Resenhas - O Grande Deus Pã

Meiryland 07/10/2022

Redondinho
Livro curtinho rápido e fácil de ler. Apesar de serem histórias diferentes estão interligadas e no final há uma explicação para tudo o que deixa tudo amarradinho no final. Não considero um terror do tipo assustador, mas ele desperta uma curiosidade ao longo da leitura o que pra mim funcionou muito bem. Vale demais a leitura.

Jonathan Rock 15/09/2022

O único livro que me assustou
Stephen King, o mestre do terror da atualidade, citou o conto O Grande Deus Pã como o mais assustador que já leu, sendo que nenhuma de suas obras é tão assustadora quanto ele. Quando fui ler eu realmente me surpreendi por surpreender as minhas expectativas, sendo parte delas pelo fato de eu ser obcecado pelas histórias de terror cósmico de Lovecraft e ter uma ideia de que outras histórias não chegariam perto de descrever o indescritível como Lovecraft fazia. Mas é exatamente isso que Arthur Machen faz nesse conto, de tal forma que depois descobri que O Grande Deus Pã foi uma das maiores inspirações de Lovecraft para criar o seu universo com forças além da compreensão humana, pois o deus Pã, de acordo com Arthur Machen seria exatamente isso, o terror inexplicável e incompreensível.

Apesar de grande parte do terror vir de toda a loucura e terror eu consigo analisar um certo simbolismo da bruxaria nessa história, já que ela gira em volta de uma menina que tem como companheiro o deus Pã. O fato de escolher Pã para este posto é importante por ele seguir exatamente a descrição do diabo, porém é uma representação pagã; o que se torna interessante pois as outras religiões europeias, pagãs, veneravam deuses com chifres como o Cernunnos gaulês que seriam vistos pelos cristãos como o diabo, dando origem tanto que os pagãos eram adoradores de demônios quanto que as mulheres que tinham alguma ligação com esses costumes antigos seriam bruxas. Tanto que o simples fato de a igreja queimar mulheres só por serem ruivas já se explica, já que esses pagãos, os celtas, eram em grande parte ruivos. E dessa forma ver a Europa do século XIX, dominada completamente pelos homens, tendo que assimilar o terror que uma garotinha trás junto ao seu amigo, a representação do diabo. A escolha de Pã em específico é importante por ele representar em especifico na sua mitologia a essência de todos os faunos ou sátiros, os homens bode, ou seja, toda a liberdade de estar livre no mundo e na natureza aproveitando os prazeres carnais, algo que obviamente seria totalmente marginalizado pela igreja cristã, com todas as responsabilidades de ser preso apenas à pessoa com que você é casado; algo que com certeza não existia nas culturas como a grega e a romana.

Mas de um jeito ou de outro entrando um pouco na história ela começa com um médico chamando o seu amigo Clarke para testemunhar uma cirurgia que seria feita no cérebro de uma jovem chamada Mary que a faria ver tudo que faz parte do universo astral e sobrenatural que nós não temos contato apenas com os sentidos comuns, e esse experimento acaba levando a jovem á loucura. Depois isso passa para Clarke algum tempo depois estudando sobre o sobrenatural por trás do deus Pã envolvendo casos em volta de uma menina camponesa que passava a maior parte do tempo se aventurando pela mata e que acabaria estando ligada a muitos casos de terror onde aqueles que os presenciaram não conseguiram manter a sanidade, o que futuramente acabaria até mesmo dando origem a uma onda de suicídios de pessoas que não aguentavam mais a vida depois do que presenciaram.

De certa forma desde a ficção cientifica para ver o sobrenatural com a cirurgia até a forma como o divino e sobrenatural é totalmente incompreensíveis para os humanos comuns é possível muito bem ver como esse conto acabaria por ser o precursor de todo o terror cósmico.
Fim
:)

LiteraBia 29/08/2022

Mais do que pensei
Entrei nessa leitura sem saber o que esperar, demorei um pouco pra pegar o ritmo. Mas acho que foi boa, não tenho o hábito de ler esse tipo de história, mas fico feliz de ter lido. Foi um experiência diferente. Todo o suspense criado em volta do primeiro acontecimento e assim por diante não dar nem uma pista do plot do final, que foi bem esclarecedor!

Evandro199 27/08/2022

Inspirando Lovecraft a King
"As autoridades da Scotland Yard não foram capazes de dar qualquer explicação para esses terríveis acontecimentos?.
Austin largou o jornal em silêncio, chocado.
? Deixarei Londres amanhã ? ele disse. ? É uma cidade de pesadelos. Isso é horrível, Villiers!"

Um experimento macabro
Um contato com a "realidade atrás do véu".
Umas sucessão de acontecimentos bizarros
Uma investigação
Eis nossa historia.

Uma história curta porém interessante, sobre as consequências de você conseguir "Ver o grande Deus Pã" e entrar em contato com algo além da compreensão. Estão aí as raízes do horror cósmico tão popularizado por H. P. Lovecraft.

A edição conta com mais dois contos e uma introdução feita pelo próprio autor sobre as críticas que recebeu na época. Bem legal.

LucasLucena 21/05/2022

Arthur Machen
Como quase sempre, fui muito empolgado, e estava indo tudo bem, e continuou tudo bem, porém sem nada de mais.

Não daria para classificar nem como terror, nem suspense, mas para os padrões da época em que foi escrito é aceitável.

Muito bem fluído, ótima tradução e edição, contém uma introdução de publicação do autor e dois pequenos contos, que me chamaram bastante atenção, de narrativa bastante original.

No geral o saldo é positivo.

Tarot Dealer 17/05/2022

Terror Cósmico.
Esse livro foi inspiração tanto para H.P. Lovecraft como para Stephen King e, não obstante o pioneirismo, acho que supera o primeiro. A estória é bem curta, com construção de terror que é instigante e imersiva. O final foi uma das partes que mais gostei, ainda que tenha decepcionado outros leitores. Apoteótico em sua simplicidade. Leia esse livro. Para o meu gosto é uma obra perfeita de terror. *

Rafael 30/04/2022

Excelente
A edição não é das melhores, tem vários erros no decorrer do livro, mas nada que atrapalhe a leitura. Quanto a história, me surpreendi, não sabia nada a respeito e foi uma surpresa o rumo que tomou. Adoro esse autor.

Alexandre 09/02/2022

O mundo além do véu
Um médico decide fazer um experimento em uma mulher que permitiria ver além do véu que separa do mundo espiritual. As consequências não são exatamente as esperadas e talvez fosse melhor deixar o que estava do outro lado continuar coberto pelas sombras.
A história principal é muito boa, tem essa criatura que durante a história não fica aparecendo diretamente mas que cria um suspense e um clima sombrio tornando a leitura muito legal. A forma como tudo se desenrola lembra um pouco como é no livro a hora do lobisomem do Stephen King. Os contos extras não são tão bons quanto a história principal, talvez não fossem necessários.
No geral a leitura é muito boa.

Ariadne 16/01/2022

Atualmente um clássico de seu gênero, O grande deus Pã foi escrito em 1894, e considerado, na época, herege demais, além de ruim.

Dividida em três partes, a história começa com um experimento realizado por um médico na tentativa de ver o outro mundo. Interessante notar que ele não aplica o experimento em si mesmo, mas utiliza-se de uma mulher como cobaia. Obviamente, isso deu muito errado

Para mim, a segunda parte é a melhor, pois nela são narrados acontecimentos estranhos interligados à chegada de uma misteriosa mulher em um local. Ele acontece anos depois em relação ao começo, e, embora não tenha me dado medo em nenhum momento, a maneira como cada caso era contado foi bem pesado e desconfortável.

E como você já pode imaginar, a parte final interliga esses acontecimentos e apresenta um desfecho a tudo que foi lido até então.

Eu gostei bastante da leitura, mas não achei a história tão incrível assim. Por ser uma obra curta, a escrita é bem direta, e foca mais nos acontecimentos ao redor dos personagens, e por isso não se aprofunda muito em nenhum deles.

Em vários momentos me senti perdida. Acredito que essa era a intenção do autor, mas não rolou pra mim. Um exemplo disso é a passagem da primeira para a segunda parte, cuja finalização é muito abrupta, e me fez demorar a entender a troca de pessoas e locais.

Esse é daqueles livros em que temos que considerar a época em que foi escrito. O que hoje é banal e comum, tinha um contexto completamente diferente antes. Ele subverte e corrompe símbolos cristãos (olha aí a heresia), e trabalha muito mais o horror presente no desconhecimento e seus desdobramentos psicológicos do que o medo em si.

Também percebi que o feminino é fundamental nessa história, seja como mulher geradora de vida, seja como fonte de todo o mal.

Eu pretendo ler mais obras do autor. Embora não tenha saído 100% satisfeita, gostei da experiência de leitura e da maneira como ele ambienta seu horror. E tenho curiosidade em saber mais sobre alguém que influenciou tantos autores que gosto, como Stephen King.

site: https://www.instagram.com/p/CYpI3G2PSAj/

Aldemir2 14/01/2022

Um dos mais macabros de terror vitoriano que já li
Eu estava buscando um livro de terror rápido de ler e então esse apareceu no meu caminho e foi uma grata surpresa. O grande deus Pã é uma novela publicada em 1894, mas que levou quatro anos para ser escrita, acredito que levando em consideração o período é entendível o porquê de mesmo sendo uma história tão curta ter demorado tanto para ser publicada: desde o seu primeiro capítulo até o último ela é extremamente macabra sombria. Uma grande história de terror que infelizmente não é tão conhecida.
Ela irá acompanhar alguns personagens da sociedade inglesa vitoriana enquanto eles tentam desvendar o mistério de quem (ou o que) é a Sra. Herbert. Não posso falar muito além daqui por ser uma história curta e cheia de descobertas e reviravoltas a cada capítulo, você deve descobrir por si próprio o que irá acontecer. A edição da editora Corvus ainda apresenta ilustrações e dois contos extras que, pessoalmente, não me pegaram muito, mas devem interessar mais a outra pessoa.
Para quem quer uma leitura rápida e macabra com aquele ar gótico e antigo, tanto de Londres quanto de um pequeno vilarejo no interior da Inglaterra, esse é um livro que eu recomendo bastante, tanto para se aventurar na narrativa quanto para conhecer um autor de terror clássico que é deixado de lado aqui no Brasil.

Gárgula 05/01/2022

O Grande Deus Pã, de Arthur Machen, na edição da Editora Corvus
Um autor que não me canso de ler
Reler O Grande Deus Pã, de Arthur Machen, publicação da Editora Corvus, foi um deleite. Tanto pela bela edição, que é simples, mas eficaz, quanto pela novela em si.

Traduzida por Thais Rocha, o livro traz ainda uma introdução escrita pelo próprio Arthur Machen, um posfácio escrito por Rodrigo Kmiecik, além de dois contos extras do autor: O Clube Perdido e Fora da Terra.

Quem nos chama afinal, Machen ou o Pã?
Incrível retornar a uma obra tão importante como é O Grande Deus Pã, ainda tão desconhecida dos leitores brasileiros. Seu relato estranho, singular e único sempre deixa o leitor desconfiado de suas sombras.

Mas esta é talvez a maior característica da prosa de Machen. Sua escuridão sussurra o tempo ao leitor, buscando sua falha, seu medo ou sua corrupção. Como gosto de dizer, os textos do autor falam indiretamente por seus cantos escuros.

Na novela O Grande Deus Pã temos a prova da maestria dele como autor. Pervertendo a crença comum de que o mundo é apenas o que conhecemos, Machen nos leva por um caminho sem volta. Ele descortina um mundo invisível e esquecido, que ficará marcado no leitor por muito tempo.

Paratextos precisam ser lidos
Eu sou defensor contumaz dos paratextos. Sua existência é cheia de significado e importância, trazendo luz para fatos e detalhes que facilmente nos escapam. Nunca os pule ou leia-os fora de ordem.

O posfácio de Rodrigo Kmiecik é um destes textos fundamentais. Por estar após a novela, ele nos promove um sentido ainda maior da mesma, e garanto que após sua leitura, será impossível não querer voltar e reler a novela de Machen.

Kmiecik faz uma análise cirúrgica não apenas sobre o autor, mas também sobre O Grande Deus Pã. Ele revela ainda as ligações importantes entre os fatos da vida de Machen e como foram eternizados na história. Inegavelmente o escritor brinca com seu leitor através de uma simbologia riquíssima.

Dos contos extras, apesar de interessantes, não trazem nada excepcional. Você verá em cada um os detalhes que mencionei acima que são válidos por serem mais duas pequenas obras traduzidas.

Considerações finais
O leitor de terror moderno que limita seu leque de leituras a Stephen King, Neil Gaiman, Guillermo Del Toro entre outros, desconhecem como Arthur Machen os influenciou. Certamente já vale conhecer sua obra.

Mas a influência de Machen é maior e mais poderosa e chega em autores como H. P. Lovecraft, por exemplo. A novela O Horror em Dunwich é inspirada diretamente em O Grande Deus Pã. O posfácio de Kmiecik mostrará mais obras influenciadas pelo galês.

Se você não conhece Arthur Machen esta obra lhe garantirá um acerto em seu currículo de leitor de horror. Mas fique atento às sombras, pois elas estão de olho em você.

site: https://cantodogargula.com.br/2021/10/12/o-grande-deus-pa-de-arthur-machen-na-edicao-da-editora-corvus/

Sílvia 31/12/2021

Dark
Uma lobotomia poderia colocar um ser humano em contato com forças ocultas da natureza? qual a chance? quais os resultados? como lidar com tudo isso? para quem gosta de histórias dark é uma boa pedida

Lucas.Zanco 29/12/2021

O grande deus Pã
Historia magnifica sobre um terror diferente, O Grande Deus Pã é uma obra literária da melhor qualidade e Arthur Machen é fantástico com a criação de todo um mistério em torno dos seus personagens e do enredo que aparentemente não tem conexões mas no fim é de explodir a cabeça com a revelação, lendo está obra de arte posso entender o que fez Lovecraft se apaixonar pelas obras de Arthur Machen, além de abranger ficção cientifica com fantasia e com o terror, nós temos o que hoje é conhecido como Weird Tales, historias sobre terrores desconhecidos que podem levar o humano a loucura e a sua decadência.

Brunna Brasil 23/11/2021

Meu primeiro contato com o autor
Publicado em 1894, O Gʀᴀɴᴅᴇ Dᴇᴜs Pᴀ̃ começa com o relato de um experimento que visa o contato com o mundo sobrenatural onde residiria, entre outras presenças, a da supracitada divindade.

A cobaia utilizada é Mary, alguém que foi retirada da pobreza extrema e cuidada (entre muitas aspas) pelo “Dr” Raymond - que acredita que por causa disso a vida da garota pertence a ele para usá-la como quiser.

Boquiaberto, Clarke, amigo de Raymond, assiste ao procedimento e às suas consequências para Mary e as outras pessoas que acabam se envolvendo na história.

Mortes inexplicáveis, um mistério ao redor de Helen Vaughan, a insistência de Clarke em não se pronunciar sobre suas sensações no momento em que, após o experimento, olhou para Mary… Todos esses são elementos de O Gʀᴀɴᴅᴇ Dᴇᴜs Pᴀ̃

Uma narrativa fluida e que envolve, embora infelizmente a história acabe entregando menos do que eu esperava baseada na leitura de sua primeira metade. É claro que essa não necessariamente foi a visão de seus primeiros leitores, que viviam num outro contexto e tinham outras influências (além de que não haviam conhecido outros nomes que vieram depois e escreveram horror cósmico e narrativas de mistério).

Machen, por outro lado, influenciou o próprio H.P. Lovecraft, e apenas por isso acho válido conhecê-lo. Minha relação com Lovecraft é meio conturbada devido às declarações racistas em vários de seus contos, mas é inegável o grau de imersão que nos proporciona e o universo rico, tanto interno quanto externo, que desenvolve em seus textos. Ao ler Machen conseguimos vislumbrar como essa influência se deu.

Pretendo ler outras histórias do autor já que, apesar de não suprir minhas expectativas, não chegou a me decepcionar. Some-se a isso o fato de Arthur Machen ser um dos responsáveis pelo surgimento do horror cósmico e já tenho um bom motivo para me aprofundar em sua literatura.

site: https://www.instagram.com/autora_brunna_brasil/

Augusto 18/11/2021

Peguei este numa noite de insônia no Kindle Unlimited despretensiosamente e sem que ninguém o tivesse indicado. Não pesquisei nada sobre a obra antes de iniciar a leitura. Gastei as primeiras páginas sempre com sono e isso foi um erro, sobretudo porque o começo é estranho.
Mas em determinado capítulo me dei conta de que tinha em mãos uma história que poderia realmente ser interessante.
Como dito nos meus históricos de leitura, gosto do tipo de terror que se faz mais que pelo que o autor habilmente oculta do que pelo que ele revela. Tenho a tendência de me entendiar e perder o interesse quando o que deveria aterrorizar é mostrado de forma muito explícita logo de cara. Machen faz esse jogo de luz e sombras muito bem. Mas o que foi para mim um dos trunfos do livro, pode ser para outros o seu calcanhar de Aquiles.
O ponto fraco ficou mesmo por conta da tradução, que parecia indecisa em alguns momentos, oscilando entre iniciar a fala de determinado personagem com "se tu quiseres" e concluindo a mesma com "você que sabe".
Os fãs de Lovecraft encontrarão semelhanças óbvias entre os estilo dos dois autores. Não se trata de mera coincidência. Arthur Machen de fato inspirou o senhor H.P.L.
E aqui vai uma ressalva (sobretudo se você é ainda muito jovem): este conto foi lançado pela primeira vez em 1894. Seus avós ainda nem sonhavam em existir. Eram outros tempos. A forma de contar histórias era diferente.
Tenha isso em mente enquanto lê, ok?!