Resenhas - O Crime do Padre Amaro

LetAcia811 23/07/2023

O Crime do Padre Amaro
Com a morte do pároco da cidade de Leiria, o padre Amaro é mandado para o cargo na igreja local e fica na casa da senhora Joaneira uma religiosa da cidade. Amaro se encanta com a filha de senhora Joaneira, Amélia e desperta ciúmes no pretendente da jovem.
Este livro me pegou desde as primeiras páginas, eu particularmente gosto muito de leitura de clássicos e obras mais "antigas" então não foi nenhuma dificuldade.
Os personagens são todos muito bem desenvolvidos, muito bem amarrados os seus finais, a trama de algo que parece inverossímil nos coloca com mais vontade a terminar a história. Confesso que o final achei muito vago e esperava uma atitude diferente do padre, visto o que aconteceu, mas também condiz com as atitudes de Amaro ao longo da história.

Lidiany.Mendes 21/07/2023

Intensa crítica social
Eça de Queiroz narra com maestria a história do Padre Amaro, desde sua infância como protegido de uma nobre senhora e depois na casa de um tio e, mais tarde no seminário e a vida como padre.
Um padre por necessidade e não por vocação. É assim que pode ser definido o Padre Amaro.
Em Leiria conhece a iludida e inocente Amélia. Seus caminhos se cruzam e, em razão disso, muitas vidas são afetadas.
O autor faz uma intensa crítica ao comportamento dos homens da Igreja na sociedade, bem como tangencia temas sociais do tempo em que viveu.
Uma obra rica, muito bem escrita e que merece ser conhecida.

Lucas1806 19/07/2023

Um romance trágico, uma ode ao humanismo do novo século.
"O crime do Padre Amaro" é talvez o livro mais polêmico de Eça de Queirós. Publicado em 1875, gerou controvérsia entre o clero, devido a seu teor subversivo e questionador dos dogmas religiosos vigentes.

A história gira em torno de Amaro, um jovem convencido a se tornar padre contra sua vontade, que torna-se pároco da pacata cidade de Leiria. O grande conflito moral surge quando Amaro e a jovem Amélia apaixonam-se mutuamente, paixão essa que entra em conflito com o celibato obrigatório dos sacerdotes católicos.

Durante extensas passagens, Eça de Queirós utiliza determinados personagens como porta-voz de suas próprias opiniões a respeito do embate entre a moral religiosa e a razão. Apela para o racionalismo humanista, a construção de uma moral laicista surgida principalmente durante o Iluminismo. Escancara a hipocrisia dos setores mais conservadores da sociedade de sua época, mostrando mesmo os que se julgam incorruptíveis e moralmente superiores não estão imunes a sentimentos e instintos inatos à natureza humana.

Entretanto, longe de um panegírico ao ateísmo, o romance mostra certas opiniões favoráveis a fé cristã - como nos monólogos internos do trágico heroi João Eduardo, crítico contumaz do clero conservador, mas admirador do Jesus histórico, o amigo dos pobres e desafortuados. O abade Ferrão, consolo de uma deprimida Amélia, representa o bom sacerdote, defensor de um Deus misericordioso, paternal e acolhedor, em contraposição ao Deus vingativo e autoritário remanescente do período medieval.

Ao final do romance, são mostradas representações das mudanças sociais que ocorriam na época - rumores sobre a Comuna de Paris, os movimentos socialistas da classe operária, o sufragismo, e o anseio da nova geração por um Estado laico, racionalista, sem interferência da Igreja. Em termos de enredo, o romance termina com um gosto amargo na boca, mas em plano de fundo, no melhor estilo narrativo do realismo, é deixada uma nota de esperança. De maneira sardônica, os clérigos prestam reverência ao velho mundo e suas intolerâncias inflexíveis, ao mesmo tempo em que as mudanças agitam o tecido social e os raios de um novo amanhecer despontam no horizonte, prenunciando a renovação e vinda de um novo ciclo da História.

Elisa Cristina 17/07/2023

Uma grande crítica ao clero
Bom, pra começar, muitos pontos me irritaram neste livro, tais como a enorme descrição de pontos que não tinham a menor importância para a história, diálogos mais inúteis e a forma como tudo é tratado. Sim, é uma enorme crítica ao clero, porém acho que exagerou um pouco, Eça deixa implícito que todos os padres e todos os membros da igreja estão descontentes com seus postos, como se todos fossem obrigados a seguirem a carreira eclesiástica, acho que o erro dele foi generalizar.
Achei interessante a forma como o livro começa com um pequeno problema que se transforma numa cadeia de problemas que não parece ter solução, uma série de escolhas e decisões erradas tomadas por ambas as partes. Eu só queria entrar dentro do livro e sacolejar a Amelia para que ela parasse de cavar o próprio túmulo saindo com o pároco, e tinha vontade de esbofetar o Amaro, que se mostrou um homem sem alma alguma.
O final do livro é bem interessante, terminou da forma que não é o esperado, Amelia morre, de uma forma um tanto quanto duvidosa, não fica explícito quem ordenou sua morte ou se foi por conta do parto, o filho deles é levado pelo Amaro para uma mulher que mata os bebês recém nascidos. E depois de tudo isso?Amelia e o filho morrerem e colocarem sua família na miséria e na tristeza, Amaro sai ileso, morando em outra cidade, namorando e sem nenhuma mancha do seu passado, aquele que custou a vida de uma mulher, que ele dizia amar

Julio.Argibay 14/07/2023

Padre
O crime do Padre Amaro é uma grande obra de Eça de Queiroz. Já estou na metade do livro e acredito que o crime já está sendo executado, mas será apenas um crime da carne? Tenho minhas dúvidas, pois a narrativa é muito interessante e verossímil, dá pra visualizar aquele bando de beatos tagarelando sobre: pecados, santos, missas, vida dos outros e escondendo próprias imoralidades. A obra se passa na pequena cidade de Leiria, em Portugal, em suas velhas ruas estreitas. São várias senhoras apegadas ao clero da cidade, muito devotas as coisas santas, etc e tal. Assim, nesta comunidade surge uma paixão entre o Padre Amaro, recem chegado na cidade, e a jovem Amélia, filha de uma beata chamada S. Joaneira, na casa onde acontecem as reuniões entre as beatas e os religiosos. Sobre os jovens, logo no início, o padre teve a concorrência do liberal João Eduardo, mas depois do mesmo vacilar numa empreitada infeliz, ele foi expulso dessa comunidade e o caminho ficou livre para o pároco. Nas reuniões na casa de Dona S. Joaneira, participavam: o Cónego Dias, Padre Natário, Dona Gertrudes, Padre Brito, dentre outros. O tempo passa e as consequências do romance logo aparecerem. Depois de alguns desentendimentos, reconciliações, agressões, pedidos de desculpa e choros, o Padre Amaro tem uma grande ideia para remediar as consequências do fato ocorrido. Assim, como a comunidade de Leiria tem o hábito de viajar para o litoral, então o Padre Amaro e seu mestre conseguem levar Amélia para uma quinta, longe de tudo, durante alguns meses, com a desculpa da jovem cuidar da irmã do velho Cônego, que estava doente. Assim as coisas se acertaram com o passar do tempo. Mas, todavia, senão, entretanto, os acontecimentos não saem tão bem como foi planejado. A jovem acaba tendo um destino trágico, assim como outros inocentes. Diante da tragédia anunciada, o Pároco foge para Lisboa. Isto posto, a vida segue seu ritmo e alguns sofrem as consequências das paixões e do egoísmo mesquinho. Quem foi que disse que a vida eh justa?

Valéria Cristina 05/07/2023

Adorei o audiolivro!
Gente, li O Crime do Padre Amaro na adolescência. Agora, encontrei um audiolivro maravilhoso narrado em português de Portugal no Livros para Ouvir.

Rever a história de Amélia e Amaro, as devoções das beatas, o cinismo e a hipocrisia do clero da época na entonação de Eça de Queirós foi incrível.

É uma experiência diferente à da leitura, mas tão intensa e real quanto.

Nesse canal, há outras obras do mesmo autor e pretendo ouvi-las também!

Edmar.Michiles 03/07/2023

Bom livro
Amaro é um padre recém chegado em uma cidadezinha. No início, se hospeda na casa de uma devota muito fiel e sua filha, Amélia.
No entanto, as coisas saem do controle quando o Padre Amaro vê-se apaixonado por Amélia. E para piorar (ou não), Amélia também se apaixona por ele.

Geovane57 02/07/2023

Foi um desafio essa leitura, no início a adaptação da língua portuguesa, compreender as frases; mais com o tempo ficou fácil e fluida a leitura. Sobre o livro em si, não há o que dizer que já não tenha sido dito. Uma verdadeira crítica aos acontecimentos da época de forma brilhante. E só um adendo e que o título de veria ser no plural; Os crimes do padre Amaro, por que foram muitos.

Maria11283 08/06/2023

Um livro que faz várias críticas ao clero
Esse é um livro que,com certeza,gerou escândalo na sociedade da época. "O Crime Do Padre Amaro" mostra um garoto forçado a ser padre e que ao conhecer Amélia começa a questionar o celibato clerical e se envolver em um romance proibido.

Lulis 01/06/2023

O crime do Padre Amaro
Sinceramente, que livro descritivo e chato.
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É um livro que conta a história de um menino que acabou perdendo os pais e sendo adotado por uma "mãe" que tinha desejo de ter um filho que se tornaria padre.
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Ao completar 15 anos, totalmente contra a sua vontade, padre Amaro vai para sua missão de se tornar padre e honrar o desejo de sua mãe de criação.
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Ao se tornar um padre é designado à uma igreja pobre e acaba indo atrás de amigos influentes para trocar de igreja.
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Ele acaba se instalando em uma igreja de Leiria, fica na cada de Dona Joaneira e se encanta por sua filha Amélia que está prometida.
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Conforme o livro passa eles vivem um romance secreto e José (noivo de Amélia) fica furioso de ciúme e decide escrever uma carta contando o pecado de todos os padres da região, e acaba sendo mandado embora da cidade.
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Por fim, Amélia acaba engravidando de Amaro que abandona a mesma. Ela vai viver sua gravidez em um lugar escondido. Quando seu filho nasce ele é morto e Amélia morre chorando pelo seu filho.
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??? Gostei bastante da história do livro mas ele é muito informativo e acaba se tornando chato de ler e muito cansativo.

Luana1313 27/05/2023

Muito apocalíptico ksks
Li ele em um trabalho escolar e sinto que ele foi feito para chocar e criticar a sociedade da época, principalmente o clero. Tem umas cenas meio ?? como aquela em que a Amélia se veste de Maria Aparecida e o Padre se sente atraído por ela desse jeito, mas, em geral, é um bom livro e, apesar da fala rebuscada, dá para entender e conversa muito com a sociedade atual também.

nicookie 23/05/2023

Ah
Fui com muita sede ao pote achando que seria um crime horripilante mas era só o crime do amor mesmo kkkkkk.

ivy do kaiser 17/05/2023

Eça de Queirós foi perspicaz ao retratar a hipocrisia e decadência dos valores morais da sociedade portugues, com um tom irônico e linguagem coloquial. Porém, em determinados trechos, a particularidade do narrador onisciente dificulta a compreensão da obra, acentuando a marca da informalidade.

Além disso, os atos de "blasfêmia" cometidos por Amélia e Amaro recortam não as personagens, mas uma classe tida como santificada e moral: o clero. Assim, utilizando-se de personagens alegóricas, Eça, ao abordar assuntos como quebra de celibato, aborto e adultério, desmistifica tal imagem do estrato social.

Vale pontuar, ainda, a presença implícita da predestinação e da hereditariedade na formação característica dos protagonistas. Amaro, por ter sido criado entre mulheres, sendo até vestido como uma, apresentou, desde a infância, uma inclinação ao sexo feminino. Amélia, como cresceu no meio de padres, era de se esperar que tivesse interesse por um. Ademais, por sua mãe ter desenvolvido um caso com o cônego Dias, Eça plantou a ideia de "transmissão" família, baseada nas ideias de Darwin e Lamarck. Sendo sua mãe uma adúltera que dorme com o pároco, Amélia haveria de ser igual.

Marina 14/05/2023

Excelente livro no qual Eça de Queiroz escancara a hipocrisia do clero e a injustiça também. Amaro é um rapaz que nunca quis ser padre, nem tem vocação para tal, às vezes tive pena dele, mas essa pena logo se esvaía? e sim, ele comente um crime que não é apenas contra seus votos. A crítica que Eça faz nas páginas desse livro sobre o bom cidadão ser o que é cristão e devoto, mesmo que seja um lixo de pessoa, e que são vistos como maus o que abdicam da fé, mesmo que sejam ótimas pessoas, é fantástica! Eu amei essa leitura