spoiler visualizarsofsmaia 31/05/2024
Ele tinha um ás na manga desde o começo da partida.
Esse foi o meu segundo livro do Raphael Montes e posso afirmar com toda a certeza do mundo que superou Jantar Secreto em diversos aspectos (fica ainda mais surpreendente se lembrarmos que esse é o livro de estreia dele, tá?)
Não perca sua experiência lendo essa resenha sem ler o livro, vai perder a chance de ler o livro com a história mais bem arquitetada que eu já li.
Confesso que suspeitava do plot umas boas páginas antes de acontecer por já ter lido fanfics com a mesma ideia KKKKKKK, mas me neguei à acreditar justamente porque a autoridade é o narrador, e ele, sendo personagem, não pode mentir, certo? Felizmente, não!
Minha professora de literatura sempre diz que o narrador observador onisciente é o mais perigoso, já que ele pode fazer a mente do leitor justamente por ter poder sobre a história, já que não participa diretamente dela. Com isso, acabei descobrindo que o narrador personagem também pode ser perigoso, e como!
A partir da carta da mãe do Ale (vamos chamá-lo assim pra não confundir) eu sequer respirava, só queria ler tudo de uma vez porque fiquei MUITO em choque. Cada linha me deixava mais de boca aberta e arrepiada. Tudo se encaixou, e minhas suspeitas falhas sobre os outros me deixaram intrigada, pensando e vivendo justamente o que o livro critica: a manipulação, a curiosidade e como o ser humano se importa tanto com a desgr4ç4 alheia e como nós, leitores, nos incluímos nisso.
Fiquei até numa crise existencial pensando se o raphael realmente escreveu isso como ficção e que ele de fato não é o Ale, porque não é possível que ele seja tão genial!
Me senti 100% traída, eu confiava no Ale. Como ele arquitetou o estado dos corpos, o incêndio? Como ele convenceu a Waleira e como ela caiu direitinho no plano dele? Como o Zak, que o tempo todo foi o assassino, percebeu que o verdadeiro psicopata (apesar de eu ainda achar o Zak bem nojento) esteve ao seu lado sempre? Enfim, todos os questionamentos e mais são explicados no fim do livro, até a última linha.
Ainda tô em choque com a astúcia e audácia do Raphael por escrever esse livro, ele realmente enganou todo mundo (nós e os personagens, com ele sendo o Ale)
Novamente, a crítica do livro é bastante real, e ela se manifesta tanto no livro (na cena do abuso e outras) quanto para nós na vida real, provando como o ser humano é chucro e manipulável. Basta inventar uma história totalmente oposta a realidade e vendê-la como a verdadeira.
Sem críticas relevantes ao livro, exceto pelas partes que compõe a narrativa das anotações do Ale que as vezes eram chatas, mas acho que estão longe de serem algo altamente prejudicial, só tem gente que não tem paciência mesmo, ai vai largar o livro maravilhoso por isso.
Adorei as referências ao poquer até o final (me inspirei pro título da resenha), eles realmente fazem sentido.
Vou pensar muito nessa história ainda, mas por favor, pelo seu próprio bem, leia essa obra prima o quanto antes!!
obs: chequem os gatilhos pelo amor de deus, é mais pesado que jantar secreto, sem dúvidas (e olha que js da muita vontade de vomitar tá?)