Fulana Leitora 26/07/2013
Resenha feita por Kezia Martins para o blog Fulana Leitora: http://www.fulanaleitora.com/2013/07/resenha-no-limite-da-atracao-katie.html
No Limite da Atração é o primeiro volume da série Pushing The Limits, da autora Katie McGarry, lançado pela Editora Verus. No início eu não me animei muito em ler, pois achei que se tratava de mais um romance adolescente, mas fui completamente surpreendida. Com personagens problemáticos, complexos e atordoantes, No Limite da Atração dá ao leitor uma história rica em drama, romance, sorrisos e lágrimas.
Echo era uma garota popular, atualmente ela é "a esquisita". À base de muita terapia, Echo Emerson tenta superar a morte de seu irmão, o pai controlador, a madrasta volúvel, a ausência da mãe e a perda da memória de uma única noite, aquela que mudou toda a sua vida. Echo é alvo de fofocas na escola, devido as suas cicatrizes - as quais ela não lembra como conseguiu - e todos pensam que ela tentou cometer suicídio. O que mais a incomoda não são as fofocas ou as suposições, mas o fato de ela não saber o que aconteceu. Agora Echo se esconde atrás de mangas longas, porém as cicatrizes não são a única coisa que ela mantém escondida. Ela tinha feito um bom trabalho em esconder-se de si mesma, até Noah.
Noah Hutchins era "o bom garoto", bem comportado, bom aluno, atleta, popular, o sonho de qualquer pai. Após perder os pais em um incêndio, ele e seus dois irmãos são levados para lares adotivos. Noah perdeu seu lar, seus pais, seus irmãos... tudo o que ele mais valorizava na vida, agora nada mais fazia sentido. Deixando para trás o garoto comportado, Noah se deixa levar pelas drogas, se envolvendo com garotas aleatórias e muitos problemas. Mas ao perceber que isso só o afastaria de seus irmãos, ele assumi um plano: fazer a terapia obrigatória e melhorar suas notas para conseguir entrar na faculdade. Qual o objetivo disso tudo? Conseguir sua família de volta. O que ele não esperava era se apaixonar por Echo no processo.
O que no mundo Echo e Noah tem em comum? Aparentemente só a mesma terapeuta escolar, mas, ao desenrolar da história, ambos descobrem que tem mais em comum do que imaginavam. Ambos tiveram perdas e já suportaram a sua cota de dor, agora eles iram passar por isso juntos. O que começa com uma intensa atração, vira uma paixão avassaladora, são duas almas feridas que se encontram.
“O pior tipo de choro não era o que todo mundo podia ver – os gemidos, as roupas rasgadas. Não, o pior tipo acontecia quando sua alma chorava e, não importava o que você fizesse, não havia consolo. Algo murchava e se tornava uma cicatriz na parte da alma sobrevivida. Para pessoas como Echo e eu, a alma tinha mais cicatrizes do que vida.”
A trama é carregada de tensão, do famoso "friozinho na barriga"; quanto mais você avança na história, mais envolvido você se sente. A cada página lida o suspense aumenta, a autora vai jogando pequenas migalhas aqui e ali para aguçar a sua curiosidade, para te manter instigado, e devo dizer: funciona. Durante toda a história Echo tenta se lembrar do que aconteceu e, ao que parece, ninguém quer que isso aconteça. Há momentos em que chega ser frustrante, quando você acha que está chegando na solução, ela escorre por entre os dedos. Você passa todo o livro querendo desvendar esse mistério, mas, eu garanto, vale a pena esperar.
Talvez tenha sido a capa, talvez um pouquinho de preconceito meu, mas eu não esperava esse tipo de leitura. O livro me pegou completamente desprevenida, me surpreendeu, envolveu e emocionou. O que mais posso dizer? Ainda estou envolvida com a história e já faz dias que eu o li. A emoção que o livro passa é muito forte, a autora trabalhou muito bem com a construção dos personagens, levando a emoção com profundidade. Os assuntos abordados na história - perda, rejeição, adoção, bipolaridade... - são tratados de forma verocímel sem tirar a jovialidade da história. Apesar do tema, o livro não perde essa característica leve dos romances juvenis.
A narrativa, em primeira pessoa, fica por conta de Echo e Noah, transitando entre eles na história. Em sua narrativa, vemos ambos desnudando suas almas, tão maltratadas pela vida. Um romance improvável, em um tempo incerto, com tudo para dar errado; assim é No Limite da Atração. Contra todas as expectativas Echo e Noah vivem sua história de amor e superação, buscando um no outro a redenção.
Eu poderia passar mais algumas 50 ou 60 linhas falando dos meus personagens favoritos, do Aires, irmão da Echo, e sua adoração por ele. Eu poderia falar do quanto eu adorei e odiei a Beth e como eu acho que existe um futuro para ela e Isaiah. Eu ainda poderia falar da Lila ou de algumas "amigas" da Echo, mas, por hora, não irei fazer isso. A sequência de Pushing The Limits vai nos contar a história de outros casais, então teremos um tempo dedicado só para eles. Hoje se trata apenas de Echo e Noah, eles merecem.