Psychobooks 30/11/2013
Classificado com 3,5 estrelas no Psychobooks
O final de Dezoito Luas foi um cliffhanger triste e tinha me deixado bem apreensiva para a leitura do último livro da série. Dezenove Luas não decepcionou, nem surpreendeu, apenas manteve a média dos livros anteriores.
Onde paramos e para onde vamos
A retomada dos eventos importantes foi feita de forma tranquila e satisfatória, em nenhum momento me senti perdida ou senti o texto ser repetitivo.
Ethan se sacrificou na torre de água de Summerville para salvar aqueles que ama e restaurar a Ordem. Ele acorda no seu quarto e um pouco confuso, mas logo percebe que está do Outro Lado, ao sentir o cheiro de tomates verdes fritos e ver sua mãe. O Outro Lado está repleto de pessoas que ele conhece e que ainda têm assuntos a tratar antes de partir finalmente. Com a ajuda da Tia Prue, ele descobre que sua morte foi um erro e existe uma possibilidade - arriscada -, de que ele possa voltar para Gatlin. O garoto terá que tomar uma decisão difícil, arriscar sua alma e enfrentar muito desafios.
Acontece que Ethan precisará de alguns objetos que estão no mundo dos vivos e para isso ele irá tentar se comunicar com Lena, o que não será nada fácil. Como Lena e Amma nunca deixaram de ter esperanças de que o garoto que elas amam ainda não tinha partido definitivamente, elas encontram as pistas deixadas por ele e não medirão esforços para conseguir o que ele precisa. As duas ainda contam com o apoio incondicional de Link, Liv, John e Macon.
Personagens
Ethan evoluiu muito desde Dezesseis Luas, ele passava o tempo todo sonhando acordado em dar o fora de sua cidade, agora a única coisa que ele realmente deseja é poder voltar para Gatlin, para ficar próximo das pessoas que ama e realmente importam. É claro que ele ainda apresenta alguns problemas de impulsividade, afinal é um adolescente, mas sua força de vontade e determinação superam seus medos.
Lena é um dos motivos de eu não ter gostado tanto do segundo livro da série, seu mimimi infinito me irritava, ela não conseguia agir com maturidade e não tinha aprendido nada com os erros passados. Em Dezenove Luas ela está diferente, triste com o que aconteceu à Ethan, mas objetiva e esperançosa. Assim como no livro anterior, ela arregaça as mangas e vai à luta para conseguir o que deseja.
Link continua sendo meu personagem favorito da série, ele é inocente e ao mesmo tempo tem a quantidade certa de arrogância que o faz ser engraçado nos momentos de maior tensão. Ridley é o par perfeito para Link, a Sirena tem seus problemas de comportamento, nunca dá pra saber se ela é confiável e mesmo sendo das Trevas, ainda tem um coração. Xavier é um personagem novo, com uma história tocante, que irá responder à várias questões que surgiram ao longo da série e terá um papel muito importante na vida/morte do Ethan.
Narrativa
A narrativa é feita em primeira pessoa sob o ponto de vista do Ethan e, dessa vez, acompanhado dos pensamentos da Lena. Esse novo elemento proporcionou um pouco mais de romantismo na escrita e finalmente pudemos ter uma visão exata sobre os sentimentos dessa garota enigmática.
O ritmo de leitura não chega a ser alucinante, as cenas de ação são esparsas e não tão empolgantes, ainda assim, o leitor fica tão imerso nesse mundo que quando menos espera, o livro acabou.
Concluindo
Ao finalizar a leitura, fiquei com a sensação de que as autoras agilizaram e simplificaram muitas cenas, acho que alguns problemas tiveram uma resolução 'fácil' e poderiam ter sido melhor desenvolvidos.
Dentre todos os livros da série Beautiful Creatures, Dezenove Luas foi o que mais trabalhou as emoções dos personagens, é o mais tocante e emocionante. No geral, é uma série com seus altos e baixos, não chega a ser extraordinária, mas vale a pena ser lida se você gosta de livros para jovens com um toque sobrenatural e uma mitologia criativa sobre magia. No entanto, não espere muitas cenas de ação, existem algumas, mas não são tão bem escritas que mereçam destaque.
"Mantive os olhos nos relógios, mas ainda não conseguia entender a passagem do tempo. Às vezes, ficava tão ruim que eu começava a me esquecer do que estava esperando. Tempo demais faz isso com as pessoas. Borra as fronteiras entre as lembranças e a imaginação, até que tudo parece uma coisa vista em um filme, em vez de na vida."
Página 246
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