O Poder da Espada

O Poder da Espada Joe Abercrombie




Resenhas - O Poder da Espada


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@aprendilendo_ 04/06/2020

Resenha de O Poder da Espada
...Sem dúvidas, se você gosta do tema, o resumo e sinopse o lembraram de Game Of Thrones de George R.R Martin. Apesar de tal semelhança ser justificável, ela não serve para explanar todo o livro, pois ele é bem mais que isso. Com personagens extremamente carismáticos e um bom humor ácido, a obra nos prende do inicio ao fim e encanta quando começa a ligar as histórias e juntar os sujeitos com personalidades tão diferentes. Desde os diálogos entre Bayas, o sábio mago, com Logen, um bárbaro cuja vida resume-se em matar, até as alfinetadas sarcásticas nas conversas entre Jezal e Glokta, nós nos apegamos à vivacidade de como cada vida é tão diferente uma da outra e facilmente poderiam ser escritos livros individuais sobre cada um.


Outro ponto positivo na narrativa é a ordem direta dos fatores, sem “fillers” para travar os acontecimentos, tudo acontece no tempo certo, sem atrasar nem acelerar demais. Essa característica gera uma sensação de urgência e imprevisibilidade a qual imerge o leitor no livro de modo a querer ler toda a trilogia de uma vez. Como consequência dessa escolha, o escritor, de certa forma, abdica da contextualização e caracterização do mundo do livro. Nesse contexto, surgem os maiores problemas da obra. Com uma ambientação não tão vívida e pouca explanação histórica, ficamos um pouco a mercê de incertezas quanto ao mapa de A Primeira Lei e isso facilmente pode confundir um pouco o leitor e tirar a noção de profundidade no aspecto da realidade da obra, o que gera um infeliz contraponto com os tão bem desenvolvidos heróis.


Com uma diversidade de personagens os quais chamam a atenção e predem, somos expostos a um começo de trilogia instigante que nos prepara para uma narrativa digna dos clássicos épicos. Infelizmente, pelo menos no primeiro da trilogia, não somos apresentados muito bem ao mundo o qual estamos acompanhando e isso pode trazer um pouco de confusão ou sensação de inocuidade. Entretanto, essas sensações são facilmente deixadas de lado quando os rumos de cada personagem se encontram, gerando uma tensão e sensação de aventura incrível até o final do livro. O Poder da Espada é um livro memorável e um dos melhores convites possíveis para ler os outros dois pedaços da saga.

Para mais comentários sobre o livro e outras resenhas, acesse: aprendilendo.com.br

site: https://www.aprendilendo.com.br/post/resenha-de-o-poder-da-espada
Wiulayne.Souza 16/06/2020minha estante
Está na minha lista de compras e leituras ?


@aprendilendo_ 16/06/2020minha estante
É um ótimo livro. Espero que goste!




Lucas 03/06/2020

Interessante, mas não empolgou
O livro tem personagens muito bem desenvolvidos e com personalidades distintas, porém, na maior parte do livro a história deles são bem desconexos entre si e poucas são as situações em que um influencia na narrativa do outro.

Apesar de começar com uma cena de ação, o restante da história tem um ritmo bastante lento até chegar nas últimas páginas onde novamente a ação volta a empolgar.

Reconheço que a escrita é boa e talvez esses problemas se justifiquem por ser o primeiro livro de uma triologia, onde o universo ainda precisa ser construído.

Outros dois livros dessa história já foram lançados, mas não estou empolgado pra continuar a leitura. O livro tem quase 500 páginas e pra mim foi difícil chegar até o final.
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Guilherme 30/05/2020

Resenha O Poder da Espada (livro um da série primeira lei)

O Poder da Espada é o primeiro livro da trilogia A Primeira Lei, escrita por Joe Abercrombie lançado no Brasil em 2013, pela Editora Arqueiro. Trata-se de um livro do gênero ficção fantástica que conta com 683 paginas.

Livros de fantasia não representam nenhum período histórico da nossa realidade e isso permite aos autores criar a evolução tecnológica e social de seu mundo. Apesar disso poucos autores aproveitam essa liberdade com medo de cair no exagero e ficam presos a um período. Joe Abercrombie fugiu desta regra e como resultado podemos visualizar um mundo onde Juízes, Inquisidores, Acadêmicos, Magos, Feiticeiros, existem simultaneamente.

Outra diferença é que o autor não utiliza da jornada do herói para contar sua história, preferindo focar na complexidade de suas personagens.

Este livro não estabelece regras complexas para o funcionamento da magia, o autor apenas nos dá uma noção geral de como as coisas funcionam e é o suficiente para a compreensão da obra.

Personagens

O Poder da Espada conta com 6 personagens com ponto de vista, Logen Nove Dedos e Cachorrão, (ambos guerreiros nórdicos), Glokta um inquisidor a serviço do rei, Jezal, um esgrimista de sangue nobre em ascensão, Collen West, um oficial de origem plebeia, Ferro, uma ex-escrava guerreira, fugitiva do Império do sul.

A maioria destes personagens possui bastante bagagem, já tendo realizado grandes feitos. Isso afeta o modo de pensar, tornando cada ponto de vista bastante único. Jezal é a única exceção, pois o seu evento excitante é a busca por reconhecimento, o qual ele espera obter através de um campeonato de esgrima. Como consequência, ele se mostra bastante arrogante e inexperiente.

Minha opinião

O autor é bastante competente, tendo criado bons personagens em um mundo bastante completo e diverso. Ele foge das soluções simplistas para a resolução de conflitos. É um livro onde o passado afeta diretamente na progressão da história, fato que dá profundidade ao livro.

Particularmente gostei muito do personagem Glokta, ele possui um modo de pensar bastante agradável, por ser um inquisidor ele questiona tudo o que vê e como reflexo ele se questiona, suas motivações, seus objetivo, suas ações como um todo.

Fiquei incomodado com os títulos dados aos capítulos. Eles são bastante expositivos (v.g. como os cães são treinados, o trajeto do amor verdadeiro e um bom homem) nomes que por vezes me desinteressam. Acredito que esse tipo de abordagem tem melhores efeitos em livros de contos do que em romances.

Existe sim ótimos capítulos finais, em especial o que leva o nome de nove sangrento, mas mesmo este sendo cheio de ação não substituiu o que tradicionalmente é uma batalha ou uma reviravolta.

A pluralidade de pontos de vista é uma faca de dois gumes, por um lado é boa para a história, possibilita nos apegarmos de diferentes maneiras as personagens e ter uma visão mais completa dos eventos. Por outro lado, acabou por muitas vezes me obrigando a dar um tempo com a leitura, para absorver os acontecimentos.

Obras semelhantes

Primeiramente quero esclarecer que não busco desmerecer ou engrandecer um livro em razão de outro. Apenas apontar algumas semelhanças entre essas obras.

Dito isso fico tranquilo em afirmar que para mim, o poder da espada é como a junção de As Crônicas de Gelo e Fogo( de George R.R. Martin), O Nome do Vento (Patrick Rothfuss) e Trono do Sol (S.L Farrell).

A trama politica me lembra a de trono do sol, contudo a questão da magia é deixada como plano de fundo, fato semelhante ocorre em as crônicas de gelo e fogo. O livro possui momentos chave sem nesse primeiro volume precisar se valer de uma grande batalha, assim como em nome do vento.

Conclusão

O poder da espada é um ótimo livro para os amantes de fantasia, não acho a melhor porta de entrada para o gênero, mas sem duvida é um ótimo representante.
BibliodaArte 30/05/2020minha estante
Adoro esse gênero...mas ainda não conhecia essa trilogia
Já vai direto pra minha lista




Célio Júnior 12/05/2020

Ótimo início de uma saga épica
Como livro único ele é mediano, pois a melhor parte da história vai ficar para os próximos livros.

Não me apeguei a nenhum personagem em particular, mas estou ansioso para ver como eles vão se desenvolver.
Aliás o maior foco do livro é esse: a construção dos personagens.

Gostei bastante da escrita do autor, direto ao ponto; mas não superficial.
Algumas partes, porém, fiquei confuso com a passagem do tempo.

Recomendo fortemente para quem busca uma história de fantasia com uma pegada mais crua.
Ou seja, nada de heróis bonzinhos ou vilões malvados. Aqui há humanos, com atitudes boas e más.
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Ju 29/04/2020

Uma grande introdução
Gente, o livro todo é uma grande introdução. Dedicado inteiramente a desenvolver, de forma bem consistente, a personalidade de cada personagem e conecta-los aos acontecimentos que serão descritos nos próximos livros da saga. Terminei a leitura um pouquinho frustrada, mas feliz e ansiosa pela continuação da mesma.
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Matildes 11/02/2020

O poder da espada
O primeiro livro da trilogia a primeira lei

Sem dúvida é uma leitura empolgante e dinâmica. Impossível não se prender em meio a uma trama de poder que envolve reinos, magos e guerreiros bárbaros.
Super recomendo!
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Vinicius.Miranda 08/02/2020

Cativante, fluido.
A leitura é bem agradável, apesar da trama não ser tão profunda. e
É uma história simples, mas consegue guardar seus segredos e despertar a curiosidade do leitor. Particularmente gosto da divisão de capítulos sobre a perspectiva de personagens diferentes.
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DeiaMolder 18/12/2019

Leitura concluída.
Primeiro volume da trilogia A Primeira Lei.
Vamos ver o que , um inquisídor aleijado, dois matadores sanguinários, um espadachim mulherengo e um Primeiro Mago e seu aprendiz tem em comum quando o destino os fizerem se encontrar. Enquanto isso uma guerra está para eclodir na União. Ainda temos shankas, criaturas feitas de lama e magia, que são uma ameaça feroz e homens Nomeados que vão de encontro ao exército da Coroa para ajudar.
Tudo isso e mais um pouco com doses de sangue na medida certa, muita intriga, perseguições e lutas.
Esse livro é a apresentação dos muitos personagens e trama, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, muita atenção se deve ter, senão se perde.
Pelos dentes de Dels, já comecei o segundo volume e promete....
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Whebson 29/05/2019

A imersão no mundo medieval pela escrita de Joe Abercrombie
Leitura fluída e prazerosa, com algumas pitadas de mistério, personagens bem construídos. Mas faltou para mim algo, uma batalha épica ou um duelo que me impressionasse. Pensando sobre a trama desse primeiro volume, essas quatrocentas e oitenta páginas serviu-me para ver pontos incríveis no mundo medieval de Joe Abercrombie, contendo vários ganchos bons para para o segundo volume. Recomendo. :D
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Fernando Lafaiete 16/02/2019

O Poder da Espada: Um começo excelente para uma trilogia que promete
******************************NÃO contém spoiler******************************

Depois de ter finalizado a “trilogia Mar Despedaçado”, fiquei com sentimentos conflitantes acerca de Joe Abercrombie. Gostei demais de vários aspectos da trilogia, principalmente dos personagens e da ambientação. O meu grande problema se deu com o grande desfecho, repleto de reviravoltas e desconstruções narrativas que para mim não foram funcionais. Mas como meu saldo foi muito mais positivo do que negativo, resolvi dar continuidade às obras do autor e foi graças a esta sensata decisão que peguei para ler “O Poder da Espada”, o primeiro volume da “trilogia A Primeira Lei. ”

Confesso que minhas primeiras impressões não foram assim tão agradáveis. Levei um tempo para voltar a me acostumar com a escrita objetiva e simples do autor. Ainda estava me sentindo impactado com a escrita de Anthony Ryan, que é mais densa, mais descritiva e muito mais elaborada.

“A Primeira Lei” reforça o que eu já havia percebido na trilogia anterior que havia lido. Joe Abercrombie é claramente o tipo de escritor que gosta de criar e desenvolver narrativas que se focam em personagens arruinados tanto fisicamente quanto psicologicamente. São personagens enigmáticos, que despertam no leitor sentimentos conflitantes, e que estão muito mais para anti-heróis do que para heróis.

Sand Dan Glokta é o inquisidor do reino. Responsável por investigar, interrogar, torturar e descobrir traições e corrupções que podem levar ao colapso do reino que ele supostamente deseja proteger. A grande questão é que nem todo mundo parece culpado e tudo pode não passar de um grande jogo de poderes onde ninguém parece estar a salvo. Como um ex-prisioneiro de guerra, torturar e ceifar vidas parece ser o hobby preferido do inquisidor. Um tipo deturpado de vingança.

Paralelo a este estranho personagem, acompanhamos a jornada de tantos outros, que se veem em situações de fuga e que acabam tendo seus destinos cruzados. Um mundo muito bem construído, com bons personagens e com situações que nos intrigam e nos instigam. Os aspectos mágicos também são interessantes e nos deixam com uma pulga atrás da orelha. É um sistema regido por leis que ainda não ficaram muito claras, pelo menos não neste primeiro volume.

Gostei bem mais do que eu estava esperando gostar, mas senti falta de mais cenas de ação e de backgrounds mais sólidos. Como sempre digo, apenas me dizer que determinado personagem sofreu ou que determinada situação ocorreu, não me soam muito funcionais. Gosto de ter o vislumbre destes momentos, de forma a compreender melhor os personagens e suas atitudes. Preciso deste elo de ligação. Espero que passados sejam melhores explorados nos próximos volumes e que personagens femininas ganhem ainda mais espaço. Foi uma leitura imersiva, fluída e que me deixou com vontade de ler o próximo o quanto antes. Uma leitura e um autor mais que indicado para quem gosta de fantasia. Só espero que desta vez Joe Abercrombie me satisfaça por completo.
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@solitude_e_books 30/01/2019

Nunca Spoilers
Basicamente O poder da espada é um livro de introdução de personagens.

Pra mim foi uma história arrastada e com um final que não me deixou com muitas expectativas para os outros dois livros, que são... Antes da força e O duelo dos Reis.

Mas lerei os próximos pois muitas pessoas falam que os outros são bem melhores, muito embora não me pareça pensando no final deste.
Victor 10/04/2022minha estante
Estou em 33% e me frustrando mais a cada página. Imensos diálogos que não levam à lugar nenhum e nada acontece.
O Glokta devia usar isso como tortura.




kk3thess 23/03/2018

Eu não posso negar que me interessei pela história, pelos personagens e pela construção de mundo, assim como não posso negar que a sensação que tive ao decorrer da leitura foi a de que a trama deu várias voltas e avançou minimamente só para encerrar de maneira abrupta e desagradavelmente anticlimática..A qualidade da escrita está presente e é ela que me fará ler a sequência, mas de nada adianta isso se o resultado é uma história incompleta e arrastada.
Pedro 05/06/2018minha estante
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Douglas MCT 21/02/2018

Renovando o gênero com personagens ordinários em um contexto fantástico
Os acertos de Abercrombie com sua primeira série de sucesso começam quando ele joga na lama os conceitos estabelecidos na fantasia e trata seus personagens como se fossem amigos chapados de um roda de bar.

O autor tem uma escrita poderosa com bastante personalidade, mas de maneira alguma seu texto é empolado ou pomposo, algo que se espera de autores do gênero. Sendo um dos mais fieis escudeiros de George R. R. Martin que encontrei entre os contemporâneos, Abercrombie usa tudo o que aprendeu com o mestre de As Crônicas de Gelo e Fogo (os PDVs, os momentos inesperados, o contexto cru, o fantástico soando estranho entre o realismo etc) e faz do seu próprio jeito, mais solto e jogado, mas nunca pobre ou simplista.

Seus personagens são ordinários e claramente anti-heróis. Temos um esgrimista jovem e egocêntrico, esnobe e de alta elite, a típica figura colocada como contraponto de um herói, que aqui ganha as vezes de protagonista... Ao lado de um nórdico brucutu, à lá Conan, com um passado sangrento, mas que mesmo ao modo selvagem ainda guarda tanta experiência quanto sabedoria e é o mais temente dentre os homens, o que torna o mais crível também. Do outro lado, temos um ex-grande-soldado agora feito manco, quebrado e banguela, que passa metade do dia resmungando, no outro sentindo prazer na queda alheia, pelo pouco que lhe restou depois de perder tudo. Temos também um mago, em definitivo oposto ao clássico estabelecido por Gandalf, tanto na prática da magia, quanto na fisionomia, ainda que o perfil e a instabilidade emocional guardem certas semelhanças. Também temos uma moça improvável, ex-escrava, que caminha só pela vingança, numa energia envolvente, ainda que angustiante; do outro lado, outra jovem, totalmente despida do machismo presente na literatura do gênero, se provando uma figura muito além do que a história se espera dela, deixando isso evidente a cada linha.

Abercrombie conduz esses personagens e outros tantos como se eles fossem qualqueres e os joga na crueza de um mundo em guerra, dividido ao meio, entre o centro (onde tudo se espera que orbite e por isso mesmo é uma maçã podre), com o norte tomado por um novo e terrível guerreiro (e as ações que ele comanda por ora me lembraram o que vem sendo feito no mangá The Seven Deadly Sins), enquanto que no sul um imperador-ditador muda as regras do jogo causando um amargor geral. Fornecendo os devidos pontos de vista em capítulos de terceira pessoa, o autor mostra o que cada figura pensa, mesmo que diga ao contrário e nunca, jamais, eu ri tanto lendo um livro, como ri em O Poder da Espada. Nem mesmo com Percy Jackson, que é uma série meio voltada nesse tom. Mas não é um riso de nervoso, foram gargalhada das boas, como numa roda de bar mesmo, ou numa maratona de Two And Half-Men. O humor negro está impregnado em todo o texto, mas não faz nada soar bobo ou leviano, participando da narrativa como um elemento essencial, entre batalhas sangrentas e nunca nobres, e sequências estranhíssimas envolvendo magia negra, prováveis entidades demoníacas e até mesmo assaltos a beira da estrada, que culminam em banhos de... sangue.

Destaque para o antigo bando de Logen, com seis caricaturas de bárbaros pra lá de bem-vindas, que fornecem alguns dos melhores momentos do livro. O próprio Nove Dedos é alguém interessante de acompanhar, ainda mais quando vemos seu lado Sangrento despertar. Ferro é uma figura curiosa, mas ainda não disse a que veio. Glokta é o Tyrion da vez, por isso amamos odiá-lo, mas o que realmente sentimos ali é pena. Outro improvável de se gostar, mas logo estamos torcendo, é Jezal. Bayaz é sensacional, Ardee é apaixonante e Fenris precisa de mais espaço, porque ele já me assustou o suficiente.

O Poder da Espada é um livro envolvente, que sabe equilibrar os clichês do gênero de um jeito completamente novo, divertido e terrível ao mesmo tempo, mas que perde pontos próximo do final, pois veja só, o penúltimo capítulo se arrasta num momento anticlimático e excessivamente descritivo, a missão nunca é esclarecida e o golpe final fica por conta do livro, mesmo fazendo parte de uma trilogia, não ser autocontido. Ele não tem desfecho, com final aberto, e deixa um gosto ruim de quero mais. Por melhor que o livro seja, confiar tanto na história a ponto de não dá-la uma conclusão digna me parece pretensioso demais, algo que a trama nunca aponta (ela não é pretensiosa, pelo contrário). É claro, quero e lerei suas continuações, mas eu esperava pelo menos um encerramento aqui, com alguns detalhes melhores esclarecidos. Me sinto levemente enganado e embromado, ao chegar a última página com dezenas de pontas soltas.

De qualquer maneira, sou o tipo de leitor que considera a experiência de leitura num todo e ela foi realmente incrível, ainda que o final tenha me desapontado pela abertura besta. Joe Abercrombie entrou no meu top 10 autores prediletos de fantasia e ganha pontos por saber tratar tão bem o gênero com um sabor completamente diferente, meio amargo meio azedo, meio incompleto até, mas revigorante a sua maneira. Sim, a leitura é recomendável para todos os consumidores do formato, mas já vão sabendo que é um livro dependente dos dois que virão a seguir.
Autora Audrey Rose 21/02/2018minha estante
Me lembro de seu nome da época do Orkut kkkk. Gostei da resenha.


Douglas MCT 29/03/2018minha estante
Haha, seja bem-vinda de volta, Audrey e obrigado!




Amanda 17/02/2018

Na ponta da faca
Primeiro livro da trilogia A Primeira Lei, O Poder da Espada é a ponta do iceberg, o primeiro passo na jornada sangrenta e brutal proposta por Joe Abercrombie. Nossos companheiros de viagem serão Jezal dan Luthar, capitão da guarda da cidade, Sand dan Glokta, inquisidor, e Logen Nove Dedos, além de outros personagens secundários.

O livro é dividido em capítulos sob pontos de vista, em sua maioria, destes três personagens principais, tendo, ocasionalmente, um capítulo dedicado a outros plots. O narrador é onisciente, em terceira pessoa, mas é interessantíssimo como o autor consegue narrar de formas diferentes para cada um deles, criando um estilo único.

Os personagens são a grande sacada de Abercrombie, seu maior feito neste primeiro livro. Como são bem construídos! Luthar é um poço de arrogância, fraco, aproveitador, cheio de si. O autor grita seu escárnio em cada linha que escreve sobre o capitão. E nem é preciso tanto esforço para ele ser o personagem mais detestável do livro.

Logen Nove Dedos é um guerreiro nórdico com uma fama sanguinária e mais inimigos do que consegue contar. Ele se separou de seu grupo em uma emboscada e presumiu a morte de todos, de modo que decidiu seguir seu caminho sozinho. Para aonde nem ele sabe, talvez para longe de tanta matança. Uma nova perspectiva, um novo futuro. Ou não.
Apesar de ter o costume de resolver seus conflitos na base do banho de sangue, Logen tem uma natureza extremamente solitária, introspectiva e melancólica. Logen me lembrou bastante o saxão Uhtred, das Crônicas Saxônicas de Cornwell, o que criou em mim uma empatia instantânea.

E Glokta... ah, Glokta... palmas para Abercrombie por ter criado talvez o personagem mais original que já tive o prazer de conhecer em um mundo de fantasia. O torturado que se torna torturador. O ex-herói de guerra quebrado até a última fibra. O sacana mais adorável da história inteira. Muito disso se deve à forma como o autor abordou e deu profundidade a Glokta, explicitando seus pensamentos sórdidos através de passagens em itálico. São, com certeza, as melhores citações que você verá.

Outros personagens também são muitíssimo bem construídos, porém não tão explorados. Pessoalmente destaco a Ferro, a sulista mais mal humorada e perigosa que poderia cruzar o seu caminho, uma mulher violenta, decidida, implacável. Ainda que sem tanto espaço, Ferro rouba a cena em qualquer menção que receba. Nada de mocinhas indefesas aqui!

Acho importante ressaltar que a força motriz de toda a trilogia, inclusive deste primeiro livro, é a violência. Ainda que seja um livro de fantasia, os maiores inimigos são os próprios homens, a ganância, o instinto assassino e destruidor, a necessidade de triunfar sobre o próximo, de esmagar a concorrência e de tomar para si tudo que pode. A vingança, o ódio, a guerra.

Abercrombie tem um estilo extremamente explícito de escrita, cruel, duro, frio. Nada é amenizado. A guerra é feia, senhores, e ele deixa isso bem claro. Descrições de duelos e lutas não bastam, ele vai além e fala de dentes quebrados, da fadiga, do desespero, da sujeira e do gosto de sangue. Aos perdedores, a morte. Aos vencedores, feridas, bandagens, frio e fome.

Não existem heróis, não temos uma linha definida entre bem e mal. Todos os personagens, principais e secundários, são cheios de erros e defeitos, são tão humanos! E o vilão nunca é o vilão sob o seu próprio ponto de vista, não é mesmo?

Porém, entre tantos pontos acertados, e são muitos, eu preciso falar do ritmo da narrativa. É lento, bem lento em certos momentos. Alguns capítulos do Luthar são um martírio e a única motivação é perceber que o próximo é o do Glokta. Hoje, terminando o terceiro livro, percebo que este primeiro parece uma enorme introdução, um Ato Um da história, e a falta de um objetivo claro nos dá a sensação de que estamos nadando num oceano de letras sem saber aonde vamos chegar. Bom, o importante é que chegamos, graças a deus.

O Poder da Espada é uma introdução grandiosa para uma trilogia de qualidade indiscutível que, apesar de alguns erros aqui e ali, mostra-se irônica, debochada, nua e crua. A história não é clichê, não é previsível e inclusive nos surpreende com algumas situações inusitadas. A trilogia como um todo é uma grande gargalhada maldosa bem na nossa cara. E a gente ri junto.
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