O Torreão

O Torreão Jennifer Egan




Resenhas - O Torreão


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gleicepcouto 07/07/2012minha estante
Oi, Daniel! :) Já tinha lido a sua resenha, sim. Entendo seus questionamentos sobre o livro e concordo até certo ponto, mas achei que as perguntas em aberto não são vitais para a fluidez da história. Não preciso saber do destino dw Howard, por exemplo, se o foco é o Danny e o Ray/Mike, sabe? A questão da baronesa... Acho justamente que a Egan quis deixar um traço de surrealidade, sabe? Afinal, era um fantasma? Uma alucinação? Realmente existiu? Jennifer é uma incógnita, sua narrativa é muito peculiar, beirando o irregular - mas a considero genial justamente por isso.

Mas realmente, uma história de terror e assustadora não é. É enigmática e tem suspense. Acredito que o filme baseado do livro pode ser melhor explorado nessa parte... Mas o livro de terror não tem nada.

Beijos!


Daniel 07/07/2012minha estante
MAIS SPOILER
Gleice obrigado por comentar. Eu não tenho nada contra finais em aberto (até prefiro do que finais muito explicadinhos), mas, exemplificando o caso da baronesa: era uma alucinação do Danny? ok, pode ser uma alucinação; mas então quem foi que trancou o grupo no tunel? E se o Ray/Mike era o foco, o que aconteceu com ele? Esse tipo de coisa que me deixou meio insatisfeito, me pareceu que de repente a autora se cansou da trama e resolveu acabar logo com ela...
Sem dúvida é um livro acima da média (avaliei com 4 estrelas) e a Jennifer Egan é uma escritora que vale a pena seguir. Mas comparando com "A visita cruel do tempo" - no qual muitas das histórias tambem não "se resolvem" mas tudo se encaixa - achei que este "O Torreão" perde de goleada.


naniedias 11/07/2012minha estante
Daniel, gostei bastante da sua resenha :) Confesso que até gostaria de algumas explicações a mais no final, mas eu gostei demais do fato da autora deixar tudo em aberto =D
Eu gostei demais da narrativa da Egan e não sei dizer se gostei mais ou menos do que A Visita Cruel do Tempo - são livros tão diferentes ><
Quanto às questões que você levantou - eu acho que a Baronesa era real sim - para mim não restou dúvidas quanto à existência dela, mas talvez a autora tenha tido exatamente essa pretensão - fazer com que cada um visse a história a sua maneira.
Quanto a Mick/Ray, eu acho que ele surtou: medo de que Danny contasse tudo a Howard, medo de que ficasse com seu lugar...
Enfim, concordo que a autora deixou muitas pontas soltas - mas eu adorei isso =D


Monique 11/07/2012minha estante
Daniel, exatamente o que penso. Acho que, nesse ponto, faltou certos detalhes para complementar a história. Gostei do fato de que mais tarde descobrimos que as duas histórias, na verdade, são "uma só", fiquei com aquela cara de boba quando descobri a relação Ray/Mike... Mas mesmo assim, também me senti como se tivesse comido moscas em alguma parte! HAHAHA Adorei.


Jose Ricardo 11/09/2014minha estante
Livrinho complicado irmão.
Mas tem gente que gosta. Literatura ta cheio deles. Gosto para tudo.!
O Filme se sair deve ser uma paranoia só e no final dinheiro jogado fora. Só esperar. Quando ???


Tatiany Leite 03/10/2014minha estante
O único lado ruim (e bom ao mesmo tempo) da leitura é que cada leitor leva consigo suas considerações e bases. Eu absolutamente me apaixonei por esse livro e consigo, já de antemão, responder algumas perguntas:
- O Mike explica o motivo de ter matado o Danny (leia na página 205, a partir da parte em itálico);
- Concordo com a Gleice sobre o fim da baronesa. Acho que essa era a intenção da autora, manter essa incógnita de realidade/ficção (até pelo fato de Danny a ver como jovem/velha a cada passo que dava);
- Mike foi para a prisão por assassinato, por ter atirado na testa de alguém que conhecia (ele conta isso à Holly no hospital);
- A Martha, namorada de Danny, já nos é passada como uma mulher que não liga muito para as coisas. Ela tem a vida dela, já é mais velha... Acho que ela desistiu do Danny depois de achar que tinham feito algo com ele. Até porque ela não quis fazer nada quando ele desligou abruptamente na primeira vez que ligou pra ela, depois de dar alguns "gritos" de dor;
- A Holly não ficou a ver navios. Quer dizer, até ficou, mas o final é a ligação concreta com o que a Ann desejava da piscina e do hotel como um todo (página 52). E talvez, nessa ligação, que Ann retorne à história.

Enfim, claro que são só ideias pessoais, de uma leitora qualquer! Masa, achei bacana falar! hehe


Daniel 03/10/2014minha estante
Legal Tatiany! Eu já li o livro há algum tempo, não lembro mais dos detalhes da trama, quem sabe arrisco uma releitura mais prá frente...


Nana 10/03/2015minha estante
Daniel, tive exatamente a mesma impressão que você ( apesar de não ter lido "A visita cruel do tempo" que só pelo nome parece ser um bom livro rs) mas não vi toda a grandiosidade que dizem sobre esse livro. Sem tirar o mérito, é um bom livro, mas a forma parece mais bela que o conteúdo. A forma da narrativa é muito interessante, criativa, mas a história em si, deixa algumas lacunas.


Beth 12/06/2015minha estante
Daniel, foi na tua estante que tirei a sugestão deste livro. Adorei "O Torreão", achei a autora genial e a história entremeada fantástica. Não vi pontas soltas, fazem parte da trama surreal, encaixam perfeitamente no todo. Não li "A Visita Cruel do Tempo" (ainda), não tinha expectativas sobre a autora, talvez por isso tenha gostado tanto. De terror o livro não tem nada.


Daniel 23/11/2015minha estante
realmente, não vi nada do q a contracapa fala, não li A visita cruel do tempo e acredito q nem vou ler, nao vou arriscar, já não gostei do torreão e sinceramente eu esperava mais desse livro, mesmo achando chato no começo achei q ia melhorar depois, mas não melhorou muito




gleicepcouto 03/07/2012

Humor, drama, terror sem parecer um livro esquizofrênico
www.murmuriospessoais.com

***

O Torreão (Intrínseca) é o segundo livro da escritora norte-americana Jennifer Egan publicado no Brasil, o primeiro foi A Visita Cruel do Tempo, pela mesma editora. Originalmente, o livro foi lançado em 2006, com o título em inglês The Keep, e logo virou best seller, chegando a ganhar o prêmio de livro do ano pelo jornal Rocky Mountain News.

Danny recebe uma proposta em um momento crítico de sua vida: ajudar o primo Howie, que não via há anos, na remodelação de um castelo na Europa Oriental que havia acabado de comprar. Pois é, Howie queria transformar sua nova propriedade em um hotel que oferecesse serviços nunca antes vistos e contava com a ajuda do primo pra isso. O problema é que o nova-iorquino Danny tinha um pé atrás com Howie. Sentia remorso por uma situação difícil a qual obrigou Howie a passar.

Em todo caso, sem muito o que perder, Danny decide reencontrar o primo e conhecer o castelo, mesmo sem saber muito bem como poderia ser útil. Ao chegar lá, ele se depara com mistérios, uma baronesa presa no Torreão, um labirinto subterrâneo sinistro, uma piscina mal-assombrada... A realidade começa a se tornar algo difícil de se acreditar.

Egan nos presenteia com mais uma história originalíssima. É bom demais ler uma obra tão desafiadora e corajosa. Sem medo de quebrar estereótipos e abrindo mão de qualquer tipo de clichê, ela se firma, na minha humilde opinião, como uma das melhores escritoras da atualidade (se não for a melhor).

Sua narrativa entrecortada, já uma característica e assinatura da autora, se mostra audaciosa em O Torreão, principalmente com a inserção de um humor ácido e inteligente na trama. Resumindo: Danny é uma figuraça. Carismático, mordaz e irreverente: ele é o sonho de criação de qualquer escritor. Todo autor que se preze almeja criar um personagem tão memorável e "surrealmente real".

Mas há outros pontos de vista em O Torreão, além dos de Danny. Desta forma, a história intercala capítulos com esses pontos de vista, que, a princípio, parecem ter uma pequena e simples relação. Com o passar das páginas, porém, percebemos que o buraco é mais embaixo. Somente lá no final vamos descobrir realmente do que se trata a história. Surpreendente.

A autora brinca com a nossa mente a tal ponto que em certos momentos não sabemos o que é realidade, o que é sonho, o que é alucinação. A baronesa existe? É um fantasma? Danny tá delirando? Afinal, ele está em meio a uma crise de abstinência de tecnologia. E aí também reside o grande barato do livro; Egan, como ninguém, faz uma crítica à sociedade atual, conectada full time. Temos pena de Danny e sua dependência a aparatos tecnológicos, mas no fundo nos reconhecemos nele.

E o mistério, beirando o terror? Jennifer também é boa nisso. Pode parecer que o livro é uma doideira de estilos: humor, mistério, terror, crítica, drama. E até é. A questão é que a autora sabe como conduzir a história sem parecer forçada ou esquizofrênica.

Na verdade, O Torreão é um prato cheio para qualquer pessoa disposta a ir além das leituras cotidianas e banais. É um exercício para a imaginação, e um frescor e alívio para quem quer fugir da literatura enlatada atual.

A CBS Films comprou os direitos e está adaptando a história para o cinema. Há alguns anos atrás, Ehren Kruger (O Chamado) e Niels Arden Oplev (Os Homens Que Não Amavam As Mulheres) estavam à frente da empreitada. Ao que tudo indica, porém, tanto o roteiro, quanto a direção caíram nas mãos de Peter Weir (O Show de Truman, Sociedade dos Poetas Mortos).

Jennifer Egan estará presente no Flip deste ano.

Avaliação:
Autor: Jennifer Egan
Editora: Intrínseca
Ano: 2012
Páginas: 240
Valor: $20 a $30
Extra: Surpreendente.
GilbertoOrtegaJr 30/03/2013minha estante
adorei sua resenha, só um erro ele é o terceiro lançado aqui o 1 chama -se uma história a 3 e foi lançado a muito tempo no Brasil, teve até filme... em inglês se chama o circo invísivel.... fora isso concordo em gênero número e grau com sua resenha


gleicepcouto 31/03/2013minha estante
Obrigada pelo toque, Gilberto! ;D




Xxxxxxxx1 25/01/2013

Chato
Devo ser o único que achou esse livro chato...Tudo bem, é interessante como a autora alterna as vozes e narradoras da trama, mas me pareceu tudo muito solto. Faltou uma trama mais envolvente.

A visita cruel do tempo é, sem dúvida, infinitamente superior.Esse , sim, uma obra-prima.
Daniel 23/11/2015minha estante
opa, tbm achei chato, não tão chato tem partes legais interessantes, no começo quase q desisti, mas depois continuei achando q ficaria melhor, mas não melhorou muito, muitos falam q gostaram, mas eu nao achei grande coisa e não tem nada das resenhas q falam na contracapa, eu acho q não arriscaria a ler A visita cruel do tempo, realmente é bom?




Pandora 09/01/2015

Não gostei de O Torreão. Não me cativou. Achei confuso e sem sentido de uma maneira chata. Porque o nonsense pode ser bem interessante, mas não foi o caso deste livro. Parece uma colcha de retalhos mal remendada, com fios soltos e personagens sem carisma e que não se conectam. Curiosamente, a parte que mais me interessou foi a final, quando o foco passa a ser a professora, que até então era importante na vida do presidiário, mas de forma secundária.
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Voorhees 23/02/2013

Eu estou completamente apaixonado por Jennifer Egan. Eu não me rendo, assim, tão completamente ao trabalho de um escritor desde que eu conheci e me viciei em Stephen King mais de dez anos atrás. Eu já tinha me interessado pelo potencial de Egan ao ler o ótimo A Visita Cruel do Tempo, mas foi lendo O Torreão que eu percebi o quão genial e interessante é essa escritora, e passei a ansiar quase dolorosamente por suas próximas obras.

E o fato de O Torreão ser uma obra ser uma obra anterior à Visita Cruel do Tempo só deixa tudo ainda mais apetitoso. É a prova definitiva de que Egan não acerta pela sorte, mas por meio de trabalho duro, competência e originalidade, coisa que em tempos de “fenômenos literários” efêmeros é impressionante.

Não é possível contar muito da trama de O Torreão sem com isso estragar algumas surpresas, então vou me restringir a dizer que O Torreão é um exercício intimista de metalinguagem disfarçado de conto de horror gótico. A história começa com o desajustado Danny chegando a um castelo secular que foi adquirido por seu primo distante. Sem acesso à internet, telefone ou seus amigos, Danny passa a ser vítima de sua própria mente e solidão.

Assim como faz em A Visita Cruel do Tempo, Egan brinca com a linguagem e a estrutura narrativa, criando um texto fluido e irresistível que praticamente implora para ser devorado. Prova da genialidade de Egan, a narrativa de O Torreão pode parecer gratuita e dispensável a princípio, um exercício de estilo sem sentido. Mas uma reviravolta na história dá total sentido às escolhas de Egan, e nos mostra que o jeito de Egan contar não poderia ser outro.

Com personagens criveis, diálogos espertos e um texto nada prolixo, O Torreão é com certeza um dos grandes livros que li nos últimos anos. Mais do que um novo clássico, é quase uma prova de amor de Egan à literatura e a seus leitores. E não é um amor platônico. Nós também estamos amando Jennifer Egan, cada vez mais.

Veja mais em www.coolt.blog.br
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Fê Rodrigues 24/07/2012

O Torreão, de Jennifer Egan
Comecei a escrever esta resenha no computador, mas não achei que seria justo – ainda que tenha que digitá-la depois. Fazê-lo em meio eletrônico seria trair Danny, Howard, a Baronesa (e todas as suas gerações puramente europeias), Holly e, principalmente, seria trair o próprio Torreão. Por isso, vim para o meu quarto desprovida de quaisquer aparelhos tecnológicos (incluindo o meu velho rádio, que foi “expulso” de seu cantinho enquanto escrevia) e fiz deste cômodo o meu Torreão improvisado.

Ok, antes que vocês achem que estou ficando maluca, começarei a resenha propriamente dita. Se tivesse que descrever O Torreão com uma só palavra, bastaria: inacreditável! Quando o Daily Mail disse que este é “um daqueles raros livros que nos fazem lembrar por que amamos ler”, não mentiu. Mais uma vez, Jennifer Egan me mostrou porque ela é vencedora de um Pultzer, porque esteve na Festa Literária Internacional de Paraty, porque seus livros são sucesso de público e crítica.

Dividido em três partes, O Torreão é aquele tipo de livro que nos faz manter os olhos grudados em suas páginas desde o título da capa até o último ponto final. A princípio, temos Danny, um nova-iorquino trintão, viciado no incrível poder de conexão que a tecnologia oferece a qualquer um nos tempos moderno a ponto de sentir na pele, literalmente falando, onde há um sinal de internet wi fi. Danny King, na infância, “ummeninotãobom”, ao crescer não passa de um cara cínico que se aproveita das relações – ou seria das encrencas em que se mete? – para sobreviver. Em contraponto, há seu primo, Howard: adotado, gordo, nerd. O típico rejeitado pelo restante da família por ser considerado o diferente.

Na infância, os dois são muito unidos e – como toda criança – muito criativos. Ao nos apresentar a mente fértil de nossos personagens, Egan começa o jogo que permeará toda a narrativa: o que é real e o que é imaginário? Em muitos momentos, realidade e ficção se mesclam a ponto de trocarem de papeis – revelando, mais uma vez, a genialidade da autora. Voltando aos meninos, as brincadeiras e o universo infantil cria um laço entre os dois, até que a vontade de ser popular de Danny o faz “brincar” com Howie de uma forma que marca e muda a vida de ambos, separando-os até o reencontro no castelo, cuja torre mais alta e mais forte nomeia a obra: o Torreão.

Paralela a esta história, temos a de Ray, um presidiário que participa da oficina de redação de Holly. Então, mais uma vez, a manipulação da história se torna incrível. Danny e Howie e seu castelo são reais ou apenas fruto da história de um preso que, em sua primeira crônica provoca brutalmente sua professora? Novamente, a ficção se funde com uma possível realidade.

Enquanto tudo isso é apresentado na primeira parte do livro; na segunda, encontramos uma densa narrativa de tirar o fôlego de qualquer leitor! Nela, Danny visita o Torreão e a parte fantástica do livro transborda causando um impacto físico em quem está ali com ele. O castelo em si, e consequentemente seu Torreão, pode ser considerado quase um personagem. Cenário da maior parte da narrativa é misterioso, denso, sem qualquer conexão com o exterior... Verdadeiro mundo a parte que ajuda a narrativa tirar seus leitores da órbita! A cada passo que Danny dava ali dentro, em muitos momentos – poderia dizer que ao longo de toda a parte –, me vi ao seu lado, suando frio com ele, tremendo, me desesperando, buscando uma explicação com a mesma sede, com o mesmo torpor. Seria Howard um louco ou nós, leitores, estávamos enlouquecendo pela falta de conexão com o mundo juntamente com o Danny? A conclusão só chega à última linha, ao último ponto final.

Este é um livro que desperta emoções. Além da adrenalina da segunda parte, a terceira é comovente a ponto de ter momentos que quase me levaram ao pranto. Mais uma vez, a dosagem disso tudo põe a mostra o quão fantástica é o estilo da autora.

Falando no estilo, Jennifer Egan usa e abusa daquilo que ela faz com maestria: começa com o narrador em terceira pessoa e mais à frente, percebemos que aquele narrador é uma das personagens. O ponto de vista, esteja ele em primeira ou terceira pessoa, é múltiplo, uma vez que na obra, quase todos os personagens “têm voz”. Isso dá um ritmo alucinado na narrativa e contribui para que ela se torne tão incrível.

Com O Torreão, Egan consegue provocar o leitor para assuntos que muito importantes: como despertamos a nossa criatividade em um mundo em que tudo está praticamente pronto? Como quebramos os paradigmas dos padrões preestabelecidos? Como dosamos a tecnologia e a ausência dela?

Por fim, devo ressaltar que a dose de “fantástico” que há na narrativa está na medida. Até quem é mais crítico com isso – assim como eu – vai gostar, uma vez que estes elementos surreais dão um tom gótico à trama.

Posso dizer, sem demagogia alguma, que os livros de Jennifer Egan foram os melhores que li até agora em 2012. O Torreão, antecessor de A visita cruel do tempo – embora tenha sido publicado depois dele aqui no Brasil – tem um final surpreendentemente tocante, carinhosamente lindo. Não preciso dizer o quanto recomendo a leitura das duas obras, elas já se tornaram livros de cabeceira para mim.

PS: Jennifer Egan, você me fez criar a minha própria definição para alto: o estado magnifico de deleite ao reconhecer livros formidáveis e me deleitar em suas leituras! Obrigada por isso! ;)


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Resenha publicada em: http://nossocdl.blogspot.com/2012/07/resenha-o-torreao-de-jennifer-egan.html
Júnior 27/07/2012minha estante
Você falou tudo o que eu senti na sua resenha com a leitura de Egan.


Fê Rodrigues 09/09/2012minha estante
Nossa, Júnior, fiquei feliz!
Esse liro é realmente fantástico! :)

Um beijo!




Fabio 13/10/2022

Um quebra-cabeça interessante
Esse livro está longe de ser como A visita cruel do tempo, o primeiro livro que li da autora e o que vejo como o mais famoso. Como no outro, temos um quebra-cabeça a ser montado, mas que, a princípio, não fica tão claro no início e vai chegando de forma sutil ao longo da leitura.

Como pontos positivos, temos a construção do quebra-cabeças, a forma ágil e simples da Jennifer Egan narrar suas histórias, personagens que fogem do clichê e uma história bastante singular.

Ainda assim, não é um livro que eu indicaria. Talvez “O torreão” seja voltado para quem quer conhecer mais a obra de Jennifer. Apesar de bacana, achei fraco. Não é algo forte, inovador e intenso, sendo bem sincero. Senti falta de um meio mais efetivo. Para mim, pareceu que pulou do início para o fim, sem um desenvolvimento e aprofundamento do que poderia ser o meio da história. Talvez umas 50 páginas adicionais e uma interação maior entre os personagens pudesse tornar esse livro melhor, já que a sua história é bastante curiosa e eu não tinha lido algo que tivesse um cenário e plano de fundos similares.

O foco central em apenas 2 personagens foi algo que me incomodou, já que alguns secundários e importantes não tiveram um final em virtude do fim brusco. Em compensação, um personagem secundário interessante (pouco desenvolvido) encerra a história em um capítulo bem grande, contando a sua história, tendo um foco tardio que achei desnecessário. Se ainda tivesse sido um gancho para encerrar a história dos demais, talvez fosse mais proveitoso. Sendo bem sincero, metade do último capítulo é bastante inútil, na minha opinião.
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Larissa 27/01/2015

Eu cheguei ao “O Torreão” de Jennifer Egan por uma lista de “Os Melhores livros publicados em 2012”. Egan também é autora de um outro livro muito elogiado: “A Visita Cruel do Tempo” que já entrou para minha lista de próximas leituras.

Depois de ler “O Torreão” fui ver pela internet o que as pessoas haviam achado do livro. Primeira impressão: alívio. Não fui a única que no começo do livro, não estava entendendo bulhufas do que estava rolando por ali. Segunda impressão: Fui uma das poucas que entendeu o fim da história.

Durante o livro temos duas linhas narrativas: de Dany e de Ray. No começo estava tudo meio embolado, no mesmo capítulo um parágrafo falava sobre o Dany e no seguinte já era a história do Ray. E eu tinha que parar, piscar e voltar pra tentar entender.

Concordo com as outras opiniões de que a autora tentou criar um clima de terror no início que não colou. Outras coisas que aconteceram durante o livro também ficaram com uma cara de “Lost” (o seriado), e não foram explicadas. Apesar de que, na contra capa do livro temos um pequeno resumo dizendo que Dany se envolve em uma aventura e em determinado momento não sabe mais dizer o que é real ou não, conclui que provavelmente o fato da autora não explicar tudo seja proposital, assim com o fim do livro, a dúvida do “aconteceu ou não”, deixa de ser do Dany e passa a ser do leitor.

A história: Dany vai para uma região no interior da Europa para ajudar seu primo na reforma de um castelo, a ideia é transformar o hotel em um lugar onde as pessoas possam se desconectar do mundo e viverem novas experiências. Mas muitas coisas estranhas acontecem com Dany no pouco tempo que ele está por lá: uma baronesa misteriosa, uma piscina provavelmente assombrada e nenhum contato com o mundo externo. Já Ray é um presidiário que participa de aulas de escrita criativa e tenta com a sua história criar uma ligação com Holly, sua nova professora.

Apesar de muita gente ter criticado o fim do livro dizendo que não fazia o menor sentido, eu achei o final muito satisfatório. Fez surgir aquele pequeno sorriso no meu rosto quando eu comecei a ligar os pontos e vi que diferente do que eu esperava, a história pareceu fechar um ciclo e tornar real algo que antes era apenas uma pequena passagem lá no início da história de Dany.

Acho que é exatamente essa sutil referência a algo que foi criado no meio da história que torna o livro de Egan tão especial. É uma daquelas histórias que eu gostaria de ter escrito, porque no fim, depois de todas as voltas, o objetivo é simples. Quer dizer, muitas coisas não foram explicadas, mas eu não leio romances para ter explicações literais de tudo o que estava acontecendo. Acho que alguma coisa tem que ficar para imaginação do leitor. Esse sentido que a autora tentou imprimir no texto tem que passar pela sensibilidade de quem está com o livro.

Talvez por ser um livro tão elogiado pela crítica as pessoas esperavam por uma história mais obvia, o que ela acaba não sendo. Por isso acho que “O Torreão” é uma boa oportunidade de exercitar nossa capacidade de leitura e interpretação, abandonando de vez o hábito de apenas “ler mais um livro”.

site: https://literaturapessoal.wordpress.com/
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regifreitas 05/09/2018

Quando terminei esta leitura fiquei pensando no motivo de essa obra ter um número tão grande de fãs, e confesso: não consigo ainda entender por quê. Todos os pretensos pontos positivos levantados por quem gostou do livro são justamente os mesmos que me fizeram desgostar da obra. Só para citar alguns: personagens totalmente sem carisma; enredo repleto de incongruências e pontas soltas; estruturalmente, o livro apresenta, pelo menos, uma falha grave nas alternâncias do foco narrativo. O único ponto em que acabei concordando foi sobre a facilidade na leitura, por conta da simplicidade na escrita da autora; foi uma leitura bem rápida nesse sentido.

Minha intenção era escrever algo bem mais elaborado, estruturando e embasando esses pontos acima, e mais alguns, encontrados durante a leitura. Mas aí eu pensei melhor. Seria muito empenho perder tanto tempo e desgastar os neurônios com algo que não me acrescentou em nada. E olha que meu primeiro contato com Jennifer Egan, em A VISITA CRUEL DO TEMPO (A visit from the goon squad, 2011), livro ganhador do Pulitzer de ficção daquele ano, tinha sido bem positiva.

Esse é mais um daqueles casos que só comprovam a subjetividade do texto literário, que pode significar coisas bem diferentes para leitores diferentes. Se para mim não funcionou, acabou servindo para muitos outros. Faz parte.

Obs.: a autora e esta obra eram as escolhidas para o Desafio do Aniversariante do Mês, mas devido à experiência de leitura pouco profícua, serão escolhidos nova obra e novo autor para o mês de setembro.
Luciana.Balardin 04/07/2019minha estante
Concordo contigo, esse livro não acrescenta.




Helder 13/10/2015

Torre dificil de escalar
Impossível negar que Jeniffer Egan seja uma boa escritora, mas algo aqui não me pegou. Foi difícil me envolver com o Torreao, pois, a princípio, Danny, o personagem principal é totalmente antipático. Já com 36 anos parece um menino mimado com medo de crescer. Carinha modernoso demais. Suas botas, seu batom, suas ideias. Fica até difícil de imaginar alguém assim. Modernoso demais. Um chato metido a besta, ou somente um cara sem noção. O interessante em Jennifer Egan é que ela não nos entrega as coisas mastigadas, e as vezes nem as entregas. Simplesmente vai montando um ambiente e nós leitores vamos tomando nossas próprias conclusões. Com pequenas dicas, percebemos que Danny tem muita coisa a esconder de seu passado, e percebemos também toda a sua insegurança. O problema é que com o tempo isso vai cansando. A extrema necessidade do mesmo em estar sempre conectado beira o ridículo. O mesmo ocorre quando ele entra na neura entre Howard e o Verme. Já encontrei personagens perturbados mais interessantes na literatura. Danny é chamado por seu primo para ir ajuda-lo na reforma de um antigo castelo na Europa que ele pretende transformar em um hotel meio hippie, algo estilo Ilha da Fantasia da Nova Era. Mas que talento ou conhecimento tem Danny para agregar a este projeto? E o que é Howard? Um milionário lunático? Um líder messiânico? E o que faz aquele monte de gente ali naquele castelo? Em paralelo a isso temos um presidiário que está escrevendo um livro e se apaixona pela professora do presidio, enquanto tem que lidar com seus colegas de cela malucos. Estaremos lendo o livro que ele está escrevendo ou Danny está vivendo aquilo? E o que é realidade e o que é alucinação? Parece legal esta brincadeira com o leitor, certo? No meu caso não foi bem assim, pois em diversos momentos me cansei de tudo aquilo. Existem capítulos soberbos, como quando Danny encontra a Baronesa, mas imagina você ler um capitulo de 10 páginas e não entender nada do que está sendo dito ali?? Foi o que senti no capitulo onde Davis fala para Ray sobre o rádio dos mortos. Tiração de sarro? Bando de alucinados? Conto de fada? No final, que por sinal é bem interessante, tudo se explica, e acaba sendo interessante que não seja de maneira simplista, pois ali se faz literatura, mas confesso que foi difícil chegar até este ponto. Muitos tuneis subterrâneos sobre o Torreão muitas vezes me davam a impressão que eu ia me perder. Acho que não recomendo esta viagem. Mas se quiser seguir, tome cuidado e não vá com muita sede ao pote. Esperando menos, talvez se surpreenda mais.
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Blog MDL 13/09/2013

Um livro nada previsível...
Danny não é do tipo de cara que consegue ficar muito tempo sem contato com a sua realidade virtual, mas após alguns acontecimentos ele se viu sem opções e se sentiu impulsionado a aceitar a proposta do seu primo Howard e mudar-se para o castelo na Europa que ele estava reformando com o intuito de transformá-lo em um hotel, cujos serviços seriam os mais diferenciados do mercado hoteleiro. Contudo, as coisas entre ele e Howie não eram nada fáceis, principalmente para Danny, já que na juventude ele havia tomado uma atitude errada com relação a seu primo que não permitia que ele se perdoasse totalmente. E é dessa forma que ele chega à propriedade de Howie: desconfiado, desconfortável e doido para voltar à Nova York. Entretanto, com o passar dos dias ele vê que a realidade naquele castelo é pior do que ele imaginava, pois além de conhecer uma baronesa, cuja existência beira a surrealidade, ele descobre segredos que podem colocá-lo em um perigo inimaginável.

A leitura de ‘O Torreão’ foi um das mais surpreendentes que tive esse ano. A narrativa de Jennifer Egan é tão diferenciada que desperta certa confusão no leitor com sua desconstrução dos estereótipos da literatura, fazendo o ato de ler se tornar uma experiência surreal. Para começar temos Danny, um homem de idade adulta que não consegue aceitar que os anos já se passaram, que ele não é mais tão jovem e que, de certa forma, é um fracasso em tudo que faz. A princípio pode parecer que ele não se importa em ter uma vida superficial, mas no decorrer da narrativa, vemos que ele é um personagem profundo, além de cômico, cínico e com tendência a ter habilidades um tanto quanto, inusitadas.

De início a trama parece ser narrada em terceira pessoa pelo próprio Danny, porém ao longo do livro percebemos que a voz que conta a história pertence a um narrador onisciente. Dessa forma, a autora aos poucos nos revela os segredos da construção do seu enredo que se caracteriza principalmente pelo fato de ser uma “história dentro de outra história” e passa a dar enfoque a outros personagens de “O Torreão” ao alternar suas vozes no livro de modo que além de ver o que se passa no castelo, temos vislumbres de lembranças de Ray, um presidiário que estuda escrita criativa e que encontra nas palavras um porta para fugir da realidade que o cerca, bem como, uma forma de estar mais próximo a Holly, sua professora que desperta sentimentos que ele acreditava estar há muito adormecidos.

Mas não é só isso, Jennifer Egan utiliza o seu personagem Danny para fazer uma forte crítica a sociedade atual que está cada vez mais dependente da tecnologia e com isso aproveita para dar a ele uma abstinência de conectividade que confere aos pensamentos e atitudes de Danny certo ar de alucinação. O que faz com que nós, leitores, passamos o tempo todo desconfiados do que acontece e da realidade que os personagens apresentam. Contudo, ao contrário do que os – vários – comentários sugerem, esse não é um livro de terror e talvez nem de suspense, mas sim um livro que explora as facetas psicológicas dos personagens fazendo com que a trama nos passe uma falsa sensação de que essas características estão presentes na narrativa.

Imagino que vocês devam estar achando ‘O Torreão’ confuso e não vou mentir, ele é. Entretanto, é uma confusão gostosa, viciante e que a gente acaba se encontrando em meio as páginas. E foi por ele ter tantas qualidades que eu não consegui refrear a decepção que senti quando fechei o livro e vi que a autora deixou – o que eu acredito ser – pontas soltas, já que ela não nos leva a um desfecho bem amarrado a respeito de personagens importantes como, o Ray e a Holly, e acaba deixando a sensação de que o que vimos foi apenas um retrato do cotidiano deles e de que ainda há muito para acontecer na vida deles em decorrência das atitudes que eles tomaram no livro, mesmo que isso esteja fora do alcance dos nossos olhos. O único personagem que autora apresenta um final mais concreto é o Danny, mas ainda assim, ela consegue deixar suspeitas no leitor de que as coisas não são tão simples como aparentam ser...

Isso me deixou mais frustrada do que eu sou capaz de dizer, porém não posso esquecer de todo o brilhantismo com o qual ela escreveu o livro inteiro só porque eu não concordei com o final. Sendo assim, é certo que eu o recomendo, só deixo algumas ressalvas a respeito de expectativas criadas com relação ao final do livro, bem como, ao “pseudo” terror e suspense que os grandes jornais comentaram que é possível encontrar em ‘O Torreão’.

site: http://www.mundodoslivros.com/2013/09/resenha-o-torreao-por-jennifer-egan.html
Lis 29/10/2013minha estante
Só posso descrever esse livro com uma palavra: Traição. Foi o que eu senti no final, apesar de ser um livro fantástico é como se o Ray tivesse me traído. Ele me fez eu me apaixonar pela história só para quebrar tudo no fim.


Blog MDL 29/10/2013minha estante
Lis, confesso a você que fiquei um bom tempo olhando para o livro e procurando mais páginas para saber onde é que a autora tinha colocado o restante da história. Até agora não me conformo com o final do livro (justamente por causa do Ray)...
Beijos e obrigada pelo comentário! :D




Aline T.K.M. | @aline_tkm 20/03/2015

Meio louco, meio sombrio, meio dramático, meio irreal, meio misterioso...
Se tem alguém que é capaz de entrelaçar histórias e personagens dos mais diversos, fazendo com que suas trajetórias se toquem e influenciem, esta pessoa é Jennifer Egan. Em O Torreão, a autora mescla passado e presente, realidade e fantasia, e joga tramas e personagens em estradas que acabam por conduzir a uma mesma encruzilhada.

Sim, eu disse “tramas” no plural, mesmo. Quando o leitor começa a penetrar mais fundo na história de Danny, as páginas seguintes descortinam uma segunda trama que caminha em paralelo à primeira. Esta se trata da história de Ray, detento em uma prisão, que passa seus dias a ocupar-se com um curso na cadeia – e a nutrir certa fixação pela professora.

A sensação de clausura é grande. Apesar da imensidão do castelo, Danny está preso: distante do mundo virtual, do qual é tão dependente, sem se comunicar com seus contatos nem lembrar os demais de sua existência – o fato de ter trazido consigo uma antena portátil não serviu de nada, afinal. Já Howard carrega o trauma de ter permanecido perdido e sozinho em uma caverna, resultado de uma brincadeira de mau gosto quando adolescente. E Ray, por sua vez, está na prisão, clausura física mas também mental – a mesma rotina, os mesmos lugares, as mesmas pessoas, as mesmas picuinhas. Com a clausura, a solidão vem de brinde.

Um pouco como nos demais livros da autora, os males do mundo contemporâneo se fazem presentes, costurados na história de ares góticos. A dependência por vezes doentia do ser humano com relação à tecnologia, bem como a necessidade de estar “sempre conectado” e em contato com o outro, denunciam um medo descomunal do estar sozinho. Do outro lado, temos a baronesa anciã que vive solitária no torreão, sem nunca pisar fora dali e recusando-se a deixar a propriedade que vinha sendo de sua família há 900 anos. Por cima de tudo isso, a trama nos apresenta o ser humano contemporâneo desprovido da capacidade – e da disponibilidade – da imaginação, delegando esta tarefa (a de imaginar) à indústria do entretenimento, da qual passa a ser dependente.

Se o homem perdeu o poder de imaginar, o livro, por outro lado, explora bastante o aspecto imaginativo. Realidade e especulações se confundem a tal ponto que o leitor fica à mercê das palavras da autora. Pensamos e especulamos junto dos personagens e sobre os personagens.

Sabe aquela sensação de que nada é o que parece ser? Pois bem, estamos falando de Jennifer Egan e, justamente por isso, o leitor pode esperar boas reviravoltas e surpresas. Já deliciados pela prosa da autora e acreditando nos aproximarmos do desfecho de tudo, uma terceira trama chega para nos dar algumas respostas e, de forma inteligente e saborosa, plantar-nos mais algumas dúvidas. Enfim, as interpretações e possibilidades se multiplicam do início ao fim.

Diferente e imagético, O Torreão é um livro assim, meio louco, meio sombrio, meio dramático, meio irreal, meio misterioso. E intenso. Vale a leitura e uma boa viajada antes, durante e depois. Só não vale ficar de comparação com os outros dois livros da autora lançados por aqui; publicado originalmente antes, O Torreão não alcança (na própria trama e qualidade narrativa) os excelentes Olhe para mim e A visita cruel do tempo. Ainda assim, é um livro muito bom; recomendo sem hesitar.

LEIA PORQUE...
É um livro fora do usual, que une elementos improváveis à primeira vista. Leitura gostosa, deixa o leitor matutando. Ao mesmo tempo, vejo-o como um livro que talvez não agrade a totalidade dos leitores. Conselho: mergulhe de cabeça aberta, sem amarras.

DA EXPERIÊNCIA...
Não é segredo que gosto muito dos livros da Jennifer Egan. Meio diferentão dos outros dois, este aqui também me agradou: fui envolvida pela trama, e continuei percorrendo-a em pensamento mesmo depois de virada a última página.

FEZ PENSAR EM...
Fluam, minhas lágrimas, disse o policial. Embora os dois livros sejam distantes com relação ao gênero e à trama, na distopia futurista de Philip K. Dick vemos um protagonista cuja realidade é extremamente questionável. A trama mexe com a percepção do real, evidencia a solidão e, assim como no livro de Jennifer Egan, faz o leitor viajar.


site: http://livrolab.blogspot.com
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Patricia 27/02/2023

O TORREÃO
O TORREÃO
JENNIFER EGAN

Danny é um nova-iorquino de trinta e seis anos que leva uma vida um tanto irresponsável e excêntrica. Alvo das críticas da família, ele se afasta de todos. Mas um certo dia ele recebe um telefonema de um primo que há muito tempo ele não via. Esse primo, Howie, muito bem sucedido o convida para um projeto audacioso de transformar um enigmático e abandonado castelo em um hotel de entretenimento baseado na estimulação da imaginação dos próprios hóspedes.
Movido pela necessidade de fugir das confusões em que ele se metera, Danny aceita o convite e vai parar num canto remoto da Europa. Já no castelo ele vai vivenciar momentos sinistros que vão levá-lo ao ápice da loucura trazendo, inclusive, um episódio de um trauma de infância que inclui esse seu primo, o anfitrião do castelo.
A história até aqui já tem elementos suficientes para construir um bom romance, até porque a escrita da autora é envolvente e fluida, os cenários de suspense são sensacionais. Mas...
Se trata de uma narrativa dentro de outra narrativa e isso eleva a experiência de muito boa para excitante!!!!!
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otxjunior 03/06/2013

O Torreão, Jennifer Egan
Antes de qualquer coisa, preciso confessar que há muito tempo não lia algo tão irresistível quanto O Torreão, de Jennifer Egan. Eu simplesmente não conseguia esperar tanto tempo para continuar a leitura, quando precisava parar para fazer outras atividades (Felizmente, comecei esse livro numa sexta-feira à noite)!
Todos os méritos vão para a autora, que consegue estabelecer um clima claustrofóbico de sonho à narrativa que acompanha Danny e sua jornada curiosa em um castelo nos confins da Europa Central. Além disso, por meio de narrativas paralelas e personagens excentricamente humanos, Egan discute os efeitos da tecnologia sobre a capacidade criativa de uma maneira bem peculiar. O embate ficção/realidade também está presente em todo o livro.
Com passagens inusitadamente engraçadas e outras surreais e arrepiantes, O Torreão é um livro que nenhuma sinopse pode fazer justiça e variadas interpretações são possíveis. Abaixo vai a minha cheia de spoilers.
==SPOILER==
Danny como um bom viciado em tecnologia sofre com paranoias e alucinações provocadas por crises de abstinência e outros acidentes no castelo do primo. Howie estava cheio de boas intenções ao convidar Danny e acredita realmente que pode ajudá-lo ao torná-lo a primeira cobaia em sua experiência em um hotel/retiro. A experiência é um sucesso. Da mesma forma como brincavam quando criança, Danny torna-se o herói do dia salvando a todos da masmorra de um castelo medieval sem que para isso precise utilizar parafernálias tecnológicas, mas apenas sua imaginação. Tudo isso graças a Howie, que oferece uma segunda chance ao garoto problema da família, antes ummeninotãobom. Porém, o verme não deixa Danny, nem em seu momento de glória e quando ele saca a faca aterrorizado, o braço direito de seu primo, Mick, acaba matando-o, não obstante gostasse de Danny. Na prisão, depois de uma aula esclarecedora de uma oficina de texto, Ray/Mick descobre a forma de reparar seu erro e escreve a história do castelo. Depois tenta (como Howie!) resgatar uma pessoa que prometia tanto, mas que agora se vê perdida (como Danny!): Holly. Resta ao leitor acreditar no futuro brilhante de escritora para Holly e assim o ciclo se completa.
Claro que deve haver alguns pontos que minha teoria não cobre. Sintam-se à vontade para apontá-los nos comentários.
Enfim, penso que O Torreão é sobretudo sobre as ligações inexplicáveis ​​que as pessoas fazem e sobre o poder da imaginação para a redenção. De longe, a melhor leitura do ano.
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DiasDaii14 18/09/2023

Não é um livro que indicaria. O mistério prende a atenção, pois a forma com que acontecem as coisas deixa uns bons mistérios no ar, entretanto, a narrativa é muito enrolada.
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