Paulo Costa 17/07/2023
Há um lugar entre as estrelas
Ao ler Joyland, esperava solucionar o mistério acerca de um assassinato, mas o que descobri foi que isso era a última coisa a se pensar nessa história escrita pelo Stephen King, que por sinal, foi a minha primeira dele. O que encontrei, na verdade, foi um estudante universitário de vinte e um anos iludido, curioso, virgem e com uma vontade imensa de fugir da sua própria realidade. Eu não poderia me identificar mais com alguém quanto me identifiquei com Devin Jones.
A história começa muito bem escrita, apresentando elementos referentes ao parque de diversões, bem como os personagens, os quais tinham um potencial gigantesco para serem favoritos durante a leitura, mas no fim acabaram se tornando irrelevantes para a história. Isso foi o mais decepcionante nela, visto que o ponto forte do autor é a personalidade dos personagens na minha opinião. Ninguém escreve personagens tão originais quanto Stephen King. No entanto, tudo valeu a pena quando o núcleo de Annie e de Mike surgiu, eu amei cada cena deles, me apeguei totalmente ao garotinho com alma de parque e senti que o personagem principal (Devin Jones) cresceu muito durante esses encontros. Acho que, sobretudo, essa é uma história sobre maturidade.
Por fim, esse livro teve um dos finais mais lindos que eu já li. Acho que nunca mais olharei para uma pipa no ar da mesma maneira. Adoro quando quando isso acontece. Adoro quando uma história fornece novos significados às coisas que antes tinham pouca importância. Essa história me fez querer voar.