Ester Moraes 22/11/2018
Apesar de tudo, Catarina também foi um ser humano como qualquer outro.
Foi a minha primeira experiência direta com uma biografia. Não conhecia Catarina II e muito menos a sua contribuição para o progresso da Rússia Imperial. Apensas tinha vago entendimento obre a ultima geração dos Romanov, que foi exterminada de uma forma brutal. Comprei esse livro há anos, sempre o relegando o início de sua leitura a um possível amanhã, nunca chegando ao real desejo de lê-lo. Entretanto, meus acessos literários são imprevisíveis e do absoluto nada, decidi que esse seria o livro que eu iniciaria, mesmo que o seu tamanho indicasse maior dedicação.
É um livro excepcional, apesar de imparcial. Robert K. Massie tem a habilidade de dar a uma história naturalmente enfadonha com suas intrincagens politicas, ares de conto de fadas e aventura de heróis e heroínas. Ele faz uma cobertura de toda a vida da imperatriz, desde quando seu nome ainda era Sofia, passando pelo noivado, grã-ducado, até conseguir usurpar o império das mãos de seu indolente marido, Pedro II.
Ao chegar nessa fase, Catarina demonstrou grande dedicação e entendimento de questões políticas, pois era admiradora e até (se assim podemos dizer), seguidora das ideias iluministas. Contudo, apesar de todos os seus esforços para dar continuidade ás empreitadas de Pedro, O Grande, acredito que Catarina ainda tinha medo de enfrentar todo o arcabouço social de sua época, seja por sua posição ilegítima no trono ou por ousadia de enfrentar aqueles que apoiaram sua subida ao governo. Mas não podemos dizer que foi covarde, até porque negaríamos toda a sua astúcia, esperteza e altivez durante a Guerra dos Sete Anos e posteriores animosidade típicas dos tempos imperiais. Todavia, mesmo exaltando sua notada lealdade ao país que lhe acolheu aos 15 anos e sua diisposição e aptidão para os jogos políticos, acredito eu que sua maior característica foi ser uma mulher que procurava fazer tudo com amor. Desde seu empenho em fazer da Russia uma potencia respeitada no Ocidente, até as escolhas de seus preferidos: Catarina procurava e lançava amor em tudo o que fazia. Foi uma mulher apaixonada, antes de tudo. Apaixonada por seus amantes, por seus livros, filósofos , obras de arte e até mesmo, pelo poder autocrata. Mas acima de tudo isso, era completamente rendida ao seu desejo de servir a Rússia e torná-la amada e grande, assim como foi negado a ela por anos e anos, mas também como foi oferecido posteriormente a ela, numa simples frase que talvez resume tudo o que essa mulher foi e será, ao longo da história.: seu nome não será mais lembrado como Sofia ou grã-duquesa, mas sim como Catarina II, a Grande da Rússia.
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