Amber 10/07/2022
Não é resenha é uma análise com spoilers
Sou totalmente leiga no quesito literatura então não consigo emitir qualquer opinião confiável digna de valores acadêmicos mas vamos lá.
Pela minha percepção, a narrativa é uma caminha em círculos: você começa andando por um lugar e no final chega nesse mesmo lugar e assim esse ciclo vai se repetindo infinitamente.
Começamos com Tuahir que adota o Muidinga, um menino que não se lembra da onde veio muito menos sabe seu nome mas que vem sido protegido da guerra por Tuahir.
Ao se hospedarem em um ônibus queimado, Muidinga encontra um homem morto rodeado de diários escritos por ele então, por curiosidade, muidinga começa a ler esses cadernos para Tuahir e para nós leitores.
Com essa leitura, descobrimos que o homem morto dono dos diários é Kindzu: um rapaz vítima da guerra que foge de casa com um objetivo (se tornar um naparama/guerreiro) mas tenta retornar pra casa com outro objetivo totalmente diferente (encontrar Gaspar, suposto filho de sua amada Farida).
Durante boa parte das escritas do diário, descobrimos que Kindzu, em sua jornada de se tornar um naparama, é constantemente acompanhado (ou atormentado) pelo espírito do pai falecido, porém, essa companhia paterna vai diminuindo ao longo da narrativa a partir do momento que Kindzu vai conhecendo outras pessoas (ou distrações).
Na sua jornada de virar um naparama, Kindzu conhece Farida, o amor da sua vida: jovem que teve uma infância de abandono, uma adolescência de violência e uma vida adulta de esperança. Quando era adolescente, Farida foi estuprada por um colono que a havia adotado e fica grávida dele, tendo um filho chamado Gaspar que é colocado em uma espécie de orfanato com freiras. Desde então, Farida busca pelo filho ao mesmo tempo que tenta deixar moçambique e, ao conhecer kindzu, ela o vê como tentativa de encontrar seu filho.
Então, o objetivo de se tornar um naparama é totalmente abandonado pelo kindzu que agora deseja encontrar o filho desaparecido de sua amada. Ele consegue? Não. Ele viaja uma região de moçambique pra no final ter andando em círculos e não encontrar Gaspar.
O final de kindzu é meio triste, ele descobre a suposta morte de sua amada Farida e tem um sonho fantástico. Então, ele acorda e está ao lado de um ônibus queimado e logo depois é atordoado. Prestes a morrer, Kindzu é rodeado por um garoto que começa a mexer em seus diários, kindzu falece.
O lado de tuahir e Muidinga é mais voltado em abordar a sobrevivência de ambos perante a guerra e a vontade de muidinga em saber sobre seu passado enquanto leem o caderno de kindzu. Todavia, enquanto leem, eles são transportados, ou melhor, a terra se transporta para locais diversos mas sempre voltando ao mesmo lugar: o ônibus incendiado.
E então, vem as teorias.
Muidinga pode ser Gaspar, o filho perdido de Farida. Porque ele não lembra quem ele era e foi encontrado abatido perambulando por aí por tuahir, semelhante a Gaspar que fugiu do orfanato e ficou vagando por moçambique até perde-se notícias dele.
Além disso, como eu tinha dito, o livro ser uma volta em círculos, uma andada em círculos é mostrado quando tuahir e muidinga se teletransportam toda vez que leem o diario de kindzu. E outra, o mesmo ônibus que kindzu estava é o mesmo que tuahir e muidinga se hospedaram para fugir da guerra de moçambique tempos depois. É um círculo, está tudo conectado.
Livro genial.