isadora.borsato 13/04/2022
Esse livro transmite uma sensação, quase indescritível, de desconforto e desespero diante da vida. O sentimento sem definição é denominado por Roquentin como uma espécie de Náusea. E de fato, é de embrulhar o estômago.
A crise vivenciada pelo protagonista é tão profunda que alcança níveis físicos, não só no personagem, como também no leitor. É inegável a inquietação que nos assola ao ler suas passagens pelos dias, que contadas na forma de um diário, acaba por nos transportar para o café de Bouville e sua vida monótona.
Roquentin, muito embora seja um indivíduo relativamente jovem, financeiramente estável e sem qualquer real responsabilidade em sua vida, se vê perante a falta de um propósito que o eleve para um estado de excitação e aproveitamento de seus dias. Na verdade, Roquentin não compreende a necessidade de se ter um propósito e, por consequência, não tem qualquer ânimo de buscar por um.
Ele acredita que as pessoas apenas existem sem um verdadeiro motivo para fazer mais do que isso, sendo que, toda a ideia social de ser útil e buscar por algo é ilusória, um falso objetivo atribuído ao indivíduo para que este não caia na triste realidade: o sujeito apenas existe, nada mais.