@jaquepoesia 18/09/2023
Este livro reúne 33 poemas da escritora e poeta inglesa Emily Brontë (1818- 1848). Estes textos foram publicados pelo pseudônimo Ellis Bell e apresentam aos leitores(as) muito romantismo e também é claro a faceta sombria da autora.
Estes poemas que ao meu ver falam de uma dor intensa falam de amor tanto quanto falam de solidão. É como se refém dos próprios sentimentos a autora sentisse estar presa a seus desejos. E o que pode nos causar mais sofrimentos do que não ter nossos desejos realizados?
A escrita de Brontë é dramática, é profunda, é apaixonada e fazem desses poemas um deleite aos que assim como eu admiram as infinitas formas de se falar sobre o amor, o tempo e a morte. Há aqui saudade, luto, dor por dizer adeus, dor por não ser eterno.
Na forma peculiar de escrever poesia da extraordinária poeta, fui levada muitas vezes enquanto lia a crer que era preciso viver mil vidas para se sofrer tanto, mas a verdade é que basta uma imaginação e muito coração para em uma só vida viver mil e Emily com total certeza sabia disso.
Separei aqui alguns trechos que expressam o que estou dizendo:
"Sentada e perseguindo o meu sonho de silêncio,
A doce mão do vento brincava em meus cabelos
(...) E quando o teu coração achar enfim repouso
Enterrado na igreja sob a lousa profunda,
Então terei tempo para gemer à vontade,
E te deixarei todas as horas para ficar sozinha... "
"Diante de mim a noite se torna mais escura,
As rajadas do vento são mais frias e selvagens
(...) As solidões não me comovem mais;
A vontade se acha extinta,
Não posso mais partir..."
"Oh quando virá o tempo, quando terão fim
Estes combates no meu coração..."
"O mundo em que vivemos é a seara de frêmitos."
"E a criança, na triste aurora da sua vida,
Assiste ao melancólico cair da noite de seus anos."