Ana Paula Paim 08/04/2018minha estanteAcho que todos temos um pouquinho do Pestana (personagem do conto). É muito típico da natureza humana essa eterna insatisfação. Se encontramos o sucesso, queremos o anonimato. Quando somos desconhecidos, queremos reconhecimento... Por outro lado, Pestana é pretensioso, ele sabia que produzindo músicas populares não teria a possibilidade de constituir-se na "atemporalidade dos clássicos", não figuraria na galeria "perpétua da fama", com os grandes nomes que figuravam na sua parede:
Quando o preto acendeu o gás da sala, Pestana sorriu e, dentro d'alma, cumprimentou uns dez retratos que pendiam da parede. Um só era a óleo, o de um padre, que o educara, que lhe ensinara latim e música [...] Os demais retratos eram de compositores clássicos, Cimarosa, Mozart, Beethoven, Gluck, Bach, Schumann [...]