Hels 28/07/2014No que está pensando?Se você tivesse a chance de saber o que está fazendo daqui quinze anos, o que você faria? Teria a ousadia de “fuçar”, ver como sua vida está, como vão seus amigos de colégio e parentes? Ou preferia não saber pelo simples fato de que certas coisas são melhores se forem desconhecidas?
O ano é 1996 e, acredito, que alguns dos leitores do blog nem eram nascidos na época em que a história é narrada (nem mesmo algumas amigas minhas, ha). E, mesmo que não sejam daquela época – eu mesma não me lembro de grandes coisas, só tinha quatro anos –, todos sabemos que os anos 90 foram fundamentais para o avanço tecnológico. A internet era lenta, mas seus usuários simplesmente suportavam pois não sabiam o que era uma internet rápida ainda.
Pois bem, é óbvio que o Facebook, criado em 2004 (contando a época, ainda restrito a estudantes de Harvard), não existia. Mas, de alguma forma, Emma Nelson e seu amigo, Josh Templeton, conseguem acessar e ver seus perfis quinze anos no futuro, após a instalação da AOL no novo computador da garota. Será que, afinal de contas, saber das coisas que estavam acontecendo num futuro nem tão distante, era uma coisa boa?
Dali quinze anos, Emma parece infeliz, enquanto Josh está casado com uma das garotas mais populares do colégio (e que ele nem tinha ideia de como aquilo poderia acontecer). Apesar de acharem que é pegadinha, ambos acabam fazendo desvios, alterando o futuro e descobrindo – então – que talvez aquilo seja a realidade deles. Porém, o fato de saberem e mudarem as situações no progresso das coisas causa mudanças diversas no futuro, como emprego, faculdade, aonde moram, os filhos e tudo.
No final das contas, Emma – principalmente – se torna obsessiva pelo que lê, pelo fato de estar sempre infeliz de alguma forma, por mais pequena que fosse. Quando não está na escola, ou treinando, está em frente ao computador, no Facebook, conferindo o que mudou da última vez que conferiu (soa meio familiar em como as coisas são hoje em dia, não?). É claro, porém, que Josh se torna interessado em como ela muda as coisas – afinal ela pode arruinar seu futuro ao mesmo tempo.
Com a lição de que não podemos controlar nosso futuro, O Futuro de Nós Dois mostra como toda ação tem sua reação, por menor que seja. O destino está nas mãos de quem o faz e nem mesmo os planos que parecem tão perfeitos no momento são bons para o que está por vir nos próximos anos.
Além disso, há mais em viver do que ficarmos comentando sobre nossas supostas vidas para que os outros leiam e comentem, não? Essa é, claramente, uma das questões que Josh se pergunta a certa altura do livro: “Por que alguém iria dizer essas coisas sobre si mesmo na internet?” e Emma completa, julgando a si mesma, com “Exatamente. Daqui quinze anos eu vou ter uma doença mental”.
O livro é uma leitura super rápida, sendo como assistir a um filme de comédia romântica, com narração sob os pontos de vista dos dois protagonistas. Esse livro é um daqueles que nos envolvem a ponto de não conseguirmos parar até ver o fim, a ponto de ler em menos de um dia. Recomendado a todas as idades, mas (principalmente) para aqueles nossos amigos que gritam seus humores em nossos Feeds de Notícias.
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http://www.theblueblog.co.vu/2015/07/resenha-o-futuro-de-nos-dois.html