Leitora Viciada 02/10/2015Resenha para o blog Leitora ViciadaForeign Fruit, publicado em inglês em 2004, é o segundo livro da inglesa Jojo Moyes. A obra chegou ao Brasil em 2007, pela Bertrand Brasil (do Grupo Editorial Record) sob o título A Casa das Marés. Em 2015, a editora traz nova capa e edição e é este o exemplar recebido para avaliação.
A adaptação do título foi uma excelente escolha, mais de acordo que a ideia original. A Bertrand Brasil está fazendo um belo trabalho ao renovar os títulos da Jojo Moyes. Em Busca de Abrigo (Sheltering Rain, seu romance de estreia, de 2003; publicado no ano seguinte no Brasil) e Baía da Esperança (Silver Bay, de 2007; lançado aqui em 2010) também estão com novas edições e o visual compõe uma coleção muito bonita para os fãs da autora. Além disso, diagramação e revisão são de alta qualidade, com papel amarelado e exemplar com orelhas.
Várias pessoas me recomendaram Jojo Moyes por suas obras marcantes e avassaladoras e, embora tenha adorado a premissa e ideia central de A Casa das Marés, o livro me pareceu demasiado longo. É o vencedor do Romantic Novelist's Award e creio ser merecido, pois a trama é melancólica, complexa e até mesmo ousada, porém preferiria que o enredo fosse pouco mais enxuto.
Acredito que por ser a segunda publicação de Jojo Moyes, encontrarei desenvolvimento e evolução no seu trabalho ao conferir obras posteriores. Portanto, talvez leitores acostumados aos livros mais recentes sintam diferença em relação aos primeiros trabalhos - fato observado em quase todos os escritores. Entretanto, A Casa das Marés possui qualidades peculiares.
A estrutura da obra está diretamente ligada à cronologia da trama. São três partes em terceira pessoa, sob vários pontos de vista. Esta divisão é a característica marcante do livro, que causou conflito sobre o quanto gostei e desgostei da obra.
A primeira parte (200 páginas) é excelente, a autora transporta e detalha o passado de um jeito maravilhoso, utilizando os ultrapassados triângulos amorosos para criar uma tocante história de época. As personagens são intrigantes, especialmente o grupo colorido que passa a viver na mansão Arcádia, rivalizando com os moradores monocromáticos de Merham.
A segunda parte (140 páginas) parece ter sido prolongada; se fosse mais resumida e direta, teria me deixado satisfeita. Porém a leitura tornou-se cansativa na metade. Compreendo que a autora estava reapresentando a mesma cidade, décadas depois e através do olhar de uma forasteira, mas foi monótono para mim devido ao tamanho do texto, não dos fatos em si. Ao seu término, uma revelação que fez a leitura melhorar e me animar a prosseguir.
Chegando até a terceira parte (136 páginas), imaginei tantos conflitos, reencontros e sentimentos animando a trama e me deixando emocionada. Mas a terceira parte também começa a sofrer do mesmo problema da segunda e o clímax iminente se arrasta e demora muito para chegar. E quando chega, logo passa e o livro acaba. Confesso que se a autora reescrevesse a segunda e terceira partes, unindo-as em uma só e acelerando mais o ritmo, A Casa das Marés seria memorável, não mediano.
Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada.
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.
site:
http://www.leitoraviciada.com/2015/10/ACasaDasMares.html