Bruna.Toledo 06/07/2022Muitas camadas sobre a nossa herança africanaEstou apaixonada! Não queria que o livro acabasse!!
Um defeito de cor narra a história de vida de Kehinde, uma menina africana que passa por um perrengue atrás do outro desde a infância, quando é escravizada e trazida para o Brasil, até os seus quase 90 anos de idade.
O livro assusta inicialmente pelo tamanho. É um tijolo, difícil até de segurar rs. Mas a escrita é muito fluida, gostosa de acompanhar e me conquistou desde as primeiras páginas. Em vários momentos me senti dentro do cenário vívido de São Salvador (Salvador) e São Sebastião do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro). Tive frio na barriga e senti meu coração acelerar nos momentos de tensão. A experiência de leitura foi incrível!!
[Spoiler]
Alguns trechos da história não me convenceram. Ela demora quase metade do livro para revelar que a narração é uma carta ao filho, o que me fez questionar porque a Kehinde escolheu ser tão descritiva sobre a vida sexual dela antes do nascimento do segundo filho. Senti uma mudança de linguagem a partir desse momento, o que mudou inclusive a minha visão sobre a personalidade dela.
Outro ponto que me incomodou foi que ao final, ela acelera a história e não explica bem alguns detalhes, como o porquê da mudança para Lagos. Instabilidade política não me parece uma boa justificativa para quem participou de uma revolta sangrenta.