Adamastor Portucaldo 15/07/2023
Uma sociedade dark
O mundo, digo, a Terra, se encapsulou em cidades - cavernas de aço - numa sociedade (que se tivesse cor, seria cinza) com total controle do estado sobre todos os aspectos da vida do cidadão. O corte que é apresentado equivale ao pior pesadelo de qualquer democrata ou libertário. Será que a nova sociedade foi algo que Asimov previu corretamente?
Tal situação vem após a colonização de uns cinquenta planetas, onde viveriam cinco ou seis bilhões de seres humanos (em sociedades eugênicas!). E uma infinidade de robôs. No planeta mãe viveriam oito bilhões de seres, ou anestesiados ou sonhando com antigos tempos melhores e odiando os robôs! O charme da Sci-Fi é fazer (lindas) previsões do futuro, mas nesse livro septuagenário vemos onde o polígrafo errou feio: energia só atômica e nem um pio sobre solar, eólica, geotérmica; agricultura incapaz de alimentar a 'enorme' população e todo mundo comendo leveduras (tem até zimologista); talvez o erro maior foi achar que com oito bilhões de pessoas o planeta estivesse dependente de recursos do espaço, fosse o caos (estamos em 2023 no caos?).
Além do retrocesso (social, comportamental) das pessoas da Terra, que vive numa dependência extrema de recursos externos, com um colapso iminente, os Espaciais identificam uma estagnação da humanidade, que está sem colonizar nenhum novo planeta há 250 anos - então vêm à terra procurando dar um novo impulso às exocolonizações - e aí desenrola-se a estória, onde aparece R. Danil Olivaw, um robô mais que humano.