Iaiá Garcia

Iaiá Garcia Machado de Assis




Resenhas - Iaiá Garcia


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Fat212 29/04/2021

Dessa vez deu pra imaginar o final
Machado como sempre me deixando feliz, mas dessa vez não pulei da cadeira como nos romances anteriores a esse.
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Didi 25/04/2021

Show!
Machado de Assis é um Mestre. Nesse romance, a leitura que ele faz da alma do ser humano é espetacular. Profundo conhecedor realmente, isso pode ser muito bem observado nos diálogos dos personagens e através das descrições comportamentais de cada um. A história é muito boa também, realmente você fica sem saber como se dará o final. Iaiá Garcia é retada! Como se diz aqui na Bahia. Rsrs.
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MatheusPetris 22/04/2021

Na Efígie do Tempo
“Hoje, que o temporal do Destino do Passado
e sobre o meu Presente espessas sombras lanças,
fulgure ao menos meu Futuro, iluminado
por ti, pelo que é teu, na mais doce esperança.”
- Edgar Allan Poe (Hino)

Neste quarto romance Machadiano, seus contornos estão nitidamente mais profundos. Sabendo-se amplo, parece abrigar cada um dos romances predecessores, amalgamar certas personagens, como também fecundá-las em novos espécimes. Será mesmo que encerra uma fase? Existiram fases? A questão aqui, não será essa. Se a coloco, é pela inquietação de discordar de certas categorias “didáticas”, facilitadoras, embalsamadoras. Seus romances são um continuum, avançam, se embrenham enquanto crescem. Machado não deixa espaço para o enciclopedismo. Se o definem, ele rompe as definições. Se, IaIá Garcia (1878) tem um enredo romântico, não se limitará a passear por essas reflexões, mas, partirá delas para chegar num mais além.

Sem mais delongas, vamos ao caso. O tema que perpassa todo livro, e que tomará proporções elementares próximo à sua conclusão, é o do tempo. Pensemos, num primeiro momento, nas digressões do narrador. Ainda que timidamente utilizadas nesse romance, já nos revelam seu caráter embrionário, que irá fulgurar e chegar ao zênite em Dom Casmurro. O corte na cronologia narrativa, nos revelam as marcas do passado das personagens; invadem o presente da narrativa para caracterizar suas dores e angústias. Pouco a pouco, a densidade das personagens vai tomando ares (quase) metafísicos.

Em diversos momentos o presente é contemplado, ou, melhor dizendo, observado cruamente; as personagens entrecruzam olhares. O narrador também observa, oculta certos diálogos, o não dito vigora em vários diversos planos. Se a narrativa fica suspensa, é pela força de suas personagens. Em comparativo aos romances anteriores, sua narração é cada vez mais sutilmente construída, dá cada vez mais espaço aos silêncios e é pautada cada vez menos em diálogos. O narrador ganha cada vez mais força, a ficção brota de todas as entranhas.

Os questionamentos do narrador, um perguntador inveterado, não só movimentam as personagens, como refletem sobre a vida. Se personagens contrastantes tentam exercer sua autonomia enquanto “cada um deles falava língua diferente”, é também que “essas duas forças, uma de impulsão, outra de repulsão, tendiam a esbarrar-se, no caminho de seus destinos.” Como Machado avisa no apêndice de Ressurreição, do qual já escrevi sobre, é através destes contrastes que se desenrola sua trama. Algumas vezes, eles esbarram-se, em outras, afastam-se.

Personagens em constante fuga. Fogem dos próprios sentimentos. Algumas por orgulho, outras por temperança, comodismo… Todavia, uma das grandes questões nesse embate soturno e solitário, está nas sombras do passado. Estela é aquela que representaria tal força temporal, onde guarda chagas indeléveis. Se dissimula, não é apenas para ocultar seus verdadeiros sentimentos a sociedade, mas para si própria. Porém, seu ar de impassibilidade, acaba por desvelar seu interior. Nem tudo passa despercebido pelos olhos do seu círculo. Principalmente da enfant terrible, IaIá Garcia, a força que dá o nome ao romance. Esta, que representa o fogo do presente (que deseja queimá-lo, para alcançar o futuro), também teme o passado, sente ciúmes daquilo que foi. Ela se sente perdida, violada, cada vez mais confusa, ao cabo que “o mistério do futuro unia-se ao mistério do passado; um e outro podiam devorar o presente, e ela receava ser esmagada entre ambos.”

No meio de uma floresta, perseguidas pelas sombras do passado, atormentados pelo futuro obscuramente nublado, as personagens caminham receando apalpar qualquer fruto; elas, também são atormentadas pela morte e, se num momento é posta como uma ameaça, no outro sucumbirá em tragédia, gerando assim, inevitáveis escolhas.

Só nós e o narrador sabemos tanto. A verdade continua — se é que ela existe — ensimesmada em seus possuidores. Respostas concretas aos anseios e dúvidas? Não serão dadas, continuarão no passado. Entretanto, o sofrimento de uma vida infeliz, impedirá o sofrimento de outra. O orgulho transmutou-se em amor ao próximo. “Se eu sofri, você não sofrerá”, frase que poderia ser pronunciada por Estela, mas que se restringe a este texto.

Posto isso, se o desenlace final é envolto de hesitações, é pela congruência de tanta dissimulação, de tanto cálculo, como também, de tantas dúvidas. Seja em aparência, ou em realidade. Aos olhos de cada personagem (e também do narrador), a desconfiança é uma cicatriz palpável. O final no cemitério, se ajusta à última frase do livro: “Alguma coisa escapa ao naufrágio das ilusões.”
Gaja Rocha 20/02/2024minha estante
Que escritor era esse tal Machado de Assis!


MatheusPetris 21/02/2024minha estante
O nosso maior!




Deghety 02/04/2021

Iaiá Garcia
Iaiá Garcia me pareceu a obra mais séria de Machado de Assis, tratando-se do gênero. Sobretudo em relação aos personagens.
O destaque vai para os protagonistas, Iaiá e Jorge. Essa primeira com mais ênfase porque é possível acompanhar a mudança em sua personalidade.
Estela, que completa o triângulo protagonizante, é mais usada como suporte, mesmo não sendo menos importante que os outros dois na narrativa.
A leitura é bem tranquila, ainda que cheia do lirismo marcante do autor que o torna o mais escritor brasileiro.
A linha de narração possui bastante dinamismo quanto ao futuro dos personagens e desfecho da história, fazendo-nos apreensivos e dedutivamente errados.
Enfim, Machadão não tem erro.
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Ricardo256 28/02/2021

Última obra romântica
Quarto e último livro da fase romântica do Machado de Assis, aqui temos uma maravilhosa história repleto de reviravoltas no lado romântico. Para mim foi o melhor livro da fase romântica do autor! Também adorei a inserção de fatos históricos ao romance. Super recomendo a leitura deste livro tão pouco comentado em relação as demais obras da mesma fase :)
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Marcelo 28/02/2021

Um clássico
Outro clássico da nossa literatura. Machado de Assis é sempre uma excelente leitura a se fazer. Quando você começa o livro e vê o título deste, já imagina que haverá uma reviravolta.
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Sabryna 25/02/2021

Iaiá Garcia foi o último romance de Machado de Assis. É um livro que impede um casal de ficarem juntos até a última página, também retrata (como linha de fundo) a Guerra do Paraguai, sendo um dos impedimentos colocado entre o casal.
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Rodrigo 17/02/2021

Clássico
Porque era tão difícil ler estes romances no tempo de escola?

Relendo clássicos...

Não é a melhor das obras de Assis, mas a mistura romântica com os fatos históricos complementam a estória.
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Lívia 21/01/2021

Iaiá Garcia
?Alguma coisa escapa ao naufrágio das ilusões.?

?Entendia que há larga ponderação de males e bens, e que a arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal.?

Achei o melhor livro da fase romântica de Machado de Assis. A narrativa é muito envolvente, prendendo a atenção do leitor.
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Dani 30/12/2020

Trama digna de romance
Honestamente, gostei da forma como a trama se desenvolveu e como os personagens se viram em conflitos. Tanto Iaiá quanto Helena me parecem obras do mesmo estilo, romances que intrigam quanto ao desfecho.
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Luís Henrique 29/12/2020

O melhor romance romântico de Machado?
Neste quarto romance de Machado de Assis, último de sua fase romântica como escritor, somos apresentados a uma história com enredo relativamente simples. O trunfo da narrativa, no entanto, está precisamente nela mesma, ou seja, na maneira como somos conduzidos pelo desenlace dos acontecimentos. De início, parece que essa frase pode ser utilizada para explicar uma tonelada de romances, mas explico por que ela cabe perfeitamente em uma descrição desta obra. Após ter publicado três livros sólidos, que com certeza ainda são objetos de discussão entre a academia literária brasileira — um deles inclusive originando diversas versões de novela da Globo ("Helena") —, Machado termina, de uma maneira singular, um importante estágio de sua famosa carreira não só como contador de histórias sobre um específico estrato da sociedade carioca da virada do século XIX para o XX, mas também como um legítimo analista da índole humana. Ao valer-se de poucos personagens e não permitir o desenvolvimento de excessivos dramas paralelos, nota-se que Machado preza pelo aproveitamento de cada elemento inserido na história. Realmente, ao longo da leitura, é possível perceber que o mais simples dos atos descritos, como um pequeno susto ou um tremor de mão, terá papel fundamental mais adiante. Além disso, os problemas são expostos e resolvidos linearmente, sem sobreposição, o que não quer dizer que não haja complexidade em cada um deles, principalmente no que se refere ao seu teor essencial: as implicações dos laços amorosos e afetivos. Mais do que isso: como eles se relacionam com a personalidade de cada indivíduo. Dito isso, a trama começa quando a sra. Valéria, viúva abastada de um desembargador, pede a ajuda de um amigo de família para convencer seu filho a lutar na Guerra do Paraguai, com o objetivo de dissuadi-lo de um amor que julga ser mau agouro. O amigo em questão, o sr. Luís Garcia, também viúvo e com filha única, é um sujeito íntegro porém muito reservado. Acaba virando confidente tanto da mãe quanto do filho, com a ressalva de nunca saber realmente qual é a identidade da paixão ardente de Jorge. Depois de curto período, Jorge decide ir à guerra para satisfazer a vontade de sua mãe e, sobretudo, para sacrificar-se por um amor que não lhe corresponde à altura de suas atitudes. A causa de sua partida do Rio de Janeiro para os perigos que enfrentaria por três a quatro anos no exterior é a pessoa que despertou sua primeira paixão, Estela. Orgulhosa, ela é protegida da sra. Valéria por ser filha de um empregado que serviu ao pai de Jorge. O pai de Estela é a favor da união da filha com o mancebo de melhor posição social pelas vantagens que o casamento traria. Valéria, no entanto, de opinião contrária, temendo pelo retorno breve do filho e por sua insistência em um amor que não aprova, acaba contribuindo para que Estela se case com Luís Garcia, para quem Jorge escrevia cartas enquanto servia no exército. A sra. Valéria acaba morrendo, e Jorge, retornando para o Rio com distinções por seu desempenho no combate, sempre reflexivo sobre seus sentimentos do passado e, principalmente, se ainda são tão fortes a ponto de intervir significativamente em sua vida no presente. E este é apenas o cenário posto pelo autor para trabalhar as questões mais contundentes do romance, que virão a seguir, das quais quero destacar algumas, como o uso da razão versus emoção, a natureza e o poder das primeiras paixões, a duração de um sentimento, as razões para um bem-sucedido casamento e as marcas que a jovialidade causa em nossas ações. Esta última fazendo ligação com algo que, quase acabada a resenha, ainda não mencionei: a própria Iaiá, filha amada de Luís e depois enteada de Estela, a qual acompanhamos em sua jornada pelo autoconhecimento e amadurecimento, em meio aos segredos que envolvem o passado dos outros personagens e frente às dúvidas que surgem sobre o futuro. Como li em outra resenha, é realmente interessante observar como Iaiá ocupa seu papel na obra, porque, no começo, mesmo que o título do livro seja seu nome, ela não é o objeto de destaque. Porém, mais adiante, ouso dizer que as descrições dos sentimentos de Iaiá, que nunca se encontram em estado estático (como que flutuam incertos e mudam bruscamente, como suas ações, assim que ela descobre algo oculto anteriormente), estão entre as passagens mais interessantes em toda a obra. A construção da personagem, que de início pode parecer um pouco inverossímil pelo aspecto infantil que demonstra ainda aos 17 anos de idade, ganha cada vez mais consistência e suas declarações mostram pitacos de sagacidade impressionantes. É possível até mesmo rir em alguns momentos de suas observações e comportamentos. São esses momentos, em conjunto com a ordem dos fatores que nos leva a conjecturar sobre o emaranhado de complicações que nossos amores podem trazer à nossa volta (e sobre como lidamos com esse emaranhado, reprimindo-o ou tentando resolvê-lo), que não deixam a leitura enfadonha. Diferentemente de, por exemplo, "Ressurreição", romance de estreia de Machado, aqui a história é escrita com mais segurança, e os poucos personagens que existem existem por um motivo específico e desempenham papel necessário na obra. A principal impressão que fica após o término da leitura é de que, parando para prestar atenção, nada é “de graça”. Não há pontas soltas, e atribuo isso, em parte, à pouca complicação na estrutura básica do enredo. [Spoiler alert.] Uma das raras coisas que me incomodou foi uma espécie de deus ex machina perto do final, na hora em que Estela se muda para o norte de São Paulo, desse jeito não oferecendo mais nenhum risco de desarmonia ao casal recém formado entre Jorge e Iaiá, demonstrando sua disposição em não ser motivo de nenhum problema matrimonial para sua enteada por causa de algum causo remoto de sua história passada. A viagem para dirigir o estabelecimento de educação de “uma antiga condiscípula” mostra-se como uma solução repentina e não muito natural para que não haja mais nenhuma sombra de desentendimento entre o triângulo amoroso. Porém, gostei do toque de mistério e dúvida que permanece ainda no fim sobre os sentimentos de Estela. Mesmo com sua explicação sobre por que recusou Jorge em 1866, não fica claro se seu amor está completamente desvanecido no presente. Mas, ainda que fosse o caso, “[...] agora preferia calar-se”, deixando de lado qualquer ambição de ascensão social pelo casamento. [Fim do spoiler.] Avaliação final: recomendo a leitura.
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Viquetoria 10/10/2020

Uma verdadeira ciranda do amor
Um ótimo livro, que mostra bem o psicológico dos personagens e como cada um deles enxerga o casamento, bem como as relações baseadas em obséquios.
Longe de ser chato, as reviravoltas que o livro dá lembram a "Quadrilha" de Drummond ("João amava Teresa que amava Raimundo...").
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