Gui Atreides 27/04/2024
Inigualável, genial e excepcional: Duna é uma obra de arte.
É como eu disse no título: Inigualável, genial e excepcional: Duna é uma obra de arte.
Duna é uma obra literária tão perspicaz e genial. O livro é surpreendentemente tão atual quanto eu pensava ser. Frank Herbert estava, de fato, a frente de seu tempo; o escritor é um completo visionário. É interessante essa visão dele, até porque o livro aborda a atualidade daquela época, anos 60. Entretanto, são a partir de obras antigas como essa que notamos que nossa sociedade tende a ficar sempre estagnada num certo ponto. Nós nunca avançamos, mas quando damos pequenos passos, mais próximos da obliteração humana vinda de máquinas chegamos. E é daí que surge uma das minhas falas favoritas de Duna:
? Um dia os homens entregaram a própria razão às máquinas, esperando que isso o libertasse. Mas só se deixaram escravizar por outros homens com máquinas.
Nisso, nota-se algo me deixou pensativo e me fez refletir por um bom tempo após finalizar a leitura: daquela época até os dias atuais se passaram cerca de 58 anos ? cinco décadas ?, mas certas atitudes dos seres-humanos não se aprimoraram nem um pouco. E, serei sincero ao dizer que possivelmente nunca irá. Vivemos um ciclo que se retrocede sempre, exatamente por esse motivo Duna e outras obras que têm como objetivo abordar percepções humanas continuarão sempre atuais.
Frank Herbert era um escritor muito astuto, característica que ele demonstra principalmente em sua obra-prima Duna, introduzindo o seu leitor, de maneira muito delicada, um universo que se passa no ano 10.191. Algo totalmente inesperado, que eu possuía ciência, porém não sabia que seria feito de maneira tão precisa e bem executada, foram as metáforas sutis que o escritor desenvolve entre esse universo tão longínquo com o nosso planeta atual, Terra. Foi algo que funcionou de uma maneira espetacular, se atentando em cada detalhe, cada problemática vista na época que, reforço novamente, se mantém atual até hoje.
A escrita de Frank Herbert é completamente fluida e única, seu modo de escrever demonstra aquele empenho em que ele tinha ao criar algo que fosse bom, relevante, que fosse conquistar as pessoas. Me senti engajadíssimo no livro não apenas pela estória sensacional, mas também pelo capricho do escritor. Ele claramente não queria fazer algo qualquer.
Abordando agora a estória em si, Duna é extraordinário, uma obra de ficção científica insubstituível. Seus personagens, a ambientação, as questões políticas apontadas e apresentadas minuciosamente, entre outros diversos elogios que tenho para este grande livro. Quanta genialidade produzir um livro tão fantástico quanto esse.
O desenvolvimento de cada um dos personagens me deixou atônito. Aos poucos ir vendo cada um deles se sentirem forçados a agir pensando politicamente diante de tragédias, se tornando cada vez mais gananciosos, a ponto da própria mãe se surpreender com a mudança de seu filho.
Dos personagens principais, eu diria que a Lady Jéssica é uma das minhas preferidas, eu amo como as Bene Gesserit agem, pensam, fazem coisas num contexto geral. A atmosfera em cada uma das Bene Gesserit é Inigualável, tão fortes e corajosas. Ademais, há personagens secundários que me chamaram muita atenção durante a leitura, o Liet Kynes é o principal dentre esses. Que personagem cativante, falas tão astutas, maneiras de agir tão bem pensadas.
É um livro grandioso que vai surpreender qualquer um que pegá-lo para ler. Os termos chamam muita atenção, e são tão importantes que há um glossário inteiro ? de A a Z ? nas páginas finais.
Para finalizar, não importa quantas vezes você for avisado de que essa é uma obra que se mantém atual, pois, ao finalizá-la, você vai se surpreender com o quão de fato ela persiste relevante aos dias de hoje. Leiam Duna, pessoal. Esse é o concelho que darei a todos leitores que conheço. Duna é uma leitura necessária, qualquer pessoa deve experienciar a grandiosidade desse universo e a magnificência da escrita de Frank Herbert. Nem preciso dizer que se tornou um dos meus livros favoritos, não é? Leiam Duna!