Leonardy.Negrini 02/12/2020
Poder, Magia e Perdão
Esta obra de Shakespeare, sua última peça escrita, faz uma análise das possibilidades de intervenção quando somos detentores do poder e conseguimos, por nosso próprio esforço ou sorte, termos os nossos desafetos, inimigos ou adversários sobre o nosso julgo.
Calibã quer se vingar de Próspero, Próspero quer se vingar daqueles que lhe tiraram o ducado. E assim, com poderes fornecidos por Ariel, seu espírito juramentado, Próspero poderia ter dado cabo de seus desafetos, mas o perdão foi se avizinhando, talvez também causado e contaminado pelo amor da filha, mas veio e fez morada. Talvez tenha também sido considerado um certo arrependimento por parte de alguns anteriores desafetos, mas aí só Próspero poderia dizer.
Os relatos das práticas magísticas são muito interessantes. Quem não gostaria de ter um Ariel a atender aos seus caprichos? Bom, aqueles que pensam e entendem a Magia como compromisso e como caminho não gostariam, e desejariam libertar Ariel dos deveres e dos caprichos de Próspero. Assim me permito imaginar.
E quem teria a mesma capacidade de perdão de Próspero? Só aqueles com muita maturidade e iluminação, ainda mais nestes tempos sombrios. Mas mesmo assim, com sua capacidade de perdoar, a Calibã só sobra o lugar e o conceito de disforme, sem integração.