A montanha mágica

A montanha mágica Thomas Mann




Resenhas - A Montanha Mágica


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Rafaela 28/07/2019

"O homem não vive somente a sua vida individual, consciente ou inconscientemente participa também da vida da sua época e dos seus contemporâneos." (P.42)

"Para um homem se dispor a empreender uma obra que ultrapassa a medida das absolutas necessidades, sem que a época saiba uma resposta satisfatória para a pergunta 'para quê', é indispensável ou um isolamento moral e uma independência, como raras vezes se encontram e têm um quê heróico, ou então uma vitalidade muito robusta."(p.42)

"A malícia [...] é a mais esplêndida arma da razão na lutra contra as potências das trevas e da fealdade. [...] é o espírito da crítica, e a crítica representa a origem do progresso e do esclarecimento." (P.74)

"É a consciência do tempo que ameaça perder-se na uniformidade constante, e que liga laços tão estreitos de parentesco e afinidade à própria sensação de vida, que não se pode debilitar uma sem que a outra definhe também." (P.120)

"O que se chama de tédio é, portanto, na realidade, antes uma breviedade mórbida do tempo, provocada pela monotonia: em casos de igualdade contínua, os grandes lapsos de tempo chegam a encolher-se a tal ponto, que causam ao coração um susto moral; quando um dia é como todos, todos são como um só; passada numa uniformidade perfeita, a mais longa vida seria como brevíssima e decorreria num abrir e fechar de olhos." (P.120)

"E Hans Cartorp viu o que devia ter esperado, mas que, em realidade, não cabe ver ao homem, e que jamais teria crido poder ver: lançou um olhar para dentro do seu próprio túmulo." (P.246)

"Que era a vida? Ninguém sabia. Ninguém conhecia o ponto donde brotava a natureza, e no qual ela se acendia. A partir desse ponto, nada havia na vida que não estivesse motivado ou estivesse apenas insuficiente; mas a própria vida parecia não ter motivo." (P.308)

"Pois a morte não era se não a negação lógica da vida, entre esta, porém, e a natureza inanimada abria-se um abismo por cima do qual a ciência em vão se empenhava em lançar uma ponte." (P.308)

"Que é o tempo? Um mistério: é imaterial e onipotente. É uma condição de mundo exterior; é um movimento mesclado à existência dos corpos no espaço e à sua marcha." (P.384)

"Ora, estabelecer o postulado do eterno e do infinito não significa, porventura, o aniquilamento lógico e matemático de tudo o que é limitado e finito, e a sua redução aproximada a zero?" (P.384)

"Relações assim ampliam o horizonte de maneira inesperada e permitem olhar para o mundo cuja existência a gente absolutamente ignorava." (P.456)

"Mas criem em torno do coração e do cérebro uma couraça de desconfiança. Nunca deixem de opor uma resistência crítica." (P.457)

"[...] - gravem na sua memória que o espírito é soberano, que a sua vontade é livre, que determina o mundo moral." (P.457)

"Mas ninguém que voltasse da morte seria capaz de lhe contar coisas interessantes a seu respeito, uma vez que ela não se percebe. Saímos das trevas e entramos nas trevas. Entre elas há experiências mas o começo e o fim, o nascimento e a morte, não são coisas que notamos, não tem caráter subjetivo; como processos pertencem inteiramente à esfera do objetivo." (P.596)

"Certas aventuras da carne e do espírito, sublimando a tua singeleza, fizeram teu espírito sobreviver ao que tua carne dificilmente poderá resistir. Momentos houve em que, cheios de pressentimentos e absorto na tua obra 'regente'; viste brotar da morte e da luxúria carnal um sonho de amor. Será que também da festa universal da morte, da perniciosa febre que ao nosso redor inflama o céu desta noite chuvosa, surgirá um dia o amor?" (P.801)
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Mi.onofre 07/08/2023

Difícil mas muito bom
Ficar nessa montanha foi longo, foi até um pouco penoso em alguns momentos, mas no final fica uma sensação de perda, ao percebermos que a nossa estadia na montanha acabou.
Porque é assim que acontece, nós nos sentimos na montanha, moramos nela e talvez nem desejamos sair de lá.
Uma leitura difícil, mas muito prazerosa.
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Ana Paula Ferraz 03/03/2020

Lição de vida
todos merecem encontrar a sua montanha mágica durante a vida e esse livro maravilhoso me proporcionou identificar qual foi a minha. Serei eternamente grata a Thomas Mann e à pessoa que me deu esse exemplar.
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Uri 18/06/2020

uma experiência desafiadora
vou copiar aqui a thread que fiz no Twitter, até pra ficar mais fácil quando eu quiser encontrar essa resenha.

finalmente, depois de um mês e meio de leitura diária - leitura essa que li outros 3 livros intercaladamente - finalizei essa história. Claro que para os residentes do sanatório esse tempo não é nada. Afinal, a menor unidade de tempo ali é um mês.
Inclusive consegui ver um paralelo entre a passagem de tempo na montanha e a passagem de tempo na quarentena. os dias são todos iguais ou olhando por outro ângulo, é o mesmo dia que nunca termina. Não foi uma leitura fácil, teve algumas coisas que eu não entendi...como os diálogos entre o Naphta e o Settembrini. O comunista cristão e o capitalista ateu se confundiam em muitos pontos e ME confundiam também skjdkdkd
Mas valeu a pena, parei pra refletir em coisas que nunca tinha pensado antes. apesar dessas dificuldades foi bem proveitoso, vou sentir falta da atmosfera encantada do sanatório. Estou orgulhoso de ter conseguido terminar
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Tiagofas 18/06/2020

Excelente
Livro muito bem encaixado, com narrador em alguns momentos cheio de ironia. Alguns personagens bastante rico e filosóficos. Perto do final, na minha opinião, livro perde bastante qualidade. Entretanto, termina de forma arrebatadora.
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Nicolas29 23/10/2020

Realmente um livro mágico!
Não sei o porque, mas demorei três anos para terminar de ler esse livro e ele é simplesmente incrível! Demorei tanto tempo pq não queria q ele terminasse logo, e óbvio que durante esse tempo eu li outros livros, mas esse processo de três anos e finaliza-lo hj, numa manhã de chuva, com ctz foi uma estadia na montanha mágica kkkkk
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Vinícius 26/02/2021

Calhamaço que vale a pena!
Livro clássico, denso, extenso mas de uma leitura recompensadora! Que jornada, que aventura! Livrão!
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Felipe 18/05/2021

Muito demais...
A montanha mágica parecia muito promissor no início. Tinha personagens interessantes, um cenário que poderia render excelentes tramas... Mas no fim das contas eu achei a história muito... "Demais". Bem arrastada... Senti que o autor tentou nos prender na história pra tentar dizer algo.
Não gosto desse modelo de novela onde os personagens ficam por várias e várias páginas divagando filosoficamente sobre determinado assunto... Não gosto porque nos tenta passar uma imagem que está havendo uma discussão, quando NÃO ESTÁ. O Autor criará uma situação para expor sua visão sempre.

Achei muito parecido com Crime e Castigo do Dostoievski e lamentei porque o fim parecia que poderia render muito mais. - Senti como se a história não tivesse uma trama central.

Afinal de contas, Hans estava ou não doente? Acho que nunca irei saber.

Me perdoem, mas foi isso que pensei.
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elainegomes 26/07/2021

Montanha Mágica

Sem dúvida foi o livro que me exigiu uma enorme dedicação, não foi fácil, mas valeu muito a pena!

Foi um livro que me provocou sensações físicas, definitivamente um livro sensorial.

Terminei o livro, mas tenho a impressão que ele não vai terminar tão cedo em mim, me pego pensando e refletindo, e ele melhora a cada dia.

Abaixo vou tentar organizar tudo o que senti, será tão longo quanto necessário, paciência.

A Montanha Mágica - Microcosmo chamado de mundo lá de cima em contraponto ao lá de baixo, a planície. Que reproduz a decadência europeia no pré 1a Guerra.

Somos convidados a subir a montanha, e sofremos com seu ar rarefeito, com a letargia convidativa em se passar uma vida horizontal, particularmente, passei a sentir inclusive os efeitos entorpecentes do ser febril, quase congelei com o frio ora seco ora úmido da neve.

Na Montanha Mágica, o tempo corre diferente, 7 minutos passam lentamente enquanto 7 anos em uma rapidez inexplicável.

Lá o tempo até pode parecer estar suspenso, mas as emoções não são interrompidas, e no mundo de cima, nosso personagem Hans Castorp aprendiz da vida, nos ensina a beleza da morte.

E recebe valiosos ensinamentos de quatro personagens, dois deles antagônicos e brilhantes, Settenbrini o iluminista revolucionário, Naphta o reacionário, que doutrinadores amantes teóricos e sedentos em ganhar atenção exclusiva de HC, por outro lado e completamente distante de teorias humanísticas, socialistas ou niilistas temos Peeperkorn que lhe ensina que a vida deve ser vivida plenamente e temos obrigação de tirar dela o prazer de viver e em complemento temos Clawdia Chauchat que ensina a amar.

Assim acompanhamos HC crescer e amadurecer, e quando se encontrava completamente adaptado ao seu novo modo de vida e absolutamente desconectado à vida anterior da planície, o mundo lhe sacode, verdades absolutas (de outros) roubam todas suas certezas, e eu a leitora, que tanto sofri e aprendi com todos os ensinamentos me pergunto, para que serve tanta teoria, se no final fazemos parte da engrenagem de um grande relógio, que quer você queira ou não vai girar, levar o tempo, e te carregar.

Sinto que ainda virei aqui editar, e acrescentar impressões, afinal Montanha Mágica merece um diário de toda experiência experimentada.
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Ro 09/06/2022

Note to self: impossible!!!! Coisa mais chata! Tentei ler ao longo de 10 anos!!! Thanks to YouTube dramatization I could do it!
ROSANA_79 25/06/2022minha estante
Eu estou lendo e com uma impressão de que algumas obras são superestimadas. Alemão, Thomas Mann é sensacional, um clássico, mas estou extremamente frustrada. Estou acostumada a ler calhamaços, mas está doendo elogiar esse livro. Memórias Póstumas de Brás Cubas é repleto de crítica e análise social sem perder o compasso. Tenda dos Milagres é uma aula de sociologia sem perder o fôlego. As comparações são inevitáveis.




Nietzsche2 04/06/2023

A montanha nem tão mágica
Lido finalmente ?A Montanha Mágica? de Thomas Mann.

Hans Castorp é um jovem que decide visitar seu primo em um sanatório internacional para tuberculose. Inicialmente seu objetivo era passar apenas três semanas, porém as várias coisas desse local o fará mudar de ideia e de vida.

Comprei a Montanha Mágica em 2020, mas deixei pra fazer a leitura depois e fui adiando. Até que finalmente decidi que já estava na hora. Porém já não sei se o momento era esse?

Com mais de 800 páginas a história se desenrola no seu próprio ritmo. A base do livro é sobre o Tempo, tudo é extremamente descritivo, extenso e monótono.
Aos poucos vai sendo apresentados os personagens e dentro deles tem um que me foi o mais insuportável, sr. Settembrini, personagem que traz toda a questão filosófica da obra. Quando ele aparecia em cena eu já revira os olhos porquê sabia que iria vir várias páginas de conversas com pensamentos que não levavam a nada.

Aqui temos bastantes divagações, onde inúmeras páginas adere a temas existenciais de forma até um pouco complicadas de entender. Tem uma digressão de BIOLOGIA que é surreal de tão chato.

Tenho consciência que o Thomas Mann tinha controle total do que estava escrevendo e de como queria que tudo fosse contato. É notável que todo custoso é proposital, porém isso não me quis dizer que foi interessante, na verdade apenas me foi desgastante.

Eu amei o Hans, peguei um carinho por esse personagem e até queria mais dele, entretanto parece que aos poucos o próprio personagem vai se apagando e se perdendo nessa coisa do meditar, da viagem moral, das religiões e consultas..

De fato existe momentos super interessantes, ocasiões que são um deleite de ler. Porém passado as 500 páginas eu senti um cansaço enorme, já estava fadado de tudo aquilo. Acabou que me obriguei a terminar a leitura como um dever. Pensei seriamente em abandonar.

E quanto mais avançava mais arrastado ficava.. não acabava nunca!
Considero um dos livros mais desafiadores que li, não pela escrita, que chegar até ser tranquila. Mas por ser super arrastado, enfadonho e conter diversas conversas prolixas tornando a conclusão da leitura um penar.

E ?Honey, tipo assim?, não tem nada tão diferenciador a ponto de precisar ser tão grande, no final a mensagem poderia ter sido dada com menos páginas.
Não devo ter entendido as muitas referências do livro à várias obras de clássicos, de músicas e de filósofos. Caso tivesse entendido poderia ter sido sim uma leitura mais confortável e prazerosa, mas duvido muito que teria acrescentado algo de ?volúpia? e inovador que teria me dado um resultado uma grande diferença.
No fim, a mágica da montanha era sobre o leitor conseguir terminar de ler tudo isso.

Razoável.
Nai 25/07/2023minha estante
Fiquei chocada pois essa resenha poderia ter sido escrita por mim!
Concordo em TUDO. Inclusive eu revirava os olhos quando aparecia Settembrini ou Naphta.
Amante dos clássicos que sou, fiquei triste por não ter gostado desse. E olha que sou Bióloga com especialização em História e Filosofia da Ciência (GRITO). Comentei desse capítulo de Bio para meu marido, justamente pois foi uma digressão muito aprofundada. Jesus.




Arthur Sanches 07/07/2021

A montanha mágica é um convite à Europa pré Primeira Guerra, às discussões filosóficas, especialmente em relação ao tempo.

Quando o único tratamento para a tuberculose era descanso e ar rarefeito, Thomas Mann interna suas personagens em um sanatório (na época esse era o nome) numa região elevada da Suíça e lá, sob os olhos de Hans Castorp conhecemos personagens únicos que debatem dentre vários assuntos a direita e esquerda, capitalismo e igreja, tortura, superstição e ciência, tirania e liberdade e também o amor, principalmente o platônico.

Outro aspecto único deste livro é seu narrador que claramente vive no pós guerra e retrata fatos de uma Europa pré ebulição.

A subida à Montanha Mágica não é fácil, requer empenho e dedicação, mas a vista e a caminhada recompensa todo o esforço.
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Ebenézer 26/11/2020

Um livro desafiador
Enfim, concluí não sem muito esforço A Montanha Mágica, de Thomas Mann.
Obra longa, densa, complexa, hermética.
Vários níveis de leitura, muitas abstrações, filosofia na veia, cultura ampla e contexto tão vasto.
Muito difícil (extremamente) acompanhar com segurança o raciocínio fino e a lógica aguda do autor.
Chego, pois ao fim da leitura da Montanha com uma sensação de incapacidade intelectual atroz...
Todavia, diante dessa falta de inteligência, ergo a cabeça e sigo avante e confiante, me valendo do testemunho do autor Thomas Mann, que, em ?razão dos detalhes e densidade composicional? de sua obra, sugeriu de modo claro aos estudantes norte-americanos em Princeton, um procedimento ao apresentar o seu romance:
?Que devo dizer sobre o próprio livro e sobre como ele deve ser lido?
De início, uma exigência bastante arrogante, qual seja: a de que se deve lê-lo duas vezes. A quem conseguiu levar o Zauberberg uma vez até o fim, aconselho que o leia uma vez mais, pois a peculiaridade de seu feitio, seu caráter composicional, propicia que o prazer do leitor se eleve e se aprofunde, na segunda vez?
Portanto, vou me animar para a segunda leitura, ainda.

"...a quem conseguiu levar o Zauberberg uma vez até o fim..."??
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