O Vento da Noite

O Vento da Noite Emily Brontë




Resenhas - O Vento da Noite


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Clube do Farol 08/08/2022

Resenha por Elis Finco @efinco
Olá, pessoa! Hoje eu venho falar de um livro há muito desejado, que encontrou na republicação o fim da busca pelo desejo e enfim a leitura para saciar a vontade. Para quem ainda não sabe, essa tradução é um marco na história literária de nosso país, agraciada com prêmios e estudo acadêmico.

O Vento da Noite, de Emily Brontë (1818-1848) – autora de O Morro dos Ventos Uivantes —, reune uma seleção, feita pelo tradutor e escritor Lúcio Cardoso, de 33 poemas da escritora e poeta inglesa, alguns deles publicados sob o pseudônimo Ellis Bell. A coletânea apresenta o lado mais romântico e sombrio da poética brontiana.

É importante observar que a tradução da poesia é altamente complexa, porque ao se passar para outro idioma incorre em dois riscos: um de se perder as rimas e outra de não se imprimir a mensagem que vai ao âmago de cada frase. Sendo assim, Lúcio Cardoso opta por trazer uma tradução livre. Para mim, foi uma forma linda de ler as palavras de Emily Brontë em seus versos e desvendar a alma, tanto dos poemas quanto de quem segurava a pena que lhes deram vida.

Importante também salientar que a seleção foi feita pelas irmãs na primeira edição, e na segunda ganhou acrescimentos pelas mãos de Charlotte, no momento em uma publicação póstuma as irmãs. Hoje é discutido inclusive se houve verdade nas palavras de Charlotte no prefácio dessa segunda edição, sobre as últimas palavras de Emily, mas como diriam, isso já é outra história.

Aos apaixonados pelos morros, aqui encontram novamente o chamado e a canção dos ventos, a solidão de Cathy nas charnecas (pântanos) enquanto vagava a espera do encontro com Heathcliff. Conhece-se também um pouco mais do mundo que os irmãos Brontë criaram, povoaram e dividiram e que posteriormente ganhou novos contornos, afinal essa terra Bronteriana tinha governo, hino, lendas e canções, e a seus imortais foi dado poemas. A nós um vislumbre nos textos que sobraram ao colapso desse mundo e do tamanho que tinha quando em seu apogeu.

Das irmãs que sobreviveram a maior idade, Emily foi a única que, mesmo filha de um pároco anglicano, desenvolveu quase uma religião própria. Afinal sua espiritualidade era para com a natureza e sua fé para com o Deus criador dela. Confesso que ler O Vento da Noite, após conhecer um pouco mais de Emily através dos vislumbres dados por Elizabeth Gaskell ao escrever A Vida de Charlotte Brontë, nos aproxima da essência de Emily, a seus verdadeiros amores e interesses e sua relação para com os animais. Faz-se entender porque o ato mais cruel em O Morro foi para com um pequeno cãozinho, que ilustra a degradação da alma de seu herói e seu ódio para com a amada. E revela o porquê sua poesia ser repleta de noite, vento e tempestade e o flerte com a morte, que fazia a vista da janela da casa, em lápides e túmulos que compunham o cemitério a guiza de jardim da casa paroquial.

Morte, essa mesma figura tão presente em sua vida desde as primeiras lembranças ou ausências delas, com a partida ainda jovem de sua mãe, e não tão depois de suas irmãs mais velhas. Que estava sempre a porta e ao redor e conseguiu entrar e levar seu irmão, sua irmã Anne e veio buscá-la deixando o mundo sem sua genialidade e de posse de sua companhia. Nos convidando assim a não temê-la, mas entendê-la como uma das facetas que compõe a vida.

Por não ter se casado, diz-se que Emily não conheceu o amor romântico, mas não consigo pensar que por não termos tido acesso à informação não possa ter existido em seu peito a paixão por outro, o calor do sentimento que nutri a vontade de caminhar junto pela vida. Afinal, como pode alguém que não sentiu, conseguir colocar em palavras tão bem o que é o sentimento. Que alguém que não conheceu possa descrever com a precisão cirúrgica o sentir. Ah! Eu imagino que seus poemas escondam os segredos que não conhecemos, as coisas que não nos foram permitidas saber. Porque de todas as mais belas formas, a escrita é a mais biográfica das maneiras de se sair da vida e se entrar na história.

Por fim, sobre a edição: digo ser uma obra de arte por si, com suas ilustrações, histórias pregressas do que representou sua primeira edição. Com diagramação, texto e papel contribuindo para o conforto da leitura, a linda tradução e a revisão impecáveis dão ao livro uma unidade única como obra.

site: http://www.clubedofarol.com/2022/07/resenha-o-vento-da-noite.html
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Jacque Spotto 27/06/2022

Se você nunca leu o famoso romance ?O morro dos ventos uivantes? de Emily Brontë, com certeza já ouviu pelo menos alguma menção sobre ele ou suas várias adaptações para o cinema, aliás é um clássico não é mesmo? Mas sabia que Emily também era uma poeta?

A atmosfera de seus poemas tem um tom sombrio, solitário, com clima frio, estados entre o sonho e a realidade, talvez por isso a maioria se passa a noite. Ambientados na solidão de quartos, casarões e cemitérios, quase sempre escuros e sombrios, também em paisagens com planícies e montanhas em profundo silêncio apenas com o som dos ventos. 

?E já ao longe, os gritos do vento
Se perderam num morno silêncio.
Distante, o céu ameaçava a neve sufocante.

E pálido, sorridente, o olhar da lua
Descansou sobre a noite destas ruínas fumegantes.? 
(p. 103-104 - Como um fantasma repentino)

A morte é uma constante em seus poemas, às vezes retratada como um alívio, almejando-a, esperando aquele momento de descanso, como se a vida fosse um martírio. Mas também é retratada como uma redenção pelos ?pecados? cometidos, parecendo não haver perdão em vida, apenas pela morte.

?Oh, ir para a tumba,
Levando a nostalgia de morrer antes do tempo!

Há muito, este sonho já estava escrito.?
(p. 102 - Sobre o leito)

É perceptível que a aura soturna e gótica de seus poemas, inclusive de seu romance, tem como inspiração o local onde morava, Haworth, uma vila em Yorkshire. De acordo com alguns relatos, Emily era uma pessoa solitária, gostava de caminhar pelas charnecas sozinha, o que pode ter sido o ambiente propício para inspiração de sua obra.
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Thiago275 15/06/2022

Não funcionou pra mim
Emily Brontë é mais conhecida como a autora de O Morro dos Ventos Uivantes, livro publicado em 1847 e que pode ser resumido na expressão “ame ou odeie”. No entanto, ela também escreveu poemas, lançados um ano antes. A coletânea deles, sob o título de “O Vento da Noite”, foi publicada pela primeira vez no Brasil em 1944, com tradução de Lúcio Cardoso, autor de Crônica da Casa Assassinada, e é sobre ela que falaremos aqui.

Os poemas de Emily contidos nesse livro tratam de temas que também estão presentes em sua obra mais famosa, como o clima lúgubre, a morte, a solidão, a noite, etc. Tenho a impressão de que esse livro seria lido, relido e favoritado por qualquer um dos personagens de Wuthering Heights.

Sou uma pessoa que tem boa vontade com poesia, embora leia menos do gênero do que gostaria. No entanto, O Vento da Noite não funcionou para mim. Não consegui me conectar com nenhum dos poemas do livro. Emily Brontë pode suscitar muitas emoções nos leitores, mas aqui ela não me tocou.

Isso não quer dizer que o livro não funcionará para você. Afinal, poemas publicados em 1846 e que ainda hoje continuam a ser lidos certamente têm seu valor.

Por fim, impossível não elogiar a edição lançada pelo Grupo Record em homenagem aos 90 anos da Editora José Olympio. A edição está exatamente igual à publicada em 1944, e possui aquele ar elegante que só os livros antigos possuem.
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tainabooks 11/06/2022

Achei profundo, intenso, melancólico, sombrio. Ela merece todo o reconhecimento. Parece que estamos lendo sua alma, sentindo suas emoções.
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José 12/05/2022

Eterna Emily
Cada vez mais apaixonado por Emily Brontë, amo sua intensidade e sensibilidade, que mulher incrível!
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Dri 17/04/2022

A força da natureza
As 5 estrelas são para escritora, para os poemas originais em inglês. Infelizmente a tradução não me agradou e deixei-a de lado rapidamente. O tradutor, na minha opinião, reescreveu os poemas e esse tipo de tradução não me agrada. Os poemas são tão fortes e impactantes quanto o único romance de Emily Bronte, o Morro dos Ventos Uivantes. Os elementos da natureza, a morte e a paixão são os temas recorrentes e permitem um vislumbre da alma dessa extraordinária escritora. Material imperdível para os admiradores das irmãs Bronte.
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Jade 12/05/2021

Não curti a tradução
Adorei os poemas no original. Não curti a tradução, por sorte essa edição é bilíngue. Autora favorita da vida, pena ter morrido tão cedo e deixado tão pouca coisa. Poemas muito intensos e sombrios.
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Ana Lícia 21/04/2021

33 poemas da Rainha. Um Deleite.
Emilly Brontë é uma das minhas escritoras favoritas. Pois é criadora de um dos livros mais incríveis da literatura mundial. ( O Morro Dos Ventos Uivantes) E, como eu queria poder ler mais coisas dela. Infelizmente não é possível, mas fiquei muito feliz de ler algumas de suas poesias. E poder mais uma vez sentir sua escrita sombria, profunda e tão sensível.
Apaixonante.
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Renan Caíque 20/04/2021

O Vento de Emily Brontë
"O Vento da Noite" é uma coletânea de poesias de Emily Brontë, autora de “O morro dos ventos uivantes”, falecida com apenas 30 anos de idade. Este livro apresenta 33 poemas, com tradução de Lúcio Cardoso, e é o único no Brasil com poemas traduzidos da poetisa inglesa. Emily escreveu quase 200 durante a sua curta vida.

O livro tem poemas intensos sobre as suas emoções e conflitos internos, morte, liberdade, desilusões, carregados de uma atmosfera nostálgica, onírica e melancólica.
Emily não escreveu para ser lida, mas apenas para aliviar um coração transbordando de sentimentos aprisionados. A sua irmã Charlottë descobriu “sem querer” os versos de Emily e ficou profundamente impressionada, segundo ela “eram versos completamente diferentes do que as mulheres geralmente escreviam... eram condensados e concisos, vigorosos e genuínos... também tinham uma música peculiar, selvagem, melancólica e elevada.”

E de fato! Os seus poemas revelam um coração com excesso de imaginação, uma música instintiva, porém encantadora, e impressionantes efeitos de paisagem, que nos fazem enxergar a natureza presente em sua poesia. Além disso, a relação de Emily com a morte é extraordinária, pois assombrou ela e sua família sem piedade, levando-a e a seus familiares muito cedo. Emily abraçou a morte em seus poemas como se fosse um parceiro de vida, e escreveu sobre ela de maneira ímpar, como somente alguém que conviveu com ela lado a lado poderia escrever.

A tradução é em versos livres, o que fez com os versos traduzidos não seguissem métrica, rimas e ritmo, perdendo a sua beleza estética e a sua sonoridade originais, mantendo apenas o sentido dos poemas. Este é um ponto fraquíssimo desta obra, (apesar de ser algo subjetivo, pois muitas pessoas preferem assim). É interessante para se conhecer, principalmente pelos fãs das irmãs Brontë, pela curiosidade, ou caso queria ler no idioma original, pois esta é uma edição bilíngue, mas esperemos que surjam novas traduções que busquem fazer um trabalho mais fiel e que façam jus ao talento imensurável da autora de O Morro de Ventos Uivantes.


site: https://www.instagram.com/renan_tempest/
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Iasmim.Almeida 19/04/2021

Resenha: O vento da noite.
O vento da noite é uma coletânea de poemas compostos por Emily Brontë. A poesia de Emily segue a mesma linha do seu romance " O Morro dos Ventos Uivantes".
Em cada verso, podemos perceber a sutileza, a firmeza, a tristeza, a dor, os ensejos e a melancolia expressa de forma singular pela autora em cada um dos seus poemas. Os mesmos refletem não somente sua obra-prima, como espelham a vida dura e sofrida dos Brontë.
Podemos observar uma conexão direta dos seus poemas com o seu romance. Ora, somos levados pelos inclinações do coração de Caty, ora pelos ventos de sua razão. Na mesma proporção em que somos guiados pelas dicotomias de Heatchiff, que flutuam ora pelos ventos do amor, ora pela brisa do ódio.
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sarajaneds 17/04/2021

O Vento da Noite, de Emily Brontë
Ah... Emily, por que você nos deixou tão cedo? ?
Acredito que todo aquele que conhece sua obra principal, O Morro dos Ventos Uivantes, fica curioso em ler mais coisas escritas pela autora, tendo em vista que ela nos presenteu apenas um romance; e foi nesse espírito que li esse livro, não estão todos os poemas escritos pela Emily Brontë, mas podemos ver claramente que seu talento não era apenas para as grandes narrativas mas também para a poesia. Recomendo muito.
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Barboza 10/04/2021

Neste perfil, nós adoramos Emily Brontë
Pouca gente me conhece aqui, mas a verdade é que sou um fã declarado de Emily Brontë, vida e obra. Por isso, é muito difícil, quase impossível, falar da obra dela sem me emocionar.

Quando li as palavras da Charlotte, irmã da Emily, que antecedem o último poema, precisei fechar o livro e dar um tempo para não começar a chorar.

Oh, pobre Emily, daria minha fortuna para ter te abraçado e consolado nesta vida. :(

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Dito isso, quero destacar algumas observações. Primeiramente, a seleção de poemas é ótima. Se alguém ler com atenção, pode ver ligações com Morro dos Ventos Uivantes. Os mais ousados podem até encarar os poemas como uma obra dentro da obra. Afinal, tudo pertence ao mesmo universo: a mente de Emily Brontë.

Em geral, as poesias nos deixam conhecer mais sobre a autora. Alguém romântica, sonhadora e febril em sentimentos, mas que também atribuí grande valor a natureza. Afinal, Brontë não era chegada a ir até a cidade e preferia ficar no campo. É fácil constatar como ela deixa um pedaço de si em cada verso.

Por fim, sobre a tradução: tive sérios problemas para entender. Chegou em um ponto que desisti, inclusive, e passei a ler os poemas direto do inglês apenas. Salvo alguns versos, a semântica parecia muito mais clara em inglês.

É isso. Se eu não der 5 para Emily Brontë, me internem.
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andyelivros 12/03/2021

O vento da noite
Descrição

Único livro no país que reúne exclusivamente a poesia de Emily Brontë, autora de O morro dos ventos uivantes, este volume traz 33 poemas da escritora inglesa Publicado no Brasil originalmente em 1944, como parte da primorosa Coleção Rubáiyát, da editora José Olympio, O vento da noite, traduzido por Lúcio Cardoso, retorna em edição bilíngue pela Civilização Brasileira. É uma bela oportunidade de reviver o encontro entre dois grandes nomes na literatura e de observar as especificidades que permeiam os processos de criação do autor e do tradutor ? uma relação marcada pela sensibilidade, intimidade, escuta e delicadeza. 
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Cinara... 04/09/2020

"Por que viver aqui embaixo numa espécie de sono,
Quando o coração se torna pesado de uma triste fadiga?
Por que viver aqui embaixo numa espécie de sono,
Quando o dia parece mais morno do que a noite?"
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Cláudia - @diariodeduasleitoras 26/06/2020

O vento da noite
Emily Jane Brontë, rainha do romance gótico; criadora do Heathcliff, aquela que ou vc ama ou vc odeia (se odiar estou de mal.. rsrs) uma das maiores escritoras da literatura mundial, também deixou sua marca na poesia, vcs sabiam?? Pois é?!

Emily não só escreveu como foi comparada com todos os grandes poetas do mundo, include o todo poderoso Shakespeare. É senhoras e senhores, não há nada que posso acrescentar ao que a crítica do mundo inteiro tem dito. Perfect!

O título do livro provém do poema que abre o livro, O vento da noite.

As temáticas de Brontë falam sobre sonhos, lembranças, fantasias, desilusões e morte, trazendo versos repletos de melancolia. E por essa profundidade devo deixar registrado que achei a leitura um pouco complexa. Bom, fato é que não sou uma leitora assídua do gênero poesia, talvez seja por isso.

Ainda, a presença da natureza é muito forte nos poemas, sendo impossível não relembrar de O morro dos ventos uivantes. O tom melancólico e, por vezes, sombrio está presente na sua poesia, assim como no romance.

Se gostei?? amei vários poemas, outros, nem tanto. Certamente irei reler, e reler.. em breve em inglês! Assim espero..

Esse livro é o único publicado no nosso país que reúne uma coletânea de 33 poemas da escritora inglesa, traduzidos por Lúcio Cardoso, pela primeira vez, em 1944. A obra é organizada e apresentada por Ésio Macedo Ribeiro, e é uma edição bilíngue. O que é ótimo para quem lê inglês, pois propicia ao leitor a oportunidade de apreciar os poemas originais, além das traduções segundo à visão de Cardoso. Pois conforme dito na introdução a tradução foi livre.

Curiosidade: Emily Brontë morreu aos trinta anos de tuberculose, deixou ao mundo uma obra única e incômoda, O morro dos ventos uivantes - TUDO pra nós - e várias publicações poéticas (pouco conhecida) tendo a maioria sido publicados postumamente, por sua irmã Charlotte Brontë.
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