belamente escrito... e triste.

Esperava mais. Mas pelo menos me deixou curioso para conhecer outras obras do autor.
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