Ana 30/09/2022
Quantas voltas pode se dar num parafuso até quebrar?
Esse livro escrito pelo autor Estadunidense naturalizado inglês Henry James e publicado em 1898 se tornou um clássico principalmente por suscitar diversas interpretações.
Narrado em primeira pessoa, portanto temos uma visão parcial dos acontecimentos, acompanhamos uma jovem que conseguiu um emprego de preceptora de duas crianças numa área rural da Inglaterra. O tio das crianças deixa claro que não quer ser incomodado de jeito nenhum e que a responsabilidade sobre as crianças é completamente dela.
Ela sente um certo fascínio por ele e aceita arcar com esse compromisso. A princípio as crianças são muito educadas e gentis. Mas logo eventos estranhos começam a acontecer. A narradora personagem, que não sabemos em momento nenhum seu nome, começa a ver duas aparições de empregados antigos da mansão, que já estão mortos. A partir daí, nossa protagonista entra numa espiral de angústia e desespero ao tentar proteger as crianças desses fantasmas.
O que James faz aqui é deixar o leitor tirar suas próprias conclusões. Nada é explícito. Nada é evidente. Tudo fica nas entrelinhas, no subentendido, nas sombras.
Daí a possibilidade de muitas interpretações. Pode se encarar essa história pelo viés psicológico, fantástico, social, religioso, entre outros.
É o tipo de livro que a cada releitura percebe se detalhes ocultos e novas nuances.
É interessante ressaltar o título do livro que é uma expressão que significa um aumento de tensão, de pressão, até ultrapassar os limites e quebrar. Quantas voltas é possível dar num parafuso até algo se destruir?
Adorei.