Arine-san 11/05/2013Mesmo aqueles que não leram nenhum livro da famosa série da Becky Bloom conhecem o renome de sua autora, venerada, principalmente, pelo público feminino. Talvez exatamente por isso – levando em conta o teor que suas obras anteriores pareciam ter -, me surpreendi bastante durante a leitura de Louca para Casar, lançamento da editora Record. Eu esperava um quê de chick-lit, ou ainda um tipo de romance leve... mas me deparei com uma narrativa envolvente e bem construída à base de dramas familiares e assuntos que podem, ou não, gerar um tanto de polêmica. Difícil explicar como eu me senti, enquanto lia algo que era sério, descontraído e incomum, tudo ao mesmo tempo!
O título da obra é o primeiro culpado pelas ideias erradas que podemos ter do teor do livro. Apesar de retratar bem o desespero que a personagem principal, Milly, sente ao descobrir que seu já muito próximo casamento pode não acontecer, Louca para Casar não se resumo a somente isso. A história tem começo há exatos dez anos atrás, quando a protagonista desleixada aceita casar (um casamento escondido) com um amigo gay americano, para que o mesmo possa se manter na Inglaterra e viver com seu namorado. Porém, logo Milly perdeu contato com seus amigos e, boba como é, não se sentiu preocupada ou procurou saber sobre o divórcio, pensando que seu marido-de-mentirinha resolveria tudo em seu nome. Ela simplesmente esqueceu o assunto. Pois bem, dez anos se passaram... E, na véspera do seu verdadeiro casamento, o improvável acontece: o fotografo contratado para tirar as fotos do evento presenciou o primeiro casamento de Milly e começa a ameaçá-la, dizendo que contará tudo a todos. Posta contra a parede, Milly decide ir atrás de seus amigos para resolver a situação.
A narrativa é em terceira pessoa, porém, dividida entre as diversas personagens. Por incrível que pareça, algumas dessas personagens não estão ali para mostrar apenas o ponto de vista delas em relação ao posicionamento tomado pela Milly... Não, cada uma das personagens possuem seus próprios problemas e tentam lidar com eles o melhor que podem. Enquanto Simon - noivo de Milly - possui problemas de relacionamento com o pai, a irmã da mulher passa por dilemas quase existenciais, sem conseguir se decidir se interrompe ou não a sua indesejada gravidez. O livro retrata tantos assuntos e problemas diferentes, que cheguei a pensar que estava lendo algum tipo de roteiro de novela brasileira, haha!
O que achei engraçado é que algumas pessoas simplesmente odiaram a protagonista do livro, e isso passou longe de acontecer comigo. Ela pode não ser a melhor das personagens, mas também não chega a ser um fiasco. Alguns chamaram a Milly de egoísta, dissimulada; e, para mim, essas características se enquadram mais no noivo da moça, e não nela! Me pareceu, desde o inicio, que ele estava casando só para provocar o pai e mostrar que era melhor... Há coisa mais feia que isso? Milly realmente queria casar, e pelos motivos que considero certos. Porém, devo concordar que o drama dos personagens secundários, muitas vezes, pareceram mais interessantes que a história principal da leitura.
O livro, apesar de seus dramas aqui e ali, não é intenso. De alguma forma, faltou alguma coisa em Louca para Casar; algo que não consigo dar nome nem dizer exatamente o que é. No entanto, isso não significa que o livro tenha sido fraco ou ruim... Foi um tanto surpreendente, e teve um final totalmente inesperado. Satisfez o que tinha de satisfazer: as personagens encontrando as soluções para seus dilemas e alcançando o entendimento do que verdadeiramente é o amor, a família e companheirismo.
Recomendo o livro para quem quer ler algo sem muito compromisso. O toque de inesperado que permeia a obra aqui e ali, com certeza, te arrancará algum risinho surpreso. É sério, as surpresas não param de acontecer! O que, aliado aos personagens bem únicos, torna a leitura bem agradável e veloz... Um bom passatempo!
Para mais resenhas, acesse: http://www.vicioempaginas.com.br/