Incidente em Antares

Incidente em Antares Erico Verissimo




Resenhas - Incidente Em Antares


509 encontrados | exibindo 226 a 241
16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 |


JAQUELINE.ARGOLO 27/06/2023

"Um libelo pela liberdade"
Além de apresentar uma revisão sobre a história do Brasil, o livro narra o incidente ocorrido pelo impasse da greve, em Antares, que acabou por interditar o cemitério local. Como afirma Maria da Glória Bordini, em seu prefácio, "... Incidente em Antares potencializa seu efeito chocante e seu assalto crítico ao Establishment brasileiro: põe a morte a ensinar a vida, mas mostra-a como inócua, pois os vivos não mudam." Enfim, essa obra apresenta uma análise do nosso país, dando ênfase a liberdade e ao senso crítico, tão fundamentais em toda e qualquer sociedade.
comentários(0)comente



Valério 18/02/2019

Tão incrível que perdoa-se os pecadilhos
Assim como em "O tempo e o vento", maior obra de Érico Veríssimo, "Incidente em Antares" tem a qualidade de trazer a situação política como pano de fundo. E assim aprendemos algo da história política do Brasil, especialmente em relação ao suicídio de Getúlio Vargas e o que o levou a tanto.
Como palco principal, temos duas famílias na cidade de Antares que protagonizam a história (até o aparecimento dos zumbis, é claro, fato que aparece apenas mais para o final do livro).
Até o "incidente", nem mesmo parece que o livro chegará a uma ressuscitação coletiva.
É um livro agradabilíssimo de ler, escrito com primor, com tiradas cômicas de sobra.
Desses livros que sempre me lembrarei. E que, na metade, já tinha me decidido por carimbá-lo como um dos meus favoritos. Pena que no final o autor preferiu heroicizar o movimento comunista, trazendo o mesmo lugar comum que já conhecemos: Todos os comunistas (ou apontados como tal) no livro são gente boa, inteligentes, corretos, humanos, dignos. E todos os que se opõem ao comunismo são pessoas ruins, desonestas, ladrões de casaca, contra o povo, contra o pobre. Um reducionismo lastimável para uma obra desse calibre. Que me obriga a guardar o coração de livro favorito.
É de conhecimento que o artista sábio pode e deve ter suas preferências políticas. E que pode e deve manifestá-las quando bem entender. Mas se tenta trazer para suas obras um proselitismo, ainda mais tão mal escrito, como considerar que todos de um lado são fantásticos e todos os que são do outro lado são criaturas perversas, malignas e vis, é trazer para o que seria um magnânimo livro uma pecha de mal acabado.
Um pena, de verdade.
Mas ainda assim um grande livro. Que seus pecados sejam relevados pela grandiosidade dos momentos em que o autor se preocupar em fazer o que faz melhor: contar histórias. E não pelo que fez porcamente: Proselitismo político.
comentários(0)comente



Luiz 10/07/2023

Incrívelmente - ?Erico Veríssimo?
Terceiro livro lido de Érico Veríssimo, e o verídico é o mesmo dos outros dois -maravilhoso-, a história é sim lenta, mas a escrita é super ágil, não vou falar sobre o enredo porque já é batido, mas, apenas leiam!
comentários(0)comente



Sabryelle Torres 25/05/2019

Na pequena cidade de Antares, os funcionários públicos estão em greve, incluindo os coveiros, mas quando figuras excêntricas e importantes da cidade morrem, quem irá enterrá-las? Dessa forma, os próprios defuntos se levantam para cobrar o que lhes é de direito, além de cada um ter algo a revelar sobre a população antarense.

O que mais gostei no livro foi a primeira parte que conta a história cultural e familiar da cidade de Antares, perpassando por relatos históricos, pela divisão familiar entre Vacarianos e Camporlagos e as curiosidades dessa região. Além disso, também é muito interessante o fato do enredo ter uma ligação com história da política brasileira na Era Vargas, dessa forma os discursos dos personagens, sobre esquerdismo, comunismo são idênticos ao que ouvimos atualmente. Érico foi muito inteligente ao unir esse pano de fundo mais sério a uma história cômica em que os defuntos retornam a sociedade para revelar velhos segredos.

Incidente em Antares é a sátira perfeita sobre a nossa situação política atual.
comentários(0)comente



arlete.augusto.1 19/02/2022

Imperdível!
Fico pensando o por quê de não indicarem esse livro na escola, em vez de tantos outros que fui obrigada a ler e que me fizeram criar um tipo de aversão aos escritores brasileiros. Incidente em Antares é um livro de leitura obrigatória, pois faz uma radiografia das entranhas deste nosso Brasil, válidas em 1963, ano do Incidente, e válidas em 2022, pois nada mudou; ainda temos muitos Campolargos e Vacarianos, donos do poder, que em nome das tradições, da família e propriedade, agarram-se ao poder impedindo qualquer mudança, qualquer progresso, e escondendo todo tipo de vilania. Durante uma greve geral que para a cidade, os mortos insepultos reúnem-se no coreto exigindo ser enterrados e empesteando a cidade com sua fedentina, e colocando às claras todos podres dos homens ditos pilares da Sociedade Antarense, a crise se instala por completo.
É uma crítica à nossa sociedade e à politica vigente, uma crítica à hipocrisia, mas com muito bom humor, além de ser uma aula de história do nosso país.
comentários(0)comente



sharacrstn 23/01/2023

"A vida é um longo hábito. A vida é um vício."
Apesar de ser longo - principalmente a primeira parte -, esse livro conta uma história muito bem construída e pesada. Cada um dos defuntos que se levantam traz uma reflexão diferente e importante consigo.
Assuntos como vida, morte, liberdade, democracia e política são discutidos de forma simples, porém profunda.
E é até preocupante que assuntos que eram problemáticos 50 anos atrás continuem presentes nos dias de hoje, o que só prova que a história do Brasil é um ciclo vicioso que parece continuar mesmo depois de tanto tempo.
comentários(0)comente



tabatatucat 16/02/2023

Começo a ler Erico Veríssimo com chave de ouro. Que obra fenomenal é "Incidente em Antes" e atemporal. Seus personagens ainda são a representação de um Brasil que conhecemos e temos contato na dicotomia política que vivemos hoje. Realmente é um livro de uma crítica sem igual, mas ao mesmo tempo fascinante e divertidíssimo.
comentários(0)comente



tguedes2 01/02/2022

Antares é o Brasil, o Brasil é Antares
Érico Veríssimo escreveu "Incidente em Antares" em meados de 1970, época do governo de Médici, 4º governo seguido ao Golpe Militar de 1964. O Brasil vivia um grande "conto de fadas político"; vivia sob um véu de fingimento à la George Orwell e seu "Ministério da Verdade" na obra intitulada '1984': enquanto a propaganda entoava uma falsa harmonia social e crescimento econômico fajuto, pessoas eram perseguidas, mortas e torturadas e a imprensa e qualquer tipo de manifestação cultural, artística e política sofriam pesada censura do regime.

Esse livro é uma verdadeira aula de história do Brasil. E ele mostra de forma bastante contundente como a burguesia e elite nacional, nascidas da fraude, da exploração de mão de obra escrava e da crueldade, defendem a manutenção da tradição e dos "bons costumes" por medo da perda de seus próprios privilégios. A defesa da propriedade privada, herdada da roubo e da invasão, é mantida em paralelo com a miséria de milhares. O poder e a propriedade na mão de poucos, fome, degradação, indignidade para o restante. "[...] - E o que me diz da liberdade alheia? E do bem-estar dos outros? - perguntou Martim Francisco. - Ora, professor, que cada qual cuide da sua vida. Quem for mais capaz e mais macho, vence. É a lei do mundo. Sempre foi". Lendo novamente essa citação, me pergunto: mudamos alguma coisa enquanto Nação? Creio que não. Estamos em 2022, mas ainda com um pé no passado.

O incidente que marca a narrativa (a volta dos mortos durante a greve geral de 1963) não é o mais repugnante traço desse enredo. O Brasil anda cheio de Campolargos e Vacarianos, verdadeiros sanguessugas sociais, corruptores da moral e do patrimônio nacional, responsáveis por grande parte dos problemas e violências institucionais sofridos pelo povo brasileiro. Ou isso, ou talvez esse seja o discurso de uma grande subversiva, esquerdista comunista, serva de Moscou (HAHAHA).

Leiam Érico Veríssimo. Talvez um dia alcançaremos aquilo o que ele mais prezava: LIBERDADE.
comentários(0)comente



Nikki 05/12/2020

Incrível demais
Um dos melhores livros q li no ano, sem dúvida. Meu primeiro contato com Erico Veríssimo só me deu vontade de ler mto mais do autor: a escrita é mto fluida, gostosa e super bem humorada!

Já achava a premissa mto cômica, mas não esperava efetivamente rir em diversos momentos, e qndo não estava rindo, ficava frequentemente com um sorrisinho no rosto. Essa proeza Veríssimo consegue mesmo q o conteúdo no fundo seja denso e trágico, afinal de contas, aborda, de maneira ácida, as mazelas do Brasil naquele período da ditadura (mto do q, mto mesmo, infelizmente, continua bem atual - especialmente nestes dias atuais...).
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Marisol 23/12/2020

Crítico e sarcástico
A pandemia causada pelo coronavírus me lembrou uma leitura de 2018: “Incidente em Antares”, último romance de Erico Verissimo, não por motivos de saúde, mas pelo caos gerado. A motivação da leitura, na época, foi a greve dos caminhoneiros (locaute, lembram?) que comprometeu principalmente o abastecimento de combustível no país.

Agora, o surto da doença aguça minha curiosidade por ler mais sobre o assunto, mas também a pesquisar na vida real e na ficção histórias de conflitos.
A obra de Verissimo se passa na cidade fictícia de Antares, na década de 60 (mas o autor começa a narração ainda no fim do século 19, por conta de duas famílias tradicionais e rivais desse local), quando diversos trabalhadores declaram greve, incluindo os coveiros. Sendo assim, sete mortos ficam sem enterro e, indignados, resolvem não descansar e vagar pela cidade em processo de decomposição protestando o direito ao sepultamento.
E no meio de toda a sociedade, eles resolvem ainda contar todos os podres de muita gente dali. Escrevendo assim parece loucura, mas é uma história genial, cheia de ironia e metáforas sobre a sociedade brasileira, principalmente à corrupção e à hipocrisia dos que vivem somente por aparência. Muitos personagens reais fazem parte do enredo, como o presidente Getúlio Vargas.
Um livro rico, detalhado, engraçado e ácido. Vale a pena a leitura.

site: https://www.instagram.com/marisoldeandrade/
comentários(0)comente



Laura 25/04/2023

História, humor e política
Sensacional!
O livro é dividido em 2 partes: a primeira descreve a história de Antares com o panorama de fatos históricos verídicos do Brasil e a segunda o Incidente em si. Com muita ironia e humor, vemos o relato de um incidente curioso e inacreditável: durante uma greve trabalhista da qual os coveiros resolvem participar, 7 moradores que morreram não serão sepultados. Revoltados, os mortos irão "reviver" para exigir seus direitos de uma morte digna e acertar as contas com os vivos. Apesar de ser uma clara crítica às ditaduras da época em que foi escrito (anos 70), o livro segue muito atual.
comentários(0)comente



Rodrigo 10/02/2021

A burguesia fede!
Uma excelente narrativa que nos apresenta a podridão da burguesia de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul a partir da greve dos funcionários da cidade, inclusive o coveiro, que não enterra os mortos que saem em disparada para exigir seus direitos cristãos.
comentários(0)comente



Victor almeida catende 26/06/2023

Obrigatória
Obra escrita no período do Regime Militar do Brasil e uma crítica ao mesmo, Érico não era defensor de uma ou outra ideologia, mas avesso a violência praticada por qualquer doutrina política
A obra é dividida em duas partes: histórica e a do Incidente, a primeira percorre toda a historiografia da cidade (fictícia) de Antares, passando em paralelo com o que acontece no Brasil em cada período, a riqueza de detalhes e informações históricas que ele nos proporciona nessa parte do livro é simplesmente incrível, conseguimos ter real noção do que se passava no país, como seu povo se portava e pensava, os choques ideológicos do século XX, comportamento social, político e até mesmo familiar, se prova o sabor de diversos aspectos do Brasil.
Já a segunda parte, que contém a ideia central da obra é do incidente que acontece na cidade no dia 13 de dezembro de 1963 (esse simbolismo do dia 13 de dezembro que Érico usa aqui é pra remeter ao dia em que foi decretado o AI 5 no Brasil) onde a mesma é acometida por uma greve geral que impossibilita até o sepultamento de defuntos, esses que voltam a vida para reclamar seus direitos e no meio desses acontecimentos Fantásticos, Veríssimo se usa pra colocar-nos diversas críticas ao que vinha acontecendo no país.
Não consigo falar mais tanta coisa sem soltar algum spoiler, realmente fiquei impressionado com o que li e um lembrete do quanto nossa literatura é rica, espero que a obra te coloque a par da nossa história e mexa contigo como mexeu comigo.
comentários(0)comente



Laís 17/03/2021

Os Mortos se divertem (?)
É 11 de Dezembro do ano de 1963. Enquanto a cidade de Antares para ante uma greve geral, 7 mortos levantam-se de seus esquifes insepultos, instalando uma atmosfera de horror na população para um acerto de contas sem precedentes.

Incidente em Antares foi o último romance escrito por Érico Veríssimo, publicado no auge da Ditadura Militar, traz em seu cerne uma crítica à política brasileira e seu modus operandi, o romance classificado como Realismo Mágico/ Fantástico, é dividido em duas partes, a primeira trata de ambientar o leitor à fictícia cidade de Antares, localizada no Rio Grande do Sul, às margens do Rio Uruguai, na fronteira com a Argentina, e também passeia pelo cenário político brasileiro por mais de 70 anos, passando pelos governos de Getúlio Vargas, Juscelino kubitschek, Jânio Quadros, Jango Goulart, e outros. O primeiro que é natural de São Borja - no livro, uma cidade “vizinha” a Antares - chegou a visitar o município com nome de estrela e foi figura central dentro de acontecimentos importantes para a trama, é justamente esse cenário que me fez considerar essa primeira parte de Incidente em Antares como um romance histórico, é uma leitura perfeita para se aprender sobre a política brasileira e o período do coronelismo através da literatura.

A cidade com nome de estrela é palco de acontecimentos surreais ao passo que seus personagens são os mais reais possíveis, refletem as idiossincrasias do homem comum. A busca irrefreável por dinheiro e poder é ilustrada através do antagonismo das famílias mais tradicionais, as “donas da cidade”, os Vacarianos e os Campolargos, simbolizando também a polarização política, se de um lado temos a família Vacariano, que é conservadora, do outro temos os progressistas Campolargos, enfatizando que a disputa das famílias não é só por terras e poder mas por razão política. Outros tipos como o prefeito corrupto, o delegado que abusa do poder, os médicos que encobrem os crimes dos poderosos, o coronel para quem a lei se molda a seus desígnios, assim como os problemas sociais que refletem as mazelas que poderia ser de qualquer cidade do país dão a Antares o realismo que Veríssimo traz com maestria.

Não obstante o enredo com forte teor dramático do livro (7 mortos andando pela cidade em inegável estado de decomposição, atraindo ratos e urubus e espalhando o odor da morte), que cabe dizer, virou série na telinha da Globo, dei boas risadas lendo Incidente em Antares, Érico trás através do humor irônico uma forte simbologia cristalizada nos seus mortos-vivos, personificando a podridão que existe no ser humano em todas as esferas e mostrando que a morte faz todos iguais, independente do status social. Essa leitura marca, por assim dizer, meu retorno à Literatura brasileira, que deixei de lado por um bom tempo e embora a primeira parte do livro em algum momento tenha se tornado enfadonha pelo grande teor político, foi muito importante lembrar das aulas de História do Brasil e ver que de alguma forma e isso eu digo com a maior dor na alma, não mudou muito desde então.
comentários(0)comente



509 encontrados | exibindo 226 a 241
16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR