Alanna. 02/03/2023Um ótimo caçador, um péssimo paiEu não assisti a tudo de sobrenatural. Acredito que parei na 7ª ou 8ª temporada, e sinceramente eu não acho que a série seja lá muito incrível. Talvez porque não assisti na época do boom, fui começar a assistir de uns anos pra cá. Tô contextualizando um pouco porque acho importante frisar que eu não tenho esse apego nostálgico e pessoal com a série.
Dito isso, eu poderia resumir minha resenha com a seguinte frase: "Sobrenatural é uma série cheia de furos de roteiro, e o Diário de John Winchester é cheio de furos também."
Pra começar, pelas incontáveis vezes que vi Dean e Sam recorrendo aos relatos do pai para lidar com alguma criatura, eu esperava que houvessem mais informações, achei que fosse mais completo e que tivesse alguma lógica na organização dos conteúdos (mesmo sendo um diário). O que temos aqui pode ser dividido em 3 coisas:
* Informações sobre criaturas
*John amargurado pela morte de Mary
*John sendo um péssimo pai na criação dos meninos.
E todas essas informações tem muitos furos. Em certo trecho do livro, John fala sobre uma professora de Sam, que teve um encontro amoroso com ela (ela era um demônio ou súcubo no fim das contas, ele não sabe dizer o que era), e justifica dizendo que não toca em uma mulher desde que Mary morre, quando Sam era um bebê. Porém na série, não me lembro exatamente em qual temporada, os irmãos Winchester descobrem que tem um irmão de um outro relacionamento do pai, sendo um ser irmão MAIS NOVO que Sam. Um furo que pode ser "justificado" se considerarmos as diferenças de quando o livro foi escrito e quando a temporada foi ao ar, enfim, mas ainda sim um furo de roteiro.
E com isso vamos para a minha questão final com o livro. John Winchester foi um péssimo pai, tanto pro Dean quando pro Sam. Pro Dean ele foi péssimo ao colocar responsabilidade demais em uma criança tão pequena, o peso de "cuide do seu irmãozinho", apresentando armas cedo demais e levando o filho cada vez mais para o caminho dos caçadores. E com Sam por julga-lo e condená-lo por querer viver a própria vida como um cara normal, fazer faculdade, namorar e etc. O John em diversos trechos fala que o que de fato é uma obsessão dele em achar e matar o assassino de Mary na verdade é uma luta de família e que os filhos são obrigados a se juntarem a ele.
Bem, eu posso estar sendo crítica demais com os livros, com a série, mas essas são as impressões de alguém que não tem apego emocional a essa história.
No mais, os conteúdos de "bestiário", de ritos, símbolos, tradições e histórias são legais, apesar de não serem tantos quanto eu achei que seriam. Eu recomendo a leitura a quem seja fã da serie.