Resenhas - As Virgens Suicidas

livrosmortificados 28/05/2023

"você nunca foi uma menina de treze anos"
· A idealização feminina, sacralidade e banalização dos sentimentos femininos

a historia do suicidio de cinco irmas narrada por um conjunto de garotos, na puberdade o que aumenta toda essa sacralidade, essa visao celestial deles sobre elas e que nao são proximos das meninas, ou seja uma narração nada confiavel.
é um livro muito ironico, toda essa necessidade de entender o "porque?" que essas meninas fizeram isso, tem ate uma especie de entrevista que esses meninos fazem com as pessoas ali do bairro e ninguem entende, nem mesmo depois de anos a razao, e você lendo nao entende, é uma coisa tão obvia. mas é isso que o autor quer passar, uma critica a toda essa idealização, toda essa visao do feminino romantizada flores, unicornios, anjos e rosa... mulheres pensam, sofrem, somos seres humanos, quando essas meninas mostravam o lado humano delas eles temiam (igual o trip com nojo da lux pq ela demostrou sentir algo)

· Suicidio e morte em cidade pequena

a familia lisbon era tratada como uma mancha naquele bairro, religioso e conservador, as pessoas temem a morte, principalmente o suicidio então, como alguem pode ser possivel de antecipar a sua morte?

"a casa dos Lisbon começou a exalar esse outro cheiro, que invadia nossos sonhos e nos fazia lavar as mãos incontáveis vezes. Era um cheiro tão espesso que parecia líquido, e topar com aquela corrente era como receber um esguicho no rosto."

· As irmas lisbon

eu queria poder conhecer de fato as irmas lisbon, as tais criticas sobre o mundo que falaram no baile, pensamentos mais sombrios, defeitos e gostos. Há a solidao feminina, uma coisa que a sociedade nunca ira entender.

"Ela não respondeu, só estendeu a mão para fora da porta para ver se estava chovendo. ?Cecilia era esquisita, mas nós não somos como ela.? E então: ?A gente só quer viver. Se alguém deixar?."

S.Paz 21/05/2023

Irmãs
Um triste livro sobre o suicídio coletivo dessas irmãs tão rodeadas de grades religiosas impostas pelos seus pais.

Enfim... É muito tocante e me emocionei muito. Leia você mesmo e tire suas conclusões.

Jaguatirica 16/05/2023

Sem estruturas aqui. Preciso de um lenço.
"Não conseguíamos imaginar o vazio de uma criatura que encosta uma navalha nos pulsos e abre as veias, o vazio e a tranquilidade."

No fim não se encontra totalmente as peças que expliquem os suicídios delas. A repressão familiar? A sociedade? O tempo histórico? A dor de existir? Pode ser tudo isso ou nada, e o suicídio permanece sendo uma incógnita para as famílias, a medicina, a filosofia, a religião, e para os poetas.

Esse livro, narrado por um dos meninos, apresenta um narrador que, assim como os demais meninos da vizinhança, não compreendia os mistérios da família Lisbon e via tudo de modo fragmentado. E, nisso, tentaram, anos depois das mortes, reconstituir sua história, como quem reúne desesperadamente as memórias escondidas nos cantos da mente. Esse estilo de narrativa é tocante e me vejo aos prantos, totalmente melancólica e com saudade das meninas, que também não conheço. É esse "não conhecer" que dói, como dói em todos que perdem alguém para o suicídio. "Você conheceu, mas não tanto" é uma martelada no peito.

Enfim, que livro! Não é atoa que faz o sucesso que faz. É tocante.

Carlinha 30/05/2022

História boa, mas muito cansativa
É estranho estar fazendo essa resenha pois sinto que ainda estou ponderando, não digeri totalmente essa leitura, é um livro complexo mas ao mesmo tempo de fácil leitura. A Lux foi uma personagem com ótima construção me levando a adota uma empatia e um encanto especial por ela, todavia, com exceção da própria e de Cecília, as outras irmãs não foram tão bem retratadas, senti falta de saber e entender (se é q isso é possível) mais sobre elas... Outro fator é que nota-se que em muitos que é claramente um livro escrito por homens (se é que vcs me entendem) contudo, esses pequenos poréns não diminuem a beleza e a genialidade dessa obra, só os capítulos que são muito longos que chegam a ser maçantes

15/06/2022

esse livro tem tantas camadas que parece uma cebola fico chocada como pode caber tanta amargura e tristeza em apenas 200 páginas

Diana Gomes 14/08/2020

Eu finalizei esse livro há dois dias atrás, mas eu precisei de um certo tempo para poder finalmente falar sobre ele aqui.

Eu já sabia pela premissa da história que seria uma narrativa, no mínimo, densa e com grande carga emocional. Desde o começo a leitura se mostrou muito fluida e página após página eu me via ainda mais curiosa pelos acontecimentos.
O primeiro ponto interessante que eu gostaria de mencionar é que a narração é feita por um vizinho das meninas Lesbon e o qual nós não conseguimos saber quem é em nenhum momento. Então, tudo o que nos é descrito é pela visão desse garoto, que nem sempre parece ser muito correta ou a mais fiel, mas ainda assim é o que nós temos e nada além disso. Em alguns momentos eles parecem deusificar tanto as meninas que eu fiquei pensando: "será possível que essas garotas são tão perfeitas assim?". E até mesmo os erros/defeitos delas não são encarados como tais por esses meninos.

Em vários pontos da história nos são apresentados os vizinhos que moram ali por perto, juntamente com as peculiaridades de cada um deles. Mas, para mim, às vezes havia páginas e páginas de descrição de alguém que não necessariamente precisaria daquilo tudo, como se o autor estivesse apenas completando os espaços vazios das páginas. Ainda que esses personagens fizessem participações na história, mesmo que apenas observando alguma cena do alto de sua janela), ao meu ver, não teria a necessidade de tamanhas descrições sobre eles, incluindo falar sobre o passado ou coisas assim.

Outro ponto que também me foi incômodo: existe um garoto ali na vizinhança que possui dificuldades de aprendizado e desenvolvimento mental e o narrador se refere a ele com termos pejorativos e as vezes descrevendo algumas zoações com esse personagem veladas de "brincadeiras". Isso me incomodou demaaais!
Além disso, há outros trechos de caráter claramente preconceituoso no decorrer da história. E eu realmente não consigo fechar os olhos pra isso, por isso a nota do livro não foi maior. Não sei se foi algo intencional do autor colocar essas passagens, mas ainda assim, não faz sentido (para mim, pelo menos) abordar uma temática x se você não vai desenvolvê-la de alguma forma.

No final das contas, é uma leitura válida, embora a experiência para mim tenha sido incômoda e estranha dshbdfjnrgk. Ah e se você tem sensibilidade com temas como o suicídio, esse livro pode ter gatilhos e é preciso que você tenha cuidado caso queira lê-lo.

operahouse 28/06/2023

Eu nunca vou esquecer as irmãs lisbon
?Aquela menina não queria morrer?, disse a nós. ?Tudo que ela queria era sair daquela casa.?

Paula.Oliveira 02/09/2020

O doce aroma de rosas em um túmulo
Ao mesmo tempo que é uma leitura doce e envolvente como um romance adolescente, é possível sentir uma aura pútrida.
Foi uma leitura ácida, pois no início do livro já é declarado que nenhuma das garotas estaria viva no final, mas mesmo assim eu tentei salvá-las em cada página lida.

Naienne1 27/07/2023

?A gente só quer viver, se alguém deixar?.
Esse livro é uma tristeza sem fim. A principio fiquei incomodada em como as pessoas eram simplesmente obsecadas pelas meninas gratuitamente, mas ao longo do livro o leitor acaba ficando igual. Nunca tive contato com um livro tão relativamente parado e que prendesse tanto, se eu tivesse mais tempo disponível teria lido em um dia. É de partir o coração o ponto em que as coisas chegaram, penso que realmente não havia outro fim viável se não o que tiveram. É um bom livro com uma escrita incomoda, você não vai se sentir confortável em nenhum momento.

mberquoo 18/11/2021

Retrato nebuloso da juventude
3 dias depois do fim da minha leitura, venho escrever e tentar aliviar tudo que senti lendo essa obra de arte chamada As Virgens Suicidas.

A narração do livro, feita quase toda na 1ª pessoa do plural, é marcada pela percepção dos meninos que conviviam com as irmãs Lisbon na época dos suicídios. É interessantíssimo notar todo o misticismo em volta daquelas figuras femininas tão intrigantes que eram as Lisbon, ainda mais ressaltados através do olhar daqueles garotos de cidade pequena.
Enxergo esse livro como uma ode à juventude perdida.

Acho que o próprio nome já mostra que não se trata de uma leitura fácil. Mas, em minha humilde opinião, é justamente isso que faz esse livro ser 5 estrelas.

jjk97books0 16/09/2023

"É óbvio, doutor. Você nunca foi uma menina de 13 anos"
O livro inteiro é narrado pelos garotos vizinhos das meninas Lisbon, e mostra a obceção deles por elas, em tentar conquista-las, em ter um mísero momento com elas, e mostra também como eles sexualizam elas. Esses garotos dedicaram a vida a observar as meninas Lisbon, e acreditam que conhecem elas, mas o que eles tem é uma visão tão distorcida, mais coisa da imaginação deles do que a realidade, e é por isso que o livro inteiro é sobre tentar entender o porquê das mortes delas, porque eles nunca compreenderam elas, quem dirá seus motivos. A ilusão deles de achar que eles poderiam salvar elas deixa isso mais claro ainda.

O livro é mais sobre como as pessoas enxergam as meninas do que a morte delas em si, é sobre o abuso familiar, sobre a diferença entre garotos e garotas. E Cecília estava certa, nenhum do meninos e homens do livro irão entender a causa das mortes porque nenhum deles foi uma garota de 13 anos, nenhum deles vai entender uma garota descobrindo as frustrações de ser uma garota.

(eu tive muito nojo em algumas partes da narração, porque é feita por garotos, ok, mas o jeito que objetificam e sexualizam as meninas é nojento. E aí você percebe que a obceção é porque eles nunca puderam tê-las, e isso arruinou a cabeça deles.

luan_dal 17/12/2020

é.... vamos fingir
Tinha bastante tempo que eu queria ler "As Virgens Suicidas", mas sempre deixava pra depois. várias vezes isso aconteceu mas agora eu falei pra mim que eu ia ler, e eu me obriguei a obedecer a mim mesmo.

Eu pensava que ia gostar do livro, que conta a história da família Lisbon, mas focado nas cinco filhas adolescentes, que se suicidaram com pouco tempo de diferença. E eu tava gostando..... até o capítulo 3.

Os dois primeiros capítulos são curtos e bem escritos. Achei a história interessante e tava bem intrigado pra saber como ela seguiria. E o capítulo 3 é bem grande, com umas 100 páginas. E foi aqui que o livro se perdeu (na minha opinião): o autor começa a divagar muito e escrever sobre coisas completamente desnecessárias. Grande parte do capítulo é falando sobre como o moço lá era bonito, bronzeado, pegador, ricquinho, crush de todas as meninas da escola e de mulheres mais velhas, aí conta que ele viajava com os pais, onde transou pela primeira vez, aí os pais deram conselhos amorosos, e como ele era bonito, pegador, bronzeado etc etc. Aí depois tem a cena do baile, que até seria legal se eu não estivesse querendo acabar logo o capítulo porque tava super entediado com o moço lá (o pegador, bronzeado....).

Aí depois tem o capítulo 4, que também é grande, chato e prolixo (isso não é problema, até porque eu amo livros assim, mas dessa vez não rolou). E o capítulo 5, o último, é curto, mas eu não aguentava mais e parecia que nunca acabava.

Fiz leitura dinâmica a partir dos 70% e infelizmente foi um livro que eu esperava bastante pelo o que ouvi pessoas falando, mas não consegui gostar.

Agnes.Godinho 30/08/2022

As Lisbons
Esse livro mostra como é a visão masculina e como não passamos de meras conquistas para os homens. É um dos meus favoritos pq a melancolia me prendeu do início ao fim, mostrou como a " família " pode ser um verdadeiro inferno e uma prisão

E sabe qual a parte mais triste? Eu sei exatamente como as lisbon se sentiam

Mari Pereira 04/11/2023

Tinha curiosidade em ler esse livro há anos e finalmente o fiz.
Uma história melancólica e tocante, contada sob o ponto de vista dos garotos que eram vizinhos da família das meninas que se suicidaram.
Mesmo com o peso do tema, a história se foca mais em tentar reconstituir um pouco como era a vida dessas meninas antes de elas se suicidarem. E nesse esforço, traz a tona questões importantes sobre família, controle, liberdade, acolhimento, apoio...
Um drama sensível e bem escrito, sobre um tema muito pouco trabalhado na literatura.
Recomendo.

vitoria 17/10/2022

?Toda sabedoria termina em paradoxo.?
O livro não é narrado pelas personagens principais e, no começo, essa era uma coisa que me deixou muito insatisfeita. Torna-se impossível descobrir as verdadeiras motivações, dores, alegrias e dificuldade das irmãs quando tudo que o leitor tem contato é tão distante da sua realidade. Por outro lado, as lacunas deixadas acaba por fazer com que nos tornemos tão obcecados pela narrativa das cinco filhas criadas de maneira tão dura quanto os garotos que tentam tão incansavelmente preencher os buracos que os suicídios deixam não apenas neles mas em toda a cidade.
É um livro interessante que nos faz questionar muita coisa sobre aparências e sua tendência a não transparecerem a completa verdade. Se tornou um dos meus preferidos!