Samira_santos 30/01/2022
Enfim, a dialética
"(...) os amigos devem sempre fazer bem aos amigos, nunca o mal."
A República, é aquela peça do cânone que você ouviu falar a vida toda. Assim como Platão é aquele filósofo que você "conhece" desde sempre. Bom, a título de informação, Platão veio depois de Sócrates e seguia a linha das ideias/de pensamento dele.
Tanto que o livro é todo em forma de diálogo, entre Sócrates e outros interlocutores. Os interlocutores mudam ao longo do livro, mas Sócrates sempre é uma figura central nos diálogos.
E esses diálogos, por sua vez, basicamente tem o intuito de debater acerca do que seria a justiça, é uma discussão que rende, e não é para menos. É um assunto complexo e a temática deste livro ser justamente a busca por uma definição, um conceito de justiça, só prova que essa complexidade não é de hoje.
Ao decorrer das discussões, surge a ideia de ser elaborada uma cidade fictícia para que possam ser feitas suposições sobre como funcionaria justiça e injustiça. Essa cidade vai sendo "desenvolvida" a partir do zero mesmo, vão aos poucos sendo definidos quem seriam os tipos de pessoas aptas para habitar a cidade, quais seriam suas ocupações, como se daria a educação das crianças, qual seria a forma de governo, e por aí vai.
Sinceramente, nota dez para a criatividade e disposição dos filósofos em fazer uma análise tão minuciosa e rica. Porém, é inegável que acaba se tornando maçante por conta do próprio detalhamento, as vezes a discussão passa um tempo focada em um ponto só, o que acaba sendo repetitivo. Nessa repetição até me perdi algumas vezes.
No geral, dá para ler sim, acredito que principalmente para quem gosta de filosofia ou algo mais voltado para essa área, é perfeito. Mas se você não se enquadra nesse grupo, não tem identificação com o tema, com certeza será uma leitura penosa.