Enquanto agonizo

Enquanto agonizo William Faulkner




Resenhas - Enquanto Agonizo


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Alex 01/10/2022

Enquanto (lia) Agonizo
Este livro é uma tremenda incógnita, diz-se dele, que é um dos melhores romances da literatura americana. O autor foi laureado com o Nobel de literatura, não por essa obra específica, mas ganhou.

Dito isso, preciso discordar veementemente. A obra não é boa, não é fácil (por culpa exclusiva do autor), e você, leitor, agoniza a cada página.

Apesar disso, a história é interessante, eu insisti até o fim pois queria saber o fim. Mérito do autor. A história de uma família pobre, que está às vésperas de perder sua matriarca, e já começam a confeccionar seu caixão.

A história desta família, que leva a morta, caixão e família, por entre rios, pontes, aguaceiros e cidades para sepulta-la em Jeferson. Qualquer coisa além disso, seria spoiller, mas essa viagem é o livro. Essa epopéia trágica.

O ponto ruim, o estilo escolhido pelo autor, o tal do fluxo de consciência, que pretende contar o fluxo de pensamentos do personagem. Esse método, foi muito mal utilizado, ou basicamente, todo personagem dele, é um ser semi-demente.

Os pensamentos não se encaixam, não há fluxo, não há razões. Por isso uma loucura. O que Faulkner apresenta é muito diferente do que vc lerá em Virgínia Woolf, em Dostoiévski, ou em James Joyce. Aqui há um monólogo interior incompreensível.

Outra coisa, o autor optou por, cada capítulo narrado por personagem, sendo 59 capítulos e 15 personagens. Esse método é muito bem empregado por George R. R. Martin e é característico de quem trabalhou com televisão (roteiros). Tanto Martin quanto Faulkner tiveram essa experiência. A diferença está na clareza. Em Faulkner não é claro, é uma agonia!

Por fim, pra não me alongar, não há desenvolvimento de personagem, em nenhum momento você leitor é apresentado aos 15 personagens principais, você precisa, pescar quem é quem, no meio de um pandemônio de palavras e frases tão compreensíveis como, ?minha mãe era um peixe?, ?a mãe de Darl era um cavalo?, ?Darl é meu irmão?.

Se você pretende ler para conhecer, vá preparado. Se você procura uma história envolvente e estimulante, ou a sabedoria de um romance premiado, opte por qualquer outro livro.

Enquanto agonizo entrou na lista dos piores já lidos.
Josy 01/10/2022minha estante
Resenha excelente, me deu curiosidade de ler, mesmo com a grande possibilidade de não gostar.


Aryana 01/10/2022minha estante
Minha teoria é que o Faulkner era formado em matemática e quis fazer um jogo de raciocínio lógico com os leitores:
Se a mãe de Darl era um peixe, e Darl não é cavalo, logo Darl não é irmão de Cash, dito isto, quem é a carroça da história?
Eu só consegui me sentir com retardo mental em cada capítulo.
Parabéns pela resenha!


Alex 01/10/2022minha estante
Obrigado Aryana. Eu fiquei a leitura toda pensando ?é ele genial e eu burro??, ou ?ele fumou alguma coisa muito forte e por isso nada faz sentido??.


Alex 01/10/2022minha estante
Josy, obrigado. Acredito que sabendo o que vai encarar, não será tão ruim. Não tem como decepcionar.


Sessim Jorge 09/10/2022minha estante
Isso mostra como a experiência literária é subjetiva e pessoal. Esse livro me marcou profundamente, tenho como um dos melhores que já li, e agora estou lendo"O Som e a Fúria", do mesmo autor, e pensando em como Faulkner é acima da média, fora do lugar comum, instigante. Não consigo largar o atual livro e esse livro anterior me deixou saudades. Mas já me aconteceu muitas vezes de ler clássicos e achar enfadonhos, como "O Velho e o Mar", que achei horrível. Essa é a grande vantagem da literatura sobre as outras artes, cada pessoa experimenta algo em cada obra. E nós mesmos podemos experimentar coisas diferentes com o mesmo livro lido outras vezes.


Alex 09/10/2022minha estante
Concordo Jorge, Só posso chamar de arte, conseguir imprimir essa possibilidade num único texto.


Talys 18/10/2022minha estante
Um dos meus livros favitos! Dito isso discordo em vários pontos, mas como já foi pontuado por outro colega, literatura é isso, cada um tem uma perspectivas sobre a leitura e tá tudo bem. Afinal nada é unânime haha




Ygor Gouvêa 20/06/2020

O Primor do Fluxo Polifônico
O livro é divido em pequenos capítulos, cada um narrado por um personagem, mas não de uma forma convencional. Por vezes eles parecem lembranças, uma historia sendo recontada, até que seu narrador se imiscui no presente de seu relato, pulsos de memórias, de pensamentos se atropelam e o fluxo se instala; em outras somos jogados inteiramente na intensidade do momento, das sensações, das relações conflituosas, à flor da pele da vivência daquele personagem. Tudo se desenvolve de uma forma linear, com alguns flashbacks e com algumas tentativas de reconstrução de uma história (Darl em momentos que não está presente). Seus personagens são complexos, não se prendem a uma classificação, cada um tem uma forma própria de se expressar, de se relacionar com os eventos, e por elas, por suas narrativas, nos é transmitida uma profusão de valores pessoais, de julgamentos morais, de perspectivas, que fazem a realidade do relato ser movediça, incerta, tornando limitante qualquer busca de sentido, daí seu rico caráter polifônico e a matéria viva que é o romance. A história oscila por esses pilares, perpassados por uma escrita que tem seus momentos de complexidade, mas que sem dúvidas é rica e frequentemente poética. Para além de qualquer símbolo ou alegoria sobre o que possivelmente é a história, de uma redução à uma árdua jornada do desastre, temos um rico retrato social, uma narrativa, uma forma servindo a história, que a eleva, sem sobras de dúvidas, ao melhor da literatura.
Tiago600 20/06/2020minha estante
Aula de literatura


Gustavo.Fortes 11/11/2021minha estante
Sua resenha é primorosa




Leonardo 04/07/2011

Genialidade absoluta
Disponível em: http://catalisecritica.wordpress.com

Terminei hoje Enquanto Agonizo, livro escrito em 1930, em um período de 8 semanas. É um romance com poucas páginas, mas de uma genialidade absoluta. O livro narra um episódio inusitado da família Bundren: A mãe, Addie Bundren, morre e o pai, Atie Bundren, junto com os filhos – Cash, Darl, Jewel, Dewey Dell e Vardaman, vão enterrá-la em na sua cidade natal. Justamente quando ela morre uma feroz tempestade derruba duas pontes e atrapalha muito os planos da família.

A história é contada a partir de pequenos – às vezes minúsculos mesmo – recortes, como se fossem depoimentos de diversos personagens, incluindo todos os componentes da família, vizinhos e pessoas que cruzam a sua trágica peregrinação.

O autor aproveita esse estranho episódio para traçar um perfil de uma família que nunca se amou e que tem diversos pontos a serem ajustados.

Não dá para escrever muito. Enquanto Agonizo precisa ser lido pelo menos duas vezes. Cumpri a primeira parte.

Quando cumprir a segunda, retornarei ao blog.

Para não fugir à regra, Faulkner abusa (no bom sentido, no melhor sentido) do seu refinadíssimo estilo, presenteando-nos com pérolas, algumas das quais transcrevo a seguir:

1 – Um dos textos mais complexos e malucos, faz parte do capítulo de Darl, o mais confuso dos filhos:

“Num quarto estranho você tem que ficar vazio para dormir. E antes de estar vazio para dormir, o que você É. E quando você está vazio para dormir, você não é. E quando você se enche de sono, nunca foi. Não sei o que sou. Não sei se sou ou não. Jewel sabe o que ele É, porque ele não sabe que ele não sabe se é ou não. Ele não pode ficar vazio para dormir porque ele não é o que é e ele é o que não é. [...] E posto que o sono é não-ser e a chuva e o vento são era, a carroça não é. Mesmo assim, a carroça é, porque quando a carroça é era, Addie Bundren não será. E Jewel é, então Addie Bundren deve ser. E então eu devo ser, ou eu não poderia ficar vazio para dormir num quarto estranho. E se eu ainda não estou vazio, eu sou.”

2 – Uma das descrições mais fantásticas:

“Parece uma figura mal talhada em madeira bruta por um caricaturista bêbado.”

3 – Sem comentários:

“Foi quando aprendi que palavras não servem para nada; que as palavras nunca se encaixam nem ao que querem dizer.”
newton16 14/05/2014minha estante
Parabéns pela resenha. Já anotei o título. Preciso lê-lo.




Karina Paidosz 04/10/2022

Foi difícil chegar até o fim;

Se é o estilo da escrita de Faulkner ou esse livro é um caso a parte, só sei dizer que não é uma leitura fácil.

Não gosto desses diálogos que não se completam ou sem nexo.
Fiquei perdida em quase todos os momentos.

De repente é preciso um pouco mais de experiência literária pra entender a pegada da história, pq achei uma leitura bem densa e enfadonha.
Aryana 04/10/2022minha estante
Tamo junta, Karinovisky.


Karina Paidosz 04/10/2022minha estante
?


Alex 05/10/2022minha estante
Acho que foi só estrelismo do autor mesmo. Esse fluxo literário de gente demente não tinha como funcionar.

Dostoiévski, que manja disso, faz com maestria.




Diego Rodrigues 18/03/2022

"Antes de pegar a caneta e escrever as primeiras palavras, eu sabia qual seria a última palavra... Antes de começar eu disse: eu vou escrever um livro graças ao qual, em caso de necessidade, eu possa me manter ou cair se eu nunca tocar na tinta de novo."
Nascido em 1897, em New Albany, Mississippi, EUA, William Faulkner foi um dos maiores romancistas do século XX. Vencedor do Nobel de Literatura (1949) e duas vezes vencedor do Pulitzer (1955 e 1962), publicou seu primeiro romance em 1926. Mas foi em 29, com a publicação de "O Som e a Fúria", que deu início a fase áurea de sua carreira, constituída de clássicos como "Luz em Agosto", "Absalão, Absalão" e "Palmeiras Selvagens". Sua obra, marcada pelo fluxo de consciência e conhecida por colocar pessoas comuns em situações desesperadoras e de extrema violência, é tida por muitos como complexa e desafiadora. Na dúvida por onde começar, fui naquele que dizem ser o mais fácil.

Publicado originalmente em 1930, "Enquanto Agonizo" é considerado um dos maiores romances de língua inglesa do século XX. A obra narra o drama da família Bundren, que luta para cumprir o último desejo de sua matriarca feito em seu leito de morte: ser enterrada aos lado dos seus, na cidade de Jefferson. O marido e os cinco filhos partem então rumo a cidade, dividindo espaço com o caixão em cima de uma carroça maltrapilha guiada por mulas esfomeadas e com um bando de urubus em seu encalço. Mas a travessia dos Bundren vai muito além do plano físico e dos perigos que a viagem oferece. Usando do fluxo de consciência, Faulkner constrói uma intrincada narrativa que passeia pelos mais variados temas, sendo o principal deles a condição humana. Os capítulos são curtos (duas ou três páginas, às vezes uma) e narrados sob a perspectiva de diferentes personagens. Vertiginoso no início, mas nada que a gente não se acostume. Após as primeiras páginas, já se torna impossível largar o livro.

Além do primor narrativo, a força de seus personagens é outro ponto forte da obra. Passear por suas mentes faz com que a leitura se torne bem mais intimista, é como se sentíssemos suas emoções na pele. Dewel Dell, a única mulher em meio aos irmãos, é uma fortíssima personagem feminina e foi a que mais me comoveu entre os Bundren. O garoto Vardaman, caçulinha da família, não fica atrás: sua inocência contrastada com o mundo árido ao redor é de doer o coração. Enfim, cada personagem é forte à sua maneira e dotado de um sopro de vida que poucos autores conseguem conceber. Uma obra humanamente crua, impactante e visceral. Ler Faulkner é realmente uma experiência singular e acredito que todos deveriam dar uma chance. Não se deixe levar por essa de "leitura difícil". Depois de envolvidos, somos completamente tragados pelo livro e guiados com maestria pela pena faulkniana.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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Luigi.Schinzari 07/10/2020

Sobre Enquanto Agonizo de Faulkner
A escrita de Faulkner é um trabalho exigente. Um dos maiores expoentes do método do fluxo de consciência, William Faulkner (1897-1962) foi refinando ao longo de sua carreira sua linguagem que migrava entre narradores ao longo de um único livro. Em O Som e a Fúria (1929), sua obra-prima, encontramo-nos sendo guiados por longos capítulos narrados por algum irmão da família do sul dos Estados Unidos, os Compson (com exceção do último capítulo em que o autor utiliza uma narrativa em terceira pessoa mais tradicional). Um dos mais belos e desafiadores livros da literatura norte-americana, a obra-prima de Faulkner pode não ser um bom livro de entrada ao estilo narrativo do autor laureado com um Prêmio Nobel em 1947 por conta do esforço dispendido em pegar as sutilezas e concatenar os pensamentos desconexos, inicialmente, apresentados pelos problemáticos irmãos Compson. Enquanto Agonizo (1930), obra não menos brilhante de William Faulkner, com capítulos muito mais curtos e uma gama maior de narradores, mostra-se uma perfeita escolha ao leitor exigente mas ainda com receio de encarar O Som e a Fúria.

Sua história concentra-se na tragédia da família Bundren, em que a mãe, Addie, falece logo no começo do livro e incumbe a família desde os tempos de sua doença de lhe enterrar em sua afastada terra natal. Este pano de fundo acoberta intrigas e problemas familiares que sutilmente e com muita maestria vão sendo explorados pela narrativa curta -- os capítulos têm em média quatro páginas -- e pelos pensamentos confusos, como qualquer raciocínio humano caso fosse transcrito ipsis literis, dos vários narradores que nos contam o que se passa do seu ponto de vista; e esta é a principal qualidade de Faulkner: forma-se um quebra-cabeça em que devemos ir juntando, com pequenas informações que nos são dadas, o complexo caso contado desde o início da obra.

Diferentemente de O Som e a Fúria, em Enquanto Agonizo temos uma linha temporal sendo seguida com poucas intervenções em sua estrutura além dos pensamentos desconexos e, por vezes, confusos das personagens -- principalmente daquelas com algum claro quadro psiquiátrico ou com algum tema delicado a tratar: traições, gravidez indesejada, remorso e luto são o recheio da história da família Bundren.

A maestria de Faulkner em dar uma voz própria a cada personagem -- e consequentemente narrador -- imerge o leitor, incialmente confuso por se encontrar no meio de uma situação e de um núcleo desconhecido para ele, rapidamente na vida e nos conflitos ali existentes. Os trejeitos e maneirismos são tão nítidos que o nome de cada um estampado no começo de suas narrações torna-se apenas um apetrecho ao longo da leitura. Basta lermos as primeiras linhas que já identificamos de pronto: este, concentrado e aparentemente o único verdadeiramente lúcido, é o Cash!; aqui, com seu modo impetuoso e distinto, é o Jewel!; este, com seu jeito lúdico e limitado, é Vardaman, e por aí vai.

Enquanto Agonizo -- no original As I Lay Dying --, título extraído de um trecho da Odisseia de Homero, onde Agamenon diz a Odisseu: Enquanto agonizo, a mulher com os olhos de cão não fecha meus olhos enquanto eu desço ao Hades, reflete, em uma percepção inicial, o sentimento do cadáver de Addie, a mãe da família Bundren: seu corpo, dentro do caixão construído pelo filho carpinteiro Cash a seu próprio pedido e com sua inspeção rígida pré-falecimento, não descansa nem mesmo após as penitências da morte lenta e sofrida; são diversas as adversidades encontradas pelos filhos e pelo marido ao transportar seu corpo, como castigos enviados diretamente por Deus: fogo, água, terra, o próprio homem e os maus sentimentos; há uma entidade que não a deixa descansar, e, consequentemente, atormenta, distante daquela realidade, a família Bundren inteira -- e por comiseração àquela família eternamente sofrida o leitor acaba sofrendo por igual, angustiado durante toda a leitura por conta da sucessão de tragédias que os acometem.

Um bom romance deve ser desafiador -- não é possível ter uma verdadeira experiência com um grande clássico sem o absorver tanto quanto ele absorve suas energias e sua compreensão -- e sem dúvidas Enquanto Agonizo é um dos grandes detentores deste título dentro da literatura norte-americana. Deve-se se atentar a cada palavra posta, pois nenhuma foi escrita por Faulkner de modo fortuito; mas isso nunca será um demérito. Muito pelo contrário! O esforço do leitor é traço fulcral para a boa literatura; enquanto o autor quebra sua cabeça para desenvolver um romance com camadas diversas e personagens, tramas e reflexões múltiplas, o mínimo que se exige é a atenção do leitor: e como este será recompensado com uma leitura tão prazerosa e enriquecedora como a de Enquanto Agonizo. Faulkner é completo em sua escrita e a complexidade para adentrar sua obra é um desafio ao leitor faminto e sem preguiça. Não à toa Enquanto Agonizo e tantos outros romances com seu grau de complexidade estão no cânone ocidental enquanto suas contrapartes mais facilmente absorvidas acabam sendo relegadas ao rápido sucesso comercial e logo migram para o ostracismo; ao passo que um clássico jamais deixará os debates e as prateleiras desguarnecidas.
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Alana.Leitao 30/11/2022

Lendo e agonizando junto
?Quando iniciei o livro, já sabia que não ia ser fácil e que existe um forte fluxo de consciência nas obras de Faulkner. De fato, livro se inicia de forma abrupta, tive que reler varias vezes os primeiras paginas para ter certeza que não deixei passar nada e reli varias vezes sem nenhum rancor pois livros complexos nos quais é necessário bastante concentração são incentivos pra mim. Creio que o motivo pelo meu maior apreço por este livro foi o processo de desvendamento da obra, a partir do momento que eu entendi o que o autor queria passar e os sentimentos que me passaram foram suficientes pra me fazer amar esse livro.

?Existem vários narradores na obra e demora um pouco até descobrirmos qual é a relação entre eles, por isso fiz uma listinha, a partir do momento em que um personagem era citado eu anotava. Ao todo são 15 narradores (sim, o livro é pequeno mas tem vários personagens) e conhecemos cada personagem pelo olhar do outro, faz sentido ate porque a maioria das coisas que se dizem sobre determinado momento são descritas como um pensamento que vem na cabeça, se desfaz e logo vem outro.

?A principio o enredo não é difícil de entender, a matriarca da família Bundren está a beira a morte e deseja ser enterrada junto aos seus familiares, quando esta morre começa-se uma jornada para realizar sua vontade, o que marca a obra no entanto são os sentimentos dos seus familiares o que essa morte trouxe para a mente de todos eles. Reitero, pode ser um livro pequeno, aparentemente com o enredo simples mas não se engane, a escrita é densa requer muita concentração principalmente no começo e o mais importante traz uma riqueza de sentimentos e angustias que nunca pensei que caberia em 200 paginas.??
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ItaloDeck 28/05/2012

Só acho uma coisa: O autor é doido, os personagens também. Bom, até eu acho que fiquei meio doido depois de ler esse livro. Sem mais.
Ricardo Rocha 24/05/2016minha estante
louvado sejam os doidos




Leila 25/08/2022

Ler Faulkner não é das tarefas mais fáceis na vida de um leitor, imagina falar sobre? quase impensável essa tarefa para mim, uma reles mortal, mas vou tentar, rs
Enquanto agonizo não é dos meus favoritos do autor, para mim suas obras máximas continuam sendo a dupla O som e a fúria e Absalão Absalão, mas como tudo que esse "homi" escreveu, é bão. Me deixou encasquetada com a narrativa super fragmentada e as várias vozes narrativas o que por muitas vezes me confundiu quanto À quem de fato estava narrando a história, Mas isso é só um detalhe (ou nem tanto, porque como dizem, o diabo está nos detalhes, kkkk) e é assim que você se apaixona pelo autor, porque você acaba o livro e ainda fica lutando com ele, volta, relê alguns trechos, vai tirar algumas dúvidas (ou tenta), conversa com os amigos (os outros doidos por Faulkner que você angariou com o tempo,rs) e tenta seguir adiante!
Enquanto agonizo pode ter um plot simples, mas de simples não tem lá muita coisa não, porque a potência descritiva do autor é algo surreal e você se pega viajando na carroça com a família para levar a matriarca para ser enterrada em Jefferson, atravessa um rio numa ponte caída (o que óbvio vai dar ruim), dorme nos celeiros vizinhos pelo caminho) e mais uma vez tenta entender essa família doida e atípica do Sul dos Estados Unidos.
Personagens estranhos, cheios de segredos, unidos por uma promessa e uma morte, cada um vivendo um luto diferente e caminhando lado a lado nessa estrada que se chama (vou filosofar agora, espia) Vida!
Com Faulkner não tem tédio, é só sangue, porrada e bomba. Te prepara...
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Mario Miranda 09/04/2021

Enquanto Agonizo não é um dos grandes clássicos de Faulkner. Escrito imediatamente após "O Som e a Fúria", Enquanto Agonizo apresenta uma leitura menos pesada, sem a complexidade da sua obra predecessora - ou de outros livros que o autor esbanja o Fluxo de Consciência.

A obra narra a saga de uma família pobre - neste sentido me chama muito a atenção Jorge Amado em seu início de obra, talvez em Seara Vermelha - em cumprir o desejo de enterrar a matriarca em seu município de nascimento. Superando todas as adversidades do processo, o livro conta a história pela ótica dos 5 filhos, do marido, e de alguns conhecidos, tornando a narrativa não exatamente linear.

Uma boa obra para quem quer conhecer um pouco o estilo de escrita de Faulkner e o cenário onde se insere a narrativa do autor.
Natalie Lagedo 24/04/2021minha estante
Este livro é uma verdadeira odisseia funerária. Os personagens têm uma aridez que é difícil descrever.


Mario Miranda 10/05/2021minha estante
Dentro do espectro de obras de Faulkner, acho o livro um pouco "fora do padrão" do autor (o mesmo para "Lance Mortal"). Não é que não seja uma obra boa - acho que há um aspecto interessante per si nela - mas sem dúvida não colocaria entre as obras a serem lidas de Faulkner.




Deborah Kufner 30/04/2020

Confuso
A obra de Faulkner traz a estória de uma família complicada e desprovida de afeto que vive no sul dos EUA em torno do ano de 1930. Cada capítulo é descrito por um dos 15 personagens que devo discordar das resenhas que já li: com poucas exceções, os personagens não se revelam, eles apenas narram eventos. Os quatro irmãos são todos quase iguais (menos o menino Vardaman, cuja narrativa se tornou a melhor de todas), teimosos, chulos e egoístas, assim como o pai e a mãe. Não vi grande distinção psicológica entre eles.
Inúmeras vezes fiquei confusa nos diálogos e não sabia entre quais personagens acontecia, pois só trazia o pronome "ele". Ele quem? Assim como os novos personagens que surgiam e que eu não tinha noção quem era aquela pessoa. Você só sabe o nome dela.
Alguns capítulos só serão explicados à frente, e os eventos parecem sem pé nem cabeça. Você não sabe onde eles estão e o que está acontecendo de fato.
É comum se perder no enredo ao longo da leitura. Na minha opinião a história não prende, embora a história melhore nos últimos capítulos, infelizmente.
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Aline Teodosio @leituras.da.aline 02/07/2018

Uma saga de martírios
Enquanto a matriarca dos Bundren agoniza no leito de morte, o mais velho dos cinco filhos constrói o seu caixão. Mas é após o fatídico momento que a saga lamentosa da família inicia. Juntos, eles partem para cumprir o último desejo da morta, que é ser enterrada em sua cidade natal.

A narrativa aqui empregada é um fluxo de consciência de vários personagens. A todo momento o leitor é transportado para dentro de uma mente diferente, mergulhando na complexidade de vários dramas individuais. Ora no desespero de Dewer Dell, ora na loucura de Darl, ora na ingenuidade de Vandarman, ora na sensatez de Cash, ora no egoísmo de Ansie, ora na indiferença de Jewel. Ademais, ainda mergulhamos no ponto de vista de outros personagens secundários, que nos mostra, com um olhar de quem tá de fora, as barbaridades da triste epopeia.

O livro inteiro é carregado de pesadas cargas de múltiplos sentimentos, que deixa o leitor em agonia e esgotamento emocional. Fiquei a pensar sobre o título do livro: enquanto agonizo... De fato, não só a morta agonizou, mas todos daquela família desafortunada. Cada qual carregava dentro de si um tormento, um desespero, uma dor. Tudo agravado ainda mais com os incidentes absurdos assolados durante todo o caminho percorrido. Afinal, como disse o velho Ansie: "Quando o azar começa, parece que não há meio de parar". E nada, nada é fácil para os Bundren.

Uma trama densa e angustiante, com um final surpreendente (pra não dizer repugnante e revoltante), que me deixou com um tremendo mal estar. Porém, gosto de livros que sacodem a alma. Genial!
Rafa 04/07/2018minha estante
Sou doido para ler esse livro! Que resenha gostosa de ler! Parabéns.




Felipe 31/07/2021

Retrato da pobreza...
...e da condição humana. O livro é um tanto arrastado na primeira metade e difícil de compreender, mas seu desenrolar nos mostra a natureza humana em sua essência, como li poucas vezes.
Estava pronto para recriminar essa história, mas acabei por gostar demais.
Cash, Darl, Jewel, Dewey Dell e Vardaman são os irmãos com mais personalidade que já encontrei na literatura. Fortíssimo!
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Marcia 02/05/2024

Minhas impressões sobre o livro
Que livro foi esse? Realmente um ótimo livro, daqueles que marcam o leitor.
Não é uma leitura fácil, a escrita não é rebuscada mas exige concentração, atenção. Um leitor dedicado vai se admirar com a história e com a forma da narrativa. O livro vai sendo contado de forma fragmentada, cada capítulo é um dos personagens quem narra e a medida que avançamos na leitura vamos construindo o cenário e entendendo a história. As primeiras 50 páginas foram um pouco confusas pra mim, tive que retornar algumas vezes mas depois me adapeti e fluiu. Cada personagem fala do outro e vamos construindo a personalidade e entendo a vida deles a partir dessas narrativas. Segredos são contados também e no final vemos que não há inocentes...
"Neste romance, o autor distancia-se da aristocracia sulista americana para falar de gente comum e humilde, como a família Bundren, que se reúne para cumprir o último desejo da matriarca: ser enterrada em Jefferson, ao lado de seus parentes." ( nota da editora)
Gostei muito do livro e recomendo a leitura a todos.
Valeu!!
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