Eduardo 13/10/2023
Um clássico do terror, mas que pode ser visto além disso. Creio que na obra seja possível ter uma interpretação muito de crítica social. Vemos como a sociedade cobra a mulher para ser mãe e como ser mãe, e como muitas vezes as pessoas dão mais significância para o status que para o íntimo e decisões mais pessoais, como vemos muito no jeito que Guy age.
Sob o aspecto do terror, dos rituais e bruxaria, vejo muito um sentido de ironizar a sociedade.
Além desse aspecto crítico, o mais óbvio - do terror - também é muito bem feito. O começo é mais lento, mas tudo que é dito é aproveitado, tudo. Não tem aqueles detalhes trabalhados que nunca mais são falados. Até coisas que você até esqueceu que tinha lido, por ser algo mínimo, depois demonstram algum peso narrativo. Ademais, a partir do momento que o livro engata (o que é rápido) engata mesmo, e você sente tanta ansiedade que precisa ler tudo de uma vez.
Achei a protagonista uma mulher fortíssima, que ainda sob toda a pressão humana/sobrenatural que sentia, soube agir e se equilibrar.
O ambiente é muito bem trabalhado mesmo, você consegue enxergar com perfeição os lugares e a claustrofobia, mesmo pra mim, que tenho dificuldade de me concentrar em descrições minuciosas de ambientes.
Não cheguei a sentir medo, como já vi alguns afirmarem ter sentido, mas dá bastante agonia o suspense e a ansiedade para ver logo o desenrolar das coisas.
O final foi muito bom sim, mas acho que a obra se torna mais relevante pela construção, por tudo que se passa, do que pelo final em si, que apesar de legal, também não foi o melhor do mundo, mas muito suficiente, de toda maneira.
Pretendo assistir o filme em breve.