Resenhas - Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola

cxvmilena 02/11/2023

A riqueza em que a Maya tem em trazer memórias da sua infância/adolescência é inexplicável, que não tem como não se sentir dentro da história. é bastante doloroso ler sobre as vivências com racismo e os abusos sexuais de uma menina Negra do Sul dos Estados Unidos, porém que tem forças o suficiente para apresentar uma outra perspectiva de pessoas Negras que são enquadradas a um padrão de uma sociedade estruturalmente racista. A leitura desse livro para mim foi necessária e indiscutível.

Caroline Vital 29/10/2023

Lido em 2018
Que mulher! Que história! Depois desse livro, além de conhecer a Maya escritora, já conheço a Maya atriz, cantora, poetisa, historiadora, dançarina, ativista, mãe, filha, diretora e etc. Uma artista completa. Rainha! É para aplaudir de pé!

Lucas.Santos 19/10/2023

Uma autobiografia que (apesar de demorar ler, por outros motivos alheios ao livro kkkk, me perdia um pouco e necessitava voltar para relembrar passagens) tira o fôlego e dá um nó no estômago pela nudez da realidade, leitura mais que recomendada, necessária.

Emilly Marrichi 17/10/2023

Esse livro aqui me prendeu de tantos modos. A inocência de uma criança sendo tirada a força dela através da violência e do racismo, a força que as mulheres são obrigadas a ter? é forte

Karenina 17/10/2023

Maya Angelou relata como foi para ela, uma criança negra, crescer no interior do estado do Arkansas (no sul dos EUA) gerido implacavelmente pelo racismo e pela segregação racial. É muito doloroso ler sobre o preconceito, a violência, o ódio e a destruição dos sonhos.
Também é muito doloroso ler sobre o abuso sofrido pela pequena Maya e a culpa que ela imputa a ela mesma, ao invés se ver como vítima de um monstro.
O livro termina com a Maya aos 16 anos e eu fiquei com morrendo de vontade de saber mais sobre a vida dela.

?Qualquer coisa que funcione contra você também pode funcionar a seu favor desde que você entenda a Lei do Retorno?

?Ela dizia que seu segredo para a vida era que ela ?esperava o melhor, se preparava para o pior, e qualquer coisa entre essas duas coisas não era supresa?.?

Alessandra.Lantimant 15/10/2023

?Está vendo, você não precisa se preocupar em fazer a coisa certa. Se quer fazer a coisa certa, vai fazer sem nem pensar.?

Laura 15/10/2023

Eu entendi o porquê
Um livro que eu li por migalhas, porque cada capítulo escrito da forma mais crua possível me fazia pensar demais e sentir demais.

Acho que nunca grifei tantas vezes num livro tão curto. A escrita é deliciosa e cada parte é preciosa demais. Até as partes que eu não fui capaz de entender, me fizeram sofrer e refletir.

Uma mente jovem de pensamentos complexos e um coração forte. O quão dramático é ser genial dentro de uma comunidade desprezada?

O começo do livro é marcado pelos primeiros entendimentos da jovem Maya, sobre o que é ser negro, com um cenário marcado pelos próprios aspectos culturais da comunidade negra americana e sulista da década de 30.

Depois somos apresentados ao cenário de St. Louis, onde Maya se depara com uma realidade menos conservadora e experimenta os primeiros laços de relação materna. De longe, a parte mais difícil de ler, é quando Angelou relata com detalhes o abuso sofrido nessa época, trazendo uma interpretação no mínimo chocante.

Maya e o seu silêncio levam ela de volta para o Arkansas, para novas experiências e novas reflexões. O orgulho de ser negra, a solidão de ser, o fardo de ser, a brutalidade que é ser e o que a vida promete pra quem é.

Já em São Francisco, vemos Maya e os temores de crescer. Crescer não é indolor, muito menos inevitável. Um equívoco leva ela a uma decisão precipitada que culmina num destino inesperado quando julgamos o senso de responsabilidade da Maya, mas também nos faz quebrar alguns preconceitos.

E fica a questão. Porquê o pássaro canta na gaiola? Porque ele pode voar e uma prisão o impede de ser livre. Tudo o que ele pode fazer é usar sua voz, suas palavras. Maya é Maya, mas também é Marguerite, é mulher e é negra. Ela se reconhece e reconhece tudo a seu redor.

Mari.cf 14/10/2023

Leitura emocionante e necessária
Esse livro é autobiográfico, descobri pela sinopse, e isso tornou a leitura ainda mais sensível e dolorosa. A escrita é fluida e os capítulos também. Com tantas partes pesadas, e acompanhar alguns dos anos da infância e da adolescência da Maya, sua família, seus pensamentos, foi emocionante e machucou demais. É compreensível agora saber que é um livro aclamado, pois todos deveriam ler.
São livros assim que me lembram o porquê do meu amor pela leitura.

Gabrielly682 14/10/2023

Leitura que emociona do início ao fim
Eu Sei Por Que o Pássaro Canta Na Gaiola é um livro autobiográfico escrito por Maya Angelou e publicado em 1969, quando a autora tinha 41 anos de idade. Antes de realizar essa leitura, eu já tinha uma certa ideia de quem era a Maya, mas só conhecia o seu ?eu? acadêmico e este livro me permitiu conhecer além disso. Eu Sei Por Que o Pássaro Canta Na Gaiola nos apresenta as memórias da infância e adolescência de Maya em várias camadas, tais como: seu relacionamento conturbado com os pais, sua infância em Stamps (cidade do Sul dos Estados Unidos), questões de autoestima, tudo isso em meados dos anos 40, época em que a população afrodescendente dos Estados Unidos vivia em regime de segregação racial, dessa forma, episódios de racismo e violência estão presentes por todo o livro.
O livro é dividido em 36 capítulos e através deles ela vai contando os eventos que marcaram sua infância o que possibilitando o leitor observar como é crescer sendo uma pessoa negra naquela época, e o que mais me surpreendeu foi o fato de eu estar me identificando com episódios que aconteceram na vida de Maya há mais de 70 anos atrás, então, recomendo ler essa obra em pequenas doses, pois a sua narrativa é muito forte e emocionante, nem mesmo a escrita poética de Maya é capaz de suavizar tudo o que ela passou, principalmente o abus0 sexual sofrido por ela quando tinha menos de 10 anos. Uma coisa que me deixou muito feliz durante a leitura é que mesmo com todas as dificuldades que apareciam durante a sua vida, Maya nunca deixou de acreditar no poder do seu intelecto, e acredito que isso foi um grande diferencial para ela se tornar a grande escritora e poeta que ela foi.
Por fim, gostaria de ressaltar que amei o livro, fiquei emocionada do início ao fim e estou louca para ler outras obras da autora.

Mari Carneiro 06/10/2023

O posfácio diz e define bem: ?Nesta obra, muitos silêncios são ditos, se forma tão alta que não são somente audíveis, mas transformadores.?

cecil :) 03/10/2023

Foi um livro lindo e dolorido, a escrita foi um pouco diferente para mim, demorei um pouco para pegar no embalo, mas logo foi entendendo os personagens e me introduzindo ao ambiente.

é muito triste pensar que tudo essa menina passou está diretamente ligado a vida de muitas outras meninas do mundo, e tenho certeza que qualquer mulher negra que pegar essa história para ler irá se emocionar e se identificar.

anne (: 19/09/2023

Encantador, no mínimo.
Esse livro me lembrou porque linguagem é tão essencial

enquanto mulher consciente da minha raça, dos meus atravessamentos, o nome de Maya Angelou sempre esteve ali no meu imaginário, como alguém que DEVIA ser lida. tipo leitura obrigatória nesse imaginário cultural, saca?! e eu fui adiando, compreensivelmente. quem quer ficar lendo tanto sobre sofrimento? autobiografia de uma mulher negra no século XX nos EUA, que desgraça deve ser!

e aí morou um certo engano de minha parte, corrigido agora que finalizei minha leitura. Apesar do sofrimento inegável nas suas vivências, ver o surgimento de Maya, Marguerite... que prazer inenarrável. Ela te faz esquecer às vezes que esse não é um trabalho de ficção. Tantos dilemas em tanto silêncio, multitudes de espaços e o desenrolar da vida... Ainda assim, ela realmente se levanta. E paira muito acima das realidades postas, das expectativas alheias, do senso comum. E olhando em retrospecto, é ainda mais assombroso perceber que esse livro só cobre sua vida até os 17 anos. Quanta riqueza habitava nessa mente, quão brilhante pode ser uma menina negra em todo o resplendor do seu existir, no mais genuíno estado?! Quão longe pode chegar a palavra, que me conectou de Belo Horizonte, àquela menina sob o sol quente de Stamps?!

VictAria109 15/09/2023

Forte de um jeito leve
Foi o primeiro trabalho de Maya Angelou que tive contato. Ela descreve os locais e personagens de forma bem rica - e eu adoro isso. Maya conseguiu descrever a saudade do pai, a falta da mãe, o amor por seu irmão e até o abuso que sofreu de forma intensa, mas não de um jeito que te assusta de continuar lendo, pois ela escreve como se fosse a própria criança escrevendo - e isso foi o que achei mais incrível.
Não sou muito de ler romances, mas esse eu amei! Muita crítica social e informações sobre a comunidade negra pós escravocrata do sul dos EUA.

ju.aguiar 08/09/2023

Agora eu sei: o importante é cantar.
Não sei se é possível amar a autobiografia de uma mulher negra que viveu sua infância e adolescência nos Estados Unidos segregados pela discriminação racial das décadas de 1940 e 1950.

Desde muito pequenos, os irmãos Margherite (Maya) e Bailley, foram enviados para morar com sua avô paterna, Momma, em uma cidadezinha do Sul do país (Stamps, Arkansas). Lá encontraram uma vida de ritmo lento, típica de cidades do interior. Tiveram uma sólida formação religiosa e podiam contar com os olhares mais próximos para protegê-los das desigualdades impostas pela discriminação.

Apesar de passarem a boa parte da primeira infância e da adolescência afastados dos pais, os encontros ocasionais com eles sempre foram permeados por complicações típicas de relacionamentos disfuncionais. Tanto o pai quanto a mãe foram incapazes de proteger Maya de seus companheiros.

Os irmãos tinham um ao outro e se valiam dessa união para superar as adversidades conforme iam aparecendo. Compartilharam do humor sagaz e do amor pela leitura. Os livros os livraram do enfadonho e da ignorância.

No vaivém entre a cidade grande e o interior, Maya desafiava-se a descobrir quem era. Acontecimentos marcantes em sua vida, como sua formatura de ensino fundamental (no interior) e a chegada do desejo (cidade grande), são exemplos de narrativas que valem a pena ser lidas. Na primeira, temos um dia perfeito proporcionado pela avó e um discurso que poderia ter estragado tudo não fosse pela presença de espírito de sua comunidade que tanto a enchera de orgulho. Na segunda, vemos a sua curiosidade entrelaçada às mudanças de seu corpo e a sua determinação surpreendida pelas consequências.

A autobiografia de Maya Angelou não tem um fim e isto é perfeitamente aceitável. A não ser que levemos o caderno de anotações até o último suspiro, não é possível terminar o livro quando ele acaba. Porém, como todas as melhores obras escritas pela humanidade, sentiremos saudades de pessoas que se tornaram inesquecíveis e teremos compreendido um pouco mais sobre o racismo enraizado em nossa sociedade. Mesmo que seja em uma gaiola, agora eu entendo: cantar, cantar e cantar até ser ouvido.

Livia M. 06/09/2023

Uma história de libertação.
As feridas da violência de gênero e de cor.
Palavras poderosas e sem melodrama, apenas a raiz de todas as coisas.
Uma denúncia do racismo e da herança de horrores da escravidão carregada de reflexões.
Uma fênix que renasce impulsionada pelos livros.
Ler é libertador.