O Nome da Rosa

O Nome da Rosa Umberto Eco




Resenhas - O Nome da Rosa


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Andre.Crespo 21/01/2010

Não foi o que esperava...
Atraído pela curiosidade de ler um livro que a maioria dos que leram diziam ser ótimo, peguei-o, mesmo tendo outros livros na frente para ler. Digo que me arrependi ligeiramente, pois como direi mais à frente, o livro não é ruim, mas também não é isso tudo que todos falam.

"O Nome da Rosa" conta a série de assassinatos em uma abadia, que o frei Guilherme de Baskerville tenta desvendar. Com a ajuda de seu aprendiz, Adso, ele usa de seus dotes de antigo inquisidor para descobrir quem é o verdadeiro assassino e a causa dessa sequência de mortes. Muitos são os suspeitos, poucas e complicadas as pistas, muito é o mistério que envolve esses crimes.

Algo inesperado para mim foi a enchurrada de diálogos chatos, extensos e sem utilidade alguma para a trama. Eram discussões sobre o riso, se Cristo era pobre ou não, sobre diferentes comunidades da Igreja, sobre se era certo ser pobre ou ter dinheiro; coisas que não interessavam ao leitor. Talvez servissem para distraí-lo, pois bem, contanto que não fossem tão extensos e presentes em várias partes do livro. Isso me decepcionou muito, e nessas partes, acabei pulando e indo para as que me intressasem mais.

Outro ponto negativo foram as descrições às vezes muito detalhadas de certos pontos da abadia. Poderia-se fazê-las, sim, mas não de forma exagerada. Isso deixa o leitor entediado, como aconteceu comigo.

Quanto aos pontos positivos, consiste na elaboração de uma trama bem estruturada, cheia de mistérios e que se valeu de diálogos muito bem elaborados. Essas partes me prendiam ao livro, e foram elas que me impediram que desistisse dele. Nessas, o leitor fica atento a cada fala, a cada detalhe que nos é dirigido para que em nossa mente se apresente alguma solução dos crimes. Isso, na minha opinião, fez com que o livro fosse ao menos interessante.

Alternando pontos altos com outros baixos, "O Nome da Rosa" é um livro para se ler caso nao se tenha nada para programado. Se se tem outras leituras na frente, deve-se deixá-lo para depois, pois mesmo que a história soe boa, não consegue ser atrativa. É uma pena, pois tirando essas partes chatas, tinha tudo para ser um grande livro. Infelizmente, não o foi.
Fernando 11/05/2013minha estante
to lendo com muita dificuldade o livro justamente por esses pontos que vc colocou... estou tentando chegar la....




Alana 22/05/2016

UAU
Sabe aquela famosa ressaca literária? Poucos livros tem esse efeito em mim. E cá estou, recobrando meus sentidos apos o fim dessa leitura.

Não sei como descrever, ao certo, esse livro. O Nome da Rosa é rico em inúmeros aspectos: rico em informações históricas, rico em filosofia - especialmente a medieval -, rico em simbolismos, misticismo, mistério... E a lista continua.

Não é uma leitura trivial, pelo contrario, é densa e cheia de debates e intertextualidades. Ha capítulos inteiros dedicados a discussões filosóficas ou entre grupos de diferentes ordens proveniente da Igreja Católica. Esses capítulos deixam a leitura, como disse, mais densa, quebrando o ritmo da trama central. Mesmo assim, esses trechos ajudam a compor o cenário da época de forma brilhante, e faz muitos paralelos com o próprio mistério envolvendo os crimes na abadia.

A trama central se desenrola nessa abadia beneditina, onde Frei Guilherme e seu escrivão Adso são encarregados de investigar uma morte que ocorreu antes deles chegarem ao local. Durantes os sete dias e sete noites que estiveram nesse mosteiro, ocorreram 7 mortes misteriosas. Não consigo expressar a maestria com que Umberto Eco nos conduz, junto com Guilherme e Adso, nessas investigações. Nenhuma resposta a um mistério é obvia, mas sim, fruto de mentes argutas e afiadas.

O cenário que Eco criou é outro ponto alto. Primeiramente, nos é concedido um mapa da abadia desenhada nas primeiras paginas, e todos os percursos descritos no livro é facilmente visualizado a partir dai, tornando a historia crível e bem real. Mas o destaque vai, sem duvidas, para um cenário/personagem que brilhou durante toda leitura: a biblioteca, construída de forma que fosse um labirinto por dentro, a qual é proibida a entrada de qualquer monge, exceto o próprio bibliotecário. Todas as mortes parecem convergir para esse edifício. As investidas dos dois investigadores dentro da biblioteca e as tentativa de tentar desvendar o labirinto em si, foram as partes que mais apreciei do livro.
A construção dos personagens é brilhante, e sempre ha um certo de ar de mistério envolvendo cada um.

O final foi surpreendente de inúmeras formas, ainda estou recobrando meu folego e tentando acalmar esse sentimentos que o desfecho me despertou.
Phelipe Guilherme Maciel 30/01/2017minha estante
O nome da rosa é um livro que ainda quero ler. Mas Umberto Eco eu prefiro ler diretamente em italiano, por não confiar muito nas traduções, então estou postergando, porque já sofri demais com o Cemitério de Praga.




Geraldo.Mata 21/01/2024

Incrivelmente detalhado e complexo, porém arrebatador!
É um livro muito denso, o começo é especialmente difícil de ler, um pouco arrastado e descritivo demais.

Porém, após aproximadamente 100/120 páginas, a leitura é simplesmente frenética, não dá vontade de parar um segundo sequer!

Para quem ama uma investigação, é um livro perfeito , para quem ama questionamentos filosóficos, e também sobre Deus, também é incrível.

Vale muito, mas MUITO a pena o esforço de passar pelas 100 páginas do começo!
Alice555 11/02/2024minha estante
Comecei a leitura hoje, achei bastante denso também, fico feliz em saber que melhora mais pra frente




spoiler visualizar
Ryllder 24/05/2018minha estante
Uma estrela? sério?




Octávio 17/10/2021

O nome da rosa
Já tinha assistido o filme algumas vezes, ótimo filme. O livro foi ainda melhor, conseguimos observar o funcionamento da inquisição a corrupção e o excesso de moralismo daqueles que se acham superiores. Sensacional
Fabricy 18/10/2021minha estante
Fiquei com vontade de ler também!!!




Maira Giosa 16/12/2021

Mais um da série "vi o filme antes", mas ainda bem que minha memória é ruim porque eu não lembrava quase nada da trama deste que é um dos maiores livros de crime da literatura ocidental. Se você ficou surpreso(a) com a revelação de que O Nome da Rosa é um romance policial, saiba que não está sozinho(a).

A julgar pelo título e capa, é difícil dizer do que se trata a obra mais célebre do italiano Umberto Eco. A premissa, no entanto, é relativamente simples: no ano de 1321, um monge inglês e seu aprendiz nórdico são convocados para investigar um misterioso assassinato dentro de uma prestigiosa abadia na Itália. De passo, o monge também é fala em nome do imperador Ludovico, então em disputa aberta com o papa da época, João XXII.

Diferente do que faz o livro, no entanto, não entrarei aqui nas minúcias teológicas a respeito dos franciscanos e sua perseguição pela Igreja Católica quando do surgimento da ordem. Porque o livro é sobre a dupla de monges visitantes tentando resolver um mistério, mas também é um tratado sobre o que aconteceu com a Igreja naquela época.

Umberto Eco era homem erudito em mais do que só literatura, e esse romance é prova disso. Muitas críticas ao livro vem, inclusive, do excesso de erudição do autor - que discorre, por páginas, sobre detalhes às vezes pouco relevantes à resolução do mistério. Mas acredito que tudo ajuda na melhor compreensão dos personagens, e esse "excesso" só me fez admirar mais a obra - achei as discussões interessantíssimas, já que tenho conhecimento quase nulo sobre História da Igreja.

Como eu não lembrava do filme, o fim do livro me surpreendeu bastante. Intrigante, a obra traz a resolução do mistério de modo, redondo, e no fim tudo fez sentido. Além disso, a reconstrução que o autor faz da vida medieval num claustro é plausível e realista. Leitura que me cativou e, portanto, está recomendadíssima!
Kin 16/12/2021minha estante
Hahaha também sou assim




Tamara Barros 25/11/2023

O nome da rosa
O ponto central do livro é a morte misteriosa de um monge (na verdade mais de um), Frade Guilherme e Adso (seu assistente) são os responsáveis por solucionar o caso e eles lembram muito Sherlock Holmes e Watson durante as investigações e solução do caso, é inevitável.
A trama e o mistério são ótimos mas o livro trás várias discussões sobre filosofia e teologia, longas descrições dos ambientes e objetos e vários trechos em latim, que dificultam a leitura.
Mas clássico é clássico!
Peterson Boll 10/12/2023minha estante
Nossa sorte é hoje termos os tradutores online para as citações em latim, que foi o que fiz.




voandocomlivros 27/09/2022

🌹 "Nem todas as verdades são para todos os ouvidos, nem todas as mentiras podem ser reconhecidas como tais por uma alma piedosa."


"A abadia do crime" era o título que Umberto Eco tinha dado ao romance quando ainda estava escrevendo. E apesar da história homenagear Sherlock Holmes, o autor resolveu trocar o título para "O nome da rosa", pois o livro é muito mais do que apenas uma trama policial.


🌹 "Os livros não foram feitos para acreditarmos neles, mas para serem submetidos a investigações. Diante de um livro não devemos nos perguntar o que diz, mas o que quer dizer."


Falar que essa obra é um crônica fascinante sobre a Idade Média, ainda é pouco. "O Nome da Rosa" é um daqueles raros livros perfeitos que atravessam muitos gêneros e podem ser universalmente aclamado. Fazia tempo que eu não sentia tamanha completude durante uma leitura. Já existem milhares de maravilhosas críticas sobre ele, mas eu fiquei tão extasiada durante e depois da leitura, que precisei tirar um tempinho para escrever algumas palavras sobre esse magnífico "O Nome da Rosa".


🌹 "Três coisas concorrem para criar a beleza: primeiro, a integridade ou perfeição, e por isso achamos feias as coisas incompletas; depois, a devida proporção ou a consonância; e por fim a claridade e a luz, e de fato dizemos que são belas as coisas de cor nítida. E, uma vez que a visão do belo comporta paz e, para o nosso apetite, é a mesma coisa acalmar-se na paz, no bem e no belo, senti-me invadido por grande consolo e imaginei como devia ser agradável trabalhar naquele lugar."


Eu fui lendo bem aos pouquinhos, saboreando as páginas sempre que batia vontade, até que chegou um momento que não deu mais para largar até terminar. Eco cria um romance que poderia ser rotulado como ficção histórica, mistério, suspense, teologia e filosofia. Oh God! Até amor e sexo tem nessa história que se passa em uma abadia por volta 1300. Basicamente, Eco pegou Sherlock Holmes e Watson e os reformulou como monges. E eles ficaram sensacionais haha... Aquele humor britânico do Holmes e a inocência genuína do Watson que os fãs de Sir Conan Doyle tanto amam estão impressos nos papéis de frei Guilherme de Baskerville e de Adso de Melk.


🌹 "A linguagem dos gestos e do rosto é mais universal que a das palavras."


Assassinatos e debates filosóficos e teológicos se entrelaçam no decorrer da narrativa, cada um se alimentando do outro à medida que as tensões aumentam e a trama se complica.


🌹 "Entre desejar o bem e desejar o mal, o passo é curto, porque se trata sempre de dirigir a vontade. Isso é verdade. Mas a diferença está no objeto, e o objeto é reconhecível claramente."




O que mais me fascinou foi a habilidade com que o autor trabalhou os argumentos teológicos entre os ocupantes da abadia. Através dessas personagens, muitas dos quais eram pessoas reais, ele apresenta discussões multifacetadas, críveis e muitas vezes ardentes sobre uma variedade de tópicos, tais como: hereges, votos de pobreza, castidade e interpretações do evangelho.


🌹 "O que é o amor? Não existe nada no mundo, nem homem, nem diabo, nem coisa alguma que eu considere tão suspeito como o amor, pois este penetra a alma mais que outra coisa qualquer. Não há nada que ocupe e amarre tanto o coração como o amor. Por isso, se não tiver armas que a governem, a alma precipita-se em imensa ruína por causa do amor."


Outro ponto que me fascinou totalmente é o fato de todo o romance girar em torno de outros livros e textos. O bibliotecário cego chamado Jorge de Burgos faz alusões ao verdadeiro autor Jorge Luis Borges. Suas obras foram grande inspirações para esse romance. Eu só lamento não ter lido Borges ainda, mas a hora vai chegar.


🌹 "O livro é criatura frágil, sofre o desgaste do tempo, teme os roedores, as intempéries, as mãos inábeis. Se por séculos e séculos todos tivessem podido tocar livremente os nossos códices, a maior parte deles já não existiria. O bibliotecário, portanto, defende-os não só dos homens, mas também da natureza, e dedica a vida a essa guerra contra as forças do esquecimento, inimigo da verdade."



Você realmente precisa ler este livro. Poucas pessoas não encontrariam algo de interessante em suas páginas. "O Nome da Rosa" é profundo, denso e cheio de camadas que com um pouco de esforço vai lhe entregar grande prazer, diversão e reflexão.



🌹 "O bem de um livro está em ser lido. Um livro é feito de signos que falam de outros signos que, por sua vez, falam das coisas. Sem um olho que o leia, um livro traz signos que não produzem conceitos, portanto é mudo."


🌹 "Nunca como nestes últimos anos os pregadores ofereceram ao povo palavras tão ameaçadoras, perturbadoras e macabras, para estimular nele a piedade e o terror (e o fervor, e o respeito à lei humana e divina). Nunca como em nossos dias, em meio a procissões de flagelantes, se ouviram tantas loas sagradas inspiradas nas dores de Cristo e da Virgem, nunca como hoje se insistiu tanto em estimular a fé dos simples através da evocação dos tormentos infernais."


🌹 "Acho que o riso é bom remédio, como os banhos, para curar os humores e outras afecções do corpo, em especial a melancolia."


🌹 "O sono diurno é como o pecado da carne: quanto mais se teve, mais se gostaria de ter, contudo nos deixa infelizes, satisfeitos e insatisfeitos ao mesmo tempo."


🌹 "O saber não é como a moeda, que permanece fisicamente íntegra mesmo através das mais infames barganhas: ele é como uma linda roupa, que se consome através do uso e da ostentação. Acaso não assim o próprio livro que, se tocados por muitas mãos, terão suas páginas esfareladas, suas tintas e seu ouro opacificados?"


🌹 "Agora sei que a causa do amor é o bem, e aquilo que é bem se define por conhecimento, e só se pode amar aquilo que se aprendeu como bem."


🌹 "Percebia agora que não raro os livros falam de livros, ou seja, é como se falassem entre si.

site: https://www.voandocomlivros.com/post/o-nome-da-rosa-resenha
Leticia 27/09/2022minha estante
Que resenha boa! Deu mais vontade ainda de finalmente ler minha edição, que está parada há algum tempo já.




giovana 25/12/2018

então...
esse livro é mais um estudo sobre os valores cristãos (e, conseuentemente, de grande parte da sociedade europeia) do que um romance ficcional em si. crítico? sim. bem-escrito? sim. bom? então...
se você levar em conta que é um livro feito pra você pensar sobre a condição humana, os valores que nos regem e o poder (também o acesso) ao conhecimento, sim, é um livro fantástico. porém ele é muito, mas muito, complicado de ler. dá sono, a história não é necessariamente intrigante e ele se extende por páginas demais (nos devaneios de adso). por um lado, essa extensão e lentidão do livro fez do seu clímax um milhão de vezes mais intrigante e quente (viu o que eu fiz aí?).
enfim, 3/5 pois deveriam avisar que esse livro é muito mais uma reflexão sobre a humanidade em uma linguagem muito pesada e não anunciá-lo como um romance detetive da idade média.
giovana 25/12/2018minha estante
****estende




@garotadeleituras 12/03/2018

O tipo de livro que retribui o trabalho da leitura.
O nome da rosa, publicado em 1980 tornou-se um sucesso imediato e o responsável pelo prestigio internacional de Umberto Eco como romancista. Adaptado no norte da Itália medieval no ano de 1327, a narrativa se passa numa abadia distante, onde ocorreria um concilio entre membros da igreja e padres franciscanos. Dentre os monges recrutados para o encontro eclesiástico está o inglês Frei Guilherme de Baskerville, mediador do encontro, mais imediatamente recrutado pelo Abade Abbone, para solucionar os assassinatos na abadia. Acompanhando o frade, está o jovem noviço Adso de Melk (homenagem ao famoso detetive Sherlock Holmes e ao companheiro Watson), seu discípulo e também narrador da estória.

O mundo e seus personagens encontrados no romance são arquitetados de forma que o leitor sinta-se envolvido e curioso para descobrir o que acontece nos muros da abadia, que além das terras produtivas, possuía um dos maiores acervos da cristandade. Naquela época, o acesso aos livros era restrito entre os próprios monges, já que o conhecimento era visto como uma arma perigosa, que poderia comprometer a vida e a espiritualidade. Os livros considerados heréticos eram restritos e resguardados por armadilhas: a biblioteca era projetada em labirintos e as obras distribuídas segundo uma lógica secreta que apenas o bibliotecário conhecia. Existia ainda uma hierarquia para se tornar o próximo bibliotecário, detentor do conhecimento e cada membro desenvolvia uma função na abadia: ferreiros, celereiros, cozinheiros, copistas especialistas em determinado idioma e assim por diante.

Além do esqueleto da narrativa, Umberto Eco trabalha os diálogos fundamentados em elementos místicos, conhecimentos teológicos, filosóficos e de semiótica que devem ser interpretados como um quebra-cabeça complicado. O livro é dividido em sete partes, no qual cada uma delas representa um dia e suas divisões pontuadas por trabalhos e rituais, e claro, uma nova morte. O leitor astuto deverá ser capaz de interpretar charadas bíblicas, a importância dos símbolos secretos e os manuscritos inacessíveis e codificados para o assassino, além da misteriosa ligação entre os crimes e os segredos da biblioteca; corpos e sangue não são suficientes para a resposta final.

Se para alguns leitores a fina ironia do texto, a ambientação eclesiástica e medieval da narrativa, as passagens escritas em latim não traduzidas em lugar nenhum no livro, as referências teológicas frequentemente despejadas nas conversas entre os personagens ou ainda o titulo misterioso aberto à interpretação individual é um empecilho para leitura, no meu caso foi utilizado como força motriz para devorar o livro. Menção especial para Adso, que como narrador, transforma o leitor em amigo e confidente de suas memórias, alternando suas impressões juvenis do garoto inocente ávido pelo conhecimento e a interpretação desses mesmos fatos depois do amadurecimento, na velhice.

A recompensa pelas centenas de páginas lidas, dezenas de anotações e traduções tornam “O nome da rosa” uma excelente leitura. Aos que desejarem se aventurar, encontrarão um livro multifacetado com elementos de narrativa policial, disputas religiosas, intrigas políticas e desafios lógicos se entrelaçando com personagens enigmáticos, resultando numa excelente leitura e lugar de honra para o livro na estante.
@clubethebookonthetable 12/03/2018minha estante
????????????




Gigi 07/05/2021

Chatinho
Dos raríssimos casos em que o filme é bem melhor que o livro.
Enfim... leitura cansativa, poucos momentos interessantes. Divaga demais. Prolixo demais. Muitas páginas presas em definições supérfluas. Poderia ser reduzido a 200 boas páginas.
JoAo.Victor 24/07/2021minha estante
Respeito a sua opinião, mas discordo completamente. Eu amo o filme, mas acho o livro é muito superior, mais detalhes.




Krishna.Nunes 14/03/2021

Um livro sobre livros, um livro sobre signos
No final de 1327, um mosteiro beneditino no norte da Itália recebe Guilherme de Baskervile, um monge franciscano inglês, e seu aprendiz Adso de Melk, um noviço alemão. Guilherme havia recebido a missão de promover e conduzir um encontro diplomático entre duas delegações divergentes da Igreja para um debate: de um lado, os partidários de São Francisco, que achavam que Cristo havia sido pobre e pobres deveriam ser seus seguidores; do outro a Igreja romana, que temia perder o privilégio de ser a instituição mais rica de toda a Idade Média caso os ideais franciscanos de pobreza se disseminassem. No meio do confronto entre as duas facções estavam os interesses políticos do imperador, que não se importaria de ver a Igreja perder um pouco do seu poder. Temendo pela segurança do líder franciscano se ele fosse encontrar o papa diretamente, esse debate foi marcado num local neutro, o mosteiro onde a trama se desenrola.

Mas Guilherme, depois de ter dado uma mostra do seu afiado raciocínio lógico-dedutivo assim que chegou ao mosteiro, é logo incumbido de mais uma tarefa: investigar se a morte de um jovem monge poucos dias antes havia sido acidente ou homicídio. Para tanto, recebe autorização do abade para fazer perguntas a quem achasse necessário e também movimentar-se por todo o mosteiro, com exceção da biblioteca. Àquela que era possivelmente a maior coleção de livros de toda a cristandade, somente o bibliotecário podia ter acesso. O mistério aumenta à medida que, diariamente, outras mortes ocorrem e todas parecem ter ligação com a biblioteca.

Inquisição, intrigas políticas, escândalos sexuais e desafios lógicos são alguns elementos dessa trama investigativa que tem como cenário uma próspera abadia no século XIV. Uma boa oportunidade para refletir sobre o bem e o mal, o certo e o errado, à medida que a moral cristã é colocada em xeque, comprovando que o que há por trás dos conceitos e crenças atuais nada mais é do que uma sucessão de indagações que repercutem há séculos no seio da Igreja.

O título do livro, que não é explicado em nenhum momento, faz referência a uma expressão usada na Idade Média para denotar o infinito poder das palavras. E, sendo o autor um especialista em semiótica, utiliza-se do significado dos símbolos e das palavras para remeter a uma discussão medieval sobre signos: o que vale mais são as coisas ou os nomes que damos a elas?

Há uma corrente filosófica segundo a qual os nomes são mais importantes que as coisas. Afinal, se no mundo não existissem mais rosas, ainda restaria para as pessoas a lembrança do nome da rosa.

Segundo o autor, em "Pós escrito a O nome da rosa":

"A ideia de O nome da rosa surgiu quase por acaso e gostei dela porque a rosa é uma figura simbólica tão densa de significados que quase não tem mais nenhum: rosa mística, rosa viveu o que vivem as rosas, a guerra das duas rosas, uma rosa é uma rosa é uma rosa, os rosa-cruzes, grato pelas magníficas rosas, rosa fresca repleta de olor. Com isso o leitor ficaria devidamente sem pistas, não poderia escolher uma interpretação; e, mesmo que tivesse captado as possíveis leituras nominalistas do verso final, chegaria a isso bem no fim, após ter feito sabe-se lá quais outras escolhas. Um título deve confundir as ideias, e não discipliná-las."

No aspecto simbólico, esse romance de estreia de Umberto Eco, lançado em 1980 e que logo tornou-se um best seller, difere da sua adaptação cinematográfica de 1986. Enquanto o texto explora a construção das personagens e o autor despeja erudição e conhecimento histórico em páginas e mais páginas de debates filosóficos e teológicos, o filme precisa se apressar e focar no mistério detetivesco. Às vezes se apressa até demais, encurtando a trama e o número de mortes, e precipitando conclusões que mereciam mais tempo para se desenvolver. Entretanto, com uma das melhores atuações de Sean Connery desde 007, o filme ainda consegue manter o clima sombrio e a intertextualidade dessa inteligente narrativa, trazendo a Igreja e o próprio prédio da biblioteca como personagens principais.

A obra está pontilhada de referências, algumas aparentemente óbvias e outras mais obscuras. O nome de Guilherme de Baskerville pode ser homenagem a "Os cães de Baskerville", de Arthur Conan Doyle, livro da primeira aparição do detetive Sherlock Holmes. E não falta quem veja semelhança entre os nomes dos assistentes Adso e Watson. Também não é impossível que Guilherme seja representação do importante filósofo medieval Guilherme de Ockham. E embora se trate de um romance histórico sem teor fantástico, "O nome da rosa" parece fazer uma ode a elementos do realismo mágico. Jorge de Burgos pode ser uma referência a Jorge Luís Borges, que também ficou cego na velhice, e que em seu conto "A biblioteca de Babel" apresenta elementos que se repetem no livro de Eco, como labirintos, sonhos e truques de espelhos.

Ainda é possível apontar influências niilistas, kantianas e especialmente iluministas, ao passo que a racionalidade de nosso detetive precisa se esforçar para tornar plausíveis as ideias de deus e da fé. Durante a investigação, Eco coloca em discussão o paradoxo entre velhos valores, fechados e místicos, e novas ideias, mais abertas e racionais.

E claro que não se pode deixar de mencionar que ele é um livro sobre livros. Em favor da ciência, do conhecimento, da liberdade do saber e do ensino, e contra a censura. "O bem de um livro está em ser lido. Um livro é feito de signos que falam de outros signos que, por sua vez, falam das coisas. Sem um olho que o leia, um livro traz signos que não produzem conceitos, portanto é mudo."

A despeito de todo o obscurantismo das passagens em latim, do contexto das disputas eclesiásticas, do debate filosófico difícil de compreender e do título misterioso, o vigor dessa narrativa alcançou um sucesso estrondoso. Afinal, o narrador Adso também passa a maior parte do tempo sem entender quase nada e agora, já velho, esforça-se para explicar tudo ao leitor.

Aparentemente, nenhum desses obstáculos é capaz de afugentar o público que ama uma boa estória de detetive. Um serial killer num mosteiro da idade média... quem pode resistir? O destino da biblioteca estava nos planos do autor desde o início da redação e o desfecho dos assassinatos, ainda que possa ser captado com antecedência pelos leitores mais sagazes, não deixa de ser surpreendente.
Priscilla Teles 02/08/2022minha estante
está na minha lista desde que eu estava no ensino médio, faz tempo.




Andrea 12/05/2010

Mudando de opinião
Tempos atrás, eu havia tentado ler este livro e não havia passado das páginas iniciais. Acabei abandonando a leitura e rotulando o livro de chato.

Resolvi reiniciar a leitura, já tendo esquecido o filme, e foi com uma enorme satisfação que Adso me encantou e alimentou a minha curiosidade.

O Guilherme da minha imaginação não tem nada de Sean Connery, embora também possua a presença forte e o charme do ator. Mas como o seu pupilo, o leitor pode notar todos os seus aspectos admiráveis e os seus defeitos.

Sem enrolar mais, vou para a história, que faz o leitor voltar ao ano de 1327 e entre um assassinato e outro, irá acompanhar pelo diálogo dos personagens os conflitos que havia entre a igreja católica e os franciscanos (onde a questão riqueza x pobreza me fez lembrar de algumas igrejas visitadas em minhas viagens).

O local dos crimes, uma abadia com uma grande biblioteca, levanta questões como o conhecimento (algo que, se formos sinceros, até hoje é uma fonte inesgotável de segredos) e o riso (sim, a divina arte de rir do outro e de si mesmo).

Para a ficção de estréia de Umberto Eco não existe um resumo adequado, a única coisa que posso dizer aos amantes da literatura, principalmente os fãs de história e de suspense, é que O Nome da Rosa é um livro obrigatório em suas vidas e um provável candidato para a sua lista de favoritos.
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Lucas 25/01/2010

Uma obra prima
Realmente fantástica! Mas vale um aviso, quem vai ler esse livro esperando uma obra parecida com a de Arthur Conan Doyle poderá se surpreender fortemente, positivamente ou negativamente, depende de como você encarar a obra desafiante que tem em mãos. Ela é densa, envolve muito mais que uma simples sequência de mortes que Guilherme e Adso devem desvendar, mas transporta o leitor para uma época que remonta a idade média, mostrando a igreja e as vicissitudes de uma Abadia e seus monges. Deve-se atentar para o modo como Eco descreve a biblioteca e como a história gira em torno dela,a leitura merece uma atenção continua, já que trata desde questões de base ideológica e filosófica até trechos que chegam a dialogar com outras obras. Uma obra prima de Umberto Eco. Mas é indispensável ler a introdução de David Lodge, mas depois de lido o livro!! Realmente aumenta sua interpretação da obra. Muito enriquecedor! A explicação quanto ao título da obra é surpreendente, a idéia de Umberto Eco é simples mas magistral, só podendo vir de um semiólogo! Recomendo a leitura!
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Guilherme 26/01/2010minha estante
Muitíssima boa resenha. É um livro deveras complicado à primeira vista, mas o prazer que a leitura proporciona é transformador, e assim como acontece em Grande Sertão: Veredas, seus leitores sairão gratificados.




Sonia Pires 29/04/2009

Precisa de atenção
Esse livro precisa de atenção e calma, é lindo e muito interessante!! Eu gostei muito dele! Bem escrito, uma história interessantíssima.
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