Bartleby, o escriturário

Bartleby, o escriturário Herman Melville




Resenhas - Bartleby, o escriturário


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Samantha @degraudeletras 28/12/2021

“O absurdo não liberta; amarra“ Albert Camus
Bartleby, o escriturário: uma história de Wall Street foi a primeira publicação de Melville após Moby Dick e saiu no periódico Putnam’s em 1853.

Esta obra é narrada por um advogado que trabalha com escrituração e possui três funcionários de personalidades bem distintas. Diante do aumento das demandas, ele resolve contratar um novo escrevente, então Bartleby é contratado. A figura do jovem logo chama a atenção de seu patrão “[…] Ainda hoje sou capaz de visualizá-lo – palidamente limpo, tristemente respeitável , incuravelmente pobre!”p. 27

Logo nos primeiros dias de trabalho, Bartleby se mostra diligente em suas atividades, copia os documentos com todo esmero possível, é o primeiro a chegar e o último a sair, não sai da mesa nem para comer. Tudo caminhava bem, até que ao ser solicitado pelo Advogado para realizar uma tarefa, responde com “Prefiro não fazer”.

A partir dessa recusa, o advogado começa a olhar Bartleby de maneira mais atenta, a apatia em relação à vida é o que sobressai. Até mesmo o uso do “Prefiro não fazer” demonstra a falta de imposição, de querência, ele não chega a não querer, apenas prefere.

A presença de Bartleby começa a incomodar a todos, aquele ser inerte que prefere não realizar atividades e que se alimenta apenas de bolinhos de gengibre parece apenas esperar pela passagem do tempo. O advogado tenta demitir o escriturário, mandá-lo embora, mas ele permanece ali.

A falta de informações sobre o passado, os anseios e os pensamentos do jovem incomoda a todos e levanta várias incógnitas ao leitor. O mais interessante é que esse ser apático desperta no advogado certa preocupação, a história, sem reviravoltas ou explicações, beira ao absurdo, a rotina do escritório é abalada de maneira sutil e inesperada.

Logo no início da leitura lembrei de Dickens, pela narrativa fluida e bem humorada, em seguida a história caminhou para características kafkianas e, ao final, posso resumir Bartleby na frase de Albert Camus: “O absurdo não liberta; amarra“.

site: https://degraudeletras.wordpress.com/
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mainarabooks 27/12/2021

Acho melhor não
Nessa edição, a capa vem costurada e as páginas grudadas, ou seja, para ler é necessário cortar cada uma delas. Assim como na história é preciso ter paciência com o personagem, também é indispensável para ler o livro.

Escrito há mais de um século, faz referência com outras obras e pode ter diversas interpretações. Nessa minha primeira leitura, associei com escravidão.

O narrador é um advogado de Nova York, que contrata Bartleby para realizar atividades de escrivão e copista, mas com o passar dos dias se recusa a realizar qualquer uma delas com a seguinte frase: ?acho melhor não?.
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Sérgio 21/12/2021

?I would prefer not to.?

Um ato revolucionário? Uma resistência transformadora? Ou uma desistência sonhadora? Um se dar conta de toda ilusão que engendramos para seguir a cada dia à espera do grande encontro final?

Muitas interrogações, mas quem não preferiria não?
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de Paula 17/12/2021

A interpretação está disponível ao gosto do leitor
Mais um daqueles livros que trazem uma conotação de vida em meio a páginas de um livro curto e direto. Já tinha visto a edição da Cosac, que tinha todo um trabalho artístico para reforçar a vida na Rua do Muro (Wall Street) e como as pessoas podem se afetar com a vista das janelas de um local sem perspectiva de vida, luz solar ou natureza.

O narrador é o advogado dono do escritório que emprega alguns escrivães no século XIX, considerando que não existiam máquinas de fotocópia e muito menos computadores, esses profissionais tinham o ofício de transcrever a mão, com caneta - ou melhor, tinteiro, as informações necessárias para os processos judiciais e casos advocatícios. Ele contava com dois ingleses bem peculiares, cujo os apelidos eram Turkey e Nippers, o primeiro era excêntrico na parte da tarde e o segundo expressava seu jeito único pela manhã. Além deles, tinha um garoto de 12 anos que o pai queria que aprendesse o ofício da lei e por isso ajudava os demais, respondia por Ginger Nuts.

Não bastando essas pessoas, ele contrata um novo copista, Bartleby. Um homem sério, calado, que faz muito bem o seu trabalho de copiar, mas é só. Não obedece a nenhum pedido do patrão, começa a morar no escritório e decide que não quer mais trabalhar depois de um tempo, ficando a olhar para as paredes a todo momento. O patrão enlouquece, tenta de todas as formas se livrar do indivíduo sem passado e sem futuro, que responde sempre: "Eu prefiro não".

Sem mais alternativas, o advogado muda de escritório, mas permanece conectado ao estranho homem. O final é bem triste, mas possui uma interpretação do narrador para as atitudes do rapaz.

Na minha opinião, temos em mãos um livro sobre uma pessoa autista que viveu numa época que ninguém o compreendia e por isso era tão difícil entender sua postura, que aparentava mais rebeldia do que era de fato. Percebi isso quando Bartleby trabalhava com afinco e incansavelmente, o foco que muitos autistas tem e por isso tem a propensão de serem bem sucedidos. Só que isso é inconstante e pode mudar, mas a segurança que o escritório transmitia a ele era o que precisava, sem entender as consequências. Porque todos não deveriam ouvir sua preferência? O mundo é um lugar confuso. Deixando claro que não sou especialista no assunto, mas o que eu li em ficção ou assisti em filmes me leva a crer que a história tem esse viés, mesmo que o autor não entendesse isso na época.

Há quem interprete a liberdade do personagem, ou até mesmo a depressão, de qualquer modo, acho que está aberto a todo tipo de interpretação. O que levo dessa história de Melville é que não temos o controle de tudo e a sensibilidade humana pode ser afetada por respostas inesperadas, provocando as mais diversas reações. Vale a leitura! E como diria Rory Gillmore, esse é o meu primeiro Melville.
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Natalia 11/12/2021

"Eu prefiro não fazer"
Livro extremamente rápido de ler, engoli de uma vez só. Me senti irritada e principalmente confusa em muitos momentos, mas o final me deixou sem palavras. Recomendadíssimo, principalmente na realidade em que estamos vivendo.
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Joao366 10/12/2021

"Ah, Bartleby! Ah, Humanidade!"
Se acaso alguém perguntasse a Bartleby: "Gostaria de fazer a resenha deste livro, Bartleby?" Certamente ele responderia como sempre responde qualquer questão: "prefiro não fazer".
Mas como não sou Bartleby, não posso deixar de falar, ainda que brevemente, dessa novela.
Todos os personagens possuem uma excentricidade genuína, mas o escrivão supera qualquer tipo de excentricidade já existente ou descrita.
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Paiva 10/12/2021

Preferia não fazê-lo...
Como Bartleby é integridade tão intrigante q fiquei com vontade de chocalhar ele pelos ombros e gritar: qual o seu problema?!?!?!
É uma leitura muito dinâmica pq não dá p parar até saber q fim vai levar esse escrivão q prefere não fazer nada. Não era o fim q eu esperava, mas vale a pena o percurso até lá.
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Érica Kuffel 06/12/2021

"Preferiria não fazer"
Céus, terminei a leitura ontem, mal sei o que dizer e pensar... Inexpressivél. Mas fica aí uma frase:

"Eu podia dar esmolas a seu corpo; mas não era o corpo que sofria e sim a alma, só que esta eu não podia alcançar."
Érica Kuffel 06/12/2021minha estante
Inexpressível*




Renatinha 04/12/2021

Volte depois, por favor
Uma estudante de psicologia me emprestou para lê-lo depois de uma trabalho. Não dava nada por ele. Nem de longe. Não pensei que fosse rachar minha cabeça e querer me fazer explodir.

Sem spoiler aqui. Apenas pergunto em qual das próximas categorias você está:
1) Ama
2) Odeia
3) Nunca ouviu falar

Te convido a ler este livro. Depois volte aqui e me responda em qual das duas primeiras opções você está. Eu mesma ainda não decidi.
plxsrh 29/12/2021minha estante
1




Paula 28/10/2021

?OK?
É um conto interessante, mas não achei assim tão incrível. Talvez não seja o momento é no futuro eu possa reler e ver se ?capto? mais alguma coisa. ?
Carla Verçoza 29/10/2021minha estante
"Prefiro não", hehehe. Eu gostei, achei interessante demais.


Paula 29/10/2021minha estante
Hahah queria ser Bartleby na vida.




Tainá.J 26/10/2021

Clássico!
Fazia anos que queria ler esse livro e, finalmente, devorei em uma noite!
?
Deu muito o que pensar! Não esperava por esse final. Reli algumas vezes as últimas páginas.
Depois fui pro YouTube, assistir alguns comentários de outros leitores, e achei inclusive, uma palestra da Associação de Psicologia de Porto Alegre, falando sobre a obra!
?
Além disso, estou guardando algumas frases do Bartleby, para testar assim que possível, e observar as reações!
??
Um clássico que vai ficar um bom tempo rodeando minha mente!
??
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Patricia Pietro 25/10/2021

A obra retrata a maneira pela qual as circunstâncias da vida e do ambiente em que vivemos moldam nossa percepção sobre o mundo. Bartleby "levemente arrumado, lamentavelmente respeitável, extremamente desamparado" foi mudando aos poucos dentro daquele escritório pequeno, com vistas para uma monótona parede de tijolos desgastados. Essa parede, a qual ele passa a se deparar todos os dias, não dá espaço para a visão da realidade, e muito menos para a imaginação. Esconde as belezas da vida e da natureza, pelas quais vale a pena viver.

Assim transformado, ele começa a transformar aqueles que estão ao seu redor. Pouco a pouco, as excentricidades do protagonista foram sendo aceitas por seu empregador e colegas de trabalho. O ápice disso foi a incorporação das palavras incessantemente repetidas pelo escrivão "acho melhor não" no vocabulário deles. Essa situação cômica prova, sob outro ponto de vista, a mesma coisa: o ambiente, as pessoas, as circuntâncias que vemos, lidamos ou experienciamos na vida nos transformam. Quer seja para o bem, quer seja para o mal.
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Lorena 03/10/2021

Um homem que se posiciona contracorrente
Esse livro me fez pensar como é que reclamo tanto da ordem vigente e, quando me deparo com uma criatura fictícia, sinto raiva por ter um posicionamento resistente.
Não sabemos exato qual era a intenção do personagem principal. Mas é certo que ele sabia dizer "não" quando era essa a melhor resposta a ser dada, na sua concepção.
O texto é leve e a narrativa flui bem. Não é, no entanto, simplista. Os muros que Bartleby impõe narrador talvez sejam menos agressivos do que aqueles que a sociedade nos impõe - a diferença é que já são socialmente aceitos.
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@li.varal 30/09/2021

Ótimo esse conto. Fiquei com vontade de ler depois de ver uma citação à frase "I would prefer not to" em um post no Instagram. E a frase é o núcleo da história. Bartleby é contratado para trabalhar em um escritório, e simplesmente se recusa a cumprir algumas tarefas. Eu li o texto e imaginava o Larry David como Bartleby, fazendo uma careta e achando melhor não. Vi que algumas edições usaram a tradução "Eu preferia não fazer". Essa da Irene Hirsch foi de "Acho melhor não".  A edição é caprichada e inusitada: a capa vem costurada e as páginas precisam ser abertas!
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Ryanne 28/09/2021

Curioso
Livrinho pequeno que despertou a minha curiosidade. Não consegui parar de ler até acabar. Ótima opção para curar ressaca literária. Recomendo.
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