Aline 05/09/2016E aí, Satã? Aqui é aquela guria chata.Sou uma grande fã do Chuck Palahniuk. Li grande parte dos seus livros e tento acompanhar os lançamentos. Mas “Condenada” ficou muito aquém da minha expectativa.
Em vários aspectos, o livro foi pobre: para o cenário, por exemplo, tive a impressão de que o autor escreveu em um papel de pão as coisas mais asquerosas que passaram pela sua cabeça. Depois, ele só foi encaixando esses elementos ao léu. Vômito, OK; Esperma, OK; Insetos, OK; Aborto, OK (e nesse ponto todos damos “olá” ao mau gosto).
Depois vem o jargão: Chuck Palahniuk já usou o artifício do jargão em outras obras. Em "Monstros Invisíveis", ele fazia uma referência irônica aos ensaios fotográficos profissionais, com o as inserções sucessivas de algo do tipo: “Quero amor, FLASH. Quero paixão lancinante, FLASH. Quero minha vida de volta, FLASH”. Esse sim foi um jargão interessante, que interrompia uma cena, mas, ao mesmo tempo, a complementava de forma criativa. Por outro lado, o jargão utilizado em “Condenada” foi o medíocre: “sim, eu tenho 13 anos e conheço a palavra blablabla”. Nossa, mano, que troço irritante. Ainda bem que o autor desistiu desse jargão ali pela metade do livro.
Finalmente, a pior parte: Madison Spencer. Que menina chata. Tenho a impressão que Chuck nunca conviveu com adolescentes. Aliás, cheguei a me perguntar se algum dia ele mesmo foi adolescente ou se, por acaso, ele chegou na Terra de disco-voador, já com 25 anos. Menina metida, arrogante e estranhamente madura para a idade. Uma socialite pedante presa num corpo infantil.
Eu (que já aguentei alguns ícones da escrita chata) penei para terminar esse livro. Persisti apenas na esperança de que a boa sacada enfim aparecesse. Mas, aviso aos que estão no limbo da dúvida: não tem boa sacada. Nem no final. O livro é essa bicheira mesmo.