A sucessora

A sucessora Carolina Nabuco




Resenhas - A Sucessora


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Carol 29/07/2023

Impressões da Carol
Livro: A sucessora {1934}
Autora: Carolina Nabuco {Brasil, 1890-1981}
Editora: Instante
200p.

Hoje falo sobre uma das mais famosas polêmicas literárias do país: Daphne du Maurier plagiou, ou não, Carolina Nabuco? "A Sucessora", da brasileira Carolina Nabuco, foi publicado em 1934, enquanto, "Rebecca", da inglesa Dapnhe du Maurier, em 1938.

Em "A Sucessora", Marina, uma menina do interior do Rio, se apaixona pelo rico industrial, Roberto Steen, e se muda para uma mansão suntuosa, na Rua Paissandu. Marina, então, passa a ser assombrada pela memória de Alice, primeira esposa de Roberto que, mesmo morta, faz-se presente em todos os cantos da casa.

Em "Rebecca", a nova esposa do milionário Max de Winter, nunca nomeada, vê-se assombrada pela memória de Rebecca, a falecida esposa de seu marido que, com uma personalidade forte, beirando à perfeição, deixou marcas em todas pessoas com quem conviveu.

Filha do abolicionista, Joaquim Nabuco, Carolina escreveu "A Sucessora", em português e em inglês. A versão inglesa do romance chegou às mãos do agente literário de Daphne e a partir daí tudo é história. As semelhanças, entre os dois livros, são evidentes. Apesar de tudo, Carolina evitou os tribunais e em, 1978, aos 88 anos, revelou ter recusado um acordo com advogados americanos: "Pus minha dignidade acima de interesses financeiros."

Li "Rebecca", antes de saber do imbróglio e de conhecer "A Sucessora". É um dos livros que formou meu imaginário de leitora e tenho muito carinho por ele. Mas, apesar disso, agora, que li as duas obras, meu veredicto é de que não tem como, FOI PLÁGIO, foi plágio pra caramba! Daphne, você foi uma picareta! Apesar de ser uma picareta com grande talento literário, rsrs

Enquanto "A sucessora" vai pelo caminho do drama psicológico da protagonista e passeia por questões sociais, sendo um romance realista moderno, "Rebecca" bebe da fonte do gótico sulista, com sua atmosfera asfixiante. Ambos os livros têm questões problemáticas, se os lermos com os olhos de hoje. Tanto o final de "A sucessora" quanto o de "Rebecca" são de arrepiar a feminista que há em nós. Porém, são dois livros que entretém demais e indico a leitura.

"Rebecca" foi adaptado, para o cinema, por Alfred Hitchcock e, "A Sucessora", para a televisão, por Manoel Carlos. Ambas adaptações de grande sucesso.
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reading.with 08/04/2020

História fascinate
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Leila de Carvalho e Gonçalves 23/04/2019

?Rebecca? É ?A Sucessora? De ?Encarnação?
O romance ?A Sucessora? foi lançado em 1934 e desde então acumula inúmeras edições, entretanto estava fora de catálogo desde 1996. Logo, a iniciativa da Editora Instante de republicá-lo é muito bem-vinda, permitindo a uma nova geração de leitores entrar em contato com o talento de Carolina Nabuco e a polêmica que o envolve.

Representante do modernismo, de prosa intimista e psicológica, o livro exibe da história de Marina, uma jovem recém casada que, ao regressar da lua-de mel na Europa, vai morar na mansão do marido, o rico industrial Roberto Steen.

?Ao entrar no novo lar, ela fica impactada com um imponente retrato de Alice, a primeira esposa de Roberto que falecera poucos meses antes do novo casal se conhecer. A diferença entre as duas mulheres é facilmente notada, enquanto Alice era dona de uma personalidade exuberante e ícone da sociedade carioca, Marina, criada na fazenda da família, sempre levou uma vida simples e distante dos costumes liberais das grandes cidades. A jovem é então invadida por sentimentos de insegurança e inadequação originados das insistentes comparações e até às últimas páginas é impossível prever qual rumo tomará sua vida. Será que o amor entre ela e Roberto resistirá ao fantasma de uma mulher tão especial??

Paralelamente, o romance também exibe um interessante retrato da época. Por exemplo, a falta de perspectiva de uma parcela dos ex-escravos que preferem abdicar da liberdade e continuar servindo seus ex-senhores nas décadas seguintes a Abolição. Porém, também há temas mais amenos, como as festas religiosas na roça e o pitoresco carnaval no Rio de Janeiro, regado a batalha de confetes e a lança-perfume, que não passava de uma brincadeira inocente, isto é, não era inalada e quando esguichada provocava uma sensação fria e perfumada na pele.

Quanto a polêmica mencionada, resumidamente, o best-seller inglês ?Rebecca?, lançado em 1938, foi alvo de especulações por ser muito parecido com "A Sucessora". Investigações apontaram que Daphne Du Maurier, sua autora, poderia ter conhecido a história por intermédio de Victor Gollancz, seu editor. No caso, foi ele quem recebeu e rejeitou a tradução do livro para o inglês, realizada e encaminhada pela própria Carolina Nabuco que sonhava vê-lo publicada no exterior. Todavia, colocando lenha na fogueira, o mesmo tema já fora explorado no romance ?Encarnação", escrito por José de Alencar em 1893. Desta feita, Daphne du Maurier não teve acesso à narrativa, mas dificilmente a romancista brasileira, culta como era, não lera sobre o estranho triângulo amoroso formado por Hermano, Amália e a falecida Juliana. Como afirma o jornalista e estudioso de literatura Cláudio Soares: ?Rebecca" é a "Sucessora" de "Encarnação" e vale a pena conferir.

Finalmente, ?A Sucessora? foi adaptada para telenovela por Manoel Carlos e, produzida pela Rede Globo para o horário das 18 horas, foi exibida entre 9 de outubro de 1978 e 2 de março de 1979. Já, ?Rebecca? foi adaptado para o cinema e, intitulado ?Rebecca, A Mulher Inesquecível?, foi dirigida por Alfred Hitchcock, ganhando o Oscar de Melhor Filme em 1941.

Nota: O livro apresenta capa brochura com abas, foi impresso em papel Polen Soft creme de boa gramatura e tem confortável diagramação. Fontes escolhidas: Arnhem e Adan.cg.Pro.
Débora 23/04/2019minha estante
Eu não conhecia esse livro e nem a polêmica que o envolve. Já quero muito, amei sua resenha


Leila de Carvalho e Gonçalves 24/04/2019minha estante
Vale a pena, estou acabando de reler ?Rebecca?e também vou comentar. Abraços!


Diana Vila 26/04/2019minha estante
Fiquei com vontade de ler.


Leila de Carvalho e Gonçalves 26/04/2019minha estante
Recomendo e depois, leia ?Rebecca?. Abracos!


Daniel 02/04/2020minha estante
Eu gostei deste livro, porem senti falta da governanta maléfica, que no livro se chama Julia e mal aparece... Na adaptação para TV a governanta se chamava a Juliana, interpretada pela formidável Natália Timberg; no cinema, a sinistra Sra. Danvers, que saiu do livro-plágio da Daphne Du Maurier...
Achei que as intrigas desta personagem fizeram falta. Deu saudade da novela, que assisti quando criança.


Angelica75 05/10/2020minha estante
Amei a resenha! Quero ler esse e também Chama e Cinzas que inspirou a novela Bambolê em 87/88 .


Leila de Carvalho e Gonçalves 05/10/2020minha estante
Este último ainda não li. Valeu a dica, grata e abraços!




Daubian 21/04/2020

Uma mulher inesquecível
Impressionante como algumas mulheres são deixadas de lado na história. Carolina Nabuco faz um trabalho excelente retratando a sociedade da época, mas criando um romance pautado por uma obsessão doentia aos modos de Morte em Veneza com umas pitadas de O retrato de Dorian Grey. A forma sutil de descrever a opressão sentida por Marina é feita de modo visceral e muito realista. É uma obra forte, mas muito delicada, assim como Marina. Esta história foi vergonhosamente plagiada em Rebecca, uma mulher inesquecível. Filme que até levou um Oscar. Também por aqui uma novela de sucesso foi feita. Tanto impacto de suas adaptações mostra o poder deste livro. É cada vez mais urgente reconhecer Carolina Nabuco como um expoente da literatura nacional e não esquecê-la jamais.
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fabio.orlandini 17/07/2023

Cada linha pensada...
Adorei o livro, a escrita da autora é algo surpreendente. Concisa, objetiva, parece que cada frase foi moldada e com um objetivo. Muito bom. Um belo retrato do Rio de Janeiro de antigamente, numa história recheada de amor, ciúmes.
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Lorena1155 13/09/2021

spoilers abaixo!



essa leitura foi um pouco decepcionante pra mim. achei que a história se desenrolaria em um suspense ou um terror psicológico com alguma reviravolta, mas reconheço que a culpa foi minha em criar essa expectativa por conta da batalha interna e solitária que a marina cravava com o "espírito" de alice - que em certos momentos parecia vagar dentro daquela mansão. isso me deixou tão intrigada...
mesmo assim, reconheço que a história teve momentos marcantes, pelo menos pra mim;
quando marina se entediava e se cansava dos eventos sociais e dos assuntos banais dos amigos de roberto, eu a compreendi tanto. tudo era tão frívolo e enfadonho. eu sofria com ela, hahaha; e quando marina finalmente foge daquela casa assombrada pela presença constante de alice, eu senti o alívio que ela sentiu. mas ao mesmo tempo eu pensava "por quanto tempo essa tal paz irá durar?", afinal, roberto não iria compreender esse ímpeto de marina precisar ir pra longe do rio de janeiro.
marina é uma personagem forte, acima de tudo. seu amor por roberto tentava de todas as formas mantê-la sã dentro daquela casa, mas a todo momento alguém acabava por lembrá-la que ela não era alice, que nunca seria alice, e nada mais frustrante e doloroso do que não se sentir suficiente dentro daquele que deveria ser seu novo lar. eu torcia para que marina finalmente tivesse coragem de se impor e se colocar como dona daquela casa tanto quanto roberto. e me questionei: por que continuar naquela casa afinal? ou então, por que manter a pintura da falecida dentro da casa? por que mencioná-la a todo momento?
uma falta de empatia e de cuidado que só ricos esnobes conseguem demonstrar. se tivessem o mínimo do bom senso jamais celebrariam lembranças de alice na frente de marina. mas acho que faziam isso para incomodá-la, porque no fundo eles não estavam satisfeitos com a nova "sucessora". para eles, marina não estava à altura de roberto, nem de alice. provavelmente preferiam que roberto permanecesse em luto eterno e jamais se casasse novamente. marina passou tanto tempo nesta batalha injusta contra alice que mal tive tempo de conhecer de fato a marina. o máximo que pude perceber foi seu jeito mais simples de moça do interior e uma certa culpa cristã que carregava graças à sua mãe.
também é um tanto triste pensar que a vida de marina se resumia em ser esposa de roberto e passar dias e tardes tediosas dentro daquela casa imensa com os empregados procurando coisas para se entreter enquanto roberto estava fora trabalhando. claro que roberto não compreende marina, não sabe nada dela, assim como eu enquanto leitora também não consegui saber quem é de fato marina. então pra ele é impossível entender como pode marina não estar feliz vivendo uma vida de "princesa", onde praticamente não há obrigações, apenas servir ao seu marido? realmente é um retrato da mulher da alta sociedade brasileira da época, onde praticamente nada acontece e a sua mente pode ser sua própria prisão. ser fútil é um mal necessário para sobreviver neste meio. e marina não é tão fútil quanto deveria ser para ser deixar encantar pelos luxos e caprichos que essa vida oferece. sobre roberto, mal posso dizer qualquer coisa porque no fim parecia que marina havia casado com alice e não com roberto.
agora estou curiosa para ler a história que plagiou "a sucessora". uma pena carolina nabuco não ter sido reconhecida pelo seu trabalho e ainda por cima ser plagiada (e o plágio ter obtido tanto sucesso). às vezes a vida só consegue ser justa para os trapaceiros, talvez?
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Luma! 18/12/2020

Livro bom. Na história, o ponto chave é a "rivalidade" entre a falecida e a atual esposa, essa aliás vitima das comparações e buscando encontrar seu lugar no meio.
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Maisa 30/01/2023

Interessante
Vou admitir que gostei mais do que pensei que gostaria? tinha muita curiosidade de ler esse livro!

Compensou muito a leitura, a escrita é belíssima.

A edição que tenho também é muito bonita e confortável de ler?
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Bárbara 19/10/2020

Gostei
Porém esperava mais dele. De toda forma é uma leitura que te faz viajar a um Rio de Janeiro de décadas atrás, carnavais antigos e um bom romance águas com açúcar pra esquentar os dias.
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Abeener 02/05/2022minha estante
Ótima resenha ! Fiquei curioso par ler ?




MãeLiteratura 11/03/2021

Gostei!
Um romance de época, escrito por uma mulher à frente do seu tempo. Carolina Nabuco, filha do abolicionista Joaquim Nabuco, nasceu em 1890. Em 1978 recebeu o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto da sua obra.

Marina é uma jovem, que vive com a mãe, na fazenda da família. Ao conhecer o viúvo Roberto Steen, se apaixona e casada, vai morar no seu palacete, no Rio de Janeiro.

Nossa mocinha passa a conviver com o "fantasma" da primeira mulher de Roberto, Alice, a Madame Steen, retratada num famoso quadro.

A trama mostra seu amadurecimento e retrata a mulher da sua época.

Adorei a capa. Edição bonita e muito caprichada da Editora Instante, que sempre arrasa na diagramação.

Publicado originalmente em 1934, A Sucessora ganhou uma adaptação para a TV, por Manoel Carlos, exibida pela TV Globo entre 1978 e 1979. Eu meu lembro de detalhes desta novela.

site: https://www.maeliteratura.com/2021/03/resenha-sucessora-de-carolina-nabuco.html
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- J 03/02/2020

Não é muito o meu estilo, mas é bom
Após casar-se com um viúvo, Marina Figueira, uma garota da roça, terá que enfrentar a pressão de ser tão, ou até mais, querida que a falecida esposa, Alice Steen, no Rio de Janeiro dos anos 20.


A estória não parece muito inovadora, não é? Parece igual "Rebecca: Uma Mulher Inesquecível", um filme de Hitchcock. Pois é, provavelmente foi plágio deles. Existe também um livro chamado "Rebecca", que foi publicado após "A Sucessora" e claramente inspirado no romance tupiniquim. Entretanto, nada nunca foi confirmado. E Carolina Nabuco também nunca assinou nenhuma declaração de que não havia ocorrido plágio, apesar de terem oferecido milhões para que o fizesse. Admissão de culpa? Vocês decidem.


Mesmo assim, a estória não me cativou tanto assim, pois minha personalidade é muito parecida com a de Alice, sendo, portanto, o contrário de Marina. Além disso, não vejo tanto brilho na obra. Prefiro livros mais agitados...


Apesar disso, esse livro me divertiu e me fez refletir um pouco. No início, achamos que "Madame Steen", como é chamada Alice, era uma pessoa perfeita e adorada por todos. Com o passar do livro, porém, percebemos que ela podia ser um pouco esnobe e difícil. Além disso, tem o fato de Roberto, o rico viúvo, reclamar quando Marina toma atitudes similares as tomadas anteriormente por Alice. Não temos como saber o motivo da raiva, já que a narradora em primeira pessoa é Marina, mas não deixo de imaginar que o próprio marido escolheu uma pessoa totalmente diferente de propósito, apesar da esposa anterior encaixar muito mais em seu meio social que Marina.


Creio que, para os curiosos de obras brasileiras, essa será muito boa. Os interessados em romances de época também. Mas, para mim, o estilo não foi tão compatível. O melhor mesmo foi a reflexão sobre como a morte lava seus pecados e defeitos. Isso sim foi muito interessante, e por isso a nota mais alta.


Agora quero ler "Rebecca" e descobrir por mim mesma se foi plágio, inspiração ou coincidência...
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