Deryhan 17/12/2022
E tudo começou com uma canção...que foi interrompida brevemente por um DEATH METAL dos bons.
O Silmarillion era o tipo de livro que eu olhava para a estante e pensava “será que vou conseguir ler ele algum dia ?”. E a resposta foi sim, eu consegui e,apesar dos avisos de ser uma obra difícil do Tolkien; seja pela linguagem antiga; seja pelos INÚMEROS PERSONAGENS COM NOMES SEMELHANTE, eu ADOREI. O meu fumador de cachimbo favorito me surpreendeu, a pegada onírica, etérea e surrealista me prenderam logo nas primeiras páginas, as cenas da orquestra angelical de Eru sendo interrompida pelo PUNK ROCK fervoroso de Melkor, ficaram gravadas no meu imaginário. É impossível ler aqueles trechos sem imaginar cada detalhe e preencher as poucas lacunas do cenário com sua própria imaginação, não encontrei até agora um melhor DESCRITOR de ambientes e cenas do que Tolkien. Me maravilhei noite adentro com Telperion e Laurelin preenchendo meu subconsciente com suas luzes prateadas e douradas, presenciei Oromë percorrer os ermos selvagens da terra média e sofri com a presença maligna de Morgoth em Arda. Por muitas vezes senti que uma ânsia, como os elfos de Aqualande ou os homens de Numenor em me lançar ao mar, em busca do paraíso longínquo do oeste: Valinor, de poder tocar, cheirar, sentir e ver com meus próprios sentidos as fascinantes obras existentes apenas na mente de Tolkien.
Esses aspectos de imersão, por si só, fazem desse livro um FUCKING cinco estrelas, entretanto as estórias de Thingol e Melian, Lúthien e Beren, Húrin e seus filhos, tornam este escrito uma das melhores coisas que li nesse ano. Traições, mortes, combates, paixões e tragédias dão os contornos para as ambientações pensadas pelo seu autor e muito do que é deixado em branco no Hobbit ou em Senhor dos Anéis é respondido, em partes, no Silmarillion; uma obra essencial para qualquer fã desse universo fantástico.