spoiler visualizarDinhaCath 16/04/2013
Amor ou Doença? Independente do resultado, você vai se apaixonar com eles..
Bom, começo essa resenha dizendo que são 3:38h da manhã e estou me debulhando em lágrimas, por isso se encontrarem algum erro de escrita relevem por favor, pois não estou enxergando muito bem.
Antes de falar do livro tenho que dizer que conheci ele através do canal literário da Gui Fernandes ( que aliás amo suas indicações) do Amount of Words: http://www.youtube.com/watch?v=gUqpk4MlD9U.
Lá ela indicou esse livro como "livros que ela leu em Inglês mas que foram publicados em Português"...então foi amor a primeira vista, quando ela disse a sinopse desse livro eu corri atrás e encontrei em pdf. Comecei a ler na mesma hora ( 18h) e só parei pra fazer um trabalho que tinha que ser entregue no outro dia.
Logo depois continuei (23:42h) e só parei quando cheguei na desesperante ultima página (3:38h), como citei lá em cima.
Esse foi um livro desesperador e sofrido, para alguns pode ser exagero, mas a autora me ganhou de vez nessa trama maravilhosa e cheia de emoções.
Gente, sério, esse livro é maravilhoso, do começo ao fim a narrativa te prende de uma forma que você devora mesmo, querendo saber como isso vai acabar. Claro que lá pra metade ou até antes você já tem uma ideia de como será esse final, apesar de confessar que torcia para outro final.
“(...) uma história de suspense, de sobrevivência, a expressão mais forte de um relacionamento entre um rapaz perturbado e uma garota, sob as condições mais extremas.”
Barry Cunninham, editor original do livro
A escritora é outro ponto super positivo para se falar desse livro, pois ela de fato sabe escrever e prender o leitor, além de ser uma narrativa bem detalhada dos lugares e animais, ela escreve de uma forma que você se coloca completamente na pele deles. Confesso que em muitos momentos me perguntei se a estória não era verídica de tão real que parecia os detalhes.
No livro a autora trata sobre temas delicados, mas que ela soube como abordar, como o Sequestro e a Síndrome de Estocolmo, que já no começo do livro há uma definição para isso.
Síndrome de Estocolmo: Expressão criada pelo psicólogo Nils Bejerot para nomear a reação de vítimas de um assalto ocorrido em agosto de 1973, na Noruega. Caracteriza-se pela identificação afetiva da vítima com seu sequestrador. Trata-se de uma estratégia inconsciente de sobrevivência, uma tentativa de conquistar a simpatia do sequestrador, por medo de retaliação e/ou violência. Essa reação proporciona o afastamento emocional da realidade perigosa e violenta à qual a pessoa está submetida, mas parte de sua mente conserva-se alerta ao perigo, o que faz com que a maioria das vítimas tente escapar do sequestrador em algum momento. (N. E.)
É impossível você não sentir todas as emoções que um ser humano possa sentir ao ler esse livro, ele é fascinante e ao mesmo tempo triste. E ao final do livro eu me senti mais triste ainda por ter sacado a verdadeira situação do Ty, personagem principal do livro, que para alguns seria um vilão, já que ele sequestrou a Gemma, mas para outros ele era apenas um rapaz apaixonado. A verdade era que Ty estava doente, mentalmente, o que só tornou o livro mais doloroso, pois em determinado momento você se vê muito apaixonada por ele.
O Ty é um rapaz amoroso, cuidadoso e super apaixonado com a Gemma e no decorrer do livro ele explica a razão e onde tudo começou. E é justamente por isso que não tem como odiar ele, pois percebemos que apesar do absurdo de um sequestro de uma menina de 16 anos, nós, assim como a própria Gemma se deixa encantar por ele, ou talvez seja compaixão mesmo, já que ele nos conta como foi a sua difícil vida. Me perguntei se ele realmente estava doente ou se ele amava de fato a Gemma e apesar de saber que ele estava com alguns distúrbios, ao final você tem sua prova que ele realmente amava ela, já que foi capaz de fazer um sacrifício para salvar a vida dela e isso meus caros, foi mais que uma prova de amor, pois se ele fosse só mais um louco ou monstro ( como a personagem sempre o acusa de ser), ele não teria se entregado em nenhum momento, nem pela vida dela.
_ O que há do outro lado?
_ Mais da mesma coisa. [...]
_ Onde nós estamos?
_ Por toda a parte e em lugar nenhum [...]
_ Quanto tempo você vai me manter aqui? - perguntei.
Você deu de ombros.
_ Para sempre , é claro.
A narrativa é em forma de carta, da sequestrada Gemma, para seu sequestrador Ty, daí o nome do livro - Carta ao Meu Sequestrador. O pronome "você" é usado o tempo todo, sempre que ela se refere ao seu sequestrador. Em nenhum momento o livro se torna cansativo nem forçado, mas sim te conduz a esmagar cada palavra para chegarmos juntos a uma solução.
Tenho que desabafar que ao final do livro muita coisa começou a fazer sentido e que talvez o Ty não amasse a Gemma, mas sim projetasse nela a sua mãe, que ao decorrer da narrativa percebemos que teve uma relação difícil com ele. De fato ele é um personagem intenso e apaixonante (eu estou apaixonada por ele, me internem), mas creio que foi a intenção da autora, ao mostrar um homem perturbado e sensível, que ama os animais e a natureza, além das coisas simples da vida e que no final só queria ser amado. Como li em uma resenha "ele é a própria vítima das casualidades da vida". Creio que foi o modo da autora de abordar a Síndrome do Estocolmo e nos mostrar que isso existe e até nós podemos cair nessa, mesmo que por livros.
Livro mais que recomendado, mas aviso para separar vários lenços, pelo menos eu fiquei muito chorona (mentira, foi desesperada mesmo, soluçava sem parar, um nó na garganta, no peito..), mas amei demais, só não gostei do final que a autora deu, acho que foi a melhor solução que ela encontrou, mas deixa os leitores com um sentimento enorme de falta/perda, de algo que poderia ter acontecido. Um livro maravilhoso..LEIAM!!!!
Não esqueçam de conferir meu blog com essas e outras resenhas:
Meu Mundo Literário
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