Elissandro 10/08/2012
Manuscrito encontrado em Accra
14 de julho de 1099. Enquanto Jerusalém se prepara para a invasão dos cruzados, um grego conhecido como Copta convoca uma reunião com os jovens e velhos, homens e mulheres da cidade. A multidão formada por cristãos, judeus e muçulmanos chega à praça achando que irá ouvir uma preleção sobre como se preparar para o combate, mas não é isso que Copta tem a lhe dizer. Tudo indica que a derrota é iminente, mas o grego só quer instigar as pessoas a buscarem a sabedoria existente em sua vida cotidiana, forjada a partir dos desafios e dificuldades que têm de enfrentar. O verdadeiro conhecimento, acredita, está nos amores vividos, nas perdas sofridas, nos momentos de crise e de glória e na convivência diária com a inevitabilidade da morte. Na tradição de O Profeta, de Khalil Gibran, o Manuscrito encontrado em Accra, de Paulo Coelho, é um convite à reflexão sobre nossos princípios e nossa humanidade.
Este livro realmente é uma reflexão gritante sobre os valores, ou melhor, a perda de valores ao longo do tempo. Esse sim, pode ser considerado um livro de cabeceira, traz mensagens importantes para nossa vida, proposições que precisam ser levadas em consideração em todos os nossos atos, em todos os nossos momentos.
O mundo se encontra hoje perdido em meio a tanto desamor, tanta falta de fé, tanta maldade, tanta intolerência, e esta obra mostra que é possível vivermos em harmonia, cada um buscando seus espaços, lutando por seus objetivos, mas sempre respeitando o outro.
O livro coloca o amor no seu sentido àgape, ou seja, amor incondicional, longe de se reduzir a apenas um sentimento por outra pessoa, mas sim um amor como força de vida, coragem, respeito, dignidade, vivência, fé, é um livro que nos mostra valores que vem viajando no tempo desde a antiguidade, e que nos molda até hoje, mostra que vale a pena viver e que tudo que acontece em nossa vida serve como aprendizado, tudo sempre tem um propósito, apenas precisamos saber aproveitar.
“Ame. Não falo aqui apenas do amor por outra pessoa. Amar significa estar disponível para os milagres, para as vitórias e derrotas, para tudo o que acontece durante cada dia que nos foi concedido caminhar sobre a face da Terra.”