Victor 30/07/2020
Deve ser visto como uma saga, e não como um livro individual
Converso com muitas pessoas, o tempo inteiro, sobre Jesus, e tenho a alegria de ouvir histórias maravilhosas de como este homem, que acreditamos ser Deus, mudou a vida delas. Muitas dessas pessoas, porém, nunca ouviram falar de Augusto Cury e desta coletânea de cinco livros da "Análise da Inteligência de Cristo".
Uma das críticas mais costumazes que se escuta de quem leu ou lê Augusto Cury, com certeza, é o fato de ele ser repetitivo em tudo o que diz. Tem-se a impressão de estar lendo a mesma coisa de novo e de novo com uma frequência razoável, principalmente se se considerar a coletânea inteira. Contudo, como sou da área das ciências humanas, devo fazer uma defesa do autor nesse sentido: o português não é exatamente a língua mais fácil para se tecer pensamentos filosóficos e/ou científicos. Com efeito, nosso idioma é perfeito para a música e a poesia e para a literatura no geral, mas o caldo não é muito grosso quanto às ciências humanas. E por isso mesmo é que, às vezes, nos pegamos escrevendo textos gigantescos para explicar coisas e ideias simples e, no caso de Cury, repetitivas.
Ora, por que então dizer tanto a mesma coisa várias vezes, repetindo com frequência as mesmas coisas, mudando apenas algumas palavras e alguns contextos, bem como fazendo menção ao que já se tinha dito anteriormente? Convém lembrar que o personagem aqui descrito não é ninguém mais e ninguém menos que o próprio Cristo, Verbo de Deus encarnado, e nem todas as palavras do mundo bastariam para explicá-lo, mas devo dizer, chegando então ao livro, que Augusto Cury é magistral.
Eu diria até que Augusto Cury é um "péssimo" escritor, não por ser realmente ruim, mas por ser terrível feito tzar Ivan, ou seja, Formidável. Formidável, sim, mas "péssimo" por mostrar aos cristãos que realmente não conhecem Jesus de verdade, mas se adaptaram tanto à sua figura que às vezes se esquecem de sua grandiosidade. Sempre tenho dito que é uma tristeza que o Evangelho continue atual, porque isso significa que a humanidade não apreendeu a lição do Mestre, mas Augusto Cury vai além e mostra que, num certo sentido, muitos de nós não apreendemos o próprio Mestre! Mas ainda há esperança, como Cury diz, esperança de mudar a nós mesmos, provocando uma verdadeira revolução no interior do homem:
"Jesus, o mais dócil psicólogo infantil, ensina os pais a ter paciência na educação dos filhos, ainda que estes comeram duas ou três vezes o mesmo erro no mesmo dia. Como é possível ter a paciência e a tolerância que ele preconizava? Se o foco de nossa atenção forem os erros das pessoas, perderemos a calma diante da repetição de seu comportamento inadequado. Mas se o nosso foco de atenção forem as pessoas e não os seus erros, começaremos a mudar nossa atitude. Seremos sempre capazes de dar-lhes uma nova chance".
Página 36 deste livro.