Bonsai

Bonsai Alejandro Zambra




Resenhas - Bonsai


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Marcela Mosqueti 03/04/2021

A prova de que na literatura não importa tanto o que se conta, mas sim o como se conta. Zambra tem uma narrativa bem característica e é isso o que me cativa nele.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 09/01/2014

Alejandro Zambra - Bonsai
Editora Cosac Naify - 96 páginas - Tradução de Josely Vianna Baptista - Lançamento no Brasil em Maio de 2012.

O romance de estreia do premiado e jovem autor chileno Alejandro Zambra, publicado originalmente em 2006, parte da irresistível ideia de comparar literatura com a arte de cultivar um bonsai, já que como o próprio Zambra definiu em seu site: "escrever é podar os ramos até tornar visível uma forma que já estava ali". A comparação é perfeita e qualquer pessoa que já tenha passado pela experiência de desenvolver um texto e lidar com a eliminação de palavras, sejam elas substantivos, advérbios ou adjetivos, irá se identificar imediatamente com o paciente trabalho de criar uma réplica artística de uma árvore em miniatura.

A estrutura deste romance "miniatura" é construída sobre o intenso e breve caso amoroso de Julio e Emilia, que se relacionam tendo basicamente o sexo e a leitura como elo de ligação. O comprometimento de Zambra com a brevidade ou concisão da narrativa é tão firme que ele arrisca tudo já no primeiro e desconcertante parágrafo, oferecendo corajosamente ao leitor a própria conclusão do livro:

"No final ela morre e ele fica sozinho, ainda que na verdade ele já tivesse ficado sozinho muitos anos antes da morte dela, de Emilia. Digamos que ela se chama ou se chamava Emilia e que ele se chama, se chamava e continua se chamando Julio. Julio e Emilia. No final, Emilia morre e Julio não morre. O resto é literatura:"

Na verdade o argumento do romance é muito mais rico do que uma breve história de amor. Alejandro Zambra é um daqueles autores como Borges, Vila-Matas e outro chileno famoso, Roberto Bolaño, que sabem utilizar a literatura como personagem. Assim é que a aproximação de Julio e Emilia se dá através de Em busca do tempo perdido de Marcel Proust, romance que ambos fingem já ter lido; na cama os dois se esmeram para parecer Emma Bovary de Flaubert e a origem da separação do casal é o conto TanTalia de Macedonio Fernández — a história de um casal que decide comprar uma pequena planta para simbolizar o amor que os une, mas que percebe tarde demais que a morte da planta será também a morte desse amor.

"As extravagâncias de Julio e Emilia não eram apenas sexuais (que existiam), nem emocionais (que eram muitas), mas também, digamos literárias. Numa noite especialmente feliz, Julio leu, meio de brincadeira, um poema de Rubén Darío que Emilia dramatizou e banalizou até transformá-lo num verdadeiro poema sexual, um poema de sexo explícito, com gritos, com orgasmos. Então virou um hábito o lance de ler em voz alta — em voz baixa — toda noite, antes de trepar. Leram 'O livro de Monelle', de Marcel Schwob, e 'O pavilhão dourado', de Yukio Mishima, que foram razoáveis fontes de inspiração erótica para eles. Mas logo as leituras se diversificaram a olhos vistos: leram 'Um homem que dorme' e 'As coisas', de Perec, vários contos de Onetti e de Raymond Carver, poemas de Ted Hughes, de Tomas Tranströmer, de Armando Uribe e de Kurt Folch. Até fragmentos de Nietzsche e de Émile Cioran eles leram."

Alejandro Zambra, nascido em 1975, já é um nome de destaque na literatura chilena tendo sido selecionado pela revista Granta para a edição especial dos melhores jovens romancistas em língua espanhola em 2010 e visitado o Brasil em 2012 quando participou da FLIP em uma mesa especial com Enrique Vila-Matas, segundo informações da editora Cosac Naify, Zambra também é crítico, professor de literatura e, como não poderia deixar de ser, um diligente leitor de manuais, revistas especializadas e livros técnicos sobre o cultivo de bonsai, nada mal para um jovem autor.
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Juh Estrela 16/06/2020

Bonsai
É um livro singelo. De rápida leitura mas que possui certa profundidade.
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Gabi 10/12/2021

direto e sincero
é um livro previsível (pela escolha do autor), sem muitos altos e baixos. Não é um romance comum, não segue um padrão de escrita, e a emoção não se da por um clímax ou reviravolta, mas pela forma que os acontecimentos são pontuados. Ele é bastante verdadeiro nas palavras, expõe o puro pensamento das personagens e tem bastante citação de livros pelo gosto literário do casal principal. Bonsai está presente em todo livro, seja a árvore em si, num livro lido, numa história imaginada, no próprio corpo do texto: ?escrever é como cuidar de um bonsai?, e a história se desenvolve como tal. Um tanto quanto melodramático, planta algumas verdades sobre o amor.
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Giovana 20/07/2020

Primeiro livro que leio do autor e fiquei encantada. Escrita espetacular, direta, precisa. Gostei do modo como a história foi contada.
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Feh 17/10/2020

Não gostei muito
Talvez eu não tenha entendido muito bem o conceito mas o livro é bem rápido e a falta de desenvolvimento dos personagens >pra mim< tornou a leitura um pouco confusa.
Alina.Oliveira 06/11/2020minha estante
Me senti da mesma forma.




Paula 24/10/2012

Bonsai
O bonsai é uma réplica artística de uma árvore em miniatura, e possui dois elementos: a árvore e o recipiente. Assim como o bonsai, a alta literatura também é dicotômica, há a forma e o conteúdo. Será que o romance “Bonsai” pode ser adjetivado assim?

O romance de estreia de Alejandro Zambra conta a história de um amor e do seu fim, quase que concomitantemente. Não há densidade, é tão fugaz que podemos chamar de paixão.

No prelúdio, o leitor já se depara com esse fim, pois é revelado na primeira linha que Emilia morrerá e que Julio ficará sozinho. A partir daí, cria-se uma expectativa sobre essa relação, mas nada de arrebatador acontece. Só o mais do mesmo, muita metalinguagem e intertextualidade, este último talvez justifique a leitura e até redefina a obra como um guia. Já que os encontros do casal acontecem em meio a leituras de Proust, Flaubert, Kafka, Vladimir Nabokov, entre outras.

O autor podou demais “Bonsai”, deixando-o incompleto, instaurando no leitor uma sensação de vazio. É preferível ir “Em busca do tempo perdido”.
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Dara 04/12/2020

Impossivelmente real
Eu não esperava. Estava distraída e aconteceu.
Na realidade estava até atrasada para dormir. Tinha reunião cedo da empresa pela manhã, mas enrolava a me entregar ao sono. Queria adiar a escuridão do dormir. Pensei então em dar uma olhadinha nesta indicação. "Livro pequenino! Vou só olhar e quem sabe leio depois", foi o que pensei. Havia de terminar "Homens Imprudentemente Poéticos" antes. (Estou vivendo uma fase mais monogâmica na literatura, quem diria?).
E então se sucedeu.
"No final ela morre e ele fica sozinho". Me absurdei completamente. Senti essa frase com um absurdo tolo. Ela toda me foi escandalosa. Quase um horror de tão escandalosa. Por um triz de ser uma violência.
Acredito que tendo a odiar saber de antemão o desfecho de qualquer coisa. Fico com receio que polua minha visão. (Doce engano este que me faço. O desfecho é sempre a afirmação da finitude inevitável. Disto eu já sei, juro!!!).
Não poluiu, compôs. Talvez veja ainda mais que a graça que a transitoriedade põe nas coisas é a maior graça de todas. (Ou pelo menos uma das maiores).
A história é curta. Simples? Não. Simples não. Mas é curta.
Em síntese, de início são dois jovens que emanam pelos poros juventude. Apaixonados por literatura e apaixonados um pelo outro. Saboreiam o gosto bom e excessivo do eros que tende ao uno. Posteriormente a história dos dois "continua, mas não prossegue". (Forma bonita de dizer isto... Nunca tinha formulado desta forma. Realmente algumas coisas continuam, mas não prosseguem).
Na primeira metade gargalhei diversas vezes. Fazia tempo que não gargalhava tanto lendo algo. Boas lembranças emergiram na minha pele. Depois... Depois foi cru. Acredito que esta é a palavra para este livro. Cru.
É repleto de cruezas.
"Real, impossivelmente real (...).
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada".
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Fernanda 19/07/2014

até que...
Foi legal a jogada desse livro. O Bonsai é sempre podado as partes que "não interessam", sendo assim, ele faz uma referência a essa forma de podar. Conta no começo a historia de um casal apaixonado e já conta que ela morre. Assim por diante ele vai contando a historia de outras pessoas que tiveram a ver com a historia do casal, e logo depois corta essas pessoas do livro. Depois vai falando da vida dele depois dessa menina que morre e que ele fica sabendo bem depois de sua morte. Nada de emocionante nesse livro, mas gostei da relação da podagem do bonsai com a podagem da historia.
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Hildeberto 29/05/2016

"...mas naquela noite ambos descobriram as afinidades emotivas que com um pouco de vontade qualquer casal é capaz de descobrir" (p. 11)

"Bonsai", de Alejandro Zambra, é um curto romance que, ao meu ver, poderia ter sido impresso em forma de conto (pois é muito curto e chega às 96 apenas pela diagramação). O ponto positivo é que pode-se ler o livro em apenas algumas horas. Trata do relacionamento de dois jovens, Emília e Julio. A trama da estória em si talvez não seja o mais importante, e sim as reflexões do autor sobre os relacionamentos amorosos, amor, solidão, a vida. O livro me afetou profundamente. No final da leitura, fiquei com uma sensação de desolação, pois a forma como Zambra construi sua narrativa causa um pouco de desesperança. É um livro para ser lido e sentido.
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Lacerda 28/11/2013

O romance é um bonsai. Dá pra ver o vaso, a semente, os arames, a planta crescendo, sendo podada, pegando uma praga e morrendo.

Zambra cortou o que excede e deixou o essencial - Julio e Emilia, 'um amor que prosseguiu, mas não continuou'.
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GilbertoOrtegaJr 20/10/2013

Bonsai - Alejandro Zambra
Bonsai - Alejandro Zambra

Não é apenas um livro, é uma planta, é isso que me deixou fascinado, esteve quase fora do meu alcance de compreensão, pois além de literatura tive que pensar o pouco que entendia de plantas, para ver o sentido do livro como um todo. A impressão que fiquei após ler as resenhas é que o livro é somente sobre Julio e Emilia, mas se eu afirmasse isso estaria também afirmando que um Bonsai é somente constituído pelo seu tronco, quando na verdade a árvore, ou neste caso a história como um todo, é importante.
O livro conta a história de Julio e Emilia, de quando os dois se conhecem até a morte de Emilia, mais precisamente até quando Julio passa a saber, que ela morreu. Eles se conhecem durante uma festa, na casa de uma amiga em comum, ambos estão estudando Letras, e dizem ter lido Proust. A partir daí surge um caso amoroso, que quando o leitor começa a leitura já sabe o final, já que a primeira frase do livro é: “No final ela morre e ele fica sozinho.”, mas o que conseguiu me manter interessado é como, se desenrola e acaba este caso de amor.
Como eu disse, em uma primeira olhada parece que o livro é sobre Julio, mas acredito que o caso de amor em si é que seja a parte mais importante do livro, afinal o autor dispõem personagens secundários ao longo do livro, somente para mostrar, o que vai acontecendo com Emilia e Julio após o fim do caso deles e de que forma ele descobrirá que ela morreu. Anita é além de uma personagem secundária um gancho, para através da sua amizade com Emilia ou autor conseguir mostrar ao leitor o que se passa com Emilia na infância e após o seu caso com Julio, e assim acontecem com outros personagens secundários eles são apenas extensões da trama, criada para mostrar as vidas de Emilia e Julio antes ou após o seu caso de amor.
É no quesito tamanho que Bonsai é maravilhoso, com menos de noventa páginas o livro consegue cativar e me manter plenamente interessado, nele encontrei não só uma união perfeita de estética e entretenimento, como também um livro para se pensar por dias e anos após ter acabado ele. É uma impressão de contemplar uma planta em toda sua beleza e complexidade.
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giorrut 19/02/2024

Um livro simples, levemente filosófico e um tanto chocante. Mesmo com o "spoiler" do início acabei ficando surpresa.... Achei bom, tranquilo, agradável
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Gus 29/03/2022

Fiquei bastante intrigado com esse livro. Começou mexendo comigo, foi desenvolvendo pra poucos detalhes e finalizou de forma bem aleatória.
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