Incidente em Antares

Incidente em Antares Erico Verissimo




Resenhas - Incidente Em Antares


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Talita 23/09/2020

Livro do exposed
Sexta-feira, 13 de dezembro de 1963. É nessa data que acontece o imprevisível incidente na cidade fictícia de Antares no Rio Grande do Sul. Sete mortos, que por razão de uma greve não são sepultados, se levantam de seus caixões e saem do cemitério rumo a praça central da cidade para reivindicar que sejam enterrados dignamente. Dado que, seus perdidos acabam não sendo aceitos imediatamente, a reação dos sete mortos é explanar todos os podres da cidade, principalmente daqueles que são os considerados "homens de bem" como o prefeito, o Coronel e de homens do direito.
Imaginem agora a bagunça que as revelações dos mortos causaram nessa cidade?

Saindo agora um pouco desse resumo da obra.
Incidente em Antares é um livro que precisa ser lido por todos, pois ele trabalha com tantas questões importantes, como a hipocrisia e corrupção na política, a violência policial com os civis, a desigualdade social e o conservadorismo exagerado.
Érico Verrissimo foi perfeito na escrita desse livro, pois fez uma jogada muito interessante, em tratar de forma cômica com um acontecimento fantástico, assuntos que precisam ganhar visibilidade. Acredito que o escritor fez um retrato dos acontecimentos que anteciparam o Golpe Militar brasileiro.

(Provavelmente ainda vou organizar melhores essa resenha)
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Laura 25/04/2023

História, humor e política
Sensacional!
O livro é dividido em 2 partes: a primeira descreve a história de Antares com o panorama de fatos históricos verídicos do Brasil e a segunda o Incidente em si. Com muita ironia e humor, vemos o relato de um incidente curioso e inacreditável: durante uma greve trabalhista da qual os coveiros resolvem participar, 7 moradores que morreram não serão sepultados. Revoltados, os mortos irão "reviver" para exigir seus direitos de uma morte digna e acertar as contas com os vivos. Apesar de ser uma clara crítica às ditaduras da época em que foi escrito (anos 70), o livro segue muito atual.
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Cris 06/05/2023

Político e cômico
O começo do livro foi bem lento pra mim, mas depois consegui pegar o ritmo. pra quem gosta de política, vai gostar bastante desse. muitas situações e personagens parecem extremamente reais e atuais, principalmente por causa das opiniões políticas.

depois da segunda parte o livro fica mais divertido, não imaginava que o incidente seria quase uma invasão zumbi hahaha eu curti mt.
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Nikki 05/12/2020

Incrível demais
Um dos melhores livros q li no ano, sem dúvida. Meu primeiro contato com Erico Veríssimo só me deu vontade de ler mto mais do autor: a escrita é mto fluida, gostosa e super bem humorada!

Já achava a premissa mto cômica, mas não esperava efetivamente rir em diversos momentos, e qndo não estava rindo, ficava frequentemente com um sorrisinho no rosto. Essa proeza Veríssimo consegue mesmo q o conteúdo no fundo seja denso e trágico, afinal de contas, aborda, de maneira ácida, as mazelas do Brasil naquele período da ditadura (mto do q, mto mesmo, infelizmente, continua bem atual - especialmente nestes dias atuais...).
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Marisol 23/12/2020

Crítico e sarcástico
A pandemia causada pelo coronavírus me lembrou uma leitura de 2018: “Incidente em Antares”, último romance de Erico Verissimo, não por motivos de saúde, mas pelo caos gerado. A motivação da leitura, na época, foi a greve dos caminhoneiros (locaute, lembram?) que comprometeu principalmente o abastecimento de combustível no país.

Agora, o surto da doença aguça minha curiosidade por ler mais sobre o assunto, mas também a pesquisar na vida real e na ficção histórias de conflitos.
A obra de Verissimo se passa na cidade fictícia de Antares, na década de 60 (mas o autor começa a narração ainda no fim do século 19, por conta de duas famílias tradicionais e rivais desse local), quando diversos trabalhadores declaram greve, incluindo os coveiros. Sendo assim, sete mortos ficam sem enterro e, indignados, resolvem não descansar e vagar pela cidade em processo de decomposição protestando o direito ao sepultamento.
E no meio de toda a sociedade, eles resolvem ainda contar todos os podres de muita gente dali. Escrevendo assim parece loucura, mas é uma história genial, cheia de ironia e metáforas sobre a sociedade brasileira, principalmente à corrupção e à hipocrisia dos que vivem somente por aparência. Muitos personagens reais fazem parte do enredo, como o presidente Getúlio Vargas.
Um livro rico, detalhado, engraçado e ácido. Vale a pena a leitura.

site: https://www.instagram.com/marisoldeandrade/
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tguedes2 01/02/2022

Antares é o Brasil, o Brasil é Antares
Érico Veríssimo escreveu "Incidente em Antares" em meados de 1970, época do governo de Médici, 4º governo seguido ao Golpe Militar de 1964. O Brasil vivia um grande "conto de fadas político"; vivia sob um véu de fingimento à la George Orwell e seu "Ministério da Verdade" na obra intitulada '1984': enquanto a propaganda entoava uma falsa harmonia social e crescimento econômico fajuto, pessoas eram perseguidas, mortas e torturadas e a imprensa e qualquer tipo de manifestação cultural, artística e política sofriam pesada censura do regime.

Esse livro é uma verdadeira aula de história do Brasil. E ele mostra de forma bastante contundente como a burguesia e elite nacional, nascidas da fraude, da exploração de mão de obra escrava e da crueldade, defendem a manutenção da tradição e dos "bons costumes" por medo da perda de seus próprios privilégios. A defesa da propriedade privada, herdada da roubo e da invasão, é mantida em paralelo com a miséria de milhares. O poder e a propriedade na mão de poucos, fome, degradação, indignidade para o restante. "[...] - E o que me diz da liberdade alheia? E do bem-estar dos outros? - perguntou Martim Francisco. - Ora, professor, que cada qual cuide da sua vida. Quem for mais capaz e mais macho, vence. É a lei do mundo. Sempre foi". Lendo novamente essa citação, me pergunto: mudamos alguma coisa enquanto Nação? Creio que não. Estamos em 2022, mas ainda com um pé no passado.

O incidente que marca a narrativa (a volta dos mortos durante a greve geral de 1963) não é o mais repugnante traço desse enredo. O Brasil anda cheio de Campolargos e Vacarianos, verdadeiros sanguessugas sociais, corruptores da moral e do patrimônio nacional, responsáveis por grande parte dos problemas e violências institucionais sofridos pelo povo brasileiro. Ou isso, ou talvez esse seja o discurso de uma grande subversiva, esquerdista comunista, serva de Moscou (HAHAHA).

Leiam Érico Veríssimo. Talvez um dia alcançaremos aquilo o que ele mais prezava: LIBERDADE.
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Rodrigo 10/02/2021

A burguesia fede!
Uma excelente narrativa que nos apresenta a podridão da burguesia de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul a partir da greve dos funcionários da cidade, inclusive o coveiro, que não enterra os mortos que saem em disparada para exigir seus direitos cristãos.
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BarbaraDSB 11/08/2023

Incidente em Antares se refere ao incidente com os sete mortos que servirá para representar os pecados capitais que desde o início do povoamento de Antares foram demonstrados. O autor utiliza a linguagem simbólica, própria da literatura e da teologia, para possibilitar observar elementos dentro da obra que indiquem a ambivalência da natureza humana, em que o Bem (virtudes) e o Mal (pecados) inevitavelmente coexistem.
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Jefferson Nóbrega 01/07/2022

A face desnuda da elite brasileira
Em dezembro de 1963, uma sexta-feira 13, a matriarca Quitéria Campolargo arregala os olhos em sua tumba, imaginando estar frente a frente com o Criador. Mas logo descobre que está do lado de fora do cemitério da cidade de Antares, junto com outros seis cadáveres, mortos-vivos como ela, todos insepultos.

?Incidente em Antares? de Érico Veríssimo não é apenas um livro de Realismo Mágico, a obra ultrapassa isso e traz na figura da cidade de Antares e de seus habitantes uma crítica à mediocridade da burguesia, do conservadorismo e da política brasileira.

A obra é dividida em duas partes, na primeira temos a história de Antares, uma cidade fronteiriça no Rio Grande do Sul dividia pela guerra entre as famílias Vacariano e Campolargo. Através da vida dos personagens o autor vai passando pela história do Brasil e narrando fatos importantes da República Velha, Era Vargas até o Regime Ditatorial Militar. Na segunda vem o ?Incidente?, onde devido uma greve geral os sete mortos que não puderam ser sepultados levantaram de seus caixões para exigir o direito ao sepultamento. E nessa fatídica sexta-feira 13, os mortos reunidos na praça desnudam toda a hipocrisia, as mazelas, as traições e os crimes da sociedade antarense. As grandes personalidades, membros honrosos de uma comunidade rica e religiosa, têm arrancados de suas faces as máscaras da vergonha.

?Incidentes em Antares? tem ?zumbis?, sangue, intrigas, romance, história do país e críticas, ou seja, é uma obra completa. Particularmente senti na primeira parte que o livro ficou um pouco maçante ao narrar os acontecimentos do país, porém percebi que isso foi intencional do autor, acredito que ele queria que sentíssemos como a vida dessas pessoas, presas em amarras sociais e religiosas, repletas de dias monótonos e chatos.

O livro lançado em 1971 é recheado de críticas bastante atuais, onde conservadores lutam para manter os privilégios da elite e os que buscam um mínimo de justiça social são caçados como ?comunista?, o que nos faz refleti se os erros passados não foram suficientes olhando para onde estamos atualmente.
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Laís 17/03/2021

Os Mortos se divertem (?)
É 11 de Dezembro do ano de 1963. Enquanto a cidade de Antares para ante uma greve geral, 7 mortos levantam-se de seus esquifes insepultos, instalando uma atmosfera de horror na população para um acerto de contas sem precedentes.

Incidente em Antares foi o último romance escrito por Érico Veríssimo, publicado no auge da Ditadura Militar, traz em seu cerne uma crítica à política brasileira e seu modus operandi, o romance classificado como Realismo Mágico/ Fantástico, é dividido em duas partes, a primeira trata de ambientar o leitor à fictícia cidade de Antares, localizada no Rio Grande do Sul, às margens do Rio Uruguai, na fronteira com a Argentina, e também passeia pelo cenário político brasileiro por mais de 70 anos, passando pelos governos de Getúlio Vargas, Juscelino kubitschek, Jânio Quadros, Jango Goulart, e outros. O primeiro que é natural de São Borja - no livro, uma cidade “vizinha” a Antares - chegou a visitar o município com nome de estrela e foi figura central dentro de acontecimentos importantes para a trama, é justamente esse cenário que me fez considerar essa primeira parte de Incidente em Antares como um romance histórico, é uma leitura perfeita para se aprender sobre a política brasileira e o período do coronelismo através da literatura.

A cidade com nome de estrela é palco de acontecimentos surreais ao passo que seus personagens são os mais reais possíveis, refletem as idiossincrasias do homem comum. A busca irrefreável por dinheiro e poder é ilustrada através do antagonismo das famílias mais tradicionais, as “donas da cidade”, os Vacarianos e os Campolargos, simbolizando também a polarização política, se de um lado temos a família Vacariano, que é conservadora, do outro temos os progressistas Campolargos, enfatizando que a disputa das famílias não é só por terras e poder mas por razão política. Outros tipos como o prefeito corrupto, o delegado que abusa do poder, os médicos que encobrem os crimes dos poderosos, o coronel para quem a lei se molda a seus desígnios, assim como os problemas sociais que refletem as mazelas que poderia ser de qualquer cidade do país dão a Antares o realismo que Veríssimo traz com maestria.

Não obstante o enredo com forte teor dramático do livro (7 mortos andando pela cidade em inegável estado de decomposição, atraindo ratos e urubus e espalhando o odor da morte), que cabe dizer, virou série na telinha da Globo, dei boas risadas lendo Incidente em Antares, Érico trás através do humor irônico uma forte simbologia cristalizada nos seus mortos-vivos, personificando a podridão que existe no ser humano em todas as esferas e mostrando que a morte faz todos iguais, independente do status social. Essa leitura marca, por assim dizer, meu retorno à Literatura brasileira, que deixei de lado por um bom tempo e embora a primeira parte do livro em algum momento tenha se tornado enfadonha pelo grande teor político, foi muito importante lembrar das aulas de História do Brasil e ver que de alguma forma e isso eu digo com a maior dor na alma, não mudou muito desde então.
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